Questões de Concurso
Comentadas sobre sintaxe em português
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Texto para responder à questão.
Apessoados
Nossa língua tem mistérios nunca devidamente estudados - ou então já fartamente esclarecidos sem que nós, os comuns, ficássemos sabendo. Por exemplo: nunca entendi o que quer dizer “bem-apessoado”. Se existe “bem-apessoado” deve existir “mal-apessoado” - significando exatamente o quê? Eu sei, eu sei, diz-se que alguém é “bem-apessoado” quando tem uma boa aparência. O “bem-apessoado” é agradável aos olhos, sua companhia é sempre bem-vinda e seu visual melhora qualquer ambiente. Já o “mal-apessoado” deve ser alguém que não se completou como pessoa, que falhou na sua representação humana. Pode até ter um belo interior, mas não o exterioriza.
Desconfio que a expressão “bem-apessoado” surgiu como eufemismo. Quando não se podia dizer que alguém era bonito, dizia-se que era bem-apessoado. Como chamar uma mulher de vistosa quando não se pode chamá-la de linda. “Vistosa” é um adjetivo suficientemente vago - descreve montanhas tanto quanto mulheres - para não melindrar ninguém. Curiosamente, não se usa, que eu saiba, “bem-apessoada”. O termo só se aplica a homens. O que leva a outra conclusão: “bem-apessoado” seria uma maneira de um homem falar da beleza de outro homem sem, epa, mal-entendidos.
- Bem, você não acha o George Clooney maravilhoso?
- Bem-apessoado, bem-apessoado.
Outrossim, outro termo intrigante que raramente tive a oportunidade de usar é “outrossim”. Descobri que a palavra quer dizer exatamente o que parece, outro “sim”, ou um “sim” adicional, mas que nunca é usada neste sentido. “Outrossim” é como ponto e vírgula; poucos sabem como e onde empregá-lo corretamente. Nas poucas vezes em que usei “outrossim” - e ponto e vírgula também - foi com uma certa trepidação, como quem invade a propriedade de alguém sem saber se vai ser corrido pelos cachorros, no caso os guardiões do vernáculo. Há quem sugira que só se possa usar o ponto e vírgula com autorização expressa da Academia Brasileira de Letras.
Outra palavra estranha é “amiúde”. Ninguém mais a usa, pelo menos não amiúde. Mas ela pode voltar, graças à música “Geni” que o Chico Buarque resgatou do seu musical “A ópera do malandro” e é um dos pontos altos do seu show atual. A Geni vai com todo o mundo...
“E também vai amiúde
Com os velhinhos sem saúde.”
Bendita Geni.
Luiz Fernando Veríssimo, in O Globo, Caderno Opinião, 25/03/2012.
Texto para responder à questão.
Apessoados
Nossa língua tem mistérios nunca devidamente estudados - ou então já fartamente esclarecidos sem que nós, os comuns, ficássemos sabendo. Por exemplo: nunca entendi o que quer dizer “bem-apessoado”. Se existe “bem-apessoado” deve existir “mal-apessoado” - significando exatamente o quê? Eu sei, eu sei, diz-se que alguém é “bem-apessoado” quando tem uma boa aparência. O “bem-apessoado” é agradável aos olhos, sua companhia é sempre bem-vinda e seu visual melhora qualquer ambiente. Já o “mal-apessoado” deve ser alguém que não se completou como pessoa, que falhou na sua representação humana. Pode até ter um belo interior, mas não o exterioriza.
Desconfio que a expressão “bem-apessoado” surgiu como eufemismo. Quando não se podia dizer que alguém era bonito, dizia-se que era bem-apessoado. Como chamar uma mulher de vistosa quando não se pode chamá-la de linda. “Vistosa” é um adjetivo suficientemente vago - descreve montanhas tanto quanto mulheres - para não melindrar ninguém. Curiosamente, não se usa, que eu saiba, “bem-apessoada”. O termo só se aplica a homens. O que leva a outra conclusão: “bem-apessoado” seria uma maneira de um homem falar da beleza de outro homem sem, epa, mal-entendidos.
- Bem, você não acha o George Clooney maravilhoso?
- Bem-apessoado, bem-apessoado.
Outrossim, outro termo intrigante que raramente tive a oportunidade de usar é “outrossim”. Descobri que a palavra quer dizer exatamente o que parece, outro “sim”, ou um “sim” adicional, mas que nunca é usada neste sentido. “Outrossim” é como ponto e vírgula; poucos sabem como e onde empregá-lo corretamente. Nas poucas vezes em que usei “outrossim” - e ponto e vírgula também - foi com uma certa trepidação, como quem invade a propriedade de alguém sem saber se vai ser corrido pelos cachorros, no caso os guardiões do vernáculo. Há quem sugira que só se possa usar o ponto e vírgula com autorização expressa da Academia Brasileira de Letras.
Outra palavra estranha é “amiúde”. Ninguém mais a usa, pelo menos não amiúde. Mas ela pode voltar, graças à música “Geni” que o Chico Buarque resgatou do seu musical “A ópera do malandro” e é um dos pontos altos do seu show atual. A Geni vai com todo o mundo...
“E também vai amiúde
Com os velhinhos sem saúde.”
Bendita Geni.
Luiz Fernando Veríssimo, in O Globo, Caderno Opinião, 25/03/2012.
I. Seguirão.................. as anotações ao e-mail que lhe enviarei na próxima semana.
II. .................. almoço e sobremesas serão servidos após a reunião.
III. Para a efetivação da inscrição, é .................. ficha de cadastro preenchida.
Preenche CORRETAMENTE as lacunas acima, conforme as regras de
concordância nominal a opção:
São os meios de comunicação, em especial a
televisão, que divulgam, em escala mundial,
informações (fragmentadas) hoje tomadas como
conhecimento, construindo, desse modo, o mundo
que conhecemos. Trata-se, na verdade, de processo
metonímico – a parte escolhida para ser divulgada,
para ser conhecida, vale pelo todo. É como se “o
mundo todo” fosse constituído apenas por aqueles
fatos/notícias que chegam até nós.
Informação, porém, não é conhecimento, podendo até ser um passo importante. O conhecimento implica crítica. Ele se baseia na inter-relação e não na fragmentação. Todos temos observado que essa troca do conhecimento pela informação tem resultado na diminuição da criticidade.
O conhecimento é um processo que prevê a condição de reelaborar o que vem como um “dado”, possibilitando que não sejamos meros reprodutores; inclui a capacidade de elaborações novas, permitindo reconhecer, trazer à superfície o que ainda é virtual, o que, na sociedade, está ainda mal desenhado, com contornos borrados. Para tanto, o conhecimento prevê a construção de uma visão que totalize os fatos, inter-relacionando todas as esferas da sociedade, percebendo que o que está acontecendo em cada uma delas é resultado da dinâmica que faz com que todas interajam, de acordo com as possibilidades daquela formação social, naquele momento histórico; permite perceber, enfim, que os diversos fenômenos da vida social estabelecem suas relações tendo como referência a sociedade como um todo. Para tanto, podemos perceber, as informações – fragmentadas – não são suficientes.
Os meios de comunicação, sobretudo a televisão, ao produzirem essas informações, transformam em verdadeiros espetáculos os acontecimentos selecionados para se tornar notícias. Já na década de 1960, Guy Debord percebia “na vida contemporânea uma ‘sociedade de espetáculo’, em que a forma mais desenvolvida de mercadoria era antes a imagem que o produto material concreto”, e que “na segunda metade do século XX, a imagem substituiria a estrada de ferro e o automóvel como força motriz da economia”.
Por sua condição de “espetáculo”, parece que o mais importante na informação passa a ser aquilo que ela tem de atração, de entretenimento. Não podemos nos esquecer, porém, de que as coisas se passam desse modo exatamente para que o conhecimento – e, portanto, a crítica – da realidade fique bastante embaçada ou simplesmente não se dê.
O conhecimento continua a ser condição indispensável para a crítica. A informação, que parece ocupar o lugar desse conhecimento, tornou-se, ela própria, a base para a reprodução do sistema, uma mercadoria a mais em circulação nessa totalidade.
A confusão entre conhecimento e informação, entre totalidade e fragmentação, leva à concepção de que a informação veiculada pelos meios é suficiente para a formação do cidadão, de que há um pressuposto de interação entre os meios e os cidadãos e de que todas as vozes circulam igualmente na sociedade.
É a chamada posição liberal, a qual parece esquecer-se de que ideias, para circular, precisam de instrumentos, de suportes – rádio, televisão, jornal etc. – que custam caro e que, por isso, estão nas mãos daqueles que detêm o capital. [...]
BACCEGA. Maria Aparecida. In: A TV aos 50 – Criticando a televisão brasileira no seu cinquentenário. São Paulo: PerseuAbramo, 2000, p. 106-7.
Aquele era o vizinho as senhoras mais , ele as desrespeitava.
Os termos “nas casinhas que vira na revista” (. 8) e “a”, em "eu a quero" (
. 11), complementam ações
verbais.
O período “Samuel Johnson, escritor britânico do século XVIII, considerava perdido o dia em que não
conhecia uma nova pessoa.” (. 5-6) é formado por subordinação.

O termo “com os seus semelhantes” (. 1) complementa o sentido das formas verbais “se comunicar e
dialogar” (
. 1).
A alternativa cujas formas verbais completam CORRETAMENTE as lacunas acima é:
Assinale a alternativa que completa corretamente a lacuna.
Ele tocava muito bem, conseguia fazer com que as pessoas
dançassem. Elas só paravam quando ele __________.
Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas.
________ duas semanas para o início do campeonato e a
obra está ______ atrasada.
Considere a oração abaixo e as afirmações que seguem.
O excesso de pessoas que queriam ver o espetáculo, provocaram tumultos.
I. A pontuação está correta.
II. Há um erro de concordância verbal, pois o correto seria “provocou”.
Está correto o que se afirma em:
Considere a oração abaixo e as afirmações que seguem.
São desnecessário as suas observações maldosas.
I. Há um erro de concordância nominal, pois o correto seria “desnecessárias”.
II. Falta o sinal indicativo de crase em “as”.
Está correto o que se afirma em:
Assinale a alternativa que completa corretamente a lacuna.
Quando ele _______ aqui, falaremos com ele sobre o trabalho feito.