Questões de Concurso
Sobre regência em português
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Leia o texto 1 e responda a questão
TEXTO 1
Andarilho beija-flor
(Composição: Marquinhos da Serrinha/ Intérprete: Flávio José)
Eu não creio que somente palavras me façam viver
Nem que os sonhos perdidos me impeçam de sentir prazer
Nada quanto sonhei ou que fiz e errei foi em vão
Eu prefiro escutar o que pede esse meu coração
Eu não posso negar que ainda sofro lembrando você
E que, às vezes, faz mal um só peito tentando querer
Mas também superei pra mim mesmo e parei de sonhar
E aprendi que, quem ama, é preciso primeiro se amar
Não mudo, não!
Meu coração me fez assim,
Me ensinou gostar de mim, deu mais sentido em meu viver
Prefiro ser um andarilho beija-flor
Pra que vou dar o meu amor pra quem sequer amor quer ter?
(Fonte: https://www.letras.mus.br/flavio-jose/andarilho-beija-flor/)
( ) O verbo “impedir” é usado corretamente na letra da música, apresentando uma regência bitransitiva. ( ) No sentido de “recordar”, o verbo lembrar é pronominal e necessita da preposição “de”. Por isso, se usada a norma culta, o verso apresentaria a regência: “Eu não posso negar que ainda sofro me lembrando de você”. ( ) Na canção, o uso de “superar” como verbo intransitivo, em “Mas também superei pra mim mesmo” está de acordo com a norma culta.
Marque a alternativa que contém a sequência CORRETA de preenchimento dos parênteses:
Fonte: Adrienne Bernhard. BBC. https://www.bbc.com/portuguese/vert-cap-45304168 Acesso em 01/09/2018.
Fonte: Adrienne Bernhard. BBC. https://www.bbc.com/portuguese/vert-cap-45304168 Acesso em 01/09/2018.
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(Maurício de Sousa. Chico Bento: histórias de pescador. Porto Alegre, L&PM, 2016. Adaptado)
A regência do verbo destacado contraria os padrões cultos da linguagem escrita em:
(Obs.: "Departamento", palavra encontrada na citação feita no excerto, corresponde a uma divisão administrativa do território francês.)
"Paris e o deserto francês", de título de livro contestando o centralismo do Estado francês, passou a ser parte das expressões correntemente usadas na língua francesa. A tese do autor é que a hipertrofia da capital francesa impedia o desenvolvimento das demais regiões e cidades do território nacional. Herança histórica de diferentes regimes políticos, o centralismo se traduz através da concentração do poder político, administrativo, econômico e cultural na capital francesa, em detrimento da Province1. Podemos situar uma primeira fase do centralismo de Estado, em que a tentativa de centralização (outras já haviam fracassado) foi concretizada, sob o regime de monarquia absolutista de Luís XVI, no século XVII. No entanto, grande passo na centralização do poder político foi dado durante a Revolução Francesa de 1789, em que a corrente dos jacobinos venceu a corrente dos girondinos: o princípio do Reinado "un et indivisible" foi consagrado na constituição de 1791. Este princípio foi aplicado até a mudança para o regime republicano, formando a República "una e indivisível" nas diversas Constituições do Estado francês até hoje. A solidificação institucional e administrativa desse princípio, que garante a abrangência e a eficiência do poder executivo central, foi realizada por Napoleão I, enquanto Primeiro Cônsul (eleito), e na segunda fase da sua permanência no poder, enquanto Imperador. A organização institucional e administrativa do Estado francês é, em grande parte, oriunda desta época.
A Constituição do 22 frimaire na VIII mantém o departamento, mas sua administração é profundamente modificada. A lei do 28 pluviôse na VIII (17 de fevereiro de 1800) institui os préfets2, nomeados e revocados pelo Primeiro Cônsul, em seguida pelo Imperador. Encarregados da administração, os préfets são o órgão executivo único do departamento. Designam os prefeitos e os ajudantes dos municípios de menos de 5000 habitantes e propõem ao Primeiro Cônsul, e em seguida ao Imperador, a nomeação dos outros prefeitos. (...) Constituem a chave-mestra de um Estado centralizado que vê o seu resultado sob o Império. 1 Province é um termo genérico que designa todo o território que não é Paris. 2 A palavra préfet não pode ser traduzida por prefeito, pois não representa o mesmo cargo. Os préfets, mesmo que não tenham mais o poder de nomeação dos prefeitos, ainda existem atualmente, e eram encarregados do poder executivo local até a lei de descentralização de 1982.
(Adaptado de Antoinette Kuijlaars. "A política por detrás da técnica: o processo de recentralização na organização da assistência social na França". In: Estudos de Sociologia no 29: Revista Semestral do Departamento de Sociologia e Programa de Pós-Graduação em Sociologia. UNESP − Araraquara, 2 sem. de 2010, p.491-492)
Considerem-se o trecho do documento que trata da Constituição e as notas de rodapé.
I. Tendo em conta o que o elemento de composição re− pode significar na língua portuguesa, entende-se que os encarregados da administração do departamento tanto podiam ser nomeados mais de uma vez, como podiam ter sua nomeação anulada pelo Primeiro Cônsul e, posteriormente, pelo Imperador.
II. O segmento mesmo que não tenham mais o poder de nomeação dos prefeitos exprime verdade que não impede a verdade expressa em ainda existem atualmente.
III. Em mesmo que não tenham mais o poder de nomeação dos prefeitos, a forma verbal, que é exigida pelo emprego de mesmo que, expressa fato considerado como certeza, diferentemente do que o subjuntivo poderia expressar.
A frase em concordância com o padrão culto escrito é: :
Parecia muito pequeno o ideal de meu pai, naquele tempo, lá. A escola, onde me matriculou também na caixa escolar – para ter direito a uniforme e merenda –, devia me ensinar a ler, escrever e a fazer conta de cabeça. O resto, dizia ele, é só ter gratidão, e isso se aprende copiando exemplos. Difícil não conferir razão a meu pai em seus momentos de anjo. Ele pendia a cabeça para a esquerda, como se escutando o coração, e falava sem labirintos. Dizia frases claras, acordando sorrisos e caminhos. Parecia querer argumentar sem ele mesmo ter certeza, tornando assim as palavras cuidadosas. Um pesar estrangeiro andou atordoando meu pouco entendimento. Ir para a escola era abandonar as brincadeiras sob a sombra antiga da mangueira; era renunciar o debaixo da mesa resmungando mentiras com o silêncio; era não mais vistoriar o atrás da casa buscando novas surpresas e outros convites. Contrapondo-se a essas perdas, havia a vontade de desamarrar os nós, entrar em acordo com o desconhecido, abrir o caderno limpo e batizar as folhas com a sabedoria da professora, diminuir o tamanho do mistério, abrir portas para receber novas lições, destramelar as janelas e espiar mais longe. Tudo isso me encantava. Por definição minha, perseguindo respostas, eu desconfiava ser a escola um lugar de muito respeito. Era preciso ter as unhas limpas e aparadas, cabelo penteado, caderno caprichado dentro do embornal, uniforme lavado – calça azul-marinho e camisa de fustão branco – e passado com ferro de brasa, goma de polvilho rala na gola, para não arranhar o pescoço. A professora, quando os alunos ainda na fila e do lado de fora da sala, lia a gente como se fosse um livro. E mãe nenhuma gostaria de ser chamada de desmazelada pela mulher mais respeitada do lugar. [...] Eu carregava comigo um chocalho de cascavel amarrado em um cordão encardido, preso no pescoço. Simpatia de minha mãe para eu não urinar na cama. A gola engomada de minha camisa não escondia essa sentença peçonhenta. Eu vivia como a canção: “camisa aberta ao peito, pés descalços e braços nus”. [...] Eu corria pelos matos cheio de carrapichos e carrapatos, saltando córrego, me equilibrando em pinguelas, descobrindo frutas maduras, suspeitando ninhos e passarinhos. Trazia, ainda, uma vergonha de todo mundo, mas deixar sumir na “campina” o chocalho, simpatia de mãe, seria brincar com sua fé. Então eu andava devagarinho, pisando certo,aprumado e manso, para evitar o chiquechique do chocalho. Cascavel anda em dupla, me diziam, e o chocalho serve para chamar o outro. [...] Vi meu pai cochichar com minha mãe, e de início enredei ser carinho, como o de Dr. Júlio Leitão e Dona Pequenina. Abri bem os ouvidos, pois os olhos não dava. Ele dizia ser o Dr. Jair, seu patrão, como uma cobra: mordia e soprava. Eu balançava a cabeça, com força, de vez em quando, acordando a simpatia de minha mãe. Vontade de chamar outra cascavel só para ver uma cobra mordendo e soprando, se frio ou quente seu bafo. Dr. Jair visitou minha mãe, uma noite [...]. Não saí de perto dele nem tirei os olhos de sua boca, esperando o homem morder e soprar. Ele falou foi muito de riqueza e de como contava com o trabalho de meu pai, seu melhor empregado, capaz de carregar água em peneira. Perdi meu tempo.
BARTOLOMEU CAMPOS QUEIRÓS. Ler, escrever e fazer conta de cabeça. São Paulo: Global, 2004.
Vocabulário destramelar: destrancar embornal: sacola peçonhenta: venenosa
Observe os fragmentos.
1. “era não mais vistoriar o atrás da casa buscando novas surpresas e outros convites.”
2. “Vontade de chamar outra cascavel só para ver uma cobra”
Sobre eles leia as afirmações.
I. OUTROS e OUTRA são pronomes adjetivos indefinidos.
II. A forma verbal ERA é, conforme a regência, transitivo direto.
III. SÓ pode ser substituído por APENAS.
Está correto apenas o que se afirma em:
Está coerente, clara e correta a redação da frase:
Há um humor sombrio em todas as páginas...
O verbo que, no contexto, possui o mesmo tipo de complemento do grifado acima está empregado em:
I. O verbo tiveram (l. 09) é transitivo indireto. II. O verbo correm (l. 27) poderia ser substituído por possuem, sem causar incorreção gramatical ou alteração de sentido. III. Os verbos desligar e prestar (ambos na linha 30) estão em suas formas nominais.
Quais estão INCORRETAS?
I. As duas vírgulas separam uma oração subordinativa adjetiva restritiva. II. O verbo correm é intransitivo. III. O trecho tendem a ter é uma locução verbal.
Quais estão corretas?
Observe a imagem abaixo:
Há um desvio da norma culta da língua, esse desvio diz
respeito à: