Questões de Concurso Comentadas sobre uso da vírgula em português

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Q734990 Português
Leia o texto abaixo e responda à questão.

Os negros, ao se verem escravizados, foram identificados pelos brancos, na maioria das vezes, enquanto “africanos” de Benguela, do Congo, Moçambique ou Mina, ainda que aí estivessem abrangidas diversas e distintas sociedades. Acredita-se, entretanto, que o comerciante ou o funcionário da alfândega, ao assim nomeá-los, forneceu-lhes o mínimo necessário à identificação e encontro entre esses escravos que buscavam, sempre que possível, associar-se aos parceiros de infortúnio, cujas práticas culturais e língua possuíssem códigos reconhecíveis e acessíveis, rompendo com o processo de homogeneização, pretendido pelo sistema escravista. 

(CRIVELENSE, M.A.A.A. Domingos, Angola e Joaquina, Mina – Identidades
africanas nos casamentos de escravos na fronteira oeste da América Portuguesa - Mato Grosso – Séculos XVIII e XIX. Cuiabá: Carlini e Caniato, 2012.)
Os recursos linguísticos e expressivos empregados no texto são responsáveis pela tessitura textual. Em relação a esses recursos, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.
( ) O conector ainda que indica sentido de concessão e pode ser substituído por embora, que apresenta o mesmo valor semântico. ( ) As expressões na maioria das vezes e sempre que possível estão virguladas antes e depois porque indicam tempo. ( ) A expressão parceiros de infortúnio pode ser entendida como pessoas nas mesmas condições de escravidão. ( ) Os pronomes los e lhes funcionam como elementos coesivos e retomam o sentido do mesmo termo.
Assinale a sequência correta.
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Q734980 Português
Leia parte da matéria de A Gazeta, 26/10/2015, escrita por Elayne Mendes, e responda à questão.

Reflexos na saúde podem durar anos

No garimpo, a aspiração de poeira, contato com a terra e até mesmo mercúrio são ações comuns. O que muitos que desenvolvem esses tipos de atividades não sabem é que com o passar do tempo reflexos negativos podem ser expressos na saúde, provocando doenças e acarretando até mesmo a morte.
Nos últimos dois meses, circularam na Serra da Borda, em Pontes e Lacerda, cerca de cinco mil pessoas, que foram para o local para trabalhar na extração de ouro. A maioria não era garimpeiro profissional e atuava de maneira amadora, sem nenhum tipo de proteção ou segurança. Além disso, inalava poeira e substâncias tóxicas o tempo todo durante as escavações e enquanto bateava o ouro. [...] tal exposição pode acarretar diversos tipos de enfermidades e o pior é que algumas só se manifestarão quando estiver em estado avançado [...] a exemplo de fibrose pulmonar.
Um dos usos do sinal de pontuação denominado vírgula é separar orações adverbiais, mesmo reduzidas, no período. Assinale o trecho do texto que exemplifica esse uso.
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Q732916 Português

O texto abaixo é parte do livro Beleza Interior, de Fabrício Carpinejar. Leia-o atentamente para responder à questão.

Texto I

Milagre do vendedor de rapadura

    A vida é dura como um pé de moleque, mas no fundo é doce.

    Esta frase só tem sentido na boca de Hilberto Helvino Von Frühauf, 76 anos, morador de Victor Graeff, município de 3 mil habitantes, situado a 263 quilômetros da Capital.

    Ele pagou a universidade de seis filhos vendendo rapadura de porta em porta. Desde 1975, acorda cedo, sai com uma cestinha verde cheia de confeitos feitos pela mulher Nelvi, caminha 200 metros de barro, embarca no ônibus da empresa Azul na Linha Jacuí e segue oferecendo o produto para quem encontrar pela frente em Carazinho, Passo Fundo e Não-Me-Toque, além de sua própria cidade.

    O casal, que completa bodas de ouro em novembro, teve sete filhos; três já morreram: o químico Milton em acidente de carro em 1986; a professora Marilei ao cometer suicídio, inconsolável pelo fim precoce do irmão, em 1991; e Maristela, decorrente de complicações da paralisia cerebral, em 1993.

    _Enterrar um filho é desumano, é apagar o próprio nascimento. Apagaram três vezes a data da minha certidão – desabafa.

    Nelvi lembra que dobraram a produção caseira de rapadura para cobrir remédios tarjas preta de Maristela, que passou 19 anos na cama.

    Com escolaridade até a 5ª série, Hilberto nem guarda ideia de como sustentou o ensino da prole.

    _ Eu lutei, não trabalhei. Trabalhar é fácil.

(Fabrício Carpinejar. Beleza interior. Uma viagem poética pelo Rio grande do Sul. Arquipélago Editorial. Rio grande do Sul: 2012)

Analise o uso da vírgula no trecho abaixo, depois assinale a alternativa correta: Desde 1975, acorda cedo, sai com uma cestinha verde cheia de confeitos feitos pela mulher Nelvi, caminha 200 metros de barro, embarca no ônibus da empresa Azul na Linha Jacuí e segue oferecendo o produto para quem encontrar pela frente em Carazinho, Passo Fundo e Não-Me-Toque, além de sua própria cidade. No trecho acima, o uso da vírgula se justifica por marcar:
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Q731239 Português

                                         Somos um povo fútil?

      “No Brasil, tudo vira moda. Até manifestação de rua.”

      Ouvi essa frase de um motorista de táxi durante os acontecimentos de junho, e achei um exagero. Rebati, dizendo que o povo nas ruas tinha um significado imenso e ira propiciar a mudança de várias leis. Ele me olhou pelo retrovisor e respondeu que era verdade, mas que via muitos jovens, a caminho das manifestações, agindo como se estivessem indo para um bloco de carnaval. “É a onda do momento”, insistiu. “Daqui a pouco passa.”

      Em poucas semanas, as manifestações começaram a esvaziar. Os motivos eram muitos: a ação dos black blocks, as depredações, a violência da polícia, as denúncias de interesses escusos por parte de políticos, milicianos, traficantes. Mas não pude deixar de pensar nas palavras do motorista de táxi.

      Tornei a pensar nelas há algumas semanas, ao voltar de uma viagem de quase um mês à Alemanha. Ao desembarcar no Brasil, fui tomada pela sensação de que somos mesmo um país de modismos. Um povo fútil. Sei que é um clichê essa história de ir à Europa e voltar falando de “um banho de civilização”. Sempre fui contra isso. Mas, desta vez – depois de visitar 11 museus, duas exposições, de ir a um concerto de música clássica e de visitar uma feira gigantesca de livros –, alguma coisa aconteceu comigo.

      Acho que uma das razões dessa sensação foi a leitura, durante a viagem, do livro de Mário Vargas Llosa, “A civilização do espetáculo”. Embora em alguns pontos eu discorde do escritor, o livro me chamou a atenção para a destruição da cultura no mundo moderno, em favor do entretenimento. Esse conceito me deixou pensando no Brasil – nesse país que não lê livros, mas onde quase todo mundo tem celular. Onde se veem, nos bairros pobres, antenas parabólicas sobre casas miseráveis, onde há mais televisores do que geladeiras, e onde, em vez de bibliotecas, temos lan houses. País que parece ter passado, em massa, do analfabetismo funcional para o Facebook – sem escalas.

      (....) Voltei da viagem com essa sensação de que somos mesmo fúteis, superficiais, e me lembrei do motorista de táxi.

                                                (Heloísa Seixas, O Globo, 14 de dezembro de 2013)

“...a ação dos black blocks, as depredações, a violência da polícia, as denúncias de interesses escusos por parte de políticos, milicianos, traficantes”. A autora, ao pontuar a enumeração dos motivos do esvaziamento desse modo, concluía que
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Q730531 Português

Leia a crônica a seguir para responder a questão.


    Certas palavras têm significado errado. Falácia, por exemplo, devia ser o nome de alguma coisa vagamente vegetal. As pessoas deveriam criar falácias em todas as suas variedades. A Falácia Amazônica. A misteriosa Falácia Negra. 

    Hermeneuta deveria ser o membro de uma seita de andarilhos herméticos. Onde eles chegassem, tudo se complicaria.

 - Os hermeneutas estão chegando! 

    - Ih, agora é que ninguém vai entender mais nada...

    Os hermeneutas ocupariam a cidade e paralisariam todas as atividades produtivas com seus enigmas e frases ambíguas. Ao se retirarem deixariam a população prostrada pela confusão. Levaria semanas até que as coisas recuperassem seu sentido óbvio. Antes disso, tudo pareceria ter sentido oculto. 

    - Alô...

    - O que é que você quer dizer com isso?

    Traquinagem devia ser uma peça mecânica.

    - Vamos ter que trocar a traquinagem. E o vetor está gasto.

    Plúmbeo devia ser o barulho que um corpo faz ao cair na água.

    Mas nenhuma palavra me fascinava tanto quanto defenestração.

    A princípio foi o fascínio da ignorância. Eu não sabia o seu significado, nunca me lembrava de procurar no dicionário e imaginava coisas. Defenestrar devia ser um ato exótico praticado por poucas pessoas. Tinha até um certo tom lúbrico. Galanteadores de calçada deviam sussurrar no ouvido das mulheres:

    - Defenestras?

    A resposta seria um tapa na cara. Mas algumas... Ah, algumas defenestravam.

    Também podia ser algo contra pragas e insetos. As pessoas talvez mandassem defenestrar a casa. Haveria, assim, defenestradores profissionais.

    Ou quem sabe seria uma daquelas misteriosas palavras que encerravam os documentos formais?

    “Nestes termos, pede defenestração...”. Era uma palavra cheia de implicações. Devo até tê-lo usado uma ou outra vez, como em:

    - Aquele é um defenestrado.

    Dando a entender que era uma pessoa, assim, como dizer? Defenestrada. Mesmo errada, era a palavra exata.

    Um dia, finalmente, procurei no dicionário. E aí está o Aurelião que não me deixa mentir. “Defenestração” vem do francês “defenestration”. Substantivo feminino. Ato de atirar alguém ou algo pela janela.

    Ato de atirar alguém ou algo pela janela!

    Acabou a minha ignorância mas não a minha fascinação. Um ato como este só tem nome próprio e lugar nos dicionários por alguma razão muito forte. Afinal, não existe, que eu saiba, nenhuma palavra para o ato de atirar alguém ou algo pela porta, ou escada abaixo. Por que, então, defenestração?

    [...]

    - Com prédios de três, quatro andares, ainda era admissível. Até divertido. Mas daí para cima vira crime. Todas as janelas do quarto andar para cima devem ter um cartaz: “Interdit de defenestrer”. Os transgressores serão multados. Os reincidentes serão presos.

    Na Bastilha, o Marquês de Sade deve ter convivido com notórios defenestreurs. E a compulsão, mesmo suprimida, talvez ainda persista no homem, como persiste na sua linguagem. O mundo pode estar cheio de defenestradores latentes.

    - É esta estranha vontade de atirar alguém ou algo pela janela, doutor...

    - Hmm. O impulsus defenestrex de que nos fala Freud. Algo a ver com a mãe. Nada com o que se preocupar – diz o analista, afastando-se da janela.

    Quem entre nós nunca sentiu a compulsão de atirar alguém ou algo pela janela? A basculante foi inventada para desencorajar a defenestração. Toda a arquitetura moderna, com suas paredes externas de vidro reforçado e sem aberturas, pode ser uma reação inconsciente a esta volúpia humana, nunca totalmente dominada.

    [...]

    Uma multidão cerca o homem que acaba de cair na calçada. Entre gemidos, ele aponta para cima e balbucia:

    - Fui defenestrado...

    Alguém comenta:

    - Coitado. E depois ainda atiraram ele pela janela!

    Agora mesmo me deu uma estranha compulsão de arrancar o papel da máquina, amassá-lo e defenestrar esta crônica. Se ela sair é porque resisti.


VERÍSSIMO, Luís Fernando. Para gostar de ler – v.14. 3 Ed. São Paulo: Ática, 1995, p.82

Considerando a norma-padrão da língua portuguesa, assinale a alternativa em que o uso da vírgula tem a função de marcar a intercalação de uma conjunção.
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Q730217 Português
INSTRUÇÃO -Leia atentamente todo o texto antes de responder a questão.

    A vida é difícil para todos nós. Saber disso nos ajuda porque nos poupa da autopiedade. Ter pena de si mesmo é uma viagem que não leva a lugar nenhum. A autopiedade, para ser justificada, nos toma um tempo enorme na construção de argumentos e motivos para nos entristecermos com uma coisa absolutamente natural: nossas dificuldades.
    Não vale a pena perder tempo se queixando dos obstáculos que têm de ser superados para sobreviver e para crescer. É melhor ter pena dos outros e tentar ajudar os que estão perto de você e precisam de uma mão amiga, de um sorriso de encorajamento, de um abraço de conforto. Use sempre suas melhores qualidades para resolver problemas, que são: capacidade de amar, de tolerar e de rir.
    Muitas pessoas vivem a se queixar de suas condições desfavoráveis, culpando as circunstâncias por suas dificuldades ou fracassos. As pessoas que se dão bem no mundo são aquelas que saem em busca de condições favoráveis e, se não as encontram se esforçam por criá-las. Enquanto você acreditar que a vida é um jogo de sorte vai perder sempre. A questão não é receber boas cartas, mas usar bem as que lhe foram dadas.
(Dr.Luiz Alberto Py, O Dia)
A explicação para o emprego do sinal de pontuação está INCORRETA em
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Q729270 Português
Depois dos táxis, as ‘caronas’

       No princípio era o táxi. Dezenas de aplicativos de celular para chamar amarelinhos proliferaram no ano passado, seduzindo passageiros e incomodando cooperativas. Agora, a nova onda de soluções móveis para o trânsito tenta abolir taxistas por completo em busca de objetivo mais ambicioso: convencer motoristas a aderirem, de vez, às caronas.
       Um dos modelos é inspirado em softwares que fazem sucesso – e barulho – em São Francisco e Nova York, a exemplo de Uber e Lyft. A primeira experiência do tipo no Brasil atende pelo nome de Zaznu – gíria em hebraico equivalente ao nosso “partiu?” – e começou pelo Rio, mês passado.
       Por meio do app, donos de smartphones solicitam e oferecem caronas a desconhecidos. Tudo começa com o passageiro, que aciona o programa para pedir uma carona. Com base na localização e no perfil da pessoa, motoristas cadastrados que estiverem nas redondezas decidem se topam ou não pegá-lo. Quando a carona é aceita, os dois conversam por telefone para combinar o ponto de encontro.
       Para garantir a segurança dos passageiros, o Zaznu diz entrevistar os motoristas cadastrados, além de checar antecedentes criminais. Já os passageiros precisam registrar um cartão de crédito para pagamentos “voluntários”.
    É justamente por não ser gratuito que o aplicativo já faz barulho. Tão logo surgiu, taxistas abriram a página no Facebook “Zaznu, a farsa da carona solidária”, que denuncia “o crime que é oferecer serviço de transporte em carro particular”, como explicou o criador do grupo, Allan de Oliveira. O sindicato da categoria no Rio concorda.
       – É irregular, iremos à Justiça. Mas temos certeza de que a prefeitura vai detê-lo – disse o diretor José de Castro.
        Procurada por duas semanas, a Secretaria Municipal de Transportes do Rio não se manifestou.
        Em sua defesa, Yuri Faber, fundador do Zaznu, alegou que o aplicativo não constitui um serviço pago de transportes porque seus termos de uso classificam o pagamento como “doação opcional”. A sugestão de preço equivale a 80% do preço que seria cobrado por um táxi no mesmo trajeto. A Zaznu fica com um quinto do valor, o resto vai para o motorista.
        – O passageiro tem todo o direito de decidir se paga, e quanto paga. O app só sugere um valor – justificou.
                                                                                                                                  (O Globo, 20/04/2014.)  
O trecho entre vírgulas destacado em “Em sua defesa, Yuri Faber, fundador do Zaznu, [...]” (8º§) tem o objetivo de
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Q727289 Português
SEGURANÇA PÚBLICA: PROBLEMA DE TODOS, SOLUÇÃO TAMBÉM
Viva Rio, uol.com.br

    Muitos países sofrem com os altos índices de criminalidade e violência e com as dificuldades das instituições públicas para lidar com a situação. Na América Latina, esta é a realidade da maioria dos países que hoje vivem, em maior ou menor grau, processos de reestruturação de seus sistemas de segurança e justiça. A violência é a primeira entre as causas de morte no Brasil, Colômbia, Venezuela, El Salvador e México.
    Repressão à violência é importante, mas é uma abordagem pontual que não incide sobre os fatores geradores de insegurança. As instituições policiais não podem, sozinhas, dar conta da segurança pública.
    O fenômeno da violência e da criminalidade é extremamente complexo, multifacetado e dinâmico, exigindo uma abordagem integrada, multissetorial, que envolva a sociedade como um todo na busca de soluções efetivas e sustentáveis. Intervenções que acionem apenas as instituições policiais ou de justiça criminal, desarticuladas, não oferecem resultados duráveis, até porque o campo de ação destas instâncias sobre as possíveis causas do fenômeno é limitado.
    Os efeitos cotidianos da violência e da criminalidade são sentidos, em primeiro lugar, pela comunidade e seus membros, seja sob a forma de eventos concretos, seja através da “sensação de insegurança”. Para uma atuação preventiva, é preciso ouvir os atores locais. A participação comunitária é fundamental para a consolidação de uma verdadeira política pública.
    Atuar preventivamente sobre fatores como a degradação ambiental, o desemprego, problemas de saneamento, iluminação pública e falta de opções de lazer, a chamada “prevenção primária”, pode trazer benefícios efetivos para a Segurança Pública.
“O fenômeno da violência e da criminalidade é extremamente complexo, multifacetado e dinâmico, exigindo uma abordagem integrada, multissetorial, que envolva a sociedade como um todo na busca de soluções efetivas e sustentáveis.” O emprego das vírgulas, nesse segmento, tem a função de:
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Ano: 2015 Banca: CRF-TO Órgão: CRF-TO Prova: CRF-TO - 2015 - CRF-TO - Serviços Gerais |
Q727145 Português
Quanto à pontuação, marque a alternativa correta.
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Q726886 Português

Gols de cocuruto

O melhor momento de futebol para um tático é o minuto de silêncio. É quando os times ficam perfilados, cada jogador com as mãos nas costas e mais ou menos no lugar que lhes foi designado no esquema – e parados. Então o tático pode olhar o campo como se fosse um quadro negro e pensar no futebol como alguma coisa lógica e diagramável. Mas aí começa o jogo e tudo desanda. Os jogadores se movimentam e o futebol passa a ser regido pelo imponderável, esse inimigo mortal de qualquer estrategista. O futebol brasileiro já teve grandes estrategistas cruelmente traídos pela dinâmica do jogo. O Tim, por exemplo. Tático exemplar, planejava todo o jogo numa mesa de botão. Da entrada em campo até a troca de camisetas, incluindo o minuto de silêncio. Foi um técnico de sucesso, mas nunca conseguiu uma reputação no campo à altura de sua reputação de vestiário. Falava um jogo e o time jogava outro. O problema de Tim, diziam todos, era que seus botões eram mais inteligentes do que seus jogadores.

Luís Fernando Veríssimo

Observe as frases.

1. Menino, vá chamar o técnico!

2. O jogador, disse o treinador, não vai.

3. Ele, que é generoso vai nos ajudar.

4. Saindo os jogadores e os demais, o recinto ficará vazio.

5. Treinou muito, mas não venceu a partida.

Assinale a alternativa correta.

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Q726395 Português
Assinale a alternativa que traz o período pontuado corretamente.
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Q726342 Português

Pesquisa: 37% dos obesos atribuem sobrepeso ao estresse

Luana Almeida


      Considerado o grande mal do século, o estresse, atualmente, é apontado pela comunidade médica como o grande causador de doenças graves, como depressão, alergias, infecções, asma, bronquite, gastrite e câncer.

      Em levantamento comportamental realizado pela agência de pesquisa Resulta CNP para a empresa farmacêutica Allergan/Divisão Health, o estresse aparece também como o grande inimigo de quem está acima do peso.

      A pesquisa, realizada por meio de entrevistas com mil pessoas de cinco cidades brasileiras - Salvador, Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro e Goiânia -, revelou que o estresse foi o maior influenciador do sobrepeso e obesidade em 37% dos entrevistados.

      Nesse universo, as mulheres foram as que mais relacionaram o estresse ao ganho de peso (37,6%). Em porcentagem um pouco menor, aparecem os homens, com 35,8% das respostas.

      De acordo com a psicóloga especializada em terapia cognitiva comportamental pela Universidade de São Paulo (USP) e em transtornos alimentares pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Marilice Rubbo de Carvalho, o estresse configura-se, hoje, não apenas como o causador do sobrepeso, mas como um dos maiores agravantes do quadro da obesidade.

      “Poucas pessoas sabem, mas o estresse tem ligação direta com a ansiedade. Por conta da correria e das dificuldades diárias, as pessoas ficam mais ansiosas, e muitas têm no hábito de comer uma forma de fuga. Por isso, acabam comendo muito e de forma equivocada, o que contribui para o aumento de peso, que, muitas vezes, foge do controle até alcançar a obesidade”, explicou.

      Na opinião da psicóloga, a relação psicossocial dos indivíduos com o problema se entrelaça, também, para a dificuldade na adesão de um tratamento efetivo, eficaz e de longo prazo.

      “A motivação para um tratamento é algo que oscila, sobretudo em pacientes com alto grau de estresse. As pessoas estressadas costumam transformar a satisfação em constante irritação. Isso dificulta na progressão de uma reeducação alimentar ou de uma regularidade nos exercícios físicos, primordiais no tratamento da obesidade”, disse.

      Trabalho - No levantamento, 25% dos entrevistados apontaram, também, o trabalho como causador do ganho de peso. Nesse caso, os homens são maioria, com 34%. Já as mulheres chegam apenas a 15%.

      Para a nutricionista Valéria Soares, dificuldades no emprego, além da relação difícil com colegas de trabalho e chefia têm relação com o desencadeamento do estresse, consequentemente, com um aumento gradativo de peso.

      Foi justamente o estresse, aliado a exaustiva carga horária do trabalho, o responsável por grandes mudanças na vida da empresária Marta Oliveira Santos, 37.

      Em janeiro de 2007, Marta foi surpreendida por dores na coluna que o levaram ao internamento por seis vezes. Na época, a empresária chegava a trabalhar 16 horas por dia.

      Após realizar uma série de exames e passar por quase uma dezena de médicos e se deparar com diagnósticos imprecisos, Marta decidiu procurar um psiquiatra, que concluiu que a empresária apresentava sintomas de estresse.

      A partir daí, a empresária, que pesava 68 quilos e se considerava “sarada”, ganhou cerca de 30 quilos em apenas sete meses. “Como sentia muitas dores, comecei a comer como forma de compensar o sofrimento. Comecei a ganhar peso de forma desenfreada e abandonei o tratamento, pois acreditava que os calmantes eram os responsáveis por me tornar obesa e compulsiva”, disse.

      Após dois anos lutando contra a balança e alternando dietas mirabolantes, Marta retomou o tratamento psiquiátrico e incorporou na sua rotina exercícios físicos, massagens relaxantes e ioga. Dessa forma, conseguiu emagrecer 22 quilos e, hoje, diz estar satisfeita com seu corpo.

      “Hoje, me sinto melhor e mais saudável. Reduzi minhas horas de trabalho e faço exercícios. Hoje, sou mais calma, mais feliz com minhas novas atribuições”, contou.

                                     Fonte: http://atarde.uol.com.br/materias/imprimir/1516614

Em “Em janeiro de 2007, Marta foi surpreendida por dores na coluna que o levaram ao internamento por seis vezes. Na época, a empresária chegava a trabalhar 16 horas por dia.”, há uma inadequação gramatical
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Q721024 Português
Prédio novo
Por Ivan Ângelo

   
        Tardezinha, homem vacilando entre a sesta e a televisão. Ele estava imerso naquela fuga da realidade que é “assistir sem assistir” à televisão, quando um som de música absurdamente alta irrompeu em sua sala com guitarras, bateria, sub woofer, tum-tum-tum, tibum-tibum. Vinha do apartamento ao lado, entrava pela parede e pelo hall. Recém-instalado no prédio novo, com vizinhos de hábitos desconhecidos, o homem temeu por seu futuro. Aquilo durou uns seis minutos e parou. Concluiu que o vizinho estivera testando os limites do seu home theater novo. O estrondo não se repetiu desde então, mas a bomba está lá, armada, pensa o homem, e não tira da cabeça o temor de nova e mais demorada invasão de sons infernais.
        Vizinhos são assim, incertos como loteria. E prédios novos são bombas armadas. O barulho é o campeão dos conflitos. Laje, piso e contrapiso comuns não seguram ruídos de saltos de sapatos, bolinha quicando, tropel de crianças, som alto de música ou televisão, movimentação de móveis, discussões, sopapos. Sábia, a mulher do homem havia mandado instalar, durante a construção, dupla manta acústica sob o contrapiso do apartamento de cima e também do seu próprio, sabendo que as construtoras fazem lajes cada vez mais finas para economizar material.
        Sabia que os sons não são assim dóceis, descobrem passagens pelos conduítes e caixinhas dos interruptores e tomadas. Nos prédios de dois apartamentos por andar, as unidades são espelhadas e muitas vezes as caixinhas de um lado correspondem a caixinhas do outro lado. No prédio novo, uma parede separava as suítes principais dos dois vizinhos. A mesma sábia mulher, ciosa da sua intimidade, mandou mudar de lugar a caixinha da cabeceira da cama e entupir o conduíte com lã de rocha.
          Com as primeiras famílias já morando, condôminos começam obras de reforma. Novos proprietários gostam de dar um toque pessoal ao novo apartamento. Não apenas um toque, na verdade; gostam de derrubar paredes, trocar pisos e azulejos, mudar fogão, abrir vãos, bolar teto, ampliar lavabo, incrementar iluminação. Poderiam ter dispensado o acabamento no final da construção, mas preferem quebrar tudo depois que a construtora entrega o apartamento acabado. A barulheira, o pó e o desgaste dos elevadores duram seis meses, no mínimo.
          Aos poucos, cresce o número de moradores. Começam os problemas nas garagens. Reclamam que os fluxos estão errados, as colunas estão erradas, os portões estão errados, a segurança é precária ... São quatro vagas por unidade, muitas inadequadas para carros maiores. Logo um ou outro precisa trocar o jipão por um compacto ou negociar a vaga ao lado. Uns mais folgados começam a estacionar em vagas vazias que não lhes pertencem, mais bem colocadas, o que leva a demoradas discussões nas primeiras assembleias de moradores.
        No dia a dia, constatam que a limpeza está péssima, os equipamentos da sala de ginástica vivem cobertos de pó, os brinquedos do playground deixam as crianças imundas, uma das faxineiras empurra água suja para dentro da piscina ... Ó céus. Uma assembleia decide terceirizar a limpeza.
        Alguns trazem cachorros, claro. Aparece um cheiro desagradável de xixi no elevador social. Daí a pouco, descobrem-se outras obras caninas no gramado do campo de futebol. Assembleia convocada às pressas decide: cães não podem passear nas dependências do condomínio; nos elevadores, só no colo. E se alguém trouxer um labrador?
        O mais recente problema: uma jovem está fazendo topless na piscina. Nada ostensivo ou ofensivo. Chega com as duas peças no lugar, procura espreguiçadeira livre ao sol, senta-se, tira a peça de cima, deita-se de bruços por uns vinte minutos, sentase sem tomar o cuidado de guardar as coisas, deita-se de costas, ajeita male-male a peça solta sobre as graças, cobre o rosto com o chapéu, fica mais vinte minutos, senta-se, veste a peça sem pressa, toma uma chuveirada e se vai.
        Não há nada previsto quanto a isso na convenção de condomínio. Cogita-se uma assembleia para discutir o assunto. Os homens acham que já houve assembleias demais para um prédio tão novo, fazem corpo mole. Enquanto isso, aproveitam o verão.
Fonte: Vejinha SP, Janeiro de 2011.
Assinale a alternativa em que NÃO ocorre vírgula para separar um adjunto adverbial deslocado:
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Q720296 Português

                                                O lixo é nosso

    Cena comum nas cidades: engolfado no trânsito, e também obstruindo-o, um homem, uma formiga, puxa com enorme esforço pedaços do caos. É o carroceiro.

   Paciência, motorista, com o pobre carroceiro. Cala a tua buzina irritada, que o homem que ali vai, puxando sua carga enorme e desequilibrada, trabalha para o nosso bem. Não é muito o que ele pode fazer, ele não é mais do que uma formiga na paisagem, um nada, mas faz sua parte mínima com a força e a teimosia das formigas. Leva restos que espalhamos pelos caminhos.

    Não o apresses, ele não consegue ir mais depressa. Não é ele que vai devagar, somos nós, o país. O atraso é nosso.

    O homem da carroça, o burro sem rabo, caro motorista, está ali por um conjunto de circunstâncias: para ele existir, tem de haver pobreza, tem de faltar trabalho, tem de sobrar lixo nas ruas, tem de faltar educação, respeito, cidadania, planejamento administrativo, consciência do bem comum.

    Considera que ele nas ruas é mais “verde” – mais limpo – do que nós: o carro dele não emite gazes, não buzina, ele não é um consumidor de artigos descartáveis, não produz esse lixo, antes o leva para reciclagem. Vê que curiosa contradição: ele é uma pecinha na grande engrenagem do avanço, a reciclagem, enquanto nós, participantes da poderosa cadeia de consumo, modernos, temos um pé nos séculos passados, ligados à descuidada atitude que formou a sociedade atual – pegar, usar e largar.


(Adaptado de Ivan Ângelo. Certos homens. Porto Alegre: Arquipélago, 2011. p.167-9)

Está inteiramente adequada a pontuação da frase:
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Q717568 Português
As 12 substâncias químicas
que causam mais problemas hormonais

       Uma organização americana1 dedicada a estudar os efeitos ambientais sobre a saúde das pessoas e animais divulgou uma lista com as substâncias químicas2 que mais causam danos ao corpo por provocar alterações hormonais. Esses compostos são os chamados desreguladores endócrinos – uma vez em contato com o organismo, eles imitam a ação de hormônios naturais3 , alterando a ação ou a quantidade deles no corpo.
       
        “Nós estamos rotineiramente expostos a esses desreguladores endócrinos e isso tem um potencial de prejudicar de forma significativa a saúde dos jovens. É importante fazermos o que estiver ao nosso alcance para evitá-los”, diz Renee Sharp, diretor de pesquisa do Environmental Working Group (EWG), que elaborou a lista.

          Para fazer a lista, os pesquisadores do EWG reuniram uma série de artigos científicos4 sobre os efeitos dessas substâncias na saúde das pessoas. Segundo os especialistas do grupo, os desreguladores endócrinos podem ser muitas vezes encontrados em alimentos, água, embalagens e produtos de consumo, como os de limpeza e cosméticos. A exposição a esses compostos já foi associada a diversos5 problemas: entre eles danos à fertilidade e à cognição e um maior risco de câncer.

           Entre os itens da lista do EWG, está o bisfenol A (BPA), um composto químico presente6 principalmente em alguns objetos de plástico e latas de alumínio. A substância vem sendo alvo de uma série de pesquisas científicas, que já encontraram uma relação entre o BPA e problemas de fertilidade, obesidade, câncer, entre outras condições. Estudos como esses fizeram com que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibisse, em setembro de 2011, a comercialização de mamadeiras com a presença do composto.
(veja.abril.com.br)

Releia esta passagem do texto:

Esses compostos são os chamados desreguladores endócrinos [...] 

A respeito das regras de pontuação, considerando o trecho reproduzido acima, podemos afirmar que: 

Alternativas
Q716626 Português

Acerca das ideias e estruturas do texto acima, julgue o próximo item.

Ao se trocar o ponto-final logo após “político” (l.12) por vírgula e, logo após, inserir-se a conjunção embora, seria formado um período coerente.

Alternativas
Q716616 Português

Com relação ao texto acima apresentado, julgue o item.

A supressão da vírgula que sucede a palavra “ordem” (l.15) não acarreta prejuízo à correção gramatical do período em questão.

Alternativas
Q716190 Português

      “Tingir o cabelo de uma cor berrante (1) fazer plástica (2) ou entrar no regime do divórcio (3) são algumas reações femininas comuns pós-separação. Como não precisa de nada disso (4) Grazi Massafera vai entrar como está (5) encabeçando a partir de abril o programa sobre beleza do canal GNT.”

                                                                                                                                Revista Veja, 26 fev. 2014. p. 75.  

Quais os números entre parênteses que ocupam uma vírgula, pontuando adequadamente o texto acima, de acordo com a norma padrão da língua portuguesa? 

Alternativas
Q716186 Português

Imagem associada para resolução da questão

A oração entre vírgulas é classificada como

Alternativas
Q715709 Português

Texto

Insegurança e tédio nas cidades grandes 

    O que tem uma cidade grande, como São Paulo, a oferecer às pessoas? Muitos falariam das opções culturais, como teatros, museus, casas de espetáculos, alguns parques e... shoppings centers. Mas como as pessoas fazem uso da “cidade”? O que quero dizer com isso é que, assim como diz Zygmunt Bauman, [...] é que a cidade grande está perdendo os atrativos da vida urbana como a espontaneidade e a exibilidade, por exemplo.

    Andar nas ruas, a não ser para se locomover de um lugar a outro, parece uma ação descabida. Sentar em um banco das (poucas) praças que existem nas grandes cidades não parece ser uma opção. Ou seja, as pessoas não utilizam, não aproveitam, não ocupam as áreas externas da cidade. E parece estar instaurado no inconsciente coletivo que o natural é se prender em locais fechados. É claro que a violência e, consequentemente, a insegurança são motivos aparentes e justificáveis. A insegurança que alimenta o medo, aliás. O problema, entretanto, é a falta de consciência crítica a respeito, ou seja, não se utilizar da cidade é considerado algo normal. O resultado disso, conforme continua Bauman, muitas vezes, é o tédio, “a alternativa à insegurança não é a beatitude da tranquilidade, mas a maldição do tédio. É possível derrotar o medo e ao mesmo tempo suprimir o tédio?”. Essa é minha questão também.

    E, como um dos resultados dessa ferida, vemos hoje o fenômeno dos “rolezinhos” [...]. Onde estão as opções de lazer, cultura, de uma boa educação? Por que muitas pessoas se incomodam com isso e denominam “invasão”, como se não fosse resultado de uma ferida causada também pelo desequilíbrio oriundo do capitalismo? Essa é uma importante reflexão.

(Paula Felix Palma. Filosofia, ciência & vida. Abril de 2014. Adaptado.)

No trecho “[...] é que a cidade grande está perdendo os atrativos da vida urbana como a espontaneidade e a exibilidade, por exemplo.” (1º§), o emprego da vírgula se deve ao fato de separar
Alternativas
Respostas
3261: A
3262: A
3263: B
3264: B
3265: C
3266: D
3267: C
3268: C
3269: C
3270: B
3271: B
3272: D
3273: B
3274: C
3275: A
3276: E
3277: E
3278: D
3279: E
3280: E