Questões de Concurso Comentadas sobre sintaxe em português

Foram encontradas 12.165 questões

Q995753 Português

Darwin nos trópicos

            Ao desembarcar no litoral brasileiro em 1832, na baía de Todos os Santos, o grande cientista Darwin deslumbrou-se com a natureza nos trópicos e registrou em seu diário: “Creio, depois do que vi, que as descrições gloriosas de Humboldt* são e sempre serão inigualáveis: mas mesmo ele ficou aquém da realidade”. Mas a paisagem humana, ao contrário, causou-lhe asco e perplexidade: “Hospedei-me numa casa onde um jovem escravo era diariamente xingado, surrado e perseguido de um modo que seria suficiente para quebrar o espírito do mais reles animal.”

            O mais surpreendente, contudo, é que a revolta não o impediu de olhar ao redor de si com olhos capazes de ver e constatar que, não obstante a opressão a que estavam submetidos, a vitalidade e a alegria de viver dos africanos no Brasil traziam em si a chama de uma irrefreável afirmação da vida. Darwin chegou mesmo a desejar que o Brasil seguisse o exemplo da rebelião escrava do Haiti. Frustrou-se esse desejo de uma rebelião ao estilo haitiano, mas confirmou-se sua impressão: a África salva o Brasil. 

            *Alexander von Humboldt (1769-1859): geógrafo, naturalista e explorador prussiano.

(Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 167/168)

Há ocorrência de forma verbal na voz passiva e observação das normas de concordância verbal na frase:
Alternativas
Q995356 Português
Leia o texto para responder à questão.

                                                    O Marajá

      A família toda ria de dona Morgadinha e dizia que ela estava sempre esperando a visita de alguém ilustre. Dona Morgadinha não podia ver uma coisa fora do lugar, uma ponta de poeira em seus móveis ou uma mancha em seus vidros e cristais. Gemia baixinho quando alguém esquecia um sapato no corredor, uma toalha no quarto ou – ai, ai, ai – uma almofada fora do sofá da sala. Baixinha, resoluta, percorria a casa com uma flanela na mão, o olho vivo contra qualquer incursão do pó, da cinza, do inimigo nos seus domínios.
       Dona Morgadinha era uma alma simples. Não lia jornal, não lia nada. Achava que jornal sujava os dedos e livro juntava mofo e bichos. O marido de dona Morgadinha, que ela amava com devoção apesar do seu hábito de limpar a orelha com uma tampa de caneta Bic, estabelecera um limite para sua compulsão por limpeza. Ela não podia entrar em sua biblioteca. Sua jurisdição acabava na porta. Ali dentro só ele podia limpar, e nunca limpava. E, nas raras vezes em que dona Morgadinha chegava à porta do escritório proibido para falar com o marido, esse fazia questão de desafiá-la. Botava os pés em cima dos móveis. Atirava os sapatos longe. Uma vez chegara a tirar uma meia e jogar em cima da lâmpada só para ver a cara da mulher. Sacudia a ponta do charuto sobre um cinzeiro cheio e errava deliberadamente o alvo. Dona Morgadinha então fechava os olhos e, incapaz de se controlar, lustrava com a sua flanela o trinco da porta.

(Luis Fernando Veríssimo. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2008. Adaptado)

A concordância das palavras está em conformidade com a norma-padrão da língua portuguesa em:
Alternativas
Q995353 Português
Leia o texto para responder à questão.

O futuro do trabalho

   Foi lançado nesse mês, em meio às celebrações do centenário da Organização Internacional do Trabalho (OIT), o relatório da comissão global sobre o futuro do trabalho, que tive a honra de integrar. O que o texto revela é uma visão centrada em políticas públicas para enfrentar desafios que o século trouxe para a humanidade.
   Frente à chamada revolução industrial 4.0, ao envelhecimento da população e à mudança climática, a resposta aparece na forma de programas para evitar o crescimento da desigualdade e melhorar a preparação das gerações futuras e o conceito de uma sociedade ativa ao longo da vida.
   É importante lembrar que, segundo pesquisadores, haverá em poucos anos a extinção de profissões e de tarefas dentro de várias ocupações, diante da automação e da robotização aceleradas. Outras serão criadas, demandando, porém, competências distintas das que estavam em alta até pouco tempo. O cenário exige grande investimento nas pessoas. Por isso, o relatório clama por uma agenda econômica centrada em seres humanos, especialmente uma ampliação em suas capacidades.
   Isso envolve trabalhar com o conceito de aprendizagem ao longo da vida, ou seja, desde a primeira infância, a fim de desenvolver competências basilares, necessárias para promover autonomia para que todos possam aprender a aprender.
   Afinal, numa vida em que tarefas vão sendo extintas e assumidas por máquinas, teremos que nos reinventar continuamente, passando a desempenhar atividades que demandam capacidade de resolução criativa e colaborativa de problemas complexos, reflexão crítica e maior profundidade de análise.
    Teremos também que contar com um ecossistema educacional que inclua modalidades ágeis de cursos para capacitação, recapacitação e requalificação. A certificação de conhecimentos previamente adquiridos ganha força e sentido de urgência, além de um investimento maior em escolas técnicas e profissionais que fomentem a aquisição das competências necessárias não só para exercer uma profissão específica, mas também para obter outra rapidamente, se necessário.
                                                                               
(Claudia Costin. Folha de S.Paulo, 25.01.2019. Adaptado)



Substituindo-se os termos destacados na frase “Por isso, o relatório clama por uma agenda econômica centrada em seres humanos...” a redação permanecerá em conformidade com a norma-padrão de regência em:
Alternativas
Q995351 Português
Leia o texto para responder à questão.

O futuro do trabalho

   Foi lançado nesse mês, em meio às celebrações do centenário da Organização Internacional do Trabalho (OIT), o relatório da comissão global sobre o futuro do trabalho, que tive a honra de integrar. O que o texto revela é uma visão centrada em políticas públicas para enfrentar desafios que o século trouxe para a humanidade.
   Frente à chamada revolução industrial 4.0, ao envelhecimento da população e à mudança climática, a resposta aparece na forma de programas para evitar o crescimento da desigualdade e melhorar a preparação das gerações futuras e o conceito de uma sociedade ativa ao longo da vida.
   É importante lembrar que, segundo pesquisadores, haverá em poucos anos a extinção de profissões e de tarefas dentro de várias ocupações, diante da automação e da robotização aceleradas. Outras serão criadas, demandando, porém, competências distintas das que estavam em alta até pouco tempo. O cenário exige grande investimento nas pessoas. Por isso, o relatório clama por uma agenda econômica centrada em seres humanos, especialmente uma ampliação em suas capacidades.
   Isso envolve trabalhar com o conceito de aprendizagem ao longo da vida, ou seja, desde a primeira infância, a fim de desenvolver competências basilares, necessárias para promover autonomia para que todos possam aprender a aprender.
   Afinal, numa vida em que tarefas vão sendo extintas e assumidas por máquinas, teremos que nos reinventar continuamente, passando a desempenhar atividades que demandam capacidade de resolução criativa e colaborativa de problemas complexos, reflexão crítica e maior profundidade de análise.
    Teremos também que contar com um ecossistema educacional que inclua modalidades ágeis de cursos para capacitação, recapacitação e requalificação. A certificação de conhecimentos previamente adquiridos ganha força e sentido de urgência, além de um investimento maior em escolas técnicas e profissionais que fomentem a aquisição das competências necessárias não só para exercer uma profissão específica, mas também para obter outra rapidamente, se necessário.
                                                                               
(Claudia Costin. Folha de S.Paulo, 25.01.2019. Adaptado)



O sentido expresso pelo termo destacado em “... a resposta aparece na forma de programas para evitar o crescimento da desigualdade...” também pode ser corretamente identificado na expressão destacada em:
Alternativas
Q995068 Português

            O povo é mais forte do que a miséria. Impávido, resiste às provações, vence as dificuldades. De tão difícil e cruel, a vida parece impossível e no entanto o povo vive, luta, ri, não se entrega. Faz suas festas, dança suas danças, canta suas canções, solta sua livre gargalhada, jamais vencido. Mesmo o trabalho mais árduo, como a pesca de xaréu, vira festa. Em tendo ocasião, o povo canta e dança. Em terra ou no mar, nos saveiros e jangadas, nas canoas. Por isso mesmo a Bahia é rica de festas populares. Festas de rua, de igreja, de candomblé. Guardam todas elas nossa marca original de miscigenação, de nossa civilização mestiça.

(Adaptado de: AMADO, Jorge. Bahia de Todos-os-Santos: guia de ruas e mistérios de Salvador. São Paulo: Companhia das Letras, 2012, edição digital)

Está correta a redação do livre comentário que se encontra em:
Alternativas
Q995067 Português

            O povo é mais forte do que a miséria. Impávido, resiste às provações, vence as dificuldades. De tão difícil e cruel, a vida parece impossível e no entanto o povo vive, luta, ri, não se entrega. Faz suas festas, dança suas danças, canta suas canções, solta sua livre gargalhada, jamais vencido. Mesmo o trabalho mais árduo, como a pesca de xaréu, vira festa. Em tendo ocasião, o povo canta e dança. Em terra ou no mar, nos saveiros e jangadas, nas canoas. Por isso mesmo a Bahia é rica de festas populares. Festas de rua, de igreja, de candomblé. Guardam todas elas nossa marca original de miscigenação, de nossa civilização mestiça.

(Adaptado de: AMADO, Jorge. Bahia de Todos-os-Santos: guia de ruas e mistérios de Salvador. São Paulo: Companhia das Letras, 2012, edição digital)

Atentando-se para aspectos de construção sintática do texto, observa-se:
Alternativas
Q995066 Português

            O povo é mais forte do que a miséria. Impávido, resiste às provações, vence as dificuldades. De tão difícil e cruel, a vida parece impossível e no entanto o povo vive, luta, ri, não se entrega. Faz suas festas, dança suas danças, canta suas canções, solta sua livre gargalhada, jamais vencido. Mesmo o trabalho mais árduo, como a pesca de xaréu, vira festa. Em tendo ocasião, o povo canta e dança. Em terra ou no mar, nos saveiros e jangadas, nas canoas. Por isso mesmo a Bahia é rica de festas populares. Festas de rua, de igreja, de candomblé. Guardam todas elas nossa marca original de miscigenação, de nossa civilização mestiça.

(Adaptado de: AMADO, Jorge. Bahia de Todos-os-Santos: guia de ruas e mistérios de Salvador. São Paulo: Companhia das Letras, 2012, edição digital)

Atente para o que se afirma abaixo a respeito do fragmento De tão difícil e cruel, a vida parece impossível e no entanto o povo vive, luta, ri, não se entrega.

I. Na sequência de orações coordenadas, a última assinala noção de finalidade.

II. No contexto, a primeira oração introduz noção de causa.

III. O sentido e as relações sintáticas se preservam com a substituição de e no entanto por embora.

IV. Isolando-se por vírgulas o segmento no entanto, não haverá alteração do sentido e da correção.

Está correto o que se afirma APENAS em

Alternativas
Q995064 Português

            A ciência moderna e a economia de mercado figuram entre as mais notáveis realizações humanas. A Revolução Científica do século XVII e a Revolução Industrial do século XVIII foram apenas o prelúdio do que viria em seguida - a revolução permanente dos últimos três séculos. Ciência e mercado são apostas na liberdade: liberdade balizada por padrões impessoais de argumentação e validação de teorias no primeiro caso; e por regras que fixam os marcos dentro dos quais a busca do ganho econômico por parte das pessoas é livre, no segundo. Por mais brilhantes, entretanto, que sejam suas inegáveis conquistas, é preciso ter uma visão clara do que podemos esperar que façam por nós: a ciência jamais aplacará a nossa fome de sentido, e o mercado nada nos diz sobre a ética - como usar a nossa liberdade e o que fazer de nossas vidas.

            O sistema de mercado - baseado na propriedade privada, nas trocas voluntárias e na formação de preços por meio de um processo competitivo reconhecidamente imperfeito - define um conjunto de regras de convivência na vida prática. A regra de ouro do mercado estabelece que a recompensa material dos seus participantes corresponderá ao valor monetário que os demais estiverem dispostos a atribuir ao resultado de suas atividades: a remuneração de cada um, portanto, não depende da intensidade dos seus desejos de consumo, do civismo de suas ações, do seu mérito moral ou estético. Dependerá tão somente da disposição dos consumidores em pagar, com parte do ganho do seu próprio trabalho, para ter acesso aos bens e serviços que o outro oferece. Mas o mercado não decide, em nome dos que nele atuam, os resultados finais da interação. Assim como a gramática não determina o teor das mensagens, mas apenas as regras das trocas verbais, também o mercado não estabelece de antemão o que será feito e escolhido pelos que dele participam.

(Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, edição digital)

O verbo em destaque deve sua flexão à correlação com o segmento sublinhado em:
Alternativas
Q995061 Português

                Uma mudança ocorrida no último meio século foi o aparecimento do museu que constitui, por si só, uma grande atração cultural, independentemente do conteúdo a ser exibido em seu interior. Esses edifícios espetaculares e em geral arrojados vêm sendo construídos por arquitetos de estima universal e se destinam a criar grandes polos globais de atração cultural em centros em tudo o mais periféricos e pouco atrativos. O que acontece dentro desses museus é irrelevante ou secundário. Um exemplo disso ocorreu na cidade de Bilbao. Em tudo o mais praticamente inexpressiva, nos anos 1990 ela transformou-se num polo turístico global graças ao Museu Guggenheim, do arquiteto Frank Gehry. A arte visual contemporânea, desde o esgotamento do modernismo nos anos 1950, considera adequados e agradáveis para exposições esses espaços que exageram a própria importância e são funcionalmente incertos. Não obstante, coleções de grande significado para a humanidade, expostas, por exemplo, no Museu do Prado, ainda não precisam recorrer a ambientes de acrobacia arquitetônica.

(Adaptado de: HOBSBAWM, Eric. Tempos fraturados: Cultura e sociedade no século XX. São Paulo: Companhia das Letras, 2013, edição digital) 

Está gramaticalmente correta a redação da seguinte frase:
Alternativas
Q995060 Português

                Uma mudança ocorrida no último meio século foi o aparecimento do museu que constitui, por si só, uma grande atração cultural, independentemente do conteúdo a ser exibido em seu interior. Esses edifícios espetaculares e em geral arrojados vêm sendo construídos por arquitetos de estima universal e se destinam a criar grandes polos globais de atração cultural em centros em tudo o mais periféricos e pouco atrativos. O que acontece dentro desses museus é irrelevante ou secundário. Um exemplo disso ocorreu na cidade de Bilbao. Em tudo o mais praticamente inexpressiva, nos anos 1990 ela transformou-se num polo turístico global graças ao Museu Guggenheim, do arquiteto Frank Gehry. A arte visual contemporânea, desde o esgotamento do modernismo nos anos 1950, considera adequados e agradáveis para exposições esses espaços que exageram a própria importância e são funcionalmente incertos. Não obstante, coleções de grande significado para a humanidade, expostas, por exemplo, no Museu do Prado, ainda não precisam recorrer a ambientes de acrobacia arquitetônica.

(Adaptado de: HOBSBAWM, Eric. Tempos fraturados: Cultura e sociedade no século XX. São Paulo: Companhia das Letras, 2013, edição digital) 

A partir do texto, afirma-se corretamente:
Alternativas
Q993817 Português
Em “acontece todo dia” (linha 07), a forma verbal no singular se justifica por:
Alternativas
Q993816 Português
Assinale a alternativa que classifica corretamente a oração: “Que haja celulares, cocaína, maconha, armas, TVs de tela plana, jogatina, bebida.” (linhas 12-13).
Alternativas
Q993783 Português

                                Consciência do consumo no ambiente digital

Hora dedicada à navegação é hora que deixou de ser aproveitada com algo que nos alimenta

                                                                                                                                   Hélio Mattar


      Recente pesquisa da HootSuite, em parceira com a We Are Social, aponta o Brasil como o terceiro país que mais usa a internet ao longo do dia. Em média, cada brasileiro chega a ficar, diariamente, mais de 9 horas online. Considerando apenas o uso de celulares, passa, por dia, mais de quatro horas conectado e, desse total, cerca de 3 horas e meia são gastas nas redes sociais. Ficamos atrás apenas dos tailandeses e dos filipinos.

      A internet empodera as pessoas de várias formas, seja pelo mar de informações que oferece, permitindo que estejamos sempre antenados, em contato com as tendências mundiais e nos conectando a pessoas em qualquer lugar do mundo, seja pela praticidade e facilidade com que permite a busca de soluções rápidas para necessidades específicas.

      Ao mesmo tempo, também nos permite retomar contato com pessoas que fizeram parte de nossas vidas no passado ou ter a chance de encontrar novos amigos com interesses em comum. Além disso, facilita o desenvolvimento de novas habilidades ou a busca de emprego, partes de uma lista de benefícios bastante extensa.

      Essa dedicação enorme de tempo, recurso tão precioso quanto incerto em sua disponibilidade pela vida, deve nos levar a uma autoavaliação: será que estamos usufruindo desse bem de forma consciente? E esse consumo em ambientes digitais nos leva a um consumo de produtos impensado e excessivo?

      Muitas vezes, ao acessar a internet em busca de um assunto específico, somos rapidamente direcionados para outros que nos distanciam de nosso foco inicial em questão de segundos. Perder o foco pode ser uma armadilha que, sem percebermos, nos leva a dedicar horas e horas de nosso tempo, deixando de valorizar ou priorizar outras atividades importantes em nossa rotina.

      Basta fazer a conta: tomando as 24 horas de um dia, supondo que dormimos por 8, trabalhamos ou estudamos por mais 8, e considerando o tempo gasto nas refeições, no banho e no deslocamento de casa ao trabalho, restam de 4 a 6 horas para nossas relações pessoais, com amigos ou familiares. Nesse sentido, é essencial levar em conta o que é realmente importante em nossas vidas quando pensamos no tempo dedicado ao ambiente digital.

      Assim, enquanto as pessoas gastam seu tempo em feeds de redes sociais ou em portais de notícias e informação, são simultaneamente provocadas, em uma frequência crescente, pelo aparecimento de anúncios de diversas marcas e produtos. Se nos meios de comunicação tradicional já éramos provocados de tempos em tempos pela publicidade, agora esse “de tempos em tempos” tornou-se ainda mais frequente, dependendo da política incorporada pela rede social ou pelo portal específico.

      Em recente pesquisa (https://iabbrasil.com.br/pesquisa-bcg-a-jornada-rumo-a-maturidade-digital-no-brasil/) do Boston Consulting Group (BCG), foi observado que os consumidores brasileiros são muito receptivos ao marketing digital, principalmente quanto a temas de seu interesse. A pesquisa afirma que: “Diferente do que muitos podem imaginar, o consumidor brasileiro tende a clicar em anúncios pagos, principalmente se forem temas que o interessam (…) 56% deles se declaram inclinados a clicar em algum anúncio digital quando o veem, número que pode chegar a mais de 75% quando os anúncios são de seu interesse. Inclusive, 84% desses consumidores não utiliza ad blockers de forma sistemática. Além disso, cerca de 65% dos consumidores indicaram que comprariam mais se recebessem abordagem mais personalizada, e mais de 60% disseram que mudariam a opção de compra por outra marca, em troca de experiência mais personalizada”.

      Esse comportamento vem sendo, com razão, amplamente utilizado pelas empresas em suas estratégias de publicidade. Segundo dados divulgados em 2017 pela Social Media Trends, 92,1% das empresas estão presentes nas redes sociais e, de acordo com estudo da Ironpaper, 93% das decisões de compra são influenciadas pelas mídias sociais. Adicionalmente, a pesquisa E-commerce Trends de 2017 aponta que as lojas virtuais que publicam em blogs alcançam 3 vezes mais visitas e 2,5 vezes mais clientes do que as que não investem nas estratégias de conteúdo.

      Além disso, é sabido que as estratégias de publicidade consideram cuidadosamente as informações fornecidas pelas pessoas sobre assuntos que as interessam, permitindo um direcionamento da comunicação que chega até elas. O consumo digital, portanto, nos torna mais passíveis de receber ofertas direcionadas especificamente aos nossos interesses e implica em uma maior probabilidade de incentivar comportamentos típicos de compras excessivas, que nos levam, como o Akatu gosta de apontar, a “comprar produtos ou serviços que não precisamos, muitas vezes com o dinheiro que não temos e, em muitos casos, para impressionar quem nem conhecemos direito”.

      Nesse sentido, o tempo gasto no ambiente digital contribui para todos os impactos negativos dos comportamentos de compras excessivas sobre as pessoas, a sociedade e o meio ambiente. Sobre as pessoas, pela tensão derivada da pressão para consumir. Sobre a sociedade, pela inadimplência provocada pelas compras impensadas e pelo crédito tomado sem o cuidado necessário. E sobre o meio ambiente, pelos impactos das cadeias de produção que intensificam os impactos em várias áreas, entre elas sobre o aquecimento global em função do volume crescente de transporte de produtos.

      Na compra de produtos em excesso, não nos damos conta de que, além do possível endividamento, estamos dedicando nosso tempo à leitura de anúncios, às compras em si – com todas as consequências em termos de tempo dedicado ao pagamento e acompanhamento do envio –, à conferência do débito e ao pagamento, tempo este que poderia ser dedicado ao nosso próprio desenvolvimento, à nossa própria satisfação e alegria, por meio do contato com familiares e amigos, da leitura de livros, da apreciação da arte e do aperfeiçoamento do espírito.

      Isso não implica em dizer que o e-commerce, é algo ruim. Em muitas ocasiões, as compras virtuais podem ser uma boa alternativa por viabilizar o acesso a uma maior gama de produtos e serviços, possibilitar uma compra mais adequada, poupando tempo e até mesmo dinheiro por facilitar também a comparação de preços. Porém, o que não se pode deixar de lado é a reflexão a respeito do porquê comprar, compreendendo a real necessidade de determinado produto ou serviço, de qual a melhor forma de adquiri-lo e dos impactos de tal compra sobre nós mesmos, a sociedade e o meio ambiente.

      O objetivo deste artigo, portanto, é trazer à consciência dos leitores o fenômeno relativamente recente do consumo de tempo no ambiente digital e dos seus possíveis impactos, ainda pouco percebidos, mas que devem ser ponderados frente à preciosidade desse recurso tão perecível e disponível em apenas um tanto de nossas vidas. A cada hora desperdiçada em algo que não tem importância, uma hora deixou de ser aproveitada com algo que nos alimenta e nos apoia como humanos. Vale refletir a respeito!

Disponível em:<https://www1.folha.uol.com.br/colunas/helio-mattar/2018/10/consciencia-do-consumo-no-ambiente-digital.shtml>  Acesso em: 04 nov. 2018. (Texto adaptado).

A sentença que NÃO segue as convenções gramaticais de concordância verbal é
Alternativas
Q993677 Português

Texto retirado da obra “Raízes do Brasil” para responder à questão.



Acerca da concordância verbal em “funda-se” (linha 10), pode-se afirmar que
Alternativas
Q993675 Português

Texto retirado da obra “Raízes do Brasil” para responder à questão.



O marcador textual “no entanto” (linha 10) possui valor textual de
Alternativas
Q993663 Português
Leia o texto abaixo, que é tido como dedicatória do narrador de Memórias Póstumas de Brás Cubas, para responder à questão.


                                         Ao verme
                                            que
                          primeiro roeu as frias carnes
                                   do meu cadáver
                                           dedico
                             como saudosa lembrança
                                            estas
                                  Memórias Póstumas

                                                                                                        (Machado de Assis)
Sintaticamente, o segmento “ao verme” possui, no texto, a função de
Alternativas
Q993572 Português

Leia atentamente o texto a seguir que servirá de base para a questão.


USO DA TECNOLOGIA – BENEFÍCIOS E

MALEFÍCIOS NA APRENDIZAGEM

por Rubia Denise de Paula


   Hoje em dia, ao falar em aprendizagem, em modernidade nas escolas, sem falar no uso da tecnologia, já estaremos sendo ultrapassados. Esse meio muito tem contribuído como ferramenta do educador para aprofundar suas metodologias didáticas em sala de aula. Além de provocar o aluno a buscar o conhecimento, a investigar, pesquisar de forma a confrontar o seu conhecimento prévio com o descoberto, estará proporcionando a abertura de vários caminhos para o aluno chegar até a aprendizagem.

Facilitar crianças que apresentam múltiplas deficiências, aproximar a realidade dos alunos com o universo em que estamos inseridos, promover a sociabilidade, o desenvolvimento cognitivo, afetivo e até mesmo psicomotor, são alguns dos benefícios que a tecnologia dispõe ao aprendente.  No entanto, o uso dos meios tecnológicos não é utilizado tão somente como propagador do conhecimento e como instrumento facilitador das aprendizagens. Existem, também, alguns problemas relacionados com o uso da tecnologia, sendo vista, muitas vezes, como influenciadora e propagadora de assuntos mal-intencionados, desvirtuando, principalmente, o pensamento de uma criança em desenvolvimento. O acesso à Internet, em redes de acesso a programas educacionais, muitas vezes, não traz especificamente conteúdos educativos, trazendo jogos ou outra proposta interessante que induz as crianças a cometerem atos violentos, até mesmo o Bullying, problema social frequente nas escolas, abandonando o interesse em aprender realmente o que seria necessário à sua formação.

  Existe a grande necessidade de proporcionar ao aluno aprendente diversas maneiras de interagir com o conhecimento, e não se pode negar que o uso das tecnologias, aqui destacando o uso da informática em sala de aula, vem muito a acrescentar como fonte de pesquisa. Porém, não se deve ignorar o incentivo ao trabalho em grupo, ao manuseio do bom e velho livro didático, a atividades físicas, deixando de lado um pouco do sedentarismo das atividades diante do computador. Logo, é imprescindível haver certo equilíbrio entre o uso da tecnologia como fonte propagadora do conhecimento, sem que isto afete as outras relações.

Texto acessado em 01/02/2019 e adaptado de https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/ direito/uso-da-tecnologia-beneficios-e-maleficios-nasaprendizagens/58354 



Assinale a alternativa que apresenta a pontuação adequada e o uso correto dos conectores, mantendo a clareza do texto.

Alternativas
Q993463 Português

Os brasileiros com 60 anos ou mais correspondem a 19% das pessoas em idade de trabalhar, mas somente 8% deles estão na ativa. Com a reforma da previdência, esse número vai ter de subir, pois os maiores de 50 anos estão na mira do governo. A proposta é definir idade mínima de 65 anos (homens) e 62 (mulheres) no benefício. No último trimestre de 2018, 93 milhões de brasileiros estavam trabalhando, nem todos com carteira assinada. Desse total, 7,5 milhões têm a partir de 60 anos, segundo a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) do último trimestre de 2018.

Os idosos são quase 16% da população. Em 2015, último ano em que o IBGE divulgou o dado, 5,2 milhões de aposentados trabalhavam. Seguir no mercado após os 60 anos pode não ser tão fácil. A coordenadora do curso de capacitação em RH da FGV (Fundação Getúlio Vargas) e mentora de carreiras Anna Cherubina diz que são muitos os desafios em um mercado que está em profunda transformação. Para a pesquisadora Ana Amélia Camarano, do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), a força de trabalho madura, que inclui quem tem de 50 a 64 anos, é que vai ser afetada antes pela reforma. Ela considera a idade mínima ainda menos preocupante ante o tempo de contribuição proposto, que subirá de no mínimo 15 anos para 20.

O que mais afeta a empregabilidade é a qualificação, a capacidade de a pessoa acompanhar as mudanças tecnológicas. Depois, vem a saúde. Um funcionário de saúde frágil falta muito e sofre mais com questões de mobilidade, por exemplo. Segundo ela, vem caindo o número de trabalhadores na faixa dos 60 a 64 anos. Em 1992, 400 mil eram ‘nem, nem’, pois não trabalhavam e também não estavam aposentados. No ano passado, esse número bateu 2 milhões. “É uma população muito fragilizada. É necessário ter uma política de emprego”, diz.

(Adaptado de: BRIGATTI, F. Reforma da previdência. Folha de S. Paulo. 5 mar. 2019. Mercado. A10.)

Acerca do fragmento “Em 1992, 400 mil eram ‘nem, nem’, pois não trabalhavam e também não estavam aposentados”, atribua V (verdadeiro) ou F (falso) às afirmativas a seguir.


( ) A primeira vírgula foi utilizada para separar um termo que indica noção temporal.

( ) A expressão “nem, nem” tem efeito de sentido de adição de ideias.

( ) O sentido de “nem, nem” revela-se nos enunciados subsequentes, formados por advérbios e verbos.

( ) O termo “pois” pode ser substituído por “portanto” sem prejuízo de sentido.

( ) As palavras “e também”, juntas, apresentam caráter adversativo.


Assinale a alternativa que contém, de cima para baixo, a sequência correta.

Alternativas
Q993460 Português

Os brasileiros com 60 anos ou mais correspondem a 19% das pessoas em idade de trabalhar, mas somente 8% deles estão na ativa. Com a reforma da previdência, esse número vai ter de subir, pois os maiores de 50 anos estão na mira do governo. A proposta é definir idade mínima de 65 anos (homens) e 62 (mulheres) no benefício. No último trimestre de 2018, 93 milhões de brasileiros estavam trabalhando, nem todos com carteira assinada. Desse total, 7,5 milhões têm a partir de 60 anos, segundo a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) do último trimestre de 2018.

Os idosos são quase 16% da população. Em 2015, último ano em que o IBGE divulgou o dado, 5,2 milhões de aposentados trabalhavam. Seguir no mercado após os 60 anos pode não ser tão fácil. A coordenadora do curso de capacitação em RH da FGV (Fundação Getúlio Vargas) e mentora de carreiras Anna Cherubina diz que são muitos os desafios em um mercado que está em profunda transformação. Para a pesquisadora Ana Amélia Camarano, do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), a força de trabalho madura, que inclui quem tem de 50 a 64 anos, é que vai ser afetada antes pela reforma. Ela considera a idade mínima ainda menos preocupante ante o tempo de contribuição proposto, que subirá de no mínimo 15 anos para 20.

O que mais afeta a empregabilidade é a qualificação, a capacidade de a pessoa acompanhar as mudanças tecnológicas. Depois, vem a saúde. Um funcionário de saúde frágil falta muito e sofre mais com questões de mobilidade, por exemplo. Segundo ela, vem caindo o número de trabalhadores na faixa dos 60 a 64 anos. Em 1992, 400 mil eram ‘nem, nem’, pois não trabalhavam e também não estavam aposentados. No ano passado, esse número bateu 2 milhões. “É uma população muito fragilizada. É necessário ter uma política de emprego”, diz.

(Adaptado de: BRIGATTI, F. Reforma da previdência. Folha de S. Paulo. 5 mar. 2019. Mercado. A10.)

Acerca dos recursos linguístico-semânticos sublinhados no primeiro parágrafo do texto, considere as afirmativas a seguir.


I. A palavra “mas” introduz sentido de oposição em relação ao enunciado anterior.

II. O termo “somente” denota ideia de restrição, apresentando sentido subjetivo, carregado de juízo de valor.

III. O emprego do termo “pois”, em relação à oração anterior, apresenta efeito conclusivo.

IV. A palavra “nem” estabelece uma relação de dúvida entre os dois enunciados que liga.


Assinale a alternativa correta.

Alternativas
Q993321 Português

                                    Rio de Lama, Rio de Lágrimas.


      Ainda aturdida por duas imensas tragédias sem conserto para vidas e lugares atingidos, escrevo sobre uma, na Europa, que assusta o mundo e outra, no Brasil, que deveria nos assustar especialmente. Vejo em capitais brasileiras vigílias pela carnificina em Paris. São justas, não só porque qualquer cidade assim ferida merece homenagens, mas porque para muitíssimos Paris é uma cidade especial. E esse foi anunciado pelos autores como sendo apenas um primeiro golpe na tempestade. Pela extensão e sofisticação de sua capacidade destrutiva, e pelos locais de preparação antes nunca imaginados, mas que começam a ser descobertos, outros países estão na mira, pela Europa inteira. Sem falar na Olimpíada do ano próximo, no Brasil.

      Todos alertas, todos assustados, todos um tanto perplexos com essa tragédia - e outra ainda maior e mais complexa se anuncia, ou já começou: a chegada de milhões de refugiados, migrantes sofridos e necessitados, parece ser cavalo de Troia com que se movem facilmente bandos de terroristas assassinos. O que fazer, como fazer, perguntam-se os líderes dos países envolvidos. Mesmo quem recebia os migrantes com alguma boa vontade começa a rever sua postura, pensar em mudar leis, levantar muros de toda sorte: pagarão inocentes por alguns culpados. “A vida não é justa”, suspiramos.

      Mas esperei entre nós vigília e lágrimas pelo Brasil por este que é um dos maiores crimes ambientais do mundo: protesto e pranto pela morte do Rio Doce, miseravelmente envenenado e travado pela lama, que mata as águas do Doce e de seus afluentes, os peixes, os bichos, os campos cultivados, as pastagens, as plantações, as pessoas - quantas de verdade? Que providências se tomam? O que se faz para encontrá-las, além de urubus, cães e paus enfiados na lama repulsiva para ver se dali sai “odor”?

      Morrem também profissões na região, como as de agricultor e pescador: um velho pescador declara aos prantos que sua profissão não existe mais por ali. A extensão é vastíssima, quilômetros de esterilização, envenenamento, em suma, assassinato. Pois o desastre era previsível: laudos anteriores alertavam para a fragilidade das barragens, e aparentemente nada foi feito, além de negar, desviar os olhos, e de novo negar. “Nada de barulho, pois podemos ter problemas.” E os trágicos problemas chegaram: segundo Sebastião Salgado, a “cura” das águas e terras levará de vinte a trinta anos.

      O grande fotógrafo e humanista (sim) internacionalmente admirado nasceu e cresceu junto ao Doce, onde criou com sua parceira, Lélia, o maravilhoso projeto de revitalização de zonas quase mortas décadas atrás, o Instituto Terra. Agora, tudo está pior do que antes dos esforços deles. Recuperar toda aquela região, que vai de Mariana ao mar no Espírito Santo, onde certamente haverá muita contaminação, custará não apenas somas incríveis - projeto que ele já tinha proposto ao BNDES algum tempo atrás foi aprovado, mas não houve o repasse do dinheiro -, como terá de manter aceso por décadas o interesse num país de momento tão superficial, tão desinteressado, tão focado em poder, poder, e fuga à responsabilidade, ocultamento de crimes, e salvação das próprias feias peles. Não sou otimista. Até aqui só vi, como em geral neste país, promessas de planos, projetos, eternas comissões ineficientes e mornas, pouquíssima ação concreta, também nesta crise: mesmo na busca de mortos, lenta e atrasada. Ficarão emparedados na lama que, ao secar, parece cimento. Homens, mulheres, crianças, velhos, eternamente ocultos, a não ser para os corações que por eles choram. O que está fazendo o Brasil para compensar todo esse sofrimento, cada vez menos mencionado?

      Precisamos de lágrimas e vigílias pelos inocentes chacinados na França, mas de movimentos vibrantes pelo que, aqui entre nós, vem sendo lentamente assassinado, e agora foi brutalmente soterrado pelo rio de lama, de lágrimas, de pouca esperança. Vamos trabalhar, e nos manifestar, e chorar, com Sebastião Salgado.

                                                                               Fonte: Lya Luft - 25 de novembro de 2015)

“Todos alertas, todos assustados, todos um tanto perplexos”. Analise as afirmações e assinale a alternativa correta:


I- Há anáforas na estrutura.

II- O período é formado de frases nominais.

III- Os adjetivos funcionam como predicativo.

IV- “Todos”, morfologicamente, é pronome indefinido.

Alternativas
Respostas
6721: A
6722: B
6723: B
6724: C
6725: B
6726: E
6727: D
6728: E
6729: C
6730: E
6731: E
6732: E
6733: B
6734: E
6735: C
6736: D
6737: A
6738: A
6739: A
6740: E