Questões de Concurso Sobre português
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Leia o texto a seguir para responder às questões 6 e 7.
Sempre se falou mal de funcionários, inclusive dos que passam a hora do expediente escrevinhando literatura. Não sei se esse tipo de burocrata-escritor existe ainda. A racionalização do serviço público, ou o esforço por essa racionalização, trouxe modificações sensíveis ao ambiente de nossas repartições, e é de crer que as vocações literárias manifestadas à sombra de processos se hajam ressentido desses novos métodos de trabalho. Sem embargo, não se terão estiolado de todo, tão forte é, no escritor, a necessidade de exprimir-se, dentro da rotina que lhe é imposta. Se não escrever no espaço de tempo destinado à produção de ofícios, escreverá na hora do sono ou da comida, escreverá debaixo do chuveiro, na fila, ao sol, escreverá até sem papel – no interior do próprio cérebro, como os poetas prisioneiros da última guerra, que voltaram ao soneto como uma forma que por si mesma se grava na memória.
Fonte: ANDRADE, Carlos Drummond de. Passeios na ilha. In: Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1973, p. 841.
Ao escrever, utilizamos certos mecanismos de coesão que garantem a progressão semântica, gramatical e textual do conteúdo a ser informado. Assinale a alternativa que trata de um dos elementos de coesão destacados no texto explicitando CORRETAMENTE sua função.
TEXTO I
Quartetos
Como nos tempos d’antanho já dis: merci
beaucoup
obrigado a ti, Poesia, mil vezes obrigado
porque posso carregar fantasmas a tiracolo
E dizer: eu tenho o mundo.
Na verdade, o tempo e a miséria eu tenho
e a mágoa de ter nascido ó minha mãe!
Quantas vezes, meu Deus, desci aos infernos
para tirar de lá apenas um poema e nada mais...
Nos pensamentos enormes
somente o voo do pássaro é que importa
mas eu bendigo a dor de ter sofrido
para colher a rosa da esperança, a tênue rosa
O poetas do romantismo
vós vos matáveis por amor
porém nós, poetas do modernismo,
temos amor e não nos matamos.
Se me perguntassem (quem ousaria?)
qual o maior poeta do mundo
o que sofreu na carne a dor da poesia
responderia apenas: infelizmente, eu!
Que dissolução nos sentidos
à hora morta do sono sem remédio.
O verso é como o acalanto
mas a criança não dorme há muitos anos...
E dormir é viver, é sonhar
e desperta quem há de achar
a palavra – a simples palavra
(Mulher) e o que engrandece?
( Antônio Girão Barroso Rev. Acad. Cear. Let. N° 35 – 1971)
O título do poema é uma síntese da sua composição, é um aspecto ligado à (ao):
Milton e o concorrente
Milton ainda não abriu sua loja, mas o concorrente já abriu a dele; e já está anunciando, já está vendendo, já está liquidando a preços abaixo do custo. Milton ainda está na cama, ao lado da amante, desta mulher ilegítima , que nem bonita é, nem simpática; o concorrente já está de pé, alerta, atrás do balcão. A esposa – fiel companheira de tantos anos – está ao seu lado, alerta também. Mílton ainda não fez o desjejum (desjejum? Um cigarro, um copo de vinho, isto é desjejum?) – o concorrente já tomou suco de laranja, já comeu ovo, torrada, queijo, já sorveu uma grande xícara de café com leite. Já está nutrido.
Milton ainda está nu, o concorrente já se apresenta elegantemente vestido. Milton mal abriu os olhos, o concorrente já abriu os jornais da manhã, já está a par das cotações da bolsa e das tendências do mercado. Milton ainda não disse uma palavra, o concorrente já falou com clientes, com figurões da política, com o fiscal amigo, com os fornecedores. Milton ainda está no subúrbio; o concorrente, vencendo todos os problemas de trânsito, já chegou ao centro da cidade, já está solidamente instalado no seu prédio próprio. Milton ainda não sabe se o dia é chuvoso, ou de sol, o concorrente já está seguramente informado de que vão subir os preços dos artigos de couro. Milton ainda não viu os filhos (sem falar da esposa, de quem está separado); o concorrente já criou as filhas, já as formou em Direito e Química, já as casou, já tem netos.
Milton ainda não começou a viver.
O concorrente já está sentido uma dor no peito, já está caindo sobre o balcão, já está estertorando, os olhos arregalados – já está morrendo, enfim.
Moacyr Scliar
Observe o comentário feito nas frases e verifique sua veracidade, tomado como base a norma culta da língua.
1. Sobrou muita mercadoria na loja de Milton. (frase com vício de linguagem)
2. O concorrente, antes do meio dia e meio já está preparando o seu comércio para o período vespertino. (frase com pontuação adequada)
3. “Não julgue-me”, disse Milton ao concorrente. (colocação pronominal adequada: ênclise)
4. O concorrente e seus funcionários não tem idéia de quão distraido é seu adversário. (não há problema de acentuação gráfica)
5. “Quero ratificar minha proposta, antes que você retifique o contrato”, disse aquele empresário. (frase com uso correto de parônimos)
6. Seu mandato foi caçado, assim como as aves raras foram cassadas. (Uso incorreto de homônimos)
Assinale a alternativa que indica todas as corretas.
Milton e o concorrente
Milton ainda não abriu sua loja, mas o concorrente já abriu a dele; e já está anunciando, já está vendendo, já está liquidando a preços abaixo do custo. Milton ainda está na cama, ao lado da amante, desta mulher ilegítima , que nem bonita é, nem simpática; o concorrente já está de pé, alerta, atrás do balcão. A esposa – fiel companheira de tantos anos – está ao seu lado, alerta também. Mílton ainda não fez o desjejum (desjejum? Um cigarro, um copo de vinho, isto é desjejum?) – o concorrente já tomou suco de laranja, já comeu ovo, torrada, queijo, já sorveu uma grande xícara de café com leite. Já está nutrido.
Milton ainda está nu, o concorrente já se apresenta elegantemente vestido. Milton mal abriu os olhos, o concorrente já abriu os jornais da manhã, já está a par das cotações da bolsa e das tendências do mercado. Milton ainda não disse uma palavra, o concorrente já falou com clientes, com figurões da política, com o fiscal amigo, com os fornecedores. Milton ainda está no subúrbio; o concorrente, vencendo todos os problemas de trânsito, já chegou ao centro da cidade, já está solidamente instalado no seu prédio próprio. Milton ainda não sabe se o dia é chuvoso, ou de sol, o concorrente já está seguramente informado de que vão subir os preços dos artigos de couro. Milton ainda não viu os filhos (sem falar da esposa, de quem está separado); o concorrente já criou as filhas, já as formou em Direito e Química, já as casou, já tem netos.
Milton ainda não começou a viver.
O concorrente já está sentido uma dor no peito, já está caindo sobre o balcão, já está estertorando, os olhos arregalados – já está morrendo, enfim.
Moacyr Scliar
Analise as frases e verifique sua adequação à norma culta.
1. Não informaram aos interessados sobre o ocorrido.
2. Dirigiu-se à Vossa Senhoria com o devido respeito.
3. À força de pensar, acabou cedendo.
4. Fui eu quem falou.
5. Mais de um veículo se entrechocaram.
6. Costumam haver casos mais significativos que este.
Assinale a alternativa que indica todas as frases corretas.
Milton e o concorrente
Milton ainda não abriu sua loja, mas o concorrente já abriu a dele; e já está anunciando, já está vendendo, já está liquidando a preços abaixo do custo. Milton ainda está na cama, ao lado da amante, desta mulher ilegítima , que nem bonita é, nem simpática; o concorrente já está de pé, alerta, atrás do balcão. A esposa – fiel companheira de tantos anos – está ao seu lado, alerta também. Mílton ainda não fez o desjejum (desjejum? Um cigarro, um copo de vinho, isto é desjejum?) – o concorrente já tomou suco de laranja, já comeu ovo, torrada, queijo, já sorveu uma grande xícara de café com leite. Já está nutrido.
Milton ainda está nu, o concorrente já se apresenta elegantemente vestido. Milton mal abriu os olhos, o concorrente já abriu os jornais da manhã, já está a par das cotações da bolsa e das tendências do mercado. Milton ainda não disse uma palavra, o concorrente já falou com clientes, com figurões da política, com o fiscal amigo, com os fornecedores. Milton ainda está no subúrbio; o concorrente, vencendo todos os problemas de trânsito, já chegou ao centro da cidade, já está solidamente instalado no seu prédio próprio. Milton ainda não sabe se o dia é chuvoso, ou de sol, o concorrente já está seguramente informado de que vão subir os preços dos artigos de couro. Milton ainda não viu os filhos (sem falar da esposa, de quem está separado); o concorrente já criou as filhas, já as formou em Direito e Química, já as casou, já tem netos.
Milton ainda não começou a viver.
O concorrente já está sentido uma dor no peito, já está caindo sobre o balcão, já está estertorando, os olhos arregalados – já está morrendo, enfim.
Moacyr Scliar
Analise a classificação sintática dos termos sublinhados nas frases que seguem e verifique sua veracidade.
1. Milton ainda está nu. (predicativo do sujeito)
2. Milton ainda não abriu sua loja. (objeto indireto)
3. O concorrente já criou as filhas. (verbo intransitivo)
4. Milton ainda não disse uma palavra. (adjunto adverbial)
5. O concorrente já criou as filhas, já as formou em Direito e Química, já as casou, já tem netos. (objeto direto)
Assinale a alternativa que indica todas as corretas.
Milton e o concorrente
Milton ainda não abriu sua loja, mas o concorrente já abriu a dele; e já está anunciando, já está vendendo, já está liquidando a preços abaixo do custo. Milton ainda está na cama, ao lado da amante, desta mulher ilegítima , que nem bonita é, nem simpática; o concorrente já está de pé, alerta, atrás do balcão. A esposa – fiel companheira de tantos anos – está ao seu lado, alerta também. Mílton ainda não fez o desjejum (desjejum? Um cigarro, um copo de vinho, isto é desjejum?) – o concorrente já tomou suco de laranja, já comeu ovo, torrada, queijo, já sorveu uma grande xícara de café com leite. Já está nutrido.
Milton ainda está nu, o concorrente já se apresenta elegantemente vestido. Milton mal abriu os olhos, o concorrente já abriu os jornais da manhã, já está a par das cotações da bolsa e das tendências do mercado. Milton ainda não disse uma palavra, o concorrente já falou com clientes, com figurões da política, com o fiscal amigo, com os fornecedores. Milton ainda está no subúrbio; o concorrente, vencendo todos os problemas de trânsito, já chegou ao centro da cidade, já está solidamente instalado no seu prédio próprio. Milton ainda não sabe se o dia é chuvoso, ou de sol, o concorrente já está seguramente informado de que vão subir os preços dos artigos de couro. Milton ainda não viu os filhos (sem falar da esposa, de quem está separado); o concorrente já criou as filhas, já as formou em Direito e Química, já as casou, já tem netos.
Milton ainda não começou a viver.
O concorrente já está sentido uma dor no peito, já está caindo sobre o balcão, já está estertorando, os olhos arregalados – já está morrendo, enfim.
Moacyr Scliar
De acordo com a ortografia oficial, assinale a alternativa em que a frase está corretamente grafada.
Analise o seguinte trecho da obra Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, e responda às questões de 6 a 10.
“Primeira comoção da minha juventude, que doce que me foste! Tal devia ser, na criação bíblica, o efeito do primeiro sol. Imagina tu esse efeito do primeiro sol, a bater de chapa na face de um mundo em flor. Pois foi a mesma coisa, leitor amigo, e se alguma vez contaste dezoito anos, deves lembrar-te que foi assim mesmo”.
No início do trecho selecionado, a expressão “que doce que me foste” diz respeito:
Analise o seguinte trecho da obra Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, e responda às questões de 6 a 10.
“Primeira comoção da minha juventude, que doce que me foste! Tal devia ser, na criação bíblica, o efeito do primeiro sol. Imagina tu esse efeito do primeiro sol, a bater de chapa na face de um mundo em flor. Pois foi a mesma coisa, leitor amigo, e se alguma vez contaste dezoito anos, deves lembrar-te que foi assim mesmo”.
A expressão “contaste com dezoito anos”, que aparece ao fim do trecho selecionado, contém um verbo conjugado na segunda pessoa do singular. Isso se justifica porque:
Analise o seguinte trecho da obra Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, e responda às questões de 6 a 10.
“Primeira comoção da minha juventude, que doce que me foste! Tal devia ser, na criação bíblica, o efeito do primeiro sol. Imagina tu esse efeito do primeiro sol, a bater de chapa na face de um mundo em flor. Pois foi a mesma coisa, leitor amigo, e se alguma vez contaste dezoito anos, deves lembrar-te que foi assim mesmo”.
Assinale a alternativa que indica, respectivamente, um termo empregado neste trecho em sentido literal, e outro em sentido figurado.
Analise o seguinte trecho da obra Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, e responda às questões de 6 a 10.
“Primeira comoção da minha juventude, que doce que me foste! Tal devia ser, na criação bíblica, o efeito do primeiro sol. Imagina tu esse efeito do primeiro sol, a bater de chapa na face de um mundo em flor. Pois foi a mesma coisa, leitor amigo, e se alguma vez contaste dezoito anos, deves lembrar-te que foi assim mesmo”.
Logo no início do texto, o autor emprega a palavra “comoção” para descrever um momento de sua experiência de vida. Assinale a alternativa que indica SOMENTE antônimos dessa palavra.
Analise o seguinte trecho da obra Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, e responda às questões de 6 a 10.
“Primeira comoção da minha juventude, que doce que me foste! Tal devia ser, na criação bíblica, o efeito do primeiro sol. Imagina tu esse efeito do primeiro sol, a bater de chapa na face de um mundo em flor. Pois foi a mesma coisa, leitor amigo, e se alguma vez contaste dezoito anos, deves lembrar-te que foi assim mesmo”.
Em relação à interpretação do sentido desse trecho literário, assinale a alternativa correta.
Leia o seguinte fragmento da canção “Alucinação”, escrita pelo compositor brasileiro Belchior, para responder às questões 1 a 5:
“Eu não estou interessado em nenhuma teoria,
Nem nessas coisas do Oriente, romances astrais.
A minha alucinação é suportar o dia-a-dia,
E meu delírio é a experiência com coisas reais”
No primeiro verso do trecho da canção, a palavra “interessado” está no gênero masculino. Isso se explica porque:
Leia o seguinte fragmento da canção “Alucinação”, escrita pelo compositor brasileiro Belchior, para responder às questões 1 a 5:
“Eu não estou interessado em nenhuma teoria,
Nem nessas coisas do Oriente, romances astrais.
A minha alucinação é suportar o dia-a-dia,
E meu delírio é a experiência com coisas reais”
Analise o terceiro verso do fragmento da canção: “A minha alucinação é suportar o dia-a-dia”. As classes gramaticais de suas palavras são, respectivamente:
Leia o seguinte fragmento da canção “Alucinação”, escrita pelo compositor brasileiro Belchior, para responder às questões 1 a 5:
“Eu não estou interessado em nenhuma teoria,
Nem nessas coisas do Oriente, romances astrais.
A minha alucinação é suportar o dia-a-dia,
E meu delírio é a experiência com coisas reais”
Em relação à interpretação e à estrutura textual do fragmento em questão, assinale a alternativa correta.
Leia o seguinte fragmento da canção “Alucinação”, escrita pelo compositor brasileiro Belchior, para responder às questões 1 a 5:
“Eu não estou interessado em nenhuma teoria,
Nem nessas coisas do Oriente, romances astrais.
A minha alucinação é suportar o dia-a-dia,
E meu delírio é a experiência com coisas reais”
Assinale a alternativa que indica APENAS substantivos empregados no texto.
Milton e o concorrente
Milton ainda não abriu sua loja, mas o concorrente já abriu a dele; e já está anunciando, já está vendendo, já está liquidando a preços abaixo do custo. Milton ainda está na cama, ao lado da amante, desta mulher ilegítima , que nem bonita é, nem simpática; o concorrente já está de pé, alerta, atrás do balcão. A esposa – fiel companheira de tantos anos – está ao seu lado, alerta também. Mílton ainda não fez o desjejum (desjejum? Um cigarro, um copo de vinho, isto é desjejum?) – o concorrente já tomou suco de laranja, já comeu ovo, torrada, queijo, já sorveu uma grande xícara de café com leite. Já está nutrido.
Milton ainda está nu, o concorrente já se apresenta elegantemente vestido. Milton mal abriu os olhos, o concorrente já abriu os jornais da manhã, já está a par das cotações da bolsa e das tendências do mercado. Milton ainda não disse uma palavra, o concorrente já falou com clientes, com figurões da política, com o fiscal amigo, com os fornecedores. Milton ainda está no subúrbio; o concorrente, vencendo todos os problemas de trânsito, já chegou ao centro da cidade, já está solidamente instalado no seu prédio próprio. Milton ainda não sabe se o dia é chuvoso, ou de sol, o concorrente já está seguramente informado de que vão subir os preços dos artigos de couro. Milton ainda não viu os filhos (sem falar da esposa, de quem está separado); o concorrente já criou as filhas, já as formou em Direito e Química, já as casou, já tem netos.
Milton ainda não começou a viver.
O concorrente já está sentido uma dor no peito, já está caindo sobre o balcão, já está estertorando, os olhos arregalados – já está morrendo, enfim.
Moacyr Scliar
Analise as afirmativas feitas abaixo sobre o texto:
1. Há dois personagens em nítida oposição no texto, um deles é quem conta a história.
2. Os dois personagens apresentam duas filosofias de vida distintas.
3. No contexto da narrativa, a frase “Milton está nu” pode permitir uma leitura denotativa e uma conotativa; está sem roupa e ainda não construiu a sua vida, nada possui, respectivamente.
4. As ações do concorrente são marcadas por um ritmo veloz e a palavra “já” imprime essa velocidade.
5. A vida de Milton é exemplo de vida a não ser seguido, pois mostra que quem muito faz acaba morrendo muito mais cedo.
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
Leia o seguinte fragmento da canção “Alucinação”, escrita pelo compositor brasileiro Belchior, para responder às questões 1 a 5:
“Eu não estou interessado em nenhuma teoria,
Nem nessas coisas do Oriente, romances astrais.
A minha alucinação é suportar o dia-a-dia,
E meu delírio é a experiência com coisas reais”
Assinale a alternativa que apresenta a interpretação correta para o sentido desse fragmento.
Texto II
(Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/cartum/ cartunsdiarios/#22/7/20151
Assinale a opção que apresente uma palavra formada por processo de derivação.
Texto I
Quindins
asdQuando sentiu que ia morrer, o Dr. Ariosto pediu para falar a sós com a mulher, dona Quiléia (Quequé).
asd- Senta aí, Quequé.
asdEla sentou na beira da cama. Protestou, chorosa, quando o marido disse que sabia que estava no fim. Mas o Dr. Ariosto a acalmou. Os dois sabiam que ele tinha pouco tempo de vida e era melhor que enfrentassem a situação sem drama. Precisava contar uma coisa à mulher. Para morrerem paz. Contou, então, que tinha outra família.
asd- O quê, Ariosto?!
asdTinha. Pronto. Outra mulher, outros filhos, até outros netos. A dona Quiléia iria saber de qualquer maneira, pois ele incluíra a outra família no seu testamento. Mas tinha decidido contar ele mesmo. De viva, por assim dizer, voz. Para que não ficasse aquela mentira entre eles. E para que dona Quiléia fosse tolerante com a sua memória e com a outra. Promete, Quequé? Dona Quiléia chorava muito. Só pôde fazer “sim” com a cabeça. Aliviado, o Dr. Ariosto deixou a cabeça cair no travesseiro. Podia morrer em paz.
asdMas aconteceu o seguinte: não morreu. Teve uma melhora surpreendente, que os médicos não souberam explicar e que Dona Quiléia atribui à promessa que fizera a seu santo. Em poucas semanas, estava fora de cama. Ainda precisa de cuidados, é claro. Dona Quiléia tem que regular sua alimentação, dar remédio na hora certa... Ficam os dois sentados na sala, olhando a televisão, em silêncio. Um silêncio constrangido. O Dr. Ariosto arrependido de ter feito a confissão. A Dona Quiléia achando que não fica bem se aproveitar de uma revelação que o homem fez, afinal, no seu leito de morte. Simplesmente não tocam no assunto. No outro dia o Dr. Ariosto teve permissão do médico para sair, pela primeira vez, de casa. Arrumou-se. Pediu para chamarem um táxi.
asd- Quer que eu vá com você? - perguntou a mulher.
asd- Não precisa. - Você demora?
asd- Não, não. Vou só...
asdNão completou a frase. Ficaram mais alguns instantes na porta, em silêncio. Depois ele disse:
asd- Bom. Tchau.
asd- Tchau.
asdAgora, tem uma coisa: Dona Quiléia não pagou a promessa ao santo. Ainda compra quindins escondido e os come sozinha. Aliás, deu para comer quindões. Grandes, enormes, translúcidos quindões.
(Luis Fernando Veríssimo)
No trecho “Teve uma melhora surpreendente, que os médicos não souberam explicar” (6°§), o pronome em destaque, no contexto em que se encontra, tem como referente:
Texto I
Quindins
asdQuando sentiu que ia morrer, o Dr. Ariosto pediu para falar a sós com a mulher, dona Quiléia (Quequé).
asd- Senta aí, Quequé.
asdEla sentou na beira da cama. Protestou, chorosa, quando o marido disse que sabia que estava no fim. Mas o Dr. Ariosto a acalmou. Os dois sabiam que ele tinha pouco tempo de vida e era melhor que enfrentassem a situação sem drama. Precisava contar uma coisa à mulher. Para morrerem paz. Contou, então, que tinha outra família.
asd- O quê, Ariosto?!
asdTinha. Pronto. Outra mulher, outros filhos, até outros netos. A dona Quiléia iria saber de qualquer maneira, pois ele incluíra a outra família no seu testamento. Mas tinha decidido contar ele mesmo. De viva, por assim dizer, voz. Para que não ficasse aquela mentira entre eles. E para que dona Quiléia fosse tolerante com a sua memória e com a outra. Promete, Quequé? Dona Quiléia chorava muito. Só pôde fazer “sim” com a cabeça. Aliviado, o Dr. Ariosto deixou a cabeça cair no travesseiro. Podia morrer em paz.
asdMas aconteceu o seguinte: não morreu. Teve uma melhora surpreendente, que os médicos não souberam explicar e que Dona Quiléia atribui à promessa que fizera a seu santo. Em poucas semanas, estava fora de cama. Ainda precisa de cuidados, é claro. Dona Quiléia tem que regular sua alimentação, dar remédio na hora certa... Ficam os dois sentados na sala, olhando a televisão, em silêncio. Um silêncio constrangido. O Dr. Ariosto arrependido de ter feito a confissão. A Dona Quiléia achando que não fica bem se aproveitar de uma revelação que o homem fez, afinal, no seu leito de morte. Simplesmente não tocam no assunto. No outro dia o Dr. Ariosto teve permissão do médico para sair, pela primeira vez, de casa. Arrumou-se. Pediu para chamarem um táxi.
asd- Quer que eu vá com você? - perguntou a mulher.
asd- Não precisa. - Você demora?
asd- Não, não. Vou só...
asdNão completou a frase. Ficaram mais alguns instantes na porta, em silêncio. Depois ele disse:
asd- Bom. Tchau.
asd- Tchau.
asdAgora, tem uma coisa: Dona Quiléia não pagou a promessa ao santo. Ainda compra quindins escondido e os come sozinha. Aliás, deu para comer quindões. Grandes, enormes, translúcidos quindões.
(Luis Fernando Veríssimo)
Considerando o contexto em que se encontra a oração “Protestou, chorosa.” (3°§), pode-se afirmar que o termo em destaque exerce a função sintática de: