Questões de Concurso
Comentadas sobre sintaxe em português
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ÁGUAS SUBTERRÂNEAS
Uma importante fonte potencial de abastecimento são as águas subterrâneas, aquelas que ocupam os espaços existentes entre as rochas do subsolo e se movem pelo efeito da força da gravidade. Seu volume é calculado em cerca de 100 vezes mais do que o das águas doces superficiais (rios, lagos, pântanos, água atmosférica e umidade do solo). No território brasileiro, as reservas de águas subterrâneas em aquíferos são estimadas em 112 trilhões de metros cúbicos, e o mais importante deles é o Aquífero Guarani.
Trata-se da principal reserva subterrânea de água doce da América do Sul e ocupa 1,19 milhão de quilômetros quadrados. Esse aquífero se estende pelo subsolo de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina e por partes do território do Uruguai, do Paraguai e da Argentina. Uma camada de rocha basáltica retém as águas e as protege de contaminação.Pelos atuais estudos, o Aquífero Guarani tem armazenados 45 trilhões de metros cúbicos de água, dos quais 160 bilhões são extraídos por ano para diversos fins. No momento, ainda é pouco usado para esse fim, embora haja poços artesianos que captem suas águas. Em pontos nos quais chega mais perto da superfície, já está sofrendo ameaças de contaminação.
http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/ambiente/conteudo_345578.shtml. Acesso em 20/11/2015.
Na frase abaixo, considere as palavras grifadas.
“Uma camada de rocha basáltica retém as águas”.
O trecho grifado exerce a função sintática de:
Texto 1 para responder às questões.
De acordo com as regras de regência verbal, estão corretas as frases:
I. Morar na capital implica em fazer muita economia.
II. Prefiro livros de drama aos de ficção científica.
III. Os atiradores visaram ao alvo do alto de um edifício.
IV. O funcionário da repartição recusou-se a visar a documentação para o concurso.
V. Os bombeiros assistiram os desabrigados pela enchente.
A questão refere-se ao texto abaixo, de autoria de Glauco Mattoso.
O EUTANAZISTA
Não podendo eliminar
o resto da humanidade,
suicidou-se.
(FREIRE, M. Os cem menores contos brasileiros do século. Cotia, SP: Ateliê Editorial, 2004)
Leia o texto.
Memória:
Otto Lara Resende ou
a importância da leitura
As três coisas que mais fez na vida foram, pela ordem, ler jornais, escrever cartas e falar ao telefone.
Em 1975 confessava: “De uns anos para cá, leio jornais e revistas como verdadeiro louco. Qualquer junta médica me internaria se verificasse o tempo, o sono que perco com essa leitura perfeitamente dispensável. Gostei muito quando li no diário de João XXIII que a leitura de jornal é frívola. O Papa lia, mas era doido para parar. Como eu, só que eu no duro não quero parar. Quero diminuir.”
Acordava cedo, antes do galo, quando havia galo. Lia os jornais, todos os jornais do Rio e de São Paulo, antes do café. Telefonava, em seguida, a alguns amigos, já indignado com os fatos ou com os jornais. Amava a Deus sobre todas as coisas e o Brasil abaixo de Deus.
Depois de escrever e reescrever o artigo para a Folha, continuava na velha máquina Olivetti a bater, desesperadamente, cartas e mais cartas. Para os amigos com quem não tinha conseguido falar e sobretudo com quem tinha acabado de falar. Escrever, escrever, escrever. “Vivo, sobrevivo, dizia, porque tenho esse recado, esse telegrama a entregar”.
in. Enani &Nicola. Redação para o 2°grau.
Leia o texto.
Memória:
Otto Lara Resende ou
a importância da leitura
As três coisas que mais fez na vida foram, pela ordem, ler jornais, escrever cartas e falar ao telefone.
Em 1975 confessava: “De uns anos para cá, leio jornais e revistas como verdadeiro louco. Qualquer junta médica me internaria se verificasse o tempo, o sono que perco com essa leitura perfeitamente dispensável. Gostei muito quando li no diário de João XXIII que a leitura de jornal é frívola. O Papa lia, mas era doido para parar. Como eu, só que eu no duro não quero parar. Quero diminuir.”
Acordava cedo, antes do galo, quando havia galo. Lia os jornais, todos os jornais do Rio e de São Paulo, antes do café. Telefonava, em seguida, a alguns amigos, já indignado com os fatos ou com os jornais. Amava a Deus sobre todas as coisas e o Brasil abaixo de Deus.
Depois de escrever e reescrever o artigo para a Folha, continuava na velha máquina Olivetti a bater, desesperadamente, cartas e mais cartas. Para os amigos com quem não tinha conseguido falar e sobretudo com quem tinha acabado de falar. Escrever, escrever, escrever. “Vivo, sobrevivo, dizia, porque tenho esse recado, esse telegrama a entregar”.
in. Enani &Nicola. Redação para o 2°grau.
Consideremos como objeto de análise os dois últimos períodos do texto acima exposto:
“O Sindicato dos Médicos do Ceará trabalha para que as Olimpíadas do Descaso terminem. E que o povo tenha, finalmente, motivos para comemorar”.
Podemos afirmar em relação aos itens em destaque que:
I - Para que é um conector que introduz oração adverbial final.
II - O conector para que admite substituição por afim, resultando em: “... trabalha afim de acabar a Olimpíada do descaso”.
III - Finalmente é um advérbio oracional que denuncia a avaliação do autor; logo, é um modalizador.
IV - Finalmente é um advérbio conjuntivo que indica ordenação, correspondendo a “por último”
Estão CORRETAS as afirmações:
Leia o trecho da entrevista com Michel Temer, abaixo transcrita:
Para articular as ideias do texto, utilizamos diferentes mecanismos de combinação oracional. Assim, podemos afirmar sobre as estruturas sintáticas que formam esse texto que:
I - A estrutura “de que no caso da mulher haja uma pequena diferença”, (linha 2) por complementar o termo “ideia”, é denominada oração substantiva completiva nominal.
II - Arelação de sentido expressa entre a oração adverbial introduzida pelo conector SE e a oração principal, na estrutura “você só pode se aposentar se reunir duas condições” (linhas 3 e 4) é de explicação.
III - Na estrutura “com o tempo, se entendeu que isso era uma alternativa e não um somatório das duas condições”, (linhas 5 e 6) o SE funciona como partícula de indeterminação do sujeito.
É(são)CORRETA(S)apenas a(s) afirmação(ões) presente(s) em:
TEXTO 3
O texto a seguir é reprodução do Manifesto “AÇÃO URGENTE: Protesto não é crime!”, promovido pela ANISTIA INTERNACIONAL BRASIL.
“(...) O direito à liberdade de expressão e manifestação é um direito fundamental garantido na Constituição Brasileira. Este direito está sendo violado pela Polícia Militar do Estado de São Paulo, que tem seguido um padrão de repressão violenta e arbitrária aos protestos, com uso desnecessário e excessivo da força e das chamadas armas “menos letais” tais como bombas de gás lacrimogêneo, balas de borracha, bombas de efeito moral, e cassetetes. Diversas pessoas ficaram feridas. Também houve revistas aleatórias e detenções arbitrárias de manifestantes, que tiveram dificuldades para acessar seus advogados, em uma violação do direito à ampla defesa. (...)
Protesto não é crime. É um direito humano.”
https://anistia.org.br/entre-em-acao/email/acao-urgente-diga-ao-governo-de-sao-paulo-que-protesto-nao-e-crime/
Uso de eletrônicos em excesso atrasa
desenvolvimento infantil, diz Unicamp
Um estudo da Faculdade de Educação da Unicamp, em Campinas (SP), concluiu que as crianças que usam aparelhos eletrônicos sem controle e não brincam, ou brincam pouco, no “mundo real”, podem ter atraso no desenvolvimento. A pesquisa foi realizada com meninos e meninas de 8 a 12 anos de idade, que ficam de quatro a seis horas diante das telas de computadores, tablets, celulares e videogames.
Para a pedagoga Ana Lúcia Pinto de Camargo Meneghel, as crianças que se enquadram nesse perfil acabam não brincando e nem tendo uma rotina, o que afeta o ritmo de construção do desenvolvimento cognitivo.
Ao todo, 21 meninos e meninas de uma escola particular na região de Campinas passaram por testes para avaliar as capacidades que eles precisam ter para, inclusive, aprender bem o conteúdo ensinado na escola. Para a surpresa da pesquisadora, de todas as crianças, apenas uma mostrou possuir as habilidades esperadas para essa faixa.
O uso de eletrônicos em si não é exatamente o problema, segundo a pesquisa, mas sim a falta de brincadeiras no “mundo real”.
“O mais importante é eles brincarem. É preciso oferecer a essas crianças atividades que estimulem a criatividade”.
Segundo a pesquisa, quando a criança brinca, faz uso de operações que garantem noção operatória de espaço, tempo e causalidade.
(Disponível em http://www.unicamp.br/unicamp/clipping/2016/10/19/ uso-de-eletronicos-em-excesso-atrasa-desenvolvimento-infantil-diz-unicamp. Acesso em 29.09.2016. Adaptado)
Ao mar
Choveu dias e depois amanheceu. Joel chegou à janela e olhou o quintal: estava tudo inundado! Joel vestiu-se rapidamente, disse adeus à mãe, embarcou numa tábua e pôs-se a remar. Hasteou no mastro uma bandeira com a estrela de David...
O barco navegava mansamente. As noites se sucediam, estreladas. No cesto de gávea* Joel vigiava e pensava em todos os esplêndidos aventureiros.
– A la mar! A la mar! – gritava Joel entoando cânticos ancestrais. Despertando pela manhã, alimentava-se de peixes exóticos; escrevia no diário de bordo e ficava a contemplar as ilhas. Os nativos viam-no passar – um ser taciturno, distante, nas águas, distante do céu. Certa vez – uma tempestade! Durou sete horas. Mas não o venceu, não o venceu!
E os monstros? Que dizer deles, se nunca ninguém os viu?
Joel remava afanosamente; às vezes, parava só para comer e escrever no diário de bordo. Um dia, disse em voz alta: “Mar, animal rumorejante!” Achou bonita esta frase; até anotou no diário. Depois, nunca mais falou.
À noite, Joel sonhava com barcos e mares, e ares e céus, e ventos e prantos, e rostos escuros, monstros soturnos. Que dizer destes monstros, se nunca ninguém os viu?
– Joel, vem almoçar! – gritava a mãe.
Joel viajava ao largo; perto da África.
(Moacyr Scliar, Os melhores contos. Adaptado)
* lugar, no topo dos mastros de embarcações antigas, de onde um marinheiro perscrutava o horizonte, para avistar terra
Em 1933, a pintora paulista Tarsila do Amaral, um dos expoentes do modernismo nacional, concluiu sua tela Operários, na qual retrata a enorme diversidade étnica dos brasileiros que chegavam aos magotes para trabalhar nas fábricas de São Paulo nos anos 30. Hoje, mais de oito décadas depois, a tela de Tarsila poderia trazer alguns brasileiros humildes usando um chapéu de formatura, para simbolizar que até filhos de operários, em certos casos, podem concluir um curso universitário.
A mudança na paisagem é resultado da adoção da política de cotas raciais e sociais, que vem sendo implantada no país nos últimos quinze anos, com o objetivo de abrir as portas das universidades públicas a negros, pardos, índios e pobres – e acaba de ganhar a adesão da Universidade de São Paulo, a melhor do Brasil.
Hoje, finalmente, é possível fazer um balanço dessa política, e a conclusão é inequívoca: do ponto de vista acadêmico, as cotas estão cumprindo seu papel. Além disso, todos aqueles mitos – segundo os quais as cotas derrubariam a qualidade do ensino universitário, estimulariam a evasão, acirrariam conflitos raciais – acabaram mostrando-se apenas isso: mitos. É um feito a comemorar num Brasil tão carente de notícias positivas.
Dito isso, é preciso não perder de vista que a política das cotas não é uma boa solução. Na verdade, é lamentável que tenha de ser adotada. Afinal, sua implantação é a expressão cabal da profunda desigualdade étnica e social do Brasil. As cotas, raciais ou sociais, são portanto um atalho para compensar um descaminho. O desejável, mesmo, é que elas sejam temporárias e, em seu lugar, o país abra escolas de qualidade para todos, negros e brancos, pobres e ricos, de tal modo que as oportunidades sejam iguais para todos – e o mérito de cada um, apenas o mérito, torne-se a medida do triunfo individual.
(Carta ao Leitor. Veja, 16.08.2017. Adaptado)
Leia a tira.
De acordo com a norma-padrão, a lacuna do segundo
quadrinho deve ser preenchida com:
Leia o texto de Ruy Castro, para responder a questão.
Todos chegarão lá
O Brasil está envelhecendo. Segundo projeções oficiais, 20% da população terá mais de 60 anos em 2030.
Em números absolutos, esperam-se perto de 50 milhões de idosos em 2030 – imagine o volume de antidepressivos, estimulantes e produtos geriátricos que isso vai exigir.
Não quer dizer que a maioria desses macróbios¹ seguirá o padrão dos velhos de antigamente, que, mal passados dos 60, equipados com boina, cachecol, suéter, cobertor nas pernas, eram levados para tomar sol no parquinho.
Quero crer que os velhos de 2030 se parecerão cada vez mais com meus vizinhos do Baixo Vovô, aqui no Leblon – uma rede de vôlei frequentada diariamente por sexa ou septuagenários torrados de sol, com músculos invejáveis e capazes de saques e cortadas mortíferas. A vida para eles nunca parou.
Por sorte, a aceitação do velho é agora maior do que nunca. Bem diferente de 1968 – apogeu de algo que me parecia fabricado, chamado “Poder Jovem” –, em que ser velho era quase uma ofensa. À idade da razão, que deveria ser a aspiração de todos, sobrepunha-se o que Nelson Rodrigues denunciava como “a razão da idade”: a juventude justificando todas as injustiças e ignomínias² (como as da Revolução Cultural, na China, em que velhos eram humilhados publicamente por ser velhos).
Naquela mesma época, o rock era praticado por jovens esbeltos, bonitos e de longas cabeleiras louras, para uma plateia de rapazes e moças idem. Hoje, ele é praticado por velhos carecas, gordos e tatuados, para garotos que podiam ser seus netos. Já se pode confiar em maiores de 60 anos e, um dia, todos chegarão lá.
(Folha de S.Paulo, 04.10.2013. Adaptado)
¹ macróbios: pessoas que chegaram à idade muito avançada
² ignomínias: infâmias; desonra infligida por julgamento público