Questões de Concurso Sobre travessão em português

Foram encontradas 965 questões

Ano: 2024 Banca: ADVISE Órgão: Prefeitura de São José da Tapera - AL Provas: ADVISE - 2024 - Prefeitura de São José da Tapera - AL - Agente Administrativo | ADVISE - 2024 - Prefeitura de São José da Tapera - AL - Agente de Vigilância Epidemiológica | ADVISE - 2024 - Prefeitura de São José da Tapera - AL - Agente de Vigilância Sanitária | ADVISE - 2024 - Prefeitura de São José da Tapera - AL - Assistente Administrativo Educacional | ADVISE - 2024 - Prefeitura de São José da Tapera - AL - Auxiliar de Arrecadação | ADVISE - 2024 - Prefeitura de São José da Tapera - AL - Auxiliar de Cirurgião Dentista | ADVISE - 2024 - Prefeitura de São José da Tapera - AL - Auxiliar de Contabilidade | ADVISE - 2024 - Prefeitura de São José da Tapera - AL - Auxiliar de Farmácia | ADVISE - 2024 - Prefeitura de São José da Tapera - AL - Auxiliar de Licitação | ADVISE - 2024 - Prefeitura de São José da Tapera - AL - Fiscal de Obras | ADVISE - 2024 - Prefeitura de São José da Tapera - AL - Fiscal de Tributos | ADVISE - 2024 - Prefeitura de São José da Tapera - AL - Guarda Municipal | ADVISE - 2024 - Prefeitura de São José da Tapera - AL - Monitor de Transporte Escolar | ADVISE - 2024 - Prefeitura de São José da Tapera - AL - Motorista Escolar | ADVISE - 2024 - Prefeitura de São José da Tapera - AL - Técnico Agrícola | ADVISE - 2024 - Prefeitura de São José da Tapera - AL - Técnico de Enfermagem | ADVISE - 2024 - Prefeitura de São José da Tapera - AL - Técnico de Informática | ADVISE - 2024 - Prefeitura de São José da Tapera - AL - Técnico em Edificação | ADVISE - 2024 - Prefeitura de São José da Tapera - AL - Técnico em Laboratório |
Q3102279 Português
Marque a alternativa com a indicação INCORRETA de utilização dos sinais de pontuação no texto. 
Alternativas
Q3080344 Português

'Livro reduz o estresse e minimiza a solidão. Enquanto lemos, um povaréu nos habita'.






Disponível em: https://oglobo.globo.com/ela/marthamedeiros/coluna/2024/06/literacura.ghtml

“Livro combate a arrogância , um dos males do século”. (3º Parágrafo)
Conforme a regra de Sinais de pontuação, a vírgula em destaque, na frase supramencionada, pode ser substituída corretamente por:
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Q3069748 Português
A luta e a lição


    Um brasileiro de 38 anos, Vítor Negrete, morreu no Tibete após escalar pela segunda vez o ponto culminante do planeta, o monte Everest. Da primeira, usou o reforço de um cilindro de oxigênio para suportar a altura. Na segunda (e última), dispensou o cilindro, devido ao seu estado geral, que era considerado ótimo.

    As façanhas dele me emocionaram, a bem-sucedida e a malograda. Aqui do meu canto, temendo e tremendo toda a vez que viajo no bondinho do Pão de Açúcar, fico meditando sobre os motivos que levam alguns heróis a se superarem. Vítor já havia vencido o cume mais alto do mundo. Quis provar mais, fazendo a escalada sem a ajuda do oxigênio suplementar. O que leva um ser humano bem-sucedido a vencer desafios assim?

    Ora, dirão os entendidos, é assim que caminha a humanidade. Se cada um repetisse meu exemplo, ficando solidamente instalado no chão, sem tentar a aventura, ainda estaríamos nas cavernas, lascando o fogo com pedras, comendo animais crus e puxando nossas mulheres pelos cabelos, como os trogloditas – se é que os trogloditas faziam isso. Somos o que somos hoje devido a heróis que trocam a vida pelo risco. Bem verdade que escalar montanhas, em si, não traz nada de prático ao resto da humanidade que prefere ficar na cômoda planície da segurança.

    Mas o que há de louvável (e lamentável) na aventura de Vítor Negrete é a aspiração de ir mais longe, de superar marcas, de ir mais alto, desafiando os riscos. Não sei até que ponto ele foi temerário ao recusar o oxigênio suplementar. Mas seu exemplo – e seu sacrifício – é uma lição de luta, mesmo sendo uma luta perdida.


(Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/. Acesso em: julho de 2024.)
A pontuação é essencial para a clareza e a compreensão de um texto. Ela marca as pausas e entonações da leitura, além de definir relações sintáticas entre os termos das orações. Sobre o emprego da pontuação no texto apresentado, assinale a afirmativa correta.
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Q3068127 Português
Considere atentamente a crônica a seguir, escrita por Rachel de Queiroz e publicada originalmente na década de 1980, para responder à questão.

Voto nulo, a pior opção para o eleitor

        Esses meninos que se bateram tanto pelo voto aos dezesseis anos, esses outros, mais velhos, que foram às ruas nas passeatas durante as campanhas pelas eleições diretas; todos os cidadãos que exigiam nos palanques o seu direito de votar, como é que agora renunciam a tudo e se embalam com a ideia leviana do voto nulo? Ninguém entende.
        Jogam fora esse direito de votar – quer dizer, o seu direito de escolher os homens e mulheres que vão mandar em todos nós. Não sabem esses tolos que estarão cometendo um crime contra si mesmos e contra o Brasil nesse ato estúpido de votar nulo, votar em branco, votar num bicho do jardim zoológico, como o rinoceronte Cacareco, anos atrás, ou o macaco Tião agora; ou o mosquito, no Espírito Santo. Ninguém lembra (ou será que não sabem?) de quanto sangue foi derramado, quanta prisão, forca, fuzilamentos, esquartejamentos – quantos mártires tivemos na nossa história por amor desse direito de cidadania. Que agora se despreza e se quer atirar no lixo, votando em bichos brutos, em anticandidatos ou simplesmente votando em branco.
        Para que hoje você, pobre ou rico, negro, índio ou branco, moço ou velho, homem ou mulher, pudesse votar livremente, morreu muita gente. Recordo o nome do Bequimão, no Maranhão, enforcado. Felipe dos Santos, em Minas Gerais, enforcado, arrastado, esquartejado. O Tiradentes, enforcado e esquartejado, no Rio de Janeiro, com os seus membros mutilados expostos ao longo da estrada de Minas e a cabeça degolada em poste de ignomínia naquela mesma Vila Rica onde o seu “crime” fora cometido. E Frei Caneca, no Recife. E Tristão Gonçalves, Carapinima e Bolão, no Ceará, fuzilados pelos imperiais na repressão à Confederação do Equador. Isso só para recordar os mais famosos. Muito mais que esses foram os esquecidos, os sem nome, que deram vida, sangue, haveres, por amor dessa cidadania que você atira fora – como se ela não passasse de uma piada!
        Cada voto que você não dá, que você estraga e anula, para mostrar que está desenganado ou está com raiva, sim, cada voto que se perde é um voto a mais que se conta para os politiqueiros, para os caudilhos inimigos da nossa liberdade e dos nossos direitos. Voto ruim, candidato ruim, só se combate com voto bom, voto certo. É um pelo outro, não há mais opção. Se na nossa terra o candidato a prefeito ou vereador não merece confiança, não é votando em branco ou votando em bicho que você derruba esse mau candidato. Pelo contrário: o seu voto é nulo mesmo, não será contado. Mas o voto que o candidato ruim comprou ou ganhou com suas falsas promessas, esse voto será contado e acaba elegendo o sujeito. Por culpa de quem? Por culpa de você mesmo, que não se opôs, naquelas mesmas urnas, com o seu voto consciente contra o voto errado dos outros.
        Eleição é assunto muito sério. O voto é a única arma que nós temos para defender o nosso direito. Se o povo vota errado, o culpado não é o voto. O culpado é quem não soube votar.
        Em tempo de eleição o poder não está nas mãos do governo, nem dos políticos. Não veem como nessa hora eles nos bajulam, nos adulam, nos fazem promessas, tentam nos comprar, nos ameaçar, nos seduzir de qualquer modo? É porque, de voto na nossa mão, o poder somos nós. Nós é que fazemos e desfazemos. Que escolhemos ou escorraçamos. Nós é que somos o rei, em dia de eleição. Nós, com aquela cruzinha riscada junto ao nome da nossa escolha, com o voto secreto enfiado na urna, nós – só nós e mais ninguém – é que vamos decidir se o Brasil muda ou fica nesta tristeza e nesta confusão em que está, a fome nos batendo à porta, a inflação, como lobisomem, nos comendo a carne e o futuro à nossa frente fechado e preto como um dia sem sol.

(“Voto nulo, a pior opção para o eleitor”, por Rachel de Queiroz, com adaptações)
No início do segundo parágrafo, logo após “Jogam fora esse direito de votar”, a autora emprega o sinal de pontuação denominado “travessão”. Nesse caso, esse sinal é utilizado para:
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Q3061232 Português
O texto a seguir contextualiza a questão. Leia-o atentamente.

Capítulo I – de como Itaguaí ganhou uma casa de orates

     As crônicas da Vila de Itaguaí dizem que em tempos remotos vivera ali um certo médico, o Dr. Simão Bacamarte, filho da nobreza da terra e o maior dos médicos do Brasil, de Portugal e das Espanhas. Estudara em Coimbra e Pádua. Aos trinta e quatro anos regressou ao Brasil, não podendo el-rei alcançar dele que ficasse em Coimbra, regendo a universidade, ou em Lisboa, expedindo os negócios da monarquia.
    – A ciência, disse ele a Sua Majestade, é o meu emprego único; Itaguaí é o meu universo. Dito isso, meteu-se em Itaguaí, e entregou-se de corpo e alma ao estudo da ciência, alternando as curas com as leituras, e demonstrando os teoremas com cataplasmas.
    Aos quarenta anos casou com D. Evarista da Costa e Mascarenhas, senhora de vinte e cinco anos, viúva de um Juiz de Fora, e não bonita nem simpática. Um dos tios dele, caçador de pacas perante o Eterno, e não menos franco, admirou-se de semelhante escolha e disse-lho. Simão Bacamarte explicou-lhe que D. Evarista reunia condições fisiológicas e anatômicas de primeira ordem, digeria com facilidade, dormia regularmente, tinha bom pulso, e excelente vista; estava assim apta para dar-lhe filhos robustos, sãos e inteligentes. Se além dessas prendas – únicas dignas da preocupação de um sábio, D. Evarista era mal composta de feições, longe de lastimá-lo, agradecia-o a Deus, porquanto não corria o risco de preterir os interesses da ciência na contemplação exclusiva, miúda e vulgar da consorte.
   D. Evarista mentiu às esperanças do Dr. Bacamarte, não lhe deu filhos robustos. A índole natural da ciência é a longanimidade; o nosso médico esperou três anos, depois quatro, depois cinco. Ao cabo desse tempo fez um estudo profundo da matéria, releu todos os escritores árabes e outros, que trouxera para Itaguaí, enviou consultas às universidades italianas e alemãs, e acabou por aconselhar à mulher um regímen alimentício especial. A ilustre dama, nutrida exclusivamente com a bela carne de porco de Itaguaí, não atendeu às admoestações do esposo; e à sua resistência, – explicável, mas inqualificável – devemos a total extinção da dinastia dos Bacamartes.

(ASSIS, Machado. O alienista. Fragmento.)
“A ilustre dama, nutrida exclusivamente com a bela carne de porco de Itaguaí, não atendeu às admoestações do esposo; e à sua resistência, – explicável, mas inqualificável, – devemos a total extinção da dinastia dos Bacamartes.” (4º§) A pontuação cumpre funções sintático-semânticas na organização das ideias do texto, para criar determinados efeitos de sentido. Desse modo, no trecho anterior, os travessões foram empregados para
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Q3054106 Português
Vinagre de maçã traz benefícios à saúde?


         Você já deve ter ouvido que o vinagre de maçã poderia ser a solução ideal para os seus problemas. O produto é sucesso nas redes sociais e já faz parte do cotidiano de celebridades. Obtido a partir de dois processos de fermentação — um alcoólico e outro acético — do suco de maçã, a substância é apontada como uma possível aliada para a saúde em diversas frentes, da perda de peso ao controle da anemia.

        Contudo, é preciso se atentar aos riscos e às _________ de seu consumo, bem como às limitações do uso do vinagre para fins terapêuticos. Além do ácido acético, o alimento possui componentes essenciais para o funcionamento do organismo, entre eles potássio, aminoácidos e _________. Alvo de pesquisas ao redor do mundo, o vinagre de maçã é investigado por seu potencial para: o controle dos níveis de açúcar — estudos mostram que a presença de ácido acético em sua composição reduziria os níveis de açúcar no sangue após as refeições, aprimorando a sensibilidade à insulina; o emagrecimento — uma de suas propriedades é o aumento da saciedade. Por si só, ele não faz perder peso, mas ajudaria quem tenta comer menos; a prevenção de problemas cardiovasculares — os efeitos __________ podem propiciar a melhora da saúde arterial e dos níveis de colesterol; a prevenção à anemia — além de contribuir para a produção de células sanguíneas, a substância poderia auxiliar na absorção de ferro pelo organismo.

        Mas é bom lembrar que ainda não há provas robustas sobre nenhum desses benefícios. Portanto, é cedo para considerar o vinagre um remédio. Por fim, estão sendo realizados estudos para entender seus benefícios para o aumento da imunidade, a proteção do fígado e o fornecimento de energia aos músculos. Em excesso, o vinagre pode aumentar a acidez estomacal, desencadeando reações adversas, como dificuldade de digestão, perda da densidade muscular, queimação na garganta e desgaste do esmalte dentário. Há ainda casos em que incorporar o produto à dieta não é nem sequer uma opção.

       A ingestão do líquido deve ser evitada por pessoas que possuam problemas estomacais, como gastrite e refluxo, ou alergias a alguma das substâncias de sua composição. Portanto, antes de usufruir dos seus possíveis benefícios, entre em contato com o seu médico ou nutricionista, especialmente se você tem histórico de alguma dessas condições.


Luana Pazutti. Veja Saúde. Adaptado. 
Os travessões presentes no 1º parágrafo estão sendo utilizados para:
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Q3049673 Português
Texto I


    Estava certo. Era preciso passar pelo menos um ano em lugar de bom clima e meu pai decidira mandar-me para Vila da Mata onde os Pereira, nossos primos, me ofereciam a fazenda do Córrego Fundo. O doutor dissera que eu tinha uma lesão de primeiro grau no pulmão direito. Sua luneta de tartaruga, de cordão preto atrás da orelha, dava-lhe um ar sábio infalível. Eu não acreditava na lesão, mas acreditava no doutor.

    À noite, meu pai, já conformado com a ideia da moléstia e da minha próxima ausência, veio ver-me no quarto, fingindo bom humor.

    - Então, seu chefe, as malas estão prontas?

    Nem estavam prontas, nem eu tinha vontade de prepará-las para tal viagem. Francamente ia meterme naquela remota Vila da Mata? Que ideia! Muito mais divertido seria tratar-me na Europa... Na Suíça, por exemplo. Sim, por que não na Suíça? Realmente!

    - Meu pai, se você me deixa ir para a Suíça, eu prometo ficar quietinho num sanatório o tempo todo que você queira. Fico dois, fico três anos. Mas, Vila da Mata, deve ser um degredo. Como é que eu poderia suportar todo um ano na fazenda dos Pereira? Tenho horror à roça, você não ignora.

    - Não senhor, não senhor. O médico é quem sabe. Ele acha excelente o clima de Vila da Mata. Além do que, você estando com os Pereira, não poderá fazer extravagâncias... Terá que proceder com muito juízo. Eles me trarão ao corrente de seus passos...

    Sorriu com ar de triunfo. No fundo, a preocupação de meu pai era apenas aquela: impedir-me de fazer o que ele chamava “extravagância”. Eu compreendia.

    (COUTO, Ribeiro. Cabocla. Rio de Janeiro: Ediouro, 17ª Ed. P.13)
No texto, o emprego do discurso direto contribui para o ritmo da narrativa. Sua presença é explicitada pelo uso: 
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Q3046463 Português
      Mas, tanto lhe ouviu falar em morte que teve medo, e um dia correu a pedir à minha mãe que lhe fizesse o favor de ver se lhe salvava o marido que se queria matar. Minha mãe foi achá-lo à beira do poço, e intimou-lhe que vivesse. Que maluquice era aquela de parecer que ia ficar desgraçado, por causa de uma gratificação menos, e perder um emprego interino? Não, senhor, devia ser homem, pai de família, imitar a mulher e a filha... Pádua obedeceu; confessou que acharia forças para cumprir a vontade de minha mãe.       — Vontade minha, não; é obrigação sua.
DE ASSIS, Machado. Dom Casmurro. Disponível em: https://machado.mec.gov.br/. Acesso em 20 jul. 2024.

No que se refere aos tipos de discurso e seus efeitos, é correto afirmar que o trecho 
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Q3044931 Português
TEXTO I


Barragens de hidrelétricas, como a de Belo Monte, transformam Amazônia em zona de sacrifício

A exuberância da maior bacia hidrográfica do planeta está ameaçada por projetos de geração de energia que têm custos humanos e ambientais demasiadamente altos


Maior floresta tropical do mundo, a Amazônia contempla também a maior bacia hidrográfica do planeta, cujo rio principal ― o Amazonas ― é alimentado por afluentes que ramificam em mais de 1.100 rios e formam um sistema de drenagem sem igual. Cerca de um quinto de toda a água que escorre da superfície da Terra acaba nele. No entanto, toda essa exuberância ― responsável por fornecer importantes serviços ecossistêmicos para a humanidade ― está ameaçada. Como os fluxos de água podem gerar muita eletricidade, a bacia do rio Amazonas tem despertado, há muito tempo, o interesse de governos, especuladores e indústrias para a geração de energia hidrelétrica por meio de barragens. De acordo com um estudo publicado em 2019 pela revista Nature Communications, pelo menos 158 barragens, incluindo pequenas barragens, operavam ou estavam em construção na bacia amazônica, e outras 351 haviam sido propostas.

Um dos exemplos mais notáveis é o da barragem de Belo Monte, quarto maior projeto hidrelétrico do mundo. A obra foi responsável pelo bloqueio do rio Xingu, um importante afluente do Amazonas. Seu reservatório inundou 518 quilômetros quadrados, deslocou mais de 20.000 pessoas e causou danos extensos a um ecossistema de rio que contém mais de 500 espécies de peixes, muitos deles não encontrados em nenhum outro lugar e dos quais dependem populações indígenas locais. Para completar, o ciclo sazonal natural do rio Xingu inclui um longo período de baixa vazão que impede Belo Monte de usar muitas de suas caras turbinas durante grande parte do ano.

Outro caso é o projeto Barão do Rio Branco, plano de infraestrutura na região amazônica que prevê, entre outras obras, a construção de uma hidrelétrica de 2.000 a 3.000 megawatts no rio Trombetas, que flui por uma região isolada e rica em minerais.Abarragem necessária para essa hidrelétrica poderá inundar terras quilombolas e ameaçar uma das maiores praias da Amazônia, usada para a reprodução de tartarugas.

[...]

Quando ecossistemas fluviais são transformados em reservatórios, eles prejudicam a diversidade aquática. Barragens podem, por exemplo, bloquear as migrações anuais de peixes, como a do bagre gigante do rio Madeira. Depois que o Brasil construiu barragens no rio Madeira em 2011 e em 2013, a captura de peixes naquela que foi a segunda maior região para a pesca fluvial do mundo despencou no Brasil, Bolívia e Peru. Milhares de pessoas perderam seus meios de subsistência de pesca, e o declínio acentuado desta atividade também gerou tensões sociais que persistem até hoje na região.

As barragens também aprisionam sedimentos ricos em nutrientes, que sem elas seriam transportados pelo curso d’água. A perda de nutrientes prejudica a agricultura e afeta a cadeia alimentar da qual dependem os peixes rio abaixo, comprometendo a pesca ao longo de milhares de quilômetros de rios amazônicos.

E não para por aí: como no fundo dos reservatórios quase não há oxigênio, o mercúrio que ocorre no solo, tanto naturalmente como com acréscimos pela atividade garimpeira, pode sofrer uma reação química e ser transformado em metilmercúrio ― altamente venenoso. Altos níveis deste componente foram encontrados nos cabelos de pessoas que vivem no entorno da barragem de Tucuruí, no Pará, e de Balbina, no Amazonas. É preciso ter consciência de que os rios de fluxo livre da Amazônia são a força vital de suas florestas e dos povos indígenas que dependem deles há séculos. Tratar a Amazônia como uma zona de sacrifício para a extração de recursos naturais é injusto e desnecessário. Os custos humanos e ambientais são demasiadamente altos.


Disponível em: <https://bityli.com/wYc7G. Acesso em: 20 fev. 2021 (Adaptação).




TEXTO II




Releia este trecho.

“[...] pode sofrer uma reação química e ser transformado em metilmercúrio ― altamente venenoso.”
Sobre o uso do travessão nesse trecho, considere as afirmativas a seguir.
I. Foi utilizado para isolar uma expressão explicativa. II. Pode ser substituído por parênteses. III. Pode ser substituído por vírgula.
Estão corretas as afirmativas
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Q3036551 Português
FACE A FACE
Mário Viana
        Telefonar voltou à moda. Depois de uma temporada intensa de e-mails, posts, voice-mails, memes e emojis, a quarentena nos fez redescobrir o prazer de ver os amigos – nem que seja pelo distanciamento social da chamada de vídeo. Quando o rosto conhecido surge na telinha do celular, falando de verdade com você, é como se um novo mundo antigo se descortinasse.
        Chamadas de vídeo lembram as festas de Natal de nossa infância, na parte em que a madrinha chegava carregando um presente bem vistoso. Só depois de adultos é que fomos descobrir as arapucas ocultas em cada rabanada. Na infância, bastava um pacote embrulhado em papel colorido pra coisa ficar excitante.
         Em tempos de isolamentos e rostos cobertos por máscaras, tem de haver um jeito de se sentir sócio do clube. A tecnologia tem dado conta do recado, com limites. Grupos de trabalho e debates, como os dos aplicativos Zoom e Team, são ótimos pra resolver problemas e esclarecer dúvidas, mas não suprem nossa carência de humanidade.
     Como disse um amigo esta semana, os aplicativos são os terrenos onde praticamos pequenos monólogos. Dificilmente alguém interrompe quem está falando. Falta a incompletude do diálogo, que só o telefonema permite.
      Quantas frases interrompidas, quantos assuntos deixados pela metade, quantos temas que mudam como o vento! Que delícia tudo isso! Tem nada melhor que desligar e bater na testa, esqueci de falar tal coisa. Ligação boa sempre deixa um rabicho de fora, desculpa esfarrapada pra outro telefonema – que, muitas vezes, não será dado.
      Na chamada de vídeo, ninguém fica esplendoroso. O bom é que ninguém também fica assustador – exceto os casos perdidos, claro. Alguns de nós ficam sem saber pra onde dirigir o olhar e outros se atrapalham com os ruídos corporais que podem atravessar o espaço através do celular.
      Sempre checamos nossa imagem, na pequena telinha que aparece como encarte. O cabelo está bom? Não, mas é o que temos para o momento. A roupa, a voz, parece até que vamos corrigir alguma coisa. Mas quando a conversa engata, esquecemos desses detalhes bestas – assim como na vida real.
      Muitas vezes, o melhor vem no fim, quando a conversa termina. Sobra um sorriso meio bobo na cara, aquela euforia de quem passou um dia gostoso na praia. A sensação de ter vivido um momento de prazer é o melhor efeito colateral dessas microtelevisões só nossas.

Fonte: https://vianices.wordpress.com/2020/07/26/face-a-face/
Em O bom é que ninguém fica assustador – exceto os casos perdidos, claro (6º parágrafo), o travessão foi utilizado:
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Q3026920 Português
Julgue as assertivas em relação à função do travessão para a escrita de textos.

I. Indica mudança de interlocutor como marca de uso do discurso indireto.
II. Substitui vírgulas separando orações ou expressões intercaladas.
III. Marca o início de um diálogo em textos narrativos.
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Q3025561 Português
História de bem-te-vis

    Com estas florestas de arranha-céus que vão crescendo, muita gente pensa que passarinho é coisa de jardim zoológico; e outras até acham que seja apenas antiguidade de museu. Certamente chegaremos lá; mas por enquanto ainda existem bairros afortunados onde haja uma casa, casa que tenha um quintal, quintal que tenha uma árvore. Bom será que essa árvore seja a mangueira. Pois nesse vasto palácio verde podem morar muitos passarinhos.
    Os velhos cronistas desta terra encantaram-se com canindés e araras, tuins e sabiás, maracanãs e “querejuás todos azuis de cor finíssima...”. Nós esquecemos tudo: quando um poeta fala num pássaro, o leitor pensa que é leitura...
    Mas há um passarinho chamado bem-te-vi. Creio que ele está para acabar.
    E é pena, pois com esse nome que tem – e que é a sua própria voz – devia estar em todas as repartições e outros lugares, numa elegante gaiola, para no momento oportuno anunciar a sua presença. Seria um sobressalto providencial e sob forma tão inocente e agradável que ninguém se aborreceria.
    O que leva a crer no desaparecimento do bem-te-vi são as mudanças que começo a observar na sua voz. O ano passado, aqui nas mangueiras dos meus simpáticos vizinhos, apareceu um bem-te-vi caprichoso, muito moderno, que se recusava a articular as três sílabas tradicionais do seu nome, limitando-se a gritar: “...te-vi! ...te-vi”, com a maior irreverência gramatical. Como dizem que as últimas gerações andam muito rebeldes e novidadeiras, achei natural que também os passarinhos estivessem contagiados pelo novo estilo humano.
    Logo a seguir, o mesmo passarinho, ou seu filho ou seu irmão – como posso saber, com a folhagem cerrada da mangueira? – animou-se a uma audácia maior. Não quis saber das duas sílabas, e começou a gritar apenas daqui, dali, invisível e brincalhão: “...vi! ...vi!...” o que me pareceu divertido, nesta era do twist.
    O tempo passou, o bem-te-vi deve ter viajado, talvez seja cosmonauta, talvez tenha voado com o seu team de futebol – que se não há de pensar de bem-te-vis assim progressistas, que rompem com o canto da família e mudam o leme dos seus brasões? (...)
    Mas hoje ouvi um bem-te-vi cantar. E cantava assim: “Bem-bem-bem...te –vi!”. Pensei: “É uma nova escola poética que se eleva da mangueira!...”. Depois, o passarinho mudou. E fez: “Bem-te-te-te...vi!”. Tornei a refletir: “Deve estar estudando a sua cartilha... Estará soletrando...”. E o passarinho: “Bem-bem-bem...te-te-te... vi-vi-vi!”.
    Os ornitólogos devem saber se isso é caso comum ou raro. Eu jamais tinha ouvido uma coisa assim! Mas as crianças, que sabem mais do que eu, e vão diretas aos assuntos, ouviram, pensaram e disseram: “Que engraçado! Um bem-te-vi gago!”.
    (É: talvez não seja mesmo exotismo, mas apenas gagueira...)


(MEIRELES, Cecília. 1901-1964 – Escolha o seu sonho: (crônicas) – 26ª ed. – Rio de Janeiro: Record, 2005. Adaptado)
O travessão é um sinal de pontuação melódico e de valor expressivo. No excerto “E é pena, pois com esse nome que tem – e que é a sua própria voz – devia estar em todas as repartições e outros lugares, numa elegante gaiola, para no momento oportuno anunciar a sua presença.” (4º§), o duplo travessão foi utilizado para:
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Q3025205 Português
A intertextualidade e a literatura

    O termo intertextualidade foi cunhado na década de 1960, no âmbito da teoria literária, por Julia Kristeva e referia-se ao universo dos textos literários e do diálogo entre esses textos ao longo da história da literatura. Quando a intertextualidade se dá entre dois textos literários efetivamente escritos e se manifesta de forma direta, clara, explícita, podemos dizer que se trata de intertextualidade em sentido restrito.

    Quando um determinado autor recorre a outros textos para compor os próprios, certamente tem um motivo muito claro — fazer uma crítica, uma reflexão ou uma releitura desses textos. Percorrer o caminho inverso, ou seja, buscar esse motivo e reconstruir o processo de produção desses textos leva a desvendar seus significados específicos. Assim, o conhecimento das relações entre os textos é um poderoso recurso de produção e apreensão de significados.

    Esse conhecimento, porém, não se dá por acaso nem por obra da intuição, ____ por meio de um trabalho bastante específico: o exercício da leitura. Quanto ____ experiente for o leitor (entenda-se como leitor experiente aquele que leu muito e bem), ____ possibilidades terá de compreender os caminhos percorridos (e os textos visitados) por um outro autor em sua produção e de percorrer o próprio caminho em suas criações.

   Portanto, nossos processos de leitura podem ser mais proveitosos devido aos numerosos caminhos de leitura que percorremos. Nossas produções podem aprimorar-se à medida que incorporamos essas leituras a nossos textos. E não é exagero dizer que esses procedimentos se ampliam de tal forma que atingem uma outra área, bem mais ampla – a que diz respeito à própria leitura do mundo.


Painel da literatura em língua portuguesa – José de Nicola.
Adaptado.

Em “[...] certamente tem um motivo muito claro — fazer uma crítica, uma reflexão ou uma releitura desses textos.”, o travessão foi empregado com o objetivo de: 

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Q3024750 Português

A intertextualidade e a literatura


    O termo intertextualidade foi cunhado na década de 1960, no ‚âmbito da teoria literária, por Julia Kristeva e referia-se ao universo dos textos literários e do diálogo entre esses textos ao longo da história da literatura. Quando a intertextualidade se dá entre dois textos literários efetivamente escritos e se manifesta de forma direta, clara, explícita, podemos dizer que se trata de intertextualidade em sentido restrito.

    Quando um determinado autor recorre a outros textos para compor os próprios, certamente tem um motivo muito claro — fazer uma crítica, uma reflexão ou uma releitura desses textos. Percorrer o caminho inverso, ou seja, buscar esse motivo e reconstruir o processo de produção desses textos leva a desvendar seus significados específicos. Assim, o conhecimento das relações entre os textos é um poderoso recurso de produção e apreensão de significados.

    Esse conhecimento, porém, não se d· por acaso nem por obra da intuição, ____ por meio de um trabalho bastante específico: o exercício da leitura. Quanto ____ experiente for o leitor (entenda-se como leitor experiente aquele que leu muito e bem), ____ possibilidades terá de compreender os caminhos percorridos (e os textos visitados) por um outro autor em sua produção e de percorrer o próprio caminho em suas criações.

    Portanto, nossos processos de leitura podem ser mais proveitosos devido aos numerosos caminhos de leitura que percorremos. Nossas produções podem aprimorar-se à medida que incorporamos essas leituras a nossos textos. E não é exagero dizer que esses procedimentos se ampliam de tal forma que atingem uma outra área, bem mais ampla – a que diz respeito  própria leitura do mundo. 


Painel da literatura em língua portuguesa – José de Nicola.

Adaptado.

Em “[...] certamente tem um motivo muito claro — fazer uma crítica, uma reflexão ou uma releitura desses textos.”, o travessão foi empregado com o objetivo de:
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Q3023475 Português

A intertextualidade e a literatura


    O termo intertextualidade foi cunhado na década de 1960, no ‚âmbito da teoria literária, por Julia Kristeva e referia-se ao universo dos textos literários e do diálogo entre esses textos ao longo da história da literatura. Quando a intertextualidade se dá entre dois textos literários efetivamente escritos e se manifesta de forma direta, clara, explícita, podemos dizer que se trata de intertextualidade em sentido restrito. 

    Quando um determinado autor recorre a outros textos para compor os próprios, certamente tem um motivo muito claro — fazer uma crítica, uma reflexo ou uma releitura desses textos. Percorrer o caminho inverso, ou seja, buscar esse motivo e reconstruir o processo de produção desses textos leva a desvendar seus significados específico. Assim, o conhecimento das relações entre os textos é um poderoso recurso de produção e apreensão de significados.

    Esse conhecimento, porém, não se dá por acaso nem por obra da intuição, ____ por meio de um trabalho bastante específico: o exercício da leitura. Quanto ____ experiente for o leitor (entenda-se como leitor experiente aquele que leu muito e bem), ____ possibilidades terá de compreender os caminhos percorridos (e os textos visitados) por um outro autor em sua produção e de percorrer o próprio caminho em suas criações. 

    Portanto, nossos processos de leitura podem ser mais proveitosos devido aos numerosos caminhos de leitura que percorremos. Nossas produções podem aprimorar-se à medida que incorporamos essas leituras a nossos textos. E não é exagero dizer que esses procedimentos se ampliam de tal forma que atingem uma outra área, bem mais ampla – a que diz respeito à própria leitura do mundo.


Painel da literatura em língua portuguesa – José de Nicola.

Adaptado.

Em “[...] certamente tem um motivo muito claro — fazer uma crítica, uma reflexão ou uma releitura desses textos.”, o travessão foi empregado com o objetivo de:
Alternativas
Q3023445 Português

A intertextualidade e a literatura


    O termo intertextualidade foi cunhado na década de 1960, no ‚âmbito da teoria literária, por Julia Kristeva e referia-se ao universo dos textos literários e do diálogo entre esses textos ao longo da história da literatura. Quando a intertextualidade se dá entre dois textos literários efetivamente escritos e se manifesta de forma direta, clara, explícita, podemos dizer que se trata de intertextualidade em sentido restrito. 

    Quando um determinado autor recorre a outros textos para compor os próprios, certamente tem um motivo muito claro — fazer uma crítica, uma reflexo ou uma releitura desses textos. Percorrer o caminho inverso, ou seja, buscar esse motivo e reconstruir o processo de produção desses textos leva a desvendar seus significados específicos. Assim, o conhecimento das relações entre os textos é um poderoso recurso de produção e apreensão de significados. 

    Esse conhecimento, porém, não se dá por acaso nem por obra da intuição, ____ por meio de um trabalho bastante específico: o exercício da leitura. Quanto ____ experiente for o leitor (entenda-se como leitor experiente aquele que leu muito e bem), ____ possibilidades terá de compreender os caminhos percorridos (e os textos visitados) por um outro autor em sua produção e de percorrer o próprio caminho em suas criações.

    Portanto, nossos processos de leitura podem ser mais proveitosos devido aos numerosos caminhos de leitura que percorremos. Nossas produções podem aprimorar-se à medida que incorporamos essas leituras a nossos textos. E não é exagero dizer que esses procedimentos se ampliam de tal forma que atingem uma outra área bem mais ampla – a que diz respeito à própria leitura do mundo.


Painel da literatura em língua portuguesa – José de Nicola.

Adaptado.

 Em “[...] certamente tem um motivo muito claro — fazer uma crítica, uma reflexão ou uma releitura desses textos.”, o travessão foi empregado com o objetivo de:
Alternativas
Q3007194 Português
Texto CG1A7-I

    O Brasil tem a maior rede hidrográfica e a maior reserva de água doce do planeta. Se levarmos em conta a quantidade de água de territórios estrangeiros que ingressa no país pelas bacias amazônica, do Uruguai e do Paraguai, a vazão média de nossos rios é da ordem de 267 mil metros cúbicos por segundo, ou seja, pouco mais de 100 piscinas olímpicas por segundo. É um volume muito grande de água, que tem um papel de grande importância na vida das pessoas.
     No entanto, o país mantém com seus rios uma relação ambígua: as cidades os abraçam para crescer e se desenvolver, criando importante laço para o desenvolvimento urbano e agrícola, mas também os destroem, ao torná-los o principal meio de escoamento de esgoto. Os rios sofrem com a poluição, o assoreamento, o desvio de seus cursos e a destruição das matas ciliares; a beleza da paisagem fica obstruída por mau cheiro, mudança de coloração da água, incapacidade de uso original de seus recursos.
    Os cursos d’água possuem múltiplos usos: consumo humano, aproveitamento industrial, irrigação, criação animal, pesca, aquicultura e piscicultura, turismo, recreação, geração de energia, lazer, transporte. A arquiteta e paisagista Maria Cecília Barbieri Gorski, autora do livro Rios e cidades: ruptura e reconciliação, afirma que, em algumas regiões do Brasil, rios e córregos estiveram — e ainda estão — associados ao cotidiano de populações ribeirinhas, fornecendo água para as habitações e para a ativação de engenhocas como monjolo e roda d’água. O leito fluvial também é usado para o deslocamento de pessoas e mercadorias, para lavagem de roupas, para atividades extrativistas como a pesca e para a mineração de areia, argila e ouro.
     Gercinair Silvério Gandara, historiadora e professora da Universidade Estadual de Goiás (UEG), analisa as cidades brasileiras de um ponto de vista da beira, ou seja, da perspectiva do rio, do mar, do ribeirão, das estradas, da rodovia, da ferrovia. E, se muitas de nossas cidades são de beira, várias cresceram à custa de seus rios. Por exemplo, em todas as capitais brasileiras, incluindo Brasília, rios tiveram papel importante no desenvolvimento urbano, ainda que muitas vezes eles estejam poluídos, canalizados ou com suas características físicas alteradas. Cidades ribeirinhas de médio e pequeno porte, como Penedo, em Alagoas, Piracicaba, em São Paulo, e Blumenau, em Santa Catarina, têm nos seus rios um fator de vitalidade e atração turística.
     Gercinair considera os rios um espaço social em constante transformação. Segundo ela, muitas cidades que nascem voltadas para os rios acabam virando-lhes as costas: “isto resulta das próprias dinâmicas históricas das cidades no cruzamento dos caminhos fluviais e terrestres; assim, as cidades-rios são chaves para a leitura do mundo e do ambiente”.

Internet: <cienciaecultura.bvs.br> (com adaptações). 
A correção gramatical do segundo período do terceiro parágrafo do texto CG1A7-I seria mantida caso

I os travessões fossem substituídos por parênteses.
II fosse empregada uma vírgula logo após “engenhocas”.
III fosse eliminada a vírgula após “Gorski”.

Assinale a opção correta.
Alternativas
Q2995082 Português

O uso do travessão presente no trecho abaixo do Texto 01 é justificado pela seguinte regra gramatical:


“...não se produz mais dívida – ou seja, trabalha-se em prol de liquidar os ativos para pagar os passivos na medida do possível. (...)” (linhas 16 a 19)

Alternativas
Q2994142 Português

Leia atentamente o texto seguinte:

Religiosamente, pela manhã, ele dava milho na mão para a galinha cega. As bicadas tontas, de violentas, faziam doer a palma da mão calosa. E ele sorria. Depois a conduzia ao poço, onde ela bebia com os pés dentro da água. A sensação direta da água nos pés lhe anunciava que era hora de matar a sede; curvava o pescoço rapidamente, mas nem sempre apenas o bico atingia a água: muita vez, no furor da sede longamente guardada, toda a cabeça mergulhava no líquido, e ela a sacudia, assim molhada, no ar. Gotas inúmeras se espargiam nas mãos e no rosto do carroceiro agachado junto do poço. Aquela água era como uma bênção para ele. Como água benta, com que um Deus misericordioso e acessível aspergisse todas as dores animais. Bênção, água benta, ou coisa parecida: uma impressão de doloroso triunfo, de sofredora vitória sobre a desgraça inexplicável, injustificável, na carícia dos pingos de água, que não enxugava e lhe secavam lentamente na pele. Impressão, aliás, algo confusa, sem requintes psicológicos e sem literatura.

Depois de satisfeita a sede, ele a colocava no pequeno cercado de tela separado do terreiro (as outras galinhas martirizavam muito a branquinha) que construíra especialmente para ela. De tardinha dava-­lhe outra vez milho e água e deixava a pobre cega num poleiro solitário, dentro do cercado.

Porque o bico e as unhas não mais catassem e ciscassem, puseram­-se a crescer. A galinha ia adquirindo um aspecto irrisório de rapace, ironia do destino, o bico recurvo, as unhas aduncas. E tal crescimento já lhe atrapalhava os passos, lhe impedia de comer e beber. Ele notou essa miséria e, de vez em quando, com a tesoura, aparava o excesso de substância córnea no serzinho desgraçado e querido.

Entretanto, a galinha já se sentia de novo quase feliz. Tinha delidas lembranças da claridade sumida. No terreiro plano ela podia ir e vir à vontade até topar a tela de arame, e abrigar­-se do sol debaixo do seu poleiro solitário. Ainda tinha liberdade — o pouco de liberdade necessário à sua cegueira. E milho. Não compreendia nem procurava compreender aquilo. Tinham soprado a lâmpada e acabou-­se. Quem tinha soprado não era da conta dela. Mas o que lhe doía fundamente era já não poder ver o galo de plumas bonitas. E não sentir mais o galo perturbá-­la com o seu cocó­có malicioso. O ingrato.

João Alphonsus – Galinha Cega. Em MORICONI, Italo, Os Cem Melhores Contos Brasileiros do Século. São Paulo: Objetiva, 2000.

Observe o período seguinte e responda o que se pede:

I – “ Ainda tinha liberdade — o pouco de liberdade necessário à sua cegueira.”

No período em destaque utiliza­-se o sinal de travessão. Assinale a alternativa que explique corretamente o seu uso no contexto apresentado.

Alternativas
Q2950254 Português

TRÂNSITO NAS GRANDES CIDADES: O PREÇO DO TEMPO PERDIDO



Quem não passou pelo pesadelo de sair de casa

para um compromisso com hora marcada e ver o

cronograma estourar por causa do trânsito? Assim se

perderam viagens, reuniões de negócios, provas na

5 escola e outras oportunidades. Resultado: prejuízo na

certa. Seja ele financeiro ou mesmo moral — afinal,

como fica a cara de quem chega atrasado ao trabalho?

Mas será que existe um mecanismo que leve ao cálcu-

lo das perdas provocadas por estes preciosos minutos

10 gastos dentro de um automóvel — ou transporte coleti-

vo — numa avenida de uma grande cidade brasileira?

Quanto custa um engarrafamento? As respostas para

estas perguntas, infelizmente, ninguém sabe ao certo.

Estudo do Denatran, em parceria com o Ipea, so-

15 bre “Impactos Sociais e Econômicos dos Acidentes de

Trânsito nas Rodovias Brasileiras” revela que — além

da perda de tempo — a retenção no trânsito provoca

ainda o aumento do custo de operação de cada veículo

— combustível e desgaste de peças. Os congestio-

20 namentos trazem danos também para os governos.

Cidades e estados gastam fortunas com esquemas de

tráfego, engenheiros, equipamentos e guardas de trân-

sito.

Quando motivado por acidente, o engarrafamento

25 fica ainda mais caro, pois envolve bombeiros, ambu-

lâncias, médicos, hospitais, internações, medicamen-

tos, lucros cessantes e, eventualmente, custos fúne-

bres, além das perdas familiares. Nos Estados Unidos,

as autoridades incluíram, no custo financeiro do engar-

30 rafamento, o estresse emocional provocado em suas

75 maiores cidades. Conta final: U$ 70 bilhões/ano. Isso

sem falar nos custos ambientais — é consenso na co-

munidade científica que a queima de combustíveis fó-

sseis, como o petróleo, pelos automóveis é uma das prin-

35 cipais causas de emissões de carbono, um dos causa-

dores do aquecimento global.

A maior cidade do Brasil tem também os maiores

engarrafamentos. A frota da Grande São Paulo atingiu,

em 2008, a marca de seis milhões de veículos. Este

40 número só aumenta: são vendidos cerca de 600 carros

por dia — segundo a Associação Nacional dos Fabri-

cantes de Veículos Automotores (Anfavea). O consul-

tor de tráfego Horácio Figueira só vê uma solução: “É

preciso priorizar o transporte coletivo. Caso contrário,

45 as cidades vão parar”, alerta. Enquanto 60% da popu-

lação do país utilizam o transporte público, apenas 47%

dos paulistanos seguem o mesmo exemplo. A falta de

conforto e os itinerários limitados dos ônibus levaram

30% dos usuários a optar pelas vans, realimentando os

50 quilométricos congestionamentos da cidade.


CARNEIRO, Claudio. In: Opinião e Notícia, 20 mar. 2008. Disponível em: http://opiniaoenoticia.com.br/vida/transito-nas-grandes-cidades-opreco-do-tempo-perdido. Acesso em: 3 ago. 2009.

Assinale a opção que traz os sinais de pontuação que podem ser usados para substituir os travessões em “— ou transporte coletivo —”. (l. 10-11)

Alternativas
Respostas
1: C
2: A
3: A
4: B
5: D
6: B
7: C
8: C
9: D
10: D
11: D
12: C
13: D
14: D
15: D
16: D
17: C
18: B
19: E
20: A