Questões de Concurso Sobre vocativo e termos acessórios da oração: adjunto adnominal, diferença entre adjunto adnominal e complemento nominal, adjunto adverbial e aposto em português

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Q1843734 Português

Avalie as orações.


1. Chegou à noite.

2. A cidade à qual iremos, é Caxambu do Sul.

3. Você assistiu ao filme? Sim eu o assisti.

4. Entrou e saiu imediatamente da sala.

5. As duplicatas deste pagamento seguem inclusas.


Assinale a alternativa correta.

Alternativas
Q1843733 Português

Leia o texto, considere cada linha um verso.


Valsinha


Um dia ele chegou tão diferente

Do seu jeito de sempre chegar.


Olhou-a de um jeito muito mais quente

Do que sempre costumava olhar

E não maldisse a vida tanto

Quanto era seu jeito de sempre falar. 


E nem deixou-a só num canto

Pra seu grande espanto

Convidou-a pra rodar.


Então ela se fez bonita

Como há muito tempo não queria ousar

Com seu vestido decotado

Cheirando a guardado

De tanto esperar.


Depois os dois deram-se os braços

Como há muito tempo

Não se usava dar

E cheios de ternura e graça

Foram para a praça

E começaram a se abraçar.


E ali dançaram tanta dança

Que a vizinhança toda despertou

E foi tanta felicidade

Que toda a cidade se iluminou

E foram tantos beijos loucos

Tantos gritos roucos como não se ouviam mais

Que o mundo compreendeu

E o dia amanheceu em paz.

(Chico Buarque de Holanda)

Considere a frase:


“Tantos gritos roucos como não se ouviam mais”.


Assinale a alternativa correta.

Alternativas
Q1843732 Português

Leia o texto, considere cada linha um verso.


Valsinha


Um dia ele chegou tão diferente

Do seu jeito de sempre chegar.


Olhou-a de um jeito muito mais quente

Do que sempre costumava olhar

E não maldisse a vida tanto

Quanto era seu jeito de sempre falar. 


E nem deixou-a só num canto

Pra seu grande espanto

Convidou-a pra rodar.


Então ela se fez bonita

Como há muito tempo não queria ousar

Com seu vestido decotado

Cheirando a guardado

De tanto esperar.


Depois os dois deram-se os braços

Como há muito tempo

Não se usava dar

E cheios de ternura e graça

Foram para a praça

E começaram a se abraçar.


E ali dançaram tanta dança

Que a vizinhança toda despertou

E foi tanta felicidade

Que toda a cidade se iluminou

E foram tantos beijos loucos

Tantos gritos roucos como não se ouviam mais

Que o mundo compreendeu

E o dia amanheceu em paz.

(Chico Buarque de Holanda)

Identifique abaixo as afirmativas verdadeiras ( V ) e as falsas ( F ).

( ) No texto, há uma inadequação de colocação pronominal, se considerada a norma culta da língua. ( ) O verbo “amanhecer”, no texto, é impessoal e não tem sujeito já que indica um fenômeno da natureza.
( ) Na expressão “beijos loucos”, a palavra “loucos” é um adjunto adnominal, considerada a sua função sintática no texto. ( ) A oração: “Que a vizinhança toda despertou” é classificada como subordinada adverbial consecutiva, a partir da ideia que denota no contexto. ( ) O verbo do primeiro verso encerra em si mesmo seu significado; assim, é classificado como intransitivo quanto à sua predicação verbal.
Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.
Alternativas
Q1843621 Português

No que se refere aos aspectos gramaticais e aos sentidos do texto, julgue o item.


O emprego da vírgula logo após “Leonardo” (linha 1) é obrigatório, pois tem a finalidade de isolar o vocativo no texto. 

Alternativas
Q1843428 Português
Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo. 


(Fonte: https://veja.abril.com.br/blog/entorta-varal/wakanda-para-sempre-santa-rosa-lanca-camisainspirada-em-pantera-negra/ – Texto adaptado especialmente para esta prova.
Assinale a afirmação INCORRETA acerca de aspectos morfossintáticos do seguinte período do texto.
    Os dois maiores criadores dos quadrinhos americanos certamente aprovariam os uniformes que o Santa Rosa Esporte Clube, time da segunda divisão paraense, divulgou nas suas redes sociais nesta quinta-feira, 02/09/21. 
Alternativas
Q1843269 Português
Instrução – Considere o seguinte período do texto para responder a questão.

   Ao ser decretada a pandemia, quando a comunidade científica ainda buscava conhecer com maior profundidade as formas de contágio pelo novo coronavírus, e a sociedade se isolava em casa, os farmacêuticos das cerca de 90 mil farmácias brasileiras colocaram-se a postos para garantir o atendimento aos usuários de medicamentos.
Assinale C, se corretas, ou I, se incorretas, de acordo com as seguintes afirmativas sobre o período dado.
( ) A primeira oração tem função de adjunto adverbial e é reduzida de infinitivo. ( ) A primeira oração tem como sujeito “a pandemia” e está na voz passiva. ( ) A última oração do período tem função de adjunto adverbial e classifica-se como conformativa.
A ordem correta de preenchimentos dos parênteses, de cima para baixo, é:
Alternativas
Q1840728 Português
Leia o poema a seguir.

Ao shopping center

Pelos teus círculos
Vagamos sem rumo
Nós almas penadas
Do mundo do consumo

De elevador ao céu
Pela escada ao inferno
Os extremos se tocam
No castigo eterno

Cada loja é um novo
Prego em nossa cruz.
Por mais que compremos
Estamos sempre nus.

Nós que por teus círculos
Vagamos em perdão
À espera (até quando?)
Da grande Liquidação.
PAES, José Paulo – Melhores Poemas.
Na expressão “sem rumo”, analisando-a sintaticamente, é CORRETO afirmar que a mesma exerce função de:
Alternativas
Ano: 2018 Banca: FAU Órgão: CPS-PR Prova: FAU - 2018 - CPS-PR - Advogado |
Q1840557 Português

O problema dos cálculos biliares 


    Para uma parte do corpo tão pequena e pouco essencial, a vesícula biliar pode causar muita dor. Mais ou menos do tamanho e formato de uma pera, o órgão fica no lado direito do abdome. Sua função é guardar a bile, líquido produzido pelo fígado que ajuda a digerir a gordura da alimentação. A vesícula libera o líquido no intestino delgado quando necessário. 

    Quando o delicado equilíbrio químico da bile se altera – não sabemos direito como nem por quê -, seus componentes podem se cristalizar. Com o tempo, esses cristais se combinam para formar cálculos (colelitíase), pequenos como grãos de areia ou grandes como bolas de golfe. Em pelo menos 75% dos casos, os cálculos biliares não causam sintomas nem complicações e, portanto, não exigem tratamento. No entanto, caso um cálculo obstrua temporariamente um dos dutos da bile que entram e saem da vesícula, o resultado é um surto súbito e rápido de dor intensa no abdome, na área das costelas e/ou nos ombros. Isso não causa problemas duradouros, mas é bom ir ao médico para confirmar se é mesmo a vesícula, e não outro problema, como uma úlcera.

    A obstrução prolongada ou permanente dos dutos pode provocar complicações graves, como infecções e inflamações. Vá ao médico imediatamente se tiver icterícia, febre, arrepios ou dor incessante.

    Os cálculos biliares são mais comuns em mulheres com mais de 40 anos e em pessoas com histórico familiar da doença. O principal fator de risco passível de correção é a obesidade, diz o Dr. Stephen Ryder, consultor médico do British Liver Trust. Mas ele é contra emagrecer depressa demais, pois isso pode dar início à formação de cálculos ou provocar sintomas; “portanto, é melhor um emagrecimento controlado”, diz ele.

    Se você já tem cálculos biliares sintomáticos, e os ataques são leves, é possível controlar seus efeitos com analgésicos; uma alimentação com baixo teor de gordura também faz uma modesta diferença. Se os sintomas forem graves e frequentes, o único tratamento eficaz é a remoção cirúrgica da vesícula.

    É possível viver sem ela, pois o fígado continua a produzir bile, que passa direto ao intestino delgado em vez de se acumular primeiro na vesícula. Depois da cirurgia, cerca de um em dez pacientes sofre diarreia ocasional enquanto o sistema digestivo se adapta à liberação contínua da bile. Isso pode durar de semanas a anos, mas medicamentos chamados sequestradores de ácidos biliares ajudam a controlar o problema. Mas, para a maioria, a diferença entre ter ou não vesícula é imperceptível.


Samantha Rideout Fonte: Revista Seleções, abril de 2018, páginas 16 e 17. 

Assinale a alternativa que apresente a função sintática exercida pelo substantivo líquido no período: “A vesícula libera o líquido no intestino delgado quando necessário.”
Alternativas
Q1840492 Português

É correto, sem advérbios.

A lição da menina negra, magérrima, que cantou feito rainha. 


    Eiza Soares estreou no programa de Ary Barroso na Rádio Tupi. Tinha 16 anos e era mãe. Sua cria estava doente e Elza inscreveu-se no show de Barroso porque os primeiros lugares ganhavam prêmios em dinheiro. Era uma chance de pagar o tratamento do filho. Elza subiu no palco, mulher negra, jovem, magérrima, vestida conforme o lugar que lhe cabia na perversa espiral de privilégios da nossa sociedade. Notavam-se os remendos no vestido. Os alfinetes. Ary Barroso ficou chocado com alguém que, para muitos, não merecia estar sob os holofotes. “O que é que você velo fazer aqui?” Ary recebeu Elza com boa dose da branquitude, classismo e machismo que inebriam a elite brasileira desde sempre. 

    Elza respondeu: “Eu vim cantar”. Ary seguiu a cantilena do opressor: “E quem disse que você sabe cantar?”. Amenina de 16 anos, cujo filho ardia em febre, respondeu com a coragem das mães: “Eu”. “De onde você veio, menina?" Ary não parecia se cansar de assinalar que Elza era uma estrangeira ali. Nesse momento, a menina respondeu com a audácia disruptiva que mora em cada nota do seu jazz de lata d'água na cabeça: “Eu vim do planeta fome”.  

    Em 1983, a respeitadíssima acadêmica indiana Gayatri Spivak escreveu Pode o Subalterno Falar? O ensaio, referência para quem deseja compreender a contribuição dos estudos pós-coloniais para as ciências humanas, fala do silenciamento sistemático do subalterno. Categoria nomeada por Gramsci, o subalterno é quem não pertence socialmente e politicamente às estruturas hegemônicas de poder. Os excluídos. Os triturados diariamente pela mecânica da discriminação. As Elzas e seus filhos febris. Spivak teorizou sobre o fato de não parecer natural ou adequado o subalterno falar. O silêncio é o que se espera dele,  

    Se o subalterno não deve falar, como poderia ousar cantar? Ary e sua plateia, que ria da humilhação de Elza, achavam que não, E hoje? Seria diferente? Mudamos pouco. Somos a mesma plateia rindo de novas humilhações que nos chegam pelas novas mídias, mas somos iguais. Esperamos do subalterno o silêncio. Zombamos do subalterno que ousa quebrar esse nosso contrato social. E não se enganem: a zombaria é o novo açoite. Mudamos pouco. Os ancestrais de Elza foram para o pelourinho. Elza foi ridicularizada ao vivo. Hoje, fingimos ter superado esse passado, mas as revistas lidas pelas madames saúdam a nova onda: uniformes de domésticas assinados por estilistas renomados. 

    Mudamos quase nada. 

    Naquele dia, Elza cantou Lama na Rádio Tupi. A subalterna cantou rainha, majestosa. Ary Barroso aplaudiu boquiaberto. A plateia que antes riu levantou-se. Reverenciou a nobreza da negra do planeta fome que ousou adentrar um espaço que lhe era negado e fez dele seu reino. Para quem ainda não entendeu: o politicamente correto é simplesmente isso. O correto. Algumas piadas a menos? Sim. Mas, em troca, hoje temos infinitos talentos antes silenciados embalando nossos sonhos. Só os que não sonham não veem que o resultado é positivo e deve ser comemorado. 


(Manoela Miklos. 25 de janelro, 2019, Revista VEJA). 


A análise correta da estrutura: “Somos a mesma plateia rindo de novas humilhações que nos chegam pelas novas mídias (...)": 
Alternativas
Q1839987 Português

O texto seguinte servirá de base para responder à questão.


Poema de sete faces (1930)

Carlos Drummond de Andrade


Quando nasci, um anjo torto

desses que vivem na sombra

disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.


As casas espiam os homens

que correm atrás de mulheres.

A tarde talvez fosse azul,

não houvesse tantos desejos.


O bonde passa cheio de pernas:

pernas brancas pretas amarelas.

Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.

Porém meus olhos

não perguntam nada.


O homem atrás do bigode

é sério, simples e forte.

Quase não conversa.

Tem poucos, raros amigos

o homem atrás dos óculos e do bigode.


Meu Deus, por que me abandonaste

se sabias que eu não era Deus

se sabias que eu era fraco.


Mundo mundo vasto mundo,

se eu me chamasse Raimundo

seria uma rima, não seria uma solução.

Mundo mundo vasto mundo,

mais vasto é meu coração.


Eu não devia te dizer

mas essa lua

mas esse conhaque

botam a gente comovido como o diabo.



Com licença poética

Adélia Prado

Quando nasci um anjo esbelto,

desses que tocam trombeta, anunciou:

vai carregar bandeira.

Cargo muito pesado pra mulher,

esta espécie ainda envergonhada.

Aceito os subterfúgios que me cabem,

sem precisar mentir.

Não sou feia que não possa casar,

acho o Rio de Janeiro uma beleza e

ora sim, ora não, creio em parto sem dor.

Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.

Inauguro linhagens, fundo reinos

- dor não é amargura.

Minha tristeza não tem pedigree,

já a minha vontade de alegria,

sua raiz vai ao meu mil avô.

Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.

Mulher é desdobrável. Eu sou.


http://www.algumapoesia.com.br/drummond/drummond01.htm último acesso: 17 de fevereiro de 2021. e https://www.escrevendoofuturo.org.br/conteudo/biblioteca/nossas-publicacoes/revista/artigos/artigo/ 1022/oculos-de-leitura-conversando-sobre-poesia último acesso: 17 de fevereiro de 2021.





"Meu Deus, por que me abandonaste", nesse trecho o termo que inicia a oração é um:
Alternativas
Q1839984 Português

O texto seguinte servirá de base para responder à questão.


Poema de sete faces (1930)

Carlos Drummond de Andrade


Quando nasci, um anjo torto

desses que vivem na sombra

disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.


As casas espiam os homens

que correm atrás de mulheres.

A tarde talvez fosse azul,

não houvesse tantos desejos.


O bonde passa cheio de pernas:

pernas brancas pretas amarelas.

Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.

Porém meus olhos

não perguntam nada.


O homem atrás do bigode

é sério, simples e forte.

Quase não conversa.

Tem poucos, raros amigos

o homem atrás dos óculos e do bigode.


Meu Deus, por que me abandonaste

se sabias que eu não era Deus

se sabias que eu era fraco.


Mundo mundo vasto mundo,

se eu me chamasse Raimundo

seria uma rima, não seria uma solução.

Mundo mundo vasto mundo,

mais vasto é meu coração.


Eu não devia te dizer

mas essa lua

mas esse conhaque

botam a gente comovido como o diabo.



Com licença poética

Adélia Prado

Quando nasci um anjo esbelto,

desses que tocam trombeta, anunciou:

vai carregar bandeira.

Cargo muito pesado pra mulher,

esta espécie ainda envergonhada.

Aceito os subterfúgios que me cabem,

sem precisar mentir.

Não sou feia que não possa casar,

acho o Rio de Janeiro uma beleza e

ora sim, ora não, creio em parto sem dor.

Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.

Inauguro linhagens, fundo reinos

- dor não é amargura.

Minha tristeza não tem pedigree,

já a minha vontade de alegria,

sua raiz vai ao meu mil avô.

Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.

Mulher é desdobrável. Eu sou.


http://www.algumapoesia.com.br/drummond/drummond01.htm último acesso: 17 de fevereiro de 2021. e https://www.escrevendoofuturo.org.br/conteudo/biblioteca/nossas-publicacoes/revista/artigos/artigo/ 1022/oculos-de-leitura-conversando-sobre-poesia último acesso: 17 de fevereiro de 2021.





Leia atentamente o trecho da questão e assinale a alternativa CORRETA em relação à função sintática da oração "vai carregar bandeira"
"Quando nasci um anjo esbelto, desses que tocam trombeta, anunciou: vai carregar bandeira." 
Alternativas
Q1839982 Português

O texto seguinte servirá de base para responder à questão.


Celso Furtado: 100 anos do paraibano que mudou a economia (adaptado)


O renovado debate sobre o papel do Estado na economia, suscitado pelo contexto da pandemia de covid-19, traz ideias do autor de volta para o centro da discussão, no ano de seu centenário.


Quando tinha apenas 17 anos, na Paraíba, Celso Furtado anotou em seu diário: "Hoje eu decidi que vou escrever um livro sobre a história da civilização brasileira." O que poderia ser um devaneio juvenil se materializou duas décadas depois, quando o pensador publicou, em 1958, Formação econômica do Brasil, maior obra de referência do pensamento econômico brasileiro.

O clássico trouxe um até então inédito entrelaçamento entre história e economia. Furtado analisa os vários ciclos econômicos, do açúcar ao início da indústria, para identificar o cerne do subdesenvolvimento brasileiro. Estava ali a ideia que aprofundaria em quase 30 livros dali em diante: o subdesenvolvimento não era etapa natural de um processo, mas uma realidade perene, derivada da inserção do Brasil e países semelhantes, exportadores de insumos, na economia mundial - a dinâmica "centro-periferia".

Neste domingo (26/07), é celebrado o centenário de nascimento do economista. Se o calendário de eventos e comemorações, que incluía seminários e quatro novos livros sobre Furtado, foi afetado pela pandemia, a conjuntura trouxe suas ideias de volta para o centro do debate. Durante a crise atual, a atuação do Estado como indutor e planejador da atividade econômica voltou de vez à carga.

Nos Estados Unidos e na Europa, governos lançaram mão de pacotes emergenciais orçados em trilhões de dólares. Mesmo entre economistas liberais, a intervenção estatal foi amplamente defendida nesses países.

"Mas antes mesmo da pandemia, há três ou quatro anos, já discutíamos um retorno do papel do Estado na França e na Europa, pelo que tem sido chamado de 'políticas orçamentárias'. Além disso, ficou claro para muitos economistas que as políticas monetárias não são tão eficazes sozinhas", comenta o economista francês Pierre Salama, que foi aluno, assistente e, depois, colega de Furtado em seu tempo como professor na Universidade Paris-Sorbonne.

"Esse retorno do Estado não significa reestatização, não é disso que se trata. É uma intervenção ativa, com políticas industriais inteligentes. (...)", completa Salama.

No Brasil, frente à pandemia, governo e Congresso criaram um orçamento especial de guerra para suspender mão do teto de gastos temporariamente e financiar o auxílio emergencial e a complementação salarial, além de mais linhas de crédito via bancos públicos. Segundo o IBGE, em junho os benefícios ao cidadão alcançaram direta ou indiretamente 104 milhões de brasileiros, quase a metade da população.

Na comparação com as iniciativas estrangeiras, todavia, o aporte ainda é tímido em termos de volume. As medidas tomadas até aqui são reconhecidas pelo próprio governo como muletas no pior momento da crise. (...)

O presidente Jair Bolsonaro tem sugestões de toda parte na mesa, mas convive com o contrapeso de uma equipe econômica criada para resistir ao aumento do gasto público.

Poucos estariam aptos como Celso Furtado, vivo fosse, a opinar na atual encruzilhada. O economista atuou, no início dos anos 1950, na criação e aplicação das técnicas de planejamento econômico da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), das Nações Unidas.

Em seguida, frequentou, como diretor do BNDES e depois ministro de Estado, o dia a dia de quatro governos: Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros, João Goulart e José Sarney. Exilado entre os tempos de serviço prestados para os dois últimos presidentes listados, esteve por 20 anos à frente das cátedras de Economia do Desenvolvimento e Economia Latino-Americana da Universidade Paris-Sorbonne, na França.

A despeito do currículo, não surpreenderia se Furtado fosse rechaçado hoje em dia por razões políticas. Foi o que aconteceu em 1964, quando seu nome constava na primeira lista de indesejados pela ditadura militar, e Furtado teve de deixar o país. No dia seguinte à sua cassação política, recebeu convites para lecionar em três prestigiadas universidades dos Estados Unidos: Harvard, Columbia e Yale, para onde acabou indo. Um ano depois, o presidente francês de direita, Charles de Gaulle, autorizou sua contratação para a maior universidade de seu país.

Pierre Salama, que testemunhou enquanto estudante a chegada de Furtado à França, conta que as ideias do brasileiro revolucionaram a compreensão de desenvolvimento econômico na França. Até então, os franceses que estudavam o tema focavam as ex-colônias africanas, razão pela qual eram oficialmente chamados de "professores de colônias". Não consideravam, por exemplo, a possibilidade de economias industrializadas conviverem de forma perene com o subdesenvolvimento, como é o caso do Brasil e de outras economias latino-americanas.

"Por outro lado, para os que eram de esquerda a única razão do subdesenvolvimento era o saque dos países do Terceiro Mundo. Não havia uma abordagem científica. E então chega Furtado e nos explica. Foi estrondoso, e ele fez muito sucesso", já havia dito Salama à revista Cadernos do Desenvolvimento anos atrás.

Consagradora, a passagem pela Sorbonne duraria 20 anos. O período representou um doloroso hiato para o economista acostumado à dupla função de intelectual e estadista. "Ele ficava com a cabeça no Brasil", lembra a tradutora Rosa Freire d'Aguiar, viúva de Furtado. Era difícil estar exilado para quem, até pouco, formulava políticas prioritárias de governo.

Foi o caso da criação da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), em 1959. Elencado por JK no mesmo nível de prioridade que a construção de Brasília, o projeto tinha o objetivo de promover e coordenar o desenvolvimento da região. Além da industrialização, Furtado propunha o fim do modelo latifundiário monocultor, mais propenso a riscos climáticos, e um desenho econômico adaptável à seca - na contramão das "políticas hidráulicas" que ocupavam o debate.

A iniciativa despertou grande interesse internacional. Em 1961, Furtado foi a Washington como superintendente da Sudene para se encontrar com o então presidente dos EUA, John Kennedy, que decidiu apoiar um programa de cooperação com o órgão. Embora exista até hoje, a iniciativa foi relegada a segundo plano durante a ditadura militar e não recuperou o protagonismo conferido sob a gestão do economista.

"Para ele, o conhecimento só servia se fosse para prestar serviço à comunidade", comenta o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). "Furtado olhava as formas como a economia se relacionava com a vida social, para pensar em que medida poderia beneficiar a vida das pessoas em sociedade. Sua vida sempre se confundiu com a história da sociedade brasileira", diz. 

https://www.dw.com/pt-br/celso-furtado-100-anos-do-paraibano-que-mudou-a-econ
omia/a-54322701 último acesso: 17 de fevereiro de 2021.


De acordo com o texto, leia atentamente a sentença: "Consagradora, a passagem pela Sorbonne duraria 20 anos", assinale a alternativa que melhor explica a relação entre a palavra "Consagradora" e as demais palavras da sentença.
Alternativas
Q1839951 Português

Observe a tirinha abaixo e assinale a alternativa INCORRETA.  


Imagem associada para resolução da questão

Alternativas
Q1839715 Português
INSTRUÇÃO: Leia o texto a seguir para responder à questão.

Em tempos de distanciamento, educação remota aproxima
Marcos Lemos
A escalada da Covid-19 no país infelizmente é uma realidade, e o isolamento domiciliar tem se revelado a estratégia mais efetiva para frear o avanço da doença. Vários setores foram impactados, e com a educação não seria diferente. Nesse momento de crise, em que o distanciamento social é uma necessidade premente, as plataformas de ensino remoto vêm mostrando, talvez como nunca antes, sua importância. Graças a elas, milhões de estudantes não terão as aulas interrompidas nem o ano letivo perdido.
O papel de destaque da EaD no atual contexto traz novamente à tona uma discussão, que, de certa forma, sempre acompanhou o modelo: seria a educação a distância capaz de oferecer a mesma qualidade do que a presencial? Muito dessa desconfiança tem suas raízes num preconceito infundado, que se mostra ainda mais contundente quando falamos de ensino superior.
Entre 2008 e 2018, as matrículas de cursos de graduação on-line aumentaram 182,5%, conforme dados do último Censo da Educação Superior. Na ocasião em que o levantamento foi realizado, havia no país mais de 2 milhões de estudantes na modalidade digital, o que representava 24,3% do total de matrículas de graduação.
Se por um lado a crescente procura sinaliza que a EaD vem ganhando a confiança de muitas pessoas, por outro, há ainda uma forte resistência por parte de determinados setores da sociedade em relação à qualidade e à validade de instituições que a oferecem. É importante enfatizar que, numa nação com dimensões continentais como o Brasil e com uma capacidade de investimento que, não raras vezes, esbarra em limitações, talvez sem o ensino on-line jamais conseguíssemos alcançar todos os alunos que atingimos até hoje. E não estamos falando somente de capilaridade, mas de um formato democrático e inclusivo sob diversos aspectos.
Há de se considerar também a estreita relação cotidiana de uma parcela significativa da população com ferramentas tecnológicas. Nesse sentido, é plausível pensar que uma experiência educativa permeada por Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) seja atrativa e, até mesmo, um caminho lógico. Para esse contingente, o ensino remoto apresenta-se como uma possibilidade de viabilizar seus projetos de vida, mesmo em meio a uma rotina atribulada, pois coloca o aluno no centro do processo de ensino e aprendizagem.
Quando encarada com a seriedade devida, a educação a distância é tão eficiente quanto à ofertada numa sala de aula presencial. Os Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA) ou Sistemas de Gestão de Aprendizagem (LMS, sigla para Learning Management System) estão mais sofisticados e contam com conteúdos e recursos que tornam a experiência do estudante completa, sem nada a dever àquela vivenciada nos moldes tradicionais. Inclusive, cada vez mais, as instituições de ensino presencial têm incluído em seus modelos acadêmicos instrumentos digitais pautados nos recursos a distância.
Outro ponto de destaque é que o tema vem despertando a atenção de um número representativo de estudiosos de diferentes áreas do conhecimento, como indica o levantamento “Grupos que pesquisam EaD no Brasil”. Muitos deles têm se dedicado a investigar, não apenas novas tecnologias, mas metodologias e ferramentas pedagógicas. Sim, existe um esforço e uma preocupação contínuos em promover o aprimoramento da modalidade, que, em muitas nações, há tempos é uma alternativa respeitada e comumente incorporada em diferentes configurações de ensino.
O Brasil, aliás, é um dos poucos lugares onde existe claramente uma distinção entre educação presencial e a distância. Nos Estados Unidos, por exemplo, é muito comum ver faculdades e universidades disponibilizando cursos 100% on-line, parcialmente remotos ou parcialmente presenciais – entre setembro e novembro de 2017, havia mais de 6,5 milhões (33,7%) de alunos matriculados em algum curso a distância nas instituições de ensino superior norte-americanas. Felizmente, essa realidade observada nos países desenvolvidos tende a se consolidar por aqui, sobretudo agora, catalisada pelas necessidades surgidas nesse cenário de pandemia.
O mundo sairá dessa experiência com uma quebra de paradigma em relação a como se pratica o ensino em todos os níveis. Estudantes de todas as partes, da educação básica à superior, além dos próprios professores, passaram a ter de conviver e aprender intensamente com a EaD. Aqueles que nunca puderam conhecer de fato o potencial da modalidade estão tendo a chance de constatar o quanto ela agrega valor e comporta múltiplas possibilidades de aprendizagem.
E isso representará um choque dentro do modelo tradicional ao qual estávamos acostumados, além de abrir espaço para que seja questionado. Estou certo de que, vencida essa etapa, surgirão novas possibilidades, produtos e ofertas na indústria da educação. Afinal, numa situação de economia de guerra, a criatividade floresce ainda mais vigorosa. A disrupção é inevitável. Caminhamos para uma mudança de comportamento e hábito que envolverá todos os atores desse processo, incluindo o Ministério da Educação, órgão regulador.
Em um futuro próximo, no Brasil, a ideia de que é possível aprender com excelência mesmo fora de uma sala de aula convencional não será mais alvo de descrença, assim como já acontece em vários outros países. E, depois, transmitir e absorver conhecimento com o auxílio de tecnologias se tornarão práticas cada vez mais recorrentes e naturais na nossa sociedade moderna, povoada por nativos digitais. E o nosso objetivo, enquanto educadores, será de viabilizar comunidades colaborativas de aprendizagem, mediando a relação de nossos alunos com o conhecimento e mediatizados pelas ferramentas disponíveis.
Disponível em: www.tribunadoplanalto.com.br. Acesso em: 6 jun. 2021.
Assinale a alternativa em que a função sintática do termo destacado está corretamente identificada entre parênteses.
Alternativas
Q1839681 Português
Leia o texto abaixo e responda a questão: 

Abdulrazak Gurnah, romancista tanzaniano, ganha Prêmio Nobel de Literatura 2021
Anúncio foi feito na manhã desta quinta-feira (7) pela Academia Sueca.
Por g1, em 07/10/2021, 08h01
Abdulrazak Gurnah, romancista tanzaniano, ganhou o Prêmio Nobel de Literatura 2021. O anúncio foi feito na manhã desta quinta-feira (7) pela Academia Sueca.
Segundo a Academia, o prêmio foi concedido "por sua penetração intransigente e compassiva dos efeitos do colonialismo e do destino do refugiado no abismo entre culturas e continentes".
"Seus romances fogem de descrições estereotipadas e abrem nossos olhares para uma África Oriental culturalmente diversificada, desconhecida para muitos em outras partes do mundo", afirmou a Academia.
Gurnah nasceu em 1948 e cresceu na ilha de Zanzibar, chegando na Inglaterra na década de 1960 como refugiado. O romancista começou a escrever aos 21 anos de idade e publicou dez livros e diversos contos ao longo da carreira. A temática de refugiados é a base de todo seu trabalho.
O romancista é conhecido sobretudo pelo livro "Paradise", de 1984, ambientado no leste da África durante a Primeira Guerra Mundial. A obra foi finalista na época do Booker Prize de ficção.
Seu livro de estreia ("Memory of Departure") foi lançado em 1987 e conta a história de um jovem talentoso que tenta uma nova vida sob a proteção do tio em Nairobi, mas em vez disso, é humilhado e precisa retornar para sua família problemática, incluindo um pai alcoólatra e uma irmã que é forçada a se prostituir.
"Pilgrims Way" (1988) e "Dottie" (1990) foram os livros seguintes do romancista. Sua obra mais recente, "Afterlives", foi lançada em 2020, e conta a história de Hamza, um jovem que é forçado a ir para a guerra ao lado dos alemães e se torna dependente de um oficial que o explora sexualmente.
Gurnah atuava como Professor de Inglês e Literaturas Pós-coloniais na Universidade de Kent, em Canterbury, aposentando-se recentemente.
(https://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2021/10/07/abdulrazak-gurnah-ganha-premio-nobel-de-literatura-2021.ghtml)
Analise o trecho abaixo: “Abdulrazak Gurnah, romancista tanzaniano, ganhou o Prêmio Nobel de Literatura 2021.”
No excerto, há a presença de:
Alternativas
Q1837544 Português

Leia o texto II para responder à próxima questão.


Texto II


Um ano depois, o massacre em Suzano deixou alguma lição?


Laura Mattos


    Tenta-se buscar, um ano depois, o que o massacre na escola Raul Brasil, em Suzano, trouxe de lição ao país. Uma resposta concreta está na reforma realizada no prédio onde, no dia 13 de março de 2019, dois ex-alunos entraram com revólver, arco e flechas e machado, assassinaram seis estudantes, duas funcionárias e se suicidaram.

    No próximo mês, o colégio estadual da Grande São Paulo será entregue, completamente reformulado, aos estudantes. Durante as obras, iniciadas em outubro, as aulas aconteceram em uma faculdade privada, alugada pelo governo do Estado.

    O objetivo do projeto foi fazer da Raul Brasil uma escola pública modelo, em um momento em que se discute a reformulação da educação básica, concentrando esforços no desenvolvimento de habilidades socioemocionais, como empatia, criatividade, autonomia, capacidade de se comunicar e de solucionar problemas. 

    O objetivo é tornar as escolas mais interessantes e acolhedoras, na tentativa de sanar a baixa qualidade de ensino e a evasão escolar que teimam em se perpetuar no país.

    A partir desse viés, foram construídas, por exemplo, uma biblioteca maior do que a que existia antes da tragédia, novas quadras esportivas, uma praça de convivência arborizada e uma sala “maker” para se colocar em prática conceitos teóricos.

    São estruturas que podem facilitar essa busca por uma renovação pedagógica e a reformulação dos currículos que foi determinada pela nova BNCC (Base Nacional Comum Curricular), um documento elaborado entre 2015 e 2018 em conjunto pelo Ministério da Educação, por governos estaduais e municipais e pela sociedade civil.

    A reforma também se concentrou na segurança. Foram instaladas câmeras e construídas duas entradas, uma para alunos e funcionários, e outra, que só dá acesso à parte administrativa, para familiares e demais pessoas fora da comunidade escolar.

    Nesta segunda (9), ao apresentar à imprensa as novas instalações, o secretário de educação de São Paulo, Rossieli Soares, afirmou que esse padrão deverá ser replicado em outras escolas. Falou também do Gabinete Integrado de Segurança e Proteção Escolar, criado depois do massacre pelas secretarias de Educação e Segurança Pública, que prevê instalação e monitoramento de câmeras, ronda de policiais no entorno dos colégios e treinamento de funcionários da educação, entre outras medidas.

    Essa é uma polêmica sem fim. Há uma corrente que defende um outro olhar para combater a violência, em sentido oposto, como a abertura dos portões, uma convivência maior entre alunos, professores, famílias e vizinhança, as ruas como salas de aula a céu aberto. 

    A proximidade inibiria a violência; a distância, a estimularia. É uma discussão pertinente, mas não dá para esperar que a Raul Brasil encare seu trauma por aí, pelo menos não por ora. Na entrevista do secretário, mais do que falar a respeito de pedagogia, boa parte das perguntas dos jornalistas, em tom de cobrança, era sobre medidas de segurança. E no sentido de erguer muros, não de derrubá-los.

    É achismo dizer se uma escola aberta ou blindada inibiria um ataque como o de Suzano, assim como não se pode garantir que quadras e debates sobre bullying dariam conta de evitar um crime dessa complexidade. Mas o acolhimento escolar, e disso é difícil duvidar, pode significar melhores oportunidades para crianças e jovens.

    A forma como a reforma foi realizada é talvez a maior lição da tragédia. Dos R$ 3,1 milhões gastos, 90% vieram de empresas. Doações para escolas até existem, mas são raras. E a obra na Raul Brasil, pela dimensão e pelo financiamento, é pioneira.

    Um chamamento público foi feito pelo governo, com base em um novo regulamento de doações da Procuradoria Geral do Estado, segundo afirmou à coluna Romero Raposo, diretor de projetos especiais da Fundação para o Desenvolvimento da Educação, braço da secretaria.

    Para ele, é um modelo que pode ganhar corpo nos próximos anos. Que as empresas, então, não precisem de tragédias para se mobilizar pela educação.


Disponível em:

<https://www1.folha.uol.com.br/colunas/lauramattos/2020/03/um-ano-depois-o-massacre-em-suzano-deixou-alguma-de-licao.shtml>.

Acesso em 13 mar. 2020

Todos os elementos destacados exercem função adverbial, exceto:
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Q1836758 Português

Cavidade gigante é descoberta por astrônomos na Via Láctea

A cavidade foi descoberta depois de uma gigantesca explosão de uma estrela

(AFP)


    Astrônomos descobriram na Via Láctea uma cavidade gigante cercada por duas nebulosas, as nuvens de Perseu e Touro, que apareceram após ao menos uma gigantesca explosão de uma estrela - de acordo com um estudo publicado nesta quarta-feira (22/9).

    As nuvens moleculares de Perseu e Touro, como são chamadas, há muito tempo são escrutinadas, devido à sua proximidade com a Terra - entre 500 e 1.000 anos-luz de distância, uma palha na escala de nossa Via Láctea, que tem mais de 80.000 anos-luz em diâmetro.

    Mas também porque abrigam berçários estelares, formados graças à mistura de gás molecular e poeira que compõe essas nuvens. Finalmente, porque essas nebulosas pareciam estar ligadas por uma espécie de filamento. Uma posterior observação descartou essa ligação por suas respectivas distâncias de nosso planeta.

     "O engraçado sobre essas duas nuvens", explicou à AFP o pesquisador Shmuel Bialy, do Harvard Center for Astrophysics and the Smithsonian, é que "descobrimos que elas estão, sim, conectadas, mas não da maneira que imaginávamos, e sim através de uma cavidade gigante".

    Esta foi a primeira vez que cientistas conseguiram desenhar um mapa tridimensional de tal estrutura, batizado de "Per-Tau Shell". Para isso, contaram com a ajuda de avançadas técnicas de cálculo e de imagem e, especialmente, de um mapa de gases moleculares de uma região maior, desenhado com dados do telescópio espacial europeu Gaia.

    É preciso imaginar uma "espécie de esfera, cujo interior seria vazio", segundo Bialy, uma "superbolha", como é chamada, com um diâmetro de cerca de 500 anos-luz (cerca de 4,7 milhões de bilhões de km), cujo envelope externo seria parcialmente formado pelas duas nuvens de Perseu e Touro.

    O interior da cavidade contém um pouco de poeira, "mas com uma densidade muito baixa em comparação com a das nuvens", disse à AFP o cosmólogo e astrofísico Torsten Ensslin, professor associado do Instituto Alemão Max Planck.

     - "Periferia" solar -

    Ele foi coautor com Shmuel Bialy, autor principal, deste estudo publicado no Astrophysical Journal Letters. É um dos cientistas que fizeram, em 2019 e 2020, o primeiro mapa 3D de nuvens de poeira a uma curta distância do nosso Sol. E isso graças aos dados de Gaia sobre a posição e as características de mais de 5 milhões de estrelas nesta "periferia" solar.

    E é uma colega de Bialy, Catherine Zucker, pós-doutoranda e astrofísica, que assina um segundo estudo sobre o assunto para explicar como os cientistas têm feito bom uso deste mapa, com a ajuda de algoritmos desenvolvidos em parte sob sua direção.

     "Esta é a primeira vez que podemos usar visualizações reais em 3D, e não simulações, para comparar a teoria à observação e estimar quais teorias funcionam melhor" para explicar de onde veio essa cavidade gigante e as nuvens que repousam em sua superfície, disse ela em uma declaração do Center for Astrophysics.

    "Achamos que é devido a uma supernova, uma explosão gigante que empurrou esses gases e formou essas nuvens", diz Bialy, cujo estudo sugere um cenário de múltiplas supernovas.

    De acordo com essa teoria, uma ou mais estrelas no final de sua vida explodiram e, gradualmente, empurraram a maior parte do gás em que foram banhadas para formar essa cavidade, entre 6 e 22 milhões de anos atrás.

    "Estamos agora observando a cavidade em seu último estágio, onde já desacelerou (sua expansão), e permitiu a formação de nuvens" de Perseu e Touro, diz Bialy.

    O cientista agora pretende se concentrar nas jovens populações de estrelas que estão surgindo ali.

    Quanto ao professor Ensslin, ele espera a "descoberta de muitas outras estruturas", como a de Per-Tau.

     "Esta bolha é, provavelmente, apenas uma entre muitas", explica, acrescentando que, apesar de seu tamanho, ocupa um pequeno espaço no mapa 3D produzido pelo seu departamento. Resta explorá-lo e batizá-lo.


Disponível em: https://www.em.com.br/app/noticia/ciencia/2021/09/22/interna_ciencia,1307888/cavidade-gigante-e-descoberta-por-astronomos-na-via-lactea.shtmlAcesso em: 08 de outubro 2021. 

Leia o trecho a seguir:


“Esta bolha é, provavelmente, apenas uma entre muitas”.


O termo destacado é CLASSIFICADO sintaticamente como: 

Alternativas
Q1836755 Português

Cavidade gigante é descoberta por astrônomos na Via Láctea

A cavidade foi descoberta depois de uma gigantesca explosão de uma estrela

(AFP)


    Astrônomos descobriram na Via Láctea uma cavidade gigante cercada por duas nebulosas, as nuvens de Perseu e Touro, que apareceram após ao menos uma gigantesca explosão de uma estrela - de acordo com um estudo publicado nesta quarta-feira (22/9).

    As nuvens moleculares de Perseu e Touro, como são chamadas, há muito tempo são escrutinadas, devido à sua proximidade com a Terra - entre 500 e 1.000 anos-luz de distância, uma palha na escala de nossa Via Láctea, que tem mais de 80.000 anos-luz em diâmetro.

    Mas também porque abrigam berçários estelares, formados graças à mistura de gás molecular e poeira que compõe essas nuvens. Finalmente, porque essas nebulosas pareciam estar ligadas por uma espécie de filamento. Uma posterior observação descartou essa ligação por suas respectivas distâncias de nosso planeta.

     "O engraçado sobre essas duas nuvens", explicou à AFP o pesquisador Shmuel Bialy, do Harvard Center for Astrophysics and the Smithsonian, é que "descobrimos que elas estão, sim, conectadas, mas não da maneira que imaginávamos, e sim através de uma cavidade gigante".

    Esta foi a primeira vez que cientistas conseguiram desenhar um mapa tridimensional de tal estrutura, batizado de "Per-Tau Shell". Para isso, contaram com a ajuda de avançadas técnicas de cálculo e de imagem e, especialmente, de um mapa de gases moleculares de uma região maior, desenhado com dados do telescópio espacial europeu Gaia.

    É preciso imaginar uma "espécie de esfera, cujo interior seria vazio", segundo Bialy, uma "superbolha", como é chamada, com um diâmetro de cerca de 500 anos-luz (cerca de 4,7 milhões de bilhões de km), cujo envelope externo seria parcialmente formado pelas duas nuvens de Perseu e Touro.

    O interior da cavidade contém um pouco de poeira, "mas com uma densidade muito baixa em comparação com a das nuvens", disse à AFP o cosmólogo e astrofísico Torsten Ensslin, professor associado do Instituto Alemão Max Planck.

     - "Periferia" solar -

    Ele foi coautor com Shmuel Bialy, autor principal, deste estudo publicado no Astrophysical Journal Letters. É um dos cientistas que fizeram, em 2019 e 2020, o primeiro mapa 3D de nuvens de poeira a uma curta distância do nosso Sol. E isso graças aos dados de Gaia sobre a posição e as características de mais de 5 milhões de estrelas nesta "periferia" solar.

    E é uma colega de Bialy, Catherine Zucker, pós-doutoranda e astrofísica, que assina um segundo estudo sobre o assunto para explicar como os cientistas têm feito bom uso deste mapa, com a ajuda de algoritmos desenvolvidos em parte sob sua direção.

     "Esta é a primeira vez que podemos usar visualizações reais em 3D, e não simulações, para comparar a teoria à observação e estimar quais teorias funcionam melhor" para explicar de onde veio essa cavidade gigante e as nuvens que repousam em sua superfície, disse ela em uma declaração do Center for Astrophysics.

    "Achamos que é devido a uma supernova, uma explosão gigante que empurrou esses gases e formou essas nuvens", diz Bialy, cujo estudo sugere um cenário de múltiplas supernovas.

    De acordo com essa teoria, uma ou mais estrelas no final de sua vida explodiram e, gradualmente, empurraram a maior parte do gás em que foram banhadas para formar essa cavidade, entre 6 e 22 milhões de anos atrás.

    "Estamos agora observando a cavidade em seu último estágio, onde já desacelerou (sua expansão), e permitiu a formação de nuvens" de Perseu e Touro, diz Bialy.

    O cientista agora pretende se concentrar nas jovens populações de estrelas que estão surgindo ali.

    Quanto ao professor Ensslin, ele espera a "descoberta de muitas outras estruturas", como a de Per-Tau.

     "Esta bolha é, provavelmente, apenas uma entre muitas", explica, acrescentando que, apesar de seu tamanho, ocupa um pequeno espaço no mapa 3D produzido pelo seu departamento. Resta explorá-lo e batizá-lo.


Disponível em: https://www.em.com.br/app/noticia/ciencia/2021/09/22/interna_ciencia,1307888/cavidade-gigante-e-descoberta-por-astronomos-na-via-lactea.shtmlAcesso em: 08 de outubro 2021. 

Releia o título do texto para responder à questão:


Cavidade gigante é descoberta por astrônomos na Via Láctea


O termo “na Via Láctea”, é classificado CORRETAMENTE como:

Alternativas
Q1836719 Português

Temperaturas extremas causaram impactos sem precedentes nos oceanos

As temperaturas extremas causam impactos sem precedentes nos biomas de água salgada, mostra relatório internaciona

Paloma Oliveto - Correio Braziliense


Se o relatório sobre mudanças climáticas divulgado em agosto pela Organização das Nações Unidas (ONU) trouxe dados alarmantes sobre as consequências do aquecimento no planeta, um estudo não menos preocupante revelou, ontem, que os oceanos sofrem tantos impactos negativos quanto a atmosfera. Na avaliação dos 120 especialistas de mais de 30 instituições europeias que elaboraram o Copernicus Ocean State Report, os impactos verificados nas águas salgadas, que cobrem três terços da superfície da Terra, não encontram precedentes históricos.


O relatório, publicado no Journal of Operational Oceanography e presidido pela Mercator Ocean International, foi divulgado a pouco mais de dois meses da conferência do clima, a COP26, quando líderes mundiais serão chamados a adotar políticas de enfrentamento e mitigação das mudanças climáticas. Segundo o documento, o aquecimento do oceano Ártico - provocado por uma atmosfera cada vez mais quente - está contribuindo para cerca de 4% de toda a elevação da temperatura global oceânica.


Os níveis de degelo ártico registrados nos últimos dois anos atingiram patamares recordes, enquanto por década, entre 1979 e 2020, caíram quase 13%. Os cientistas apontaram que uma redução de quase 90% da espessura média do gelo marinho já foi testemunhada no Mar de Barents - uma pequena parte do Ártico -, o que levou à diminuição na importação de gelo marinho da bacia polar, fenômeno importante para resfriar a temperatura oceânica.


No Mar do Norte, no oceano Atlântico, entre a Noruega e a Dinamarca, a variabilidade extrema de períodos de frio e ondas de calor marinha foi associada a mudanças relatadas nas capturas de linguado, lagosta europeia, robalo, salmonete e caranguejos comestíveis, diz o documento. Já no Mar Mediterrâneo, ocorreram quatro inundações recordes consecutivas em Veneza (novembro de 2019), além de terem sido registradas alturas de ondas acima da média na porção sul.


"Essa variabilidade em curto prazo nas temperaturas do oceano, na forma de ondas de calor ou períodos de frio, durando de dias a algumas semanas, é uma questão de preocupação crescente no ambiente marinho porque pode afetar muitos aspectos desses ecossistemas", explica Sarah Wakelin, um dos coautores do relatório e pesquisadora do Centro Nacional de Oceanografia (CNO), no Reino Unido.


"O documento destaca como as temperaturas extremas no Mar do Norte causaram uma mudança nas capturas de espécies comercialmente importantes de peixes e crustáceos. Aspectos mais amplos, como migração para águas mais quentes ou mais frias, mudanças na desova e no crescimento, bem como mortalidade e mudanças comportamentais significam que, em resposta aos extremos de temperatura, os desembarques pesqueiros de algumas espécies aumentam, enquanto de outras serão reduzidos."


Monitoramento


Os cientistas documentaram que, globalmente, a temperatura média do mar subiu a uma taxa de 0,015 grau Celsius por ano, de 1993 a 2019, e os níveis de oxigênio (estoque de O2) no Mar Negro caíram a uma taxa de - 0,16mol/ m2 por ano, entre 1955 e 2019. Em nota, a presidente do relatório, Darina von Schuckmann, da Mercator Ocean International, destacou a necessidade urgente de medidas de monitoramento e proteção.


"Mudanças climáticas, poluição e superexploração colocaram pressões sem precedentes sobre o oceano, exigindo, com urgência, medidas sustentáveis de governança, adaptação e gestão, a fim de garantir os vários papéis de suporte de vida que esse ecossistema oferece para o bem-estar humano", disse. "Considerar o oceano como um fator fundamental no sistema terrestre e abraçar a sua natureza multidimensional e interconectada é a base para um futuro sustentável."


Nas 185 páginas do relatório, que investiga as condições e as variações em curso no oceano global e nos mares europeus, os cientistas apresentam diversos outros cenários preocupantes, como migrações de peixes-leões invasivos para o Mar Báltico, precipitações e secas extremas no Dipolo do Oceano Índico, aumento incomum do nível do mar no Mar Báltico e condições extremas de ondas no Golfo de Bótnia.


"Como o recentemente publicado IPCC (painel de especialistas em mudanças climáticas da ONU), o Ocean State Report indica que as taxas anuais de aumento médio do nível do mar global ultrapassaram os 3mm por ano, o que é maior do que o observado no século 20 e sugere uma aceleração nas taxas de aumento do nível do mar", diz Angela Hibbert, chefe de Nível do Mar e Clima Oceânico do CNO.


Segundo a especialista, quando as marés altas e as grandes ondas de tempestade coincidem, é mais provável que resultem em inundações costeiras prejudiciais, especialmente se o nível médio do oceano também estiver elevado. "O aquecimento crescente e a perda de massa de gelo das geleiras e mantos de gelo na Groenlândia e na Antártica também farão com que esses aumentos continuem. Portanto, eventos como o Venetian 'Acqua Alta' destacado nesse relatório (as inundações em Veneza em 2019) devem se tornar cada vez mais comuns, à medida que o nível do mar continua a subir."


Disponível em: https://www.em.com.br/app/noticia/ciencia/2021/09/23/interna_ciencia,1308251/temperaturas-extremas-causaram-impactos-sem-precedentes-nos-oceanos.shtml Acesso em: 08 de outubro de 2021.

O termo “nos oceanos”, presente no título do texto, é CORRETAMENTE classificado sintaticamente como:
Alternativas
Q1836685 Português

Segundo estudo, perder 15% do peso corporal pode frear o diabetes tipo 2

Proposta é defendida por cientistas que constataram efeito em estudo com 5 mil adultos monitorados ao longo de cinco anos

Paloma Oliveto - Correio Braziliense


Perder peso pode retardar o avanço ou mesmo reverter o diabetes 2, além de reduzir potenciais complicações da doença, segundo um estudo publicado na revista The Lancet e apresentado ontem, on-line, na reunião anual da Associação Europeia para o Estudo do Diabetes (Easd). De acordo com os autores, no caso dos pacientes que não apresentam problemas cardiovasculares, o foco do tratamento deve ser a eliminação da obesidade, uma condição que pode levar ao desenvolvimento do distúrbio metabólico e, ao mesmo tempo, piorar o prognóstico de quem já foi diagnosticado.

    Para os autores, a perda de peso deve ser a medida central do controle da doença. "Essa abordagem teria o benefício adicional de se direcionar não apenas ao açúcar elevado no sangue, mas a outras complicações relacionadas à obesidade, como fígado gorduroso, apneia obstrutiva do sono, osteoartrite, pressão alta e perfil elevado de gorduras no sangue, tendo, assim, um impacto na saúde geral da pessoa muito maior do que apenas controlar a glicemia", disse, em uma coletiva de imprensa, a coautora Ildiko Lingvay, da Universidade do Texas, nos EUA.

    A defesa da perda de peso como principal meio de controle do diabetes é resultado de um estudo, o DiRECT, que incluiu dados de mais de 5 mil adultos monitorados por até seis anos. O objetivo era identificar o impacto de uma intervenção baseada em mudanças no estilo de vida de pacientes de diabetes 2 com sobrepeso ou obesidade. "O tratamento da obesidade para atingir a perda sustentada de 15% do peso corporal demonstrou ter um grande impacto na progressão do diabetes tipo 2 e até mesmo resultar na remissão do diabetes em alguns pacientes", acrescentou a coautora Priya Sumithran, da Universidade de Melbourne, na Austrália.

    Os dados apresentados mostram que, em dois anos, 70% dos pacientes que perderam 15kg ou mais - no começo do estudo, eles pesavam 100kg, em média - entraram em remissão da doença. Além dos resultados do DiRECT, os autores analisaram pesquisas clínicas que investigaram o impacto da perda de peso em pessoas com obesidade no controle do diabetes. Eles se concentraram nos artigos sobre cirurgia bariátrica e de drogas já disponíveis no mercado.

    "Estudos sobre a cirurgia também mostraram benefícios imediatos e sustentados para pacientes com diabetes 2 e obesidade, reduzindo a necessidade de medicamentos para baixar a glicose alguns dias após a cirurgia e melhorando vários indicadores de saúde a longo prazo", diz Sumithran. Um acompanhamento de 12 anos de um estudo observacional mostrou, por exemplo, que o procedimento levou à perda de 27% do peso total dos pacientes e que, passados 12 anos, 51% das pessoas que se submeteram à técnica ainda estavam em remissão da doença.

Remédios

    Os autores também discutiram, no artigo, os tratamentos medicamentosos disponíveis no mercado para a perda de peso. Eles se concentraram em estudos que avaliaram a eficácia de cinco substâncias aprovadas por várias agências regulatórias: orlistat, fentermina-topiramato, naltrexona-bupropiona, liraglutida e semaglutida, que têm indicação para o controle crônico da obesidade. Além disso, incluíram informações sobre fármacos que ainda estão sendo estudados. De acordo com o artigo, alguns desses compostos foram capazes de estimular uma perda de mais de 15% do peso corporal em mais de 25% dos participantes com diabetes 2, ajudando também no controle da glicemia na maioria dos casos.

    Baseado em resultados de estudos, Lingvay afirma que de 40% a 70% dos pacientes de diabetes chegaram a essa condição devido à obesidade. "As principais características que identificam as pessoas nas quais o aumento da gordura corporal é um contribuinte fundamental para o diabetes tipo 2 são a presença de adiposidade central (gordura ao redor da cintura), aumento da circunferência da cintura, múltiplas marcas de pele, pressão alta e doença hepática gordurosa", diz. "Nessa população, propomos uma meta de tratamento de perda de peso total de pelo menos 15%, com a intenção de não apenas melhorar o controle do açúcar no sangue, mas, sim, como a forma mais eficaz de interromper a fisiopatologia central do diabetes tipo 2 e, assim, mudar seu curso a longo prazo e prevenir as complicações metabólicas associadas."

    Os autores fazem considerações importantes ao redefinir os objetivos do tratamento para pacientes de diabetes 2 focado na perda sustentada de peso. Em primeiro lugar, dizem, a iniciativa deve ser impulsionada pela atualização das diretrizes do manejo da doença. Os sistemas de saúde, alegam, devem se concentrar nos benefícios da redução da obesidade na prevenção ou no controle do distúrbio metabólico, evitando, assim, os altos custos de tratar alguém com a condição avançada, que sempre é acompanhada por um conjunto de complicações.

    "Também é vital que o gerenciamento da prática médica deva se concentrar efetivamente no controle de peso para pacientes com diabetes tipo 2", diz Lingvay. "Os profissionais de saúde, especialmente aqueles que tratam rotineiramente de pessoas com diabetes, devem ser treinados e ter experiência em todos os aspectos do controle da obesidade. A equipe de apoio deve ser treinada para apoiar os pacientes em suas jornadas para perder peso e deve-se considerar a necessidade de uma equipe especializada para fornecer o componente educacional das novas estratégias de tratamento propostas."

    Segundo os autores, "esse é o momento certo para considerar a adição da perda substancial de peso como principal alvo para o tratamento de muitos pacientes com diabetes 2, pois essa abordagem contempla a patologia do processo da doença". No mundo, a Federação Internacional de Diabetes calcula que a prevalência do distúrbio é de 9,3%, sendo que 90% dos casos são do tipo 2. "Essa mudança nos objetivos do tratamento reconheceria a obesidade como uma doença com complicações reversíveis e exigiria uma mudança no atendimento clínico", conclui o artigo.

    Para Roy Talyor, endocrinologista da Universidade de Newcastle, no Reino Unido, que participou da reunião anual da Associação Europeia para o Estudo do Diabetes, mesmo se o índice de massa corporal (IMC) do paciente de diabetes 2 não caracterizar obesidade (acima de 30kg por m²), o emagrecimento pode ser necessário. De acordo com o médico, que também apresentou um trabalho no evento científico, uma análise de dados de um estudo britânico chamado ReTUNE mostrou que dois terços dos adultos com diabetes e um IMC de menor que 27 kg/m2 foram capazes de alcançar a remissão do diabetes depois de participarem de uma intervenção para perda de peso.

Disponível em: https://www.em.com.br/app/noticia/ciencia/2021/10/01/

interna_ciencia,1310522/segundo-estudo-perder-15-do-peso-corporal-

pode-frear-o-diabetes-tipo-2.shtml Acesso em: 08 de outubro de 2021.

Leia a seguinte passagem do texto:


“Para Roy Talyor, endocrinologista da Universidade de Newcastle, no Reino Unido, que participou da reunião anual da Associação Europeia para o Estudo do Diabetes, mesmo se o índice de massa corporal (IMC) do paciente de diabetes 2 não caracterizar obesidade (acima de 30kg por m²), o emagrecimento pode ser necessário.”


É CORRETO afirmar que o termo sublinhado pode ser classificado sintaticamente como:

Alternativas
Respostas
961: A
962: D
963: B
964: E
965: A
966: C
967: B
968: D
969: D
970: B
971: A
972: D
973: D
974: C
975: B
976: B
977: B
978: B
979: C
980: C