Questões de Concurso Comentadas sobre significação contextual de palavras e expressões. sinônimos e antônimos. em português

Foram encontradas 5.412 questões

Q2166720 Português
Os dois vocábulos com o mesmo sentido básico, em que o segundo pertence a outra família etimológica, são: 
Alternativas
Q2166711 Português
Leia a seguinte frase de um economista:
“Preço” e “valor” significam a mesma coisa, mas “não tem preço” e “não tem valor” são antônimos.
O pensamento abaixo que mostra uma estruturação apoiada em antônimos, é:
Alternativas
Q2166572 Português

Leia a tira para responder a questão.




(Bill Watterson. O melhor de Calvin. https://cultura.estadao.com.br, 20.01.2023)

No trecho – … essa bola deve representar para ele sérias questões teológicas. (2º quadro) –, a palavra em destaque indica
Alternativas
Q2166542 Português
Três anos de pandemia de covid-19

         No dia 11 de março de 2020, o biólogo etíope Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), fez um discurso que entraria para a história.
         Num momento em que haviam sido registrados 118 mil casos e 4,2 mil mortes por covid-19 em 114 países, ele anunciou que estávamos, de fato, em uma pandemia.
          “Essa é a primeira pandemia causada por um coronavírus. [...] Nós estamos soando o alarme em alto e bom som”, declarou.
        Três anos, 676,5 milhões de casos e 6,8 milhões de mortes depois, o mundo se encontra num momento completamente distinto da crise sanitária.
        Com o desenvolvimento de vacinas, testes e remédios em tempo recorde, o coronavírus deixou de representar uma ameaça mortal para a maioria das pessoas — apesar de ainda ser um problema grave e preocupante para os grupos mais vulneráveis, como idosos e indivíduos com o sistema imunológico comprometido.
        E o próprio Brasil é um exemplo dessa mudança de cenário: a taxa de mortalidade, que chegou a 201 por 100 mil habitantes em 2021, caiu para 36 no ano passado e, no primeiro trimestre de 2023, encontra-se em três, segundo o painel do Conselho Nacional de Secretários da Saúde (Conass).


(Fonte: BBC – adaptado.)
A palavra “distinto”, sublinhada no texto, poderia ser substituída pela seguinte palavra sem alterar o sentido da frase:
Alternativas
Q2165682 Português

Acendendo o sinal amarelo


    Na versão gratuita, o aplicativo Replika AI oferece um amigo ou amiga, alguém com quem conversar. Mas quem paga pode fazer mais. Pode, por exemplo, transformar a relação em romance. Chegamos ao ponto da inteligência artificial (IA) em que ficção científica se tornou realidade.

    Quem usa o app a sério põe a IA no centro de suas vidas. As conversas são por chat ou por voz. A pessoa pode escolher se está em busca de amizade, mentoria ou amor. A mágica não acontece de imediato, mas a cada conversa, selfie, foto e confidência enviada ao app. E assim, aos poucos, a pessoa artificial que está dentro do celular vai ganhando vida. Ou a ilusão de vida.

    A rigor, IAs não são sequer inteligências. São modelos probabilísticos. Não sabem o que estão dizendo. O que conhecem é o que têm em suas memórias: uma quantidade abissal de textos escritos por inúmeras pessoas ao longo dos séculos. O que fazem é calcular que palavras provavelmente apareceriam num dado contexto.

    Um jovem programador relatou ao San Francisco Chronicle que havia perdido a namorada e, machucado de um jeito que só quem conheceu a morte sabe, alimentou um desses modelos de linguagem com todos os zaps, emails e cartas que tinha da moça. Quando percebeu, estava conversando todos os dias com a memória de quem amou. Era como se ela ainda estivesse lá.

    A tecnologia existe e será usada. Pessoas solitárias encontrarão cada vez mais, em IAs deste tipo, companhia. Mas há um risco. A vida acontece na relação com gente de verdade. É quando nossas neuroses são expostas, quando nos surpreendemos ou nos magoamos. Lidamos melhor conosco a partir do contato com os outros. É como aprendemos limites e nos civilizamos.

    É preciso muita cautela nesse processo. A ilusão da IA periga criar uma legião de imaturos incapazes de lidar com suas neuroses.


(Pedro Doria. https://www.estadao.com.br/. 17.02.2023. Adaptado)

Assinale a alternativa cujo termo destacado no trecho do texto está empregado em sentido figurado e vem acompanhado de um sinônimo.
Alternativas
Q2162036 Português
Texto CB2A1-II

     Um ou dois minutos de atividade física intensa algumas vezes por dia podem reduzir substancialmente o risco de morte. Um estudo liderado por Emmanuel Stamatakis, do Centro Charles Perkins da Universidade de Sydney, na Austrália, analisou dados de 25.241 participantes disponíveis no Banco Biomédico de Grande Escala do Reino Unido (UK Biobank). Os voluntários tinham média de idade de quase 62 anos, não praticavam atividade física regular e usaram acelerômetros de pulso, pequenos aparelhos que permitem medir mudanças na velocidade de deslocamento. Os pesquisadores constataram que quem realizava três vezes por dia alguma atividade física vigorosa, como caminhar rapidamente para chegar ao ponto de ônibus ou subir lances de escadas, apresentava uma redução de até 40% no risco de morrer por câncer e outras causas gerais e de 49% no de vir a óbito por doenças cardiovasculares, em comparação com as pessoas que não o faziam. Segundo os pesquisadores, por requerer um tempo mínimo e não exigir preparação específica, essa forma de realizar atividade física pode ser mais viável para a maioria dos adultos do que fazer exercício estruturado. 

Eduardo Cesar. Revista Pesquisa FAPESP, ed. 323, jan./2023 (com adaptações).
Sem alteração do sentido do texto CB2A1-II, o vocábulo “vigorosa”, em “quem realizava três vezes por dia alguma atividade física vigorosa” (quarto período), poderia ser substituído por 
Alternativas
Q2162031 Português

Texto CB2A1-I


     Em 2023, os preços dos medicamentos comercializados no Brasil só poderão ser reajustados em até 5,6%. O índice, definido pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), vale desde abril. O percentual não é um aumento automático nos preços, mas uma definição de teto permitido de reajuste, ou seja, cada empresa pode optar pela aplicação do índice total ou menor, conforme suas estratégias comerciais.

       Para chegar ao índice, a CMED observa fatores como a inflação dos últimos doze meses, mediante o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a produtividade das indústrias de medicamentos, custos não captados pela inflação, como câmbio e tarifa de energia elétrica, e a concorrência de mercado, conforme determina o cálculo utilizado desde 2015.

Internet: <www.gov.br/saude> (com adaptações).

Além de conectar termos da oração, as preposições expressam valores significativos. No primeiro período do texto CB2A1-I, a preposição “até” expressa a ideia de 
Alternativas
Ano: 2023 Banca: VUNESP Órgão: DPE-SP Prova: VUNESP - 2023 - DPE-SP - Oficial de Defensoria |
Q2161513 Português
Leia o texto para responder à questão.


Casas amáveis

           Vocês me dirão que as casas antigas têm ratos, goteiras, portas e janelas empenadas, trincos que não correm, encanamentos que não funcionam. Mas não acontece o mesmo com tantos apartamentos novinhos em folha?

           Agora, o que nenhum arranha-céu poderá ter, e as casas antigas tinham, é esse ser humano, esse modo comunicativo, essa expressão de gentileza que enchiam de mensagens amáveis as ruas de outrora.

            Havia o feitio da casa: os chalés, com aquelas rendas de madeira pelo telhado, pelas varandas, eram uma festa, uma alegria, um vestido de noiva, uma árvore de Natal.

            As casas de platibanda expunham todos os seus disparates felizes: jarros e compoteiras lá no alto, moças recostadas em brasões, pássaros de asas abertas, painéis com datas e monogramas em relevos de ouro. Tudo isso queria dizer alguma coisa: as fachadas esforçavam-se por falar. E ouvia- -se a sua linguagem com enternecimento. Mas, hoje, quem se detém a olhar para rosas esculpidas, acentos, estrelas, cupidos, esfinges, cariátides? Eram recordações mediterrâneas, orientais: mitologia, paganismo, saudade.

            Agora, os andaimes sobem, para os arranha-céus vitoriosos, frios e monótonos, tão seguros de sua utilidade que não podem suspeitar da sua ausência de gentileza.

              Qualquer dia, também desaparecerão essas últimas casas coloridas que exibem a todos os passantes suas ingênuas alegrias íntimas – flores de papel, abajures encarnados, colchas de franjas – e suas risonhas proprietárias têm sempre um Y no nome, Yara, Nancy, Jeny… Ah! não veremos mais essas palavras, em diagonal, por cima das janelas, de cortininhas arregaçadas, com um gatinho dormindo no peitoril.

               Afinal, tudo serão arranha-céus.

        E eis que as ruas ficarão profundamente tristes, sem a graça, o encanto, a surpresa das casas, que vão sendo derrubadas. Casas suntuosas ou modestas, mas expressivas, comunicantes. Casas amáveis.

(Cecília Meireles. Escolha o seu Sonho. Adaptado)

Vocabulário:

•  Platibandas: espécies de mureta construída na parte mais alta das paredes externas de uma construção, para proteger e ornamentar a fachada.

•  Compoteiras: elementos ornamentais parecidos com vasos.

•  Monogramas: siglas formadas por uma ou várias letras, conjuntas ou entrelaçadas, significando um símbolo ou a inicial, ou iniciais, de um nome.

•  Cariátides: suportes arquitetônicos, originários da Grécia antiga, que se apresentavam quase sempre com a forma de uma estátua feminina e cuja função era sustentar um entablamento.
Na passagem “… por cima das janelas, de cortininhas arregaçadas, com um gatinho dormindo no peitoril.”, o diminutivo dos substantivos indica
Alternativas
Ano: 2023 Banca: VUNESP Órgão: DPE-SP Prova: VUNESP - 2023 - DPE-SP - Oficial de Defensoria |
Q2161512 Português
Leia o texto para responder à questão.


Casas amáveis

           Vocês me dirão que as casas antigas têm ratos, goteiras, portas e janelas empenadas, trincos que não correm, encanamentos que não funcionam. Mas não acontece o mesmo com tantos apartamentos novinhos em folha?

           Agora, o que nenhum arranha-céu poderá ter, e as casas antigas tinham, é esse ser humano, esse modo comunicativo, essa expressão de gentileza que enchiam de mensagens amáveis as ruas de outrora.

            Havia o feitio da casa: os chalés, com aquelas rendas de madeira pelo telhado, pelas varandas, eram uma festa, uma alegria, um vestido de noiva, uma árvore de Natal.

            As casas de platibanda expunham todos os seus disparates felizes: jarros e compoteiras lá no alto, moças recostadas em brasões, pássaros de asas abertas, painéis com datas e monogramas em relevos de ouro. Tudo isso queria dizer alguma coisa: as fachadas esforçavam-se por falar. E ouvia- -se a sua linguagem com enternecimento. Mas, hoje, quem se detém a olhar para rosas esculpidas, acentos, estrelas, cupidos, esfinges, cariátides? Eram recordações mediterrâneas, orientais: mitologia, paganismo, saudade.

            Agora, os andaimes sobem, para os arranha-céus vitoriosos, frios e monótonos, tão seguros de sua utilidade que não podem suspeitar da sua ausência de gentileza.

              Qualquer dia, também desaparecerão essas últimas casas coloridas que exibem a todos os passantes suas ingênuas alegrias íntimas – flores de papel, abajures encarnados, colchas de franjas – e suas risonhas proprietárias têm sempre um Y no nome, Yara, Nancy, Jeny… Ah! não veremos mais essas palavras, em diagonal, por cima das janelas, de cortininhas arregaçadas, com um gatinho dormindo no peitoril.

               Afinal, tudo serão arranha-céus.

        E eis que as ruas ficarão profundamente tristes, sem a graça, o encanto, a surpresa das casas, que vão sendo derrubadas. Casas suntuosas ou modestas, mas expressivas, comunicantes. Casas amáveis.

(Cecília Meireles. Escolha o seu Sonho. Adaptado)

Vocabulário:

•  Platibandas: espécies de mureta construída na parte mais alta das paredes externas de uma construção, para proteger e ornamentar a fachada.

•  Compoteiras: elementos ornamentais parecidos com vasos.

•  Monogramas: siglas formadas por uma ou várias letras, conjuntas ou entrelaçadas, significando um símbolo ou a inicial, ou iniciais, de um nome.

•  Cariátides: suportes arquitetônicos, originários da Grécia antiga, que se apresentavam quase sempre com a forma de uma estátua feminina e cuja função era sustentar um entablamento.
Nas passagens “Qualquer dia, também desaparecerão essas últimas casas coloridas…” e “E eis que as ruas ficarão profundamente tristes…”, os termos destacados expressam, correta e respectivamente, sentidos de 
Alternativas
Ano: 2023 Banca: VUNESP Órgão: DPE-SP Prova: VUNESP - 2023 - DPE-SP - Oficial de Defensoria |
Q2161511 Português
Leia o texto para responder à questão.


Casas amáveis

           Vocês me dirão que as casas antigas têm ratos, goteiras, portas e janelas empenadas, trincos que não correm, encanamentos que não funcionam. Mas não acontece o mesmo com tantos apartamentos novinhos em folha?

           Agora, o que nenhum arranha-céu poderá ter, e as casas antigas tinham, é esse ser humano, esse modo comunicativo, essa expressão de gentileza que enchiam de mensagens amáveis as ruas de outrora.

            Havia o feitio da casa: os chalés, com aquelas rendas de madeira pelo telhado, pelas varandas, eram uma festa, uma alegria, um vestido de noiva, uma árvore de Natal.

            As casas de platibanda expunham todos os seus disparates felizes: jarros e compoteiras lá no alto, moças recostadas em brasões, pássaros de asas abertas, painéis com datas e monogramas em relevos de ouro. Tudo isso queria dizer alguma coisa: as fachadas esforçavam-se por falar. E ouvia- -se a sua linguagem com enternecimento. Mas, hoje, quem se detém a olhar para rosas esculpidas, acentos, estrelas, cupidos, esfinges, cariátides? Eram recordações mediterrâneas, orientais: mitologia, paganismo, saudade.

            Agora, os andaimes sobem, para os arranha-céus vitoriosos, frios e monótonos, tão seguros de sua utilidade que não podem suspeitar da sua ausência de gentileza.

              Qualquer dia, também desaparecerão essas últimas casas coloridas que exibem a todos os passantes suas ingênuas alegrias íntimas – flores de papel, abajures encarnados, colchas de franjas – e suas risonhas proprietárias têm sempre um Y no nome, Yara, Nancy, Jeny… Ah! não veremos mais essas palavras, em diagonal, por cima das janelas, de cortininhas arregaçadas, com um gatinho dormindo no peitoril.

               Afinal, tudo serão arranha-céus.

        E eis que as ruas ficarão profundamente tristes, sem a graça, o encanto, a surpresa das casas, que vão sendo derrubadas. Casas suntuosas ou modestas, mas expressivas, comunicantes. Casas amáveis.

(Cecília Meireles. Escolha o seu Sonho. Adaptado)

Vocabulário:

•  Platibandas: espécies de mureta construída na parte mais alta das paredes externas de uma construção, para proteger e ornamentar a fachada.

•  Compoteiras: elementos ornamentais parecidos com vasos.

•  Monogramas: siglas formadas por uma ou várias letras, conjuntas ou entrelaçadas, significando um símbolo ou a inicial, ou iniciais, de um nome.

•  Cariátides: suportes arquitetônicos, originários da Grécia antiga, que se apresentavam quase sempre com a forma de uma estátua feminina e cuja função era sustentar um entablamento.
Na passagem “Ah! não veremos mais essas palavras, em diagonal, por cima das janelas…”, observa-se que o narrador exprime
Alternativas
Ano: 2023 Banca: VUNESP Órgão: DPE-SP Prova: VUNESP - 2023 - DPE-SP - Oficial de Defensoria |
Q2161509 Português
Leia o texto para responder à questão.


Casas amáveis

           Vocês me dirão que as casas antigas têm ratos, goteiras, portas e janelas empenadas, trincos que não correm, encanamentos que não funcionam. Mas não acontece o mesmo com tantos apartamentos novinhos em folha?

           Agora, o que nenhum arranha-céu poderá ter, e as casas antigas tinham, é esse ser humano, esse modo comunicativo, essa expressão de gentileza que enchiam de mensagens amáveis as ruas de outrora.

            Havia o feitio da casa: os chalés, com aquelas rendas de madeira pelo telhado, pelas varandas, eram uma festa, uma alegria, um vestido de noiva, uma árvore de Natal.

            As casas de platibanda expunham todos os seus disparates felizes: jarros e compoteiras lá no alto, moças recostadas em brasões, pássaros de asas abertas, painéis com datas e monogramas em relevos de ouro. Tudo isso queria dizer alguma coisa: as fachadas esforçavam-se por falar. E ouvia- -se a sua linguagem com enternecimento. Mas, hoje, quem se detém a olhar para rosas esculpidas, acentos, estrelas, cupidos, esfinges, cariátides? Eram recordações mediterrâneas, orientais: mitologia, paganismo, saudade.

            Agora, os andaimes sobem, para os arranha-céus vitoriosos, frios e monótonos, tão seguros de sua utilidade que não podem suspeitar da sua ausência de gentileza.

              Qualquer dia, também desaparecerão essas últimas casas coloridas que exibem a todos os passantes suas ingênuas alegrias íntimas – flores de papel, abajures encarnados, colchas de franjas – e suas risonhas proprietárias têm sempre um Y no nome, Yara, Nancy, Jeny… Ah! não veremos mais essas palavras, em diagonal, por cima das janelas, de cortininhas arregaçadas, com um gatinho dormindo no peitoril.

               Afinal, tudo serão arranha-céus.

        E eis que as ruas ficarão profundamente tristes, sem a graça, o encanto, a surpresa das casas, que vão sendo derrubadas. Casas suntuosas ou modestas, mas expressivas, comunicantes. Casas amáveis.

(Cecília Meireles. Escolha o seu Sonho. Adaptado)

Vocabulário:

•  Platibandas: espécies de mureta construída na parte mais alta das paredes externas de uma construção, para proteger e ornamentar a fachada.

•  Compoteiras: elementos ornamentais parecidos com vasos.

•  Monogramas: siglas formadas por uma ou várias letras, conjuntas ou entrelaçadas, significando um símbolo ou a inicial, ou iniciais, de um nome.

•  Cariátides: suportes arquitetônicos, originários da Grécia antiga, que se apresentavam quase sempre com a forma de uma estátua feminina e cuja função era sustentar um entablamento.
Considere as passagens do texto:
•  … enchiam de mensagens amáveis as ruas de outrora. (2º parágrafo)
•  As casas de platibanda expunham todos os seus disparates felizes… (4º parágrafo)
•  E ouvia-se a sua linguagem com enternecimento. (4º parágrafo)

Os termos destacados significam, correta e respectivamente:
Alternativas
Q2160546 Português
Os idiotas da objetividade

    Sou da imprensa anterior ao copy desk. Tinha treze anos quando me iniciei no jornal, como repórter de polícia. Na redação não havia nada da aridez atual e pelo contrário: — era uma cova de delícias. O sujeito ganhava mal ou simplesmente não ganhava. Para comer, dependia de um vale utópico de cinco ou dez mil-réis. Mas tinha a compensação da glória. Quem redigia um atropelamento julgava-se um estilista. E a própria vaidade o remunerava. Cada qual era um pavão enfático. Escrevia na véspera e no dia seguinte via-se impresso, sem o retoque de uma vírgula. Havia uma volúpia autoral inenarrável. E nenhum estilo era profanado por uma emenda, jamais.
    Durante várias gerações foi assim e sempre assim. De repente, explodiu o copy desk. Houve um impacto medonho. Qualquer um na redação, seja repórter de setor ou editorialista, tem uma sagrada vaidade estilística. E o copy desk não respeitava ninguém. Se lá aparecesse um Proust, seria reescrito do mesmo jeito. Sim, o copy desk instalou-se como a figura demoníaca da redação.
    Falei no demônio e pode parecer que foi o Príncipe das Trevas que criou a nova moda. Não, o abominável Pai da Mentira não é o autor do copy desk. Quem o lançou e promoveu foi Pompeu de Sousa. Era ainda o Diário Carioca, do Senador, do Danton. Não quero ser injusto, mesmo porque o Pompeu é meu amigo. Ele teve um pretexto, digamos assim, histórico, para tentar a inovação.
     Havia na imprensa uma massa de analfabetos. Saíam as coisas mais incríveis. Lembro-me de que alguém, num crime passional, terminou assim a matéria: — “E nem um goivinho ornava a cova dela”. Dirão vocês que esse fecho de ouro é puramente folclórico. Não sei e talvez. Mas saía coisa parecida. E o Pompeu trouxe para cá o que se fazia nos Estados Unidos — o copy desk.
    Começava a nova imprensa. Primeiro, foi só o Diário Carioca; pouco depois, os outros, por imitação, o acompanharam.
    Rapidamente, os nossos jornais foram atacados de uma doença grave: — a objetividade. Daí para o “idiota da objetividade” seria um passo. Certa vez, encontrei-me com o Moacir Werneck de Castro. Gosto muito dele e o saudei com a mais larga e cálida efusão. E o Moacir, com seu perfil de lord Byron, disse para mim, risonhamente: — “Eu sou um idiota da objetividade”.
    Também Roberto Campos, mais tarde, em discurso, diria: — “Eu sou um idiota da objetividade”. Na verdade, tanto Roberto como Moacir são dois líricos. Eis o que eu queria dizer: — o idiota da objetividade inunda as mesas de redação e seu autor foi, mais uma vez, Pompeu de Sousa. Aliás, devo dizer que o copy desk e o idiota da objetividade são gêmeos e um explica o outro.
    E toda a imprensa passou a usar a palavra “objetividade” como um simples brinquedo auditivo. A crônica esportiva via times e jogadores “objetivos”. Equipes e jogadores eram condenados por falta de objetividade. Um exemplo da nova linguagem foi o atentado de Toneleros. Toda a nação tremeu. Era óbvio que o crime trazia, em seu ventre, uma tragédia nacional. Podia ser até a guerra civil. Em menos de 24 horas o Brasil se preparou para matar ou para morrer. E como noticiou o Diário Carioca o acontecimento? Era uma catástrofe. O jornal deu-lhe esse tom de catástrofe? Não e nunca. O Diário Carioca nada concedeu à emoção nem ao espanto. Podia ter posto na manchete, e ao menos na manchete, um ponto de exclamação. Foi de uma casta, exemplar objetividade. Tom estrita e secamente informativo. Tratou o drama histórico como se fosse o atropelamento do Zezinho, ali da esquina.
    Era, repito, a implacável objetividade. E, depois, Getúlio deu um tiro no peito. Ali estava o Brasil, novamente, cara a cara com a guerra civil. E que fez o Diário Carioca? A aragem da tragédia soprou nas suas páginas? Jamais. No princípio do século, mataram o rei e o príncipe herdeiro de Portugal (segundo me diz o luso Álvaro Nascimento, o rei tinha o olho perdidamente azul). Aqui, o nosso Correio da Manhã abria cinco manchetes. Os tipos enormes eram um soco visual. E rezava a quinta manchete: “HORRÍVEL EMOÇÃO!”. Vejam vocês: — “HORRÍVEL EMOÇÃO!”.
    O Diário Carioca não pingou uma lágrima sobre o corpo de Getúlio. Era a monstruosa e alienada objetividade. As duas coisas pareciam não ter nenhuma conexão: — o fato e a sua cobertura.
    Estava um povo inteiro a se desgrenhar, a chorar lágrimas de pedra. E a reportagem, sem entranhas, ignorava a pavorosa emoção popular. Outro exemplo seria ainda o assassinato de Kennedy.
     Na velha imprensa as manchetes choravam com o leitor. A partir do copy desk, sumiu a emoção dos títulos e subtítulos. E que pobre cadáver foi Kennedy na primeira página, por exemplo, do Jornal do Brasil. A manchete humilhava a catástrofe. O mesmo e impessoal tom informativo. Estava lá o cadáver ainda quente. Uma bala arrancara o seu queixo forte, plástico, vital. Nenhum espanto da manchete. Havia um abismo entre o Jornal do Brasil e a tragédia, entre o Jornal do Brasil e a cara mutilada. Pode-se falar na desumanização da manchete.
     O Jornal do Brasil, sob o reinado do copy desk, lembra- -me aquela página célebre de ficção. Era uma lavadeira que se viu, de repente, no meio de uma baderna horrorosa. Tiro e bordoada em quantidade. A lavadeira veio espiar a briga. Lá adiante, numa colina, viu um baixinho olhando por um binóculo. Ali estava Napoleão e ali estava Waterloo. Mas a santa mulher ignorou um e outro; e veio para dentro ensaboar a sua roupa suja. Eis o que eu queria dizer: — a primeira página do Jornal do Brasil tem a mesma alienação da lavadeira diante dos napoleões e das batalhas.
    E o pior é que, pouco a pouco, o copy desk vem fazendo do leitor um outro idiota da objetividade. A aridez de um se transmite ao outro. Eu me pergunto se, um dia, não seremos nós 80 milhões de copy desks? Oitenta milhões de impotentes do sentimento. Ontem, falava eu do pânico de um médico famoso. Segundo o clínico, a juventude está desinteressada do amor ou por outra: — esquece antes de amar, sente tédio antes do desejo. Juventude copy desk, talvez. 
    Dirá alguém que o jovem é capaz de um sentimento forte. Tem vida ideológica, ódio político. Não sei se contei que vi, um dia, um rapaz dizer que dava um tiro no Roberto Campos. Mas o ódio político não é um sentimento, uma paixão, nem mesmo ódio. É uma pura, vil, obtusa palavra de ordem.

(RODRIGUES, Nelson. Os idiotas da objetividade. In: __________. A cabra vadia: novas confissões. 3. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2017. p. 30-33.)
Quem redigia um atropelamento julgava-se um estilista. E a própria vaidade o remunerava. Cada qual era um pavão enfático. Escrevia na véspera e no dia seguinte via-se impresso, sem o retoque de uma vírgula. Havia uma volúpia autoral inenarrável. E nenhum estilo era profanado por uma emenda, jamais.” (1º§). Em relação às palavras destacadas, analise as afirmativas a seguir.
I.Enfático” designa aquilo que dá seriedade, importância a algo e está empregada, no contexto, em sentido conotativo.
II.Volúpia” designa luxúria ou grande prazer dos sentidos e sensações e está empregada, no contexto, em sentido denotativo.
III. Profanado” designa aquilo que é sagrado e foi tratado com desprezo, ofendido, maculado e está empregada, no contexto, em sentido conotativo.
Está correto o que se afirma em
Alternativas
Q2159925 Português
Assinalar a alternativa que substitui as palavras sublinhadas na sentença abaixo sem que elas percam seu sentido:
“As peripécias que aquelas crianças faziam eram impensáveis.”
Alternativas
Q2159921 Português
Água

    Em janeiro de 1997, entrou em vigor a Lei nº 9.433/1997, também conhecida como Lei das Águas. O instrumento legal instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH) e criou o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH). Segundo a Lei das Águas, a Política Nacional de Recursos Hídricos tem seis fundamentos. A água é considerada um bem de domínio público e um recurso natural limitado, dotado de valor ____________.
    A Lei prevê que a gestão dos recursos hídricos deve proporcionar os usos múltiplos das águas, de forma descentralizada e participativa, contando com a participação do Poder Público, dos usuários e das comunidades. Também determina que, em situações de escassez, o uso prioritário da água é para o consumo humano e para a dessedentação de animais. Outro fundamento é o de que a bacia hidrográfica é a unidade de atuação do SINGREH e de implementação da PNRH.
    O segundo artigo da Lei explicita os objetivos da PNRH: assegurar a disponibilidade de água de qualidade às gerações presentes e futuras, promover uma utilização racional e integrada dos recursos hídricos e a prevenção e defesa contra eventos hidrológicos (chuvas, secas e enchentes), sejam eles naturais ou decorrentes do mau uso dos recursos naturais.
    O território brasileiro contém cerca de 12% de toda a água doce do planeta. Ao todo, são 200 mil ___________ espalhadas em 12 regiões hidrográficas, como as bacias do São Francisco, do Paraná e a Amazônica (a mais extensa do mundo, sendo 60% dela localizada no Brasil). É um enorme potencial hídrico, capaz de prover um volume de água por pessoa 19 vezes superior ao mínimo estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU), que é de 1.700 m³/s por habitante por ano.
    Apesar da abundância, os recursos hídricos brasileiros não são inesgotáveis. O acesso à água não é igual para todos. As características geográficas de cada região e as mudanças de __________ dos rios, que ocorrem devido às variações climáticas ao longo do ano, afetam a distribuição.

(Fonte: Antigo Ministério do Meio Ambiente - adaptado.)
Em “o uso prioritário da água é para o consumo humano e para a dessedentação de animais.”, a palavra sublinhada pode ser substituída, sem prejuízo de sentido, por:
Alternativas
Q2156928 Português
Mensagens pelo WhatsApp não bastam para conter solidão de idosos, diz especialista em ciência da felicidade

Denize Savi, especialista em ciência da felicidade e coordenadora da organização Doe Sentimentos Positivos, disse que os idosos sofreram ainda mais na pandemia porque eles não adquiriram o hábito de lidar com as novas tecnologias de comunicação como os mais jovens.

"Eles acabaram ficando isolados. Isso agravou a tristeza, aumentou muito o número de depressão e ansiedade. É preciso que a gente olhe para esse cenário com empatia, com cuidado, porque eles carecem de atenção, principalmente agora nesse pós-pandemia", afirmou a especialista.

Ela diz que estudos recentes apontam que esse isolamento da população em geral pode refletir numa futura epidemia de saúde mental após o período pandêmico. E para evitar que doenças psicológicas atinjam a sociedade de maneira massificada, ela afirma ser necessário criar uma rede de apoio em torno das pessoas, principalmente as vulneráveis, como os idosos. "A família precisa se reaproximar dessas pessoas, pois o contato físico é extremamente importante, fundamental", complementa.

Outra orientação da psicóloga é evitar notícias ruins para os mais velhos.

"Às vezes, por exemplo, você soube que uma pessoa do seu convívio, mais de idade, faleceu. É necessário minimizar essas questões. Realmente, levar notícias boas e trazer para a conversa algo que seja frutífero, que vai deixar essa pessoa feliz, ajuda muito mais".

Mas ela dá um puxão de orelha nos idosos que não procuram a família.

"Da mesma forma que os filhos e os netos precisam procurar os idosos para que haja esse convívio, os idosos também precisam retribuir. Eles têm que mandar um recadinho: Vamos fazer um almoço neste fim de semana?'", afirma a especialista.

Quando nenhuma dessas técnicas resolver, os idosos, segundo ela, devem procurar alguma ocupação por conta própria. Algo, de preferência, que tenha um impacto social por meio da solidariedade. "Às vezes, a idosa tem um talento para tricô. Ela pode fazer blusinhas e casaquinhos para crianças de creches. O maior segredo de tudo é ter disciplina. Ter disciplina é o mais difícil. Isso vale para todas as idades, mas em especial para os idosos", diz Denize.

https://www.bbc.com/portuguese/brasil-62958723. Adaptado.

Algo, de preferência, que tenha um 'impacto' social por meio da solidariedade.
O sinônimo que melhor define a palavra destacada para o contexto da frase é:
Alternativas
Q2156222 Português
Mulher prega uma peça em golpista que queria roubar seus dados

        Se você tem um celular, provavelmente já foi vítima de uma falsa promoção: aquela mensagem suspeita que chega de um número desconhecido avisando que você ganhou uma viagem (ou um computador, ou até uma casa) e pedindo alguns dos seus dados básicos, como número do CPF e dados do cartão de crédito. Pois a jovem filipina Shaina Gimao encontrou uma maneira criativa para resolver a situação.

        Ao receber a mensagem de que havia ganho um computador, Shaina respondeu: “Parabéns! Você se inscreveu com sucesso para Oração do Dia! 50 pesos serão cobrados da sua conta”, escreveu ela, antes de acrescentar um salmo aleatório à conversa com o bandido. ______________, o ladrão de dados enviou o comando “cancelar”, mas Shaina insistiu na “peça”: “Desculpe, você enviou um código inválido. Por favor, tente de novo”, dizia a mensagem.

(Fonte: Veja- adaptado).
Em “O jogo era muito barulhento para aquele horário.”, o termo sublinhado poderia ser substituído, sem prejuízo de sentido, por:
Alternativas
Q2156212 Português
Mulher prega uma peça em golpista que queria roubar seus dados

        Se você tem um celular, provavelmente já foi vítima de uma falsa promoção: aquela mensagem suspeita que chega de um número desconhecido avisando que você ganhou uma viagem (ou um computador, ou até uma casa) e pedindo alguns dos seus dados básicos, como número do CPF e dados do cartão de crédito. Pois a jovem filipina Shaina Gimao encontrou uma maneira criativa para resolver a situação.

        Ao receber a mensagem de que havia ganho um computador, Shaina respondeu: “Parabéns! Você se inscreveu com sucesso para Oração do Dia! 50 pesos serão cobrados da sua conta”, escreveu ela, antes de acrescentar um salmo aleatório à conversa com o bandido. ______________, o ladrão de dados enviou o comando “cancelar”, mas Shaina insistiu na “peça”: “Desculpe, você enviou um código inválido. Por favor, tente de novo”, dizia a mensagem.

(Fonte: Veja- adaptado).
A palavra “sucesso”, sublinhada no texto, poderia ser substituída pela seguinte palavra sem alterar o sentido do texto:
Alternativas
Q2156184 Português
O ser humano e o meio ambiente

            A presença humana na Terra pode ser percebida pela ________________ de cidades, campos cultivados, criação de animais, rodovias, ferrovias, sistemas de saneamento, postos de saúde, hospitais, escolas, redes de transmissão de energia, telefone, estradas, portos, enfim, todo o ambiente artificialmente construído para possibilitar a realização das suas relações sociais e culturais, ou seja, do seu modo de viver.
        O ser humano transforma o meio ambiente para obter as condições que mantenham o seu modo de viver. Essa transformação deveria ser cuidadosa e equilibrada para manter a capacidade do meio ambiente de atender às demandas por recursos naturais e de assimilar materiais não aproveitados (materiais desperdiçados) ou já processados e utilizados (resíduos/lixo).
        O ser humano precisa rever a sua forma de viver, seus ____________, buscando a construção de sociedades sustentáveis. Pesquisar e refletir sobre os processos produtivos adotados pelas empresas, recusando o consumo de produtos produzidos sem preocupação e comprometimento socioambiental, são passos importantes para a transformação social. Evitar o gasto desnecessário de água e de energia ajuda a prevenir a escassez. Não desperdiçar alimentos e reaproveitar produtos auxilia na redução do uso de recursos naturais, como também da quantidade de lixo gerado.
        Ao mesmo tempo, o ____________, o tratamento e a destinação final adequados ao lixo contribuem para manter a qualidade apropriada do solo, ar e água, ajudando a evitar ou controlar a poluição e a contaminação do meio.
(Fonte: Gov.br - adaptado.)
Assinalar a alternativa onde o par de palavras é antônimo entre si: 
Alternativas
Q2155224 Português
Para responder à questão, considere o texto abaixo.

            A missão era simples. Ir ao supermercado do Amaro Branco, um bairro popular aqui de Olinda, onde o açougueiro e o responsável pelas verduras ficam discutindo a plenos pulmões sobre a rodada do campeonato estadual ou lamentando as apostas que fizeram pela internet, do campeonato europeu. Eu iria comprar frutas e uma lista pequena de coisas, além da minha indefectível água mineral com gás. Compras estando feitas, botei a mão no bolso, o cartão ficou em casa. Aceitam “pix”? Ainda estamos resolvendo isso, respondeu o gerente, com uma cara de cansado já de manhã. Desci o restante da ladeira sem nada, fui alugar uma bicicleta para ir a um supermercado mais distante, mas só havia uma bicicleta, que não funcionava.

            Já eram 10h20 da manhã e tudo tinha dado errado. O dia começou a mudar quando passei defronte à Maternidade do Tricentenário, a única pública da cidade. É impossível você passar pela frente e não ter imagens de mulheres grávidas, famílias preocupadas com o que está por acontecer. Mas o que me chamou a atenção foi um homem, que estava sentado num banquinho de praça, que fica numa das poucas áreas com árvores no entorno, ao lado de uma farmácia. Era o famoso “galego”, como chamamos aqui em Pernambuco. Branco, meio obeso, uns 35 anos, o rosto estava vermelho e suava como se fosse ter um infarto. Estava sozinho.

         Imediatamente reduzi o passo, andei uns três metros e parei, para ver o que estava acontecendo. Sou de uma curiosidade canina. Poucos segundos depois, sai de dentro do hospital uma mulher, que julgo ser sua irmã. Vem apressada, chorando, e começa a falar bem alto, olhando para o meu amigo: “Mago, acabou de nascer. Ela é a tua cara, Mago, é a tua cara!” Nesse instante, o homem cai num choro convulso. Abraça sua irmã, e chora profundamente. Fui tomado por uma emoção profunda, também comecei a chorar, como se o galego fosse um parente. Fazia tempo que não via um homem chorar. Aliás, o choro parece que ficou uma coisa meio clandestina. É difícil ver gente triste na internet.

(LIMA, Samarone. Nascimentos. Disponível em: www.revistacontinente.com.br. Adaptado)
Eu iria comprar frutas e uma lista pequena de coisas, além da minha indefectível água mineral com gás.
O termo grifado no trecho acima pode ser substituído, sem prejuízo de sentido, por:
Alternativas
Q2155134 Português
Para responder à questão, leia o texto abaixo.

        O escritor Joseph Conrad morreu em 3 de agosto de 1924, em sua casa de campo de Bishopsbourne, próximo a Canterbury. Tinha 66 anos, vinte dos quais passou navegando e outros trinta escrevendo.

         Conrad viveu num período de transição do capitalismo e do colonialismo britânico: a passagem da navegação a vela para a era do vapor. O seu mundo heroico é a civilização dos veleiros dos pequenos armadores, um mundo de clareza racional, de disciplina no trabalho, de coragem e dever contrapostos ao mesquinho espírito de lucro. A nova linguagem do mar, dos navios a vapor das grandes companhias, lhe parece sórdida e vil. Assim, quem ainda sonha com as antigas virtudes torna-se quixotesco ou se rende, arrastado para o outro polo da humanidade: os dejetos humanos, os agentes comerciais sem escrúpulos, os burocratas coloniais”, que Conrad contrapõe aos velhos comerciantes-aventureiros, românticos, como o seu personagem Tom Lingard. Naquele ambiente que frequentemente perpassa as páginas conradianas, a confiança nas forças do homem jamais desaparece.
       
        Mesmo distante de qualquer rigor filosófico, Conrad intuiu o momento crucial do pensamento burguês em que o otimismo racional perdia as últimas ilusões e uma erupção de irracionalismos e misticismos ganhava terreno. Conrad via o universo como algo obscuro e inimigo, mas a ele contrapunha as forças do homem, sua ordem moral e coragem. Perante uma avalanche caótica que lhe vinha em cima, uma concepção do mundo repleta de mistérios e desesperos, o humanismo ateu de Conrad resiste e finca os pés. Foi um reacionário irredutível, mas hoje a sua lição só pode ser captada plenamente por quem reconhece a própria nobreza no trabalho, por quem sabe que aquele princípio de fidelidade que Conrad prezava sobremaneira não pode estar dirigido só para o passado.


(Adaptado de: CALVINO, Ítalo. Por que ler os clássicos. São Paulo: Companhia das Letras, edição eletrônica)
No 2º parágrafo, o adjetivo “quixotesco”, considerado no contexto em que se insere, traduz-se por
Alternativas
Respostas
601: B
602: B
603: E
604: A
605: D
606: D
607: C
608: E
609: D
610: B
611: A
612: C
613: B
614: A
615: C
616: C
617: B
618: D
619: E
620: C