Questões de Concurso
Sobre vocativo e termos acessórios da oração: adjunto adnominal, diferença entre adjunto adnominal e complemento nominal, adjunto adverbial e aposto em português
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Saúde na balança
[...]
Por muito tempo, as pessoas acreditaram que uma criança gorda tinha mais saúde que a magra. Assim, pais e avós julgavam que uma pessoa bem alimentada tinha de ser bastante rechonchuda. Até hoje, algumas pessoas acreditam nisso. Mas saiba que nem sempre quem come mais é saudável...
O alimento tem duas funções no organismo: fornecer substâncias essenciais e fornecer energia. Exemplos de substâncias essenciais são proteínas, algumas gorduras, vitaminas e sais minerais – como o corpo humano não fabrica alguns componentes dessas substâncias, elas têm de vir do alimento. Além disso, aquilo que comemos fornece a energia para todas as funções do nosso organismo: enxergar, escutar, manter os órgãos funcionando...
Se comemos a mesma quantidade de energia que gastamos em nossas atividades diárias, mantemos o peso constante. Mas, se comermos mais do que gastamos, essa energia em excesso se acumula na forma de gordura. Aí é que começa o perigo.
Apesar de importante para os animais e seres humanos, a gordura pode trazer vários problemas quando se acumula de forma exagerada. A obesidade (excesso de gordura no corpo) favorece o aparecimento de doenças como diabetes (excesso de açúcar no sangue) e hipertensão (aumento da pressão arterial) em jovens. E isso ninguém deseja.
Mas sabe quais são as causas que contribuem para que você (ou aquele amigo da escola) fique obeso? Há duas explicações para isso. Sobre uma já falamos: o exagero de refrigerantes, doces ou biscoitos – quando, na verdade, o ideal é comer mais frutas e verduras.
A segunda causa para a obesidade é a falta de exercícios. [...]
Ênio Cardillo Vieria, Departamento de Bioquímica, UFMG.
(Disponível em: http://chc.cienciahoje.uol.com.br/saude-nabalanca/.
Acesso em: 08/04/2017).
— Porque você tem uma barriga tão grande, mamãe?
— É por que seu pai me deu um bebê.
A menina sai do quarto correndo e encontra o pai.
- Papai, é verdade que o senhor deu um bebê para a mamãe?
– Sim!
— Pois fique sabendo que ela o comeu! Fabrice Lelatge. 365 piadas- Para crianças a partir dos 7 anos. Barueri, SP. Girassol, 2006- adaptado.
Avalie as afirmativas feitas sobre o texto.
1. A frase sublinhada exerce uma relação de subordinação com a primeira, sendo dela o sujeito.
2. Os termos “mamãe” e “papai” no texto exercem a mesma função sintática; ambos classificam-se como vocativo (segunda e quinta linhas, respectivamente).
3. O termo “porque” e “por que”, destacados no texto, estão corretamente empregados.
4. A última oração do texto exerce a função de objeto direto do verbo que a antecede.
5. Em “seu pai me deu um bebê” temos um pronome pessoal do caso reto em ênclise.
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
Nas orações “A nota da imprensa esclareceu pontos obscuros do edital” e “A invenção da imprensa é creditada a Johannes Gutenberg”, os trechos destacados constituem, respectivamente,
“Todos viajaram para a praia.”
A expressão “para a praia”, sintaticamente
Fitoterapia
O uso das plantas para o tratamento de doenças, incluindo a ansiedade, é uma prática antiga – mais do que os chás que as avós adoram sugerir para curar qualquer coisa. E, com a evolução dos estudos sobre o tema, novos conceitos sobre essa terapia surgiram, como explica Patrícia Cândido, uma das desenvolvedoras da Fitoenergética, sistema natural de cura por meio da energia das plantas: “elas possuem um caráter energético capaz de repor a energia que perdemos em momentos de tensão, estresse e ansiedade, mantendo o nosso equilíbrio de forma geral”.
Patrícia considera que o benefício da fitoterapia abrange o tratamento de quatro tipos de ansiedade: física (excesso de energia física), emocional (acúmulo de emoções nocivas), espiritual (falta de integração entre o “eu” físico e o espiritual) e mental (concentração excessiva de ideias na mente).
Para combater esses tipos de ansiedade, como sugere a especialista, “as plantas mais indicadas no caso da ansiedade são a camomila, cavalinha, marcela, valeriana, boldo do Chile e arruda”. Lembrando que a infusão em água quente não é o único meio de consumo, Patrícia também sugere a absorção das propriedades por meio de banhos, incensos, compressas, essências e sprays.
REVISTA Segredos da Mente – Cérebro e Ansiedade – Ano 2, n. 3, 2017.
Dadas as afirmativas quanto aos aspectos linguísticos dos fragmentos textuais,
I. A locução adjetiva destacada das plantas exerce função sintática de adjunto adnominal.
II. No fragmento como explica Patrícia Cândido, uma das desenvolvedoras da Fitoenergética, sistema natural de cura por meio da energia das plantas estão presentes dois apostos explicativos.
III. O elemento articulador destacado que introduz uma oração subordinada adverbial consecutiva.
IV. O pronome destacado esses exerce importante recurso de coesão referencial catafórica.
verifica-se que está(ão) correta(s)
Leia o excerto abaixo.
Ele faz parte da crônica “A outra noite” de Rubem Braga.
A outra noite.
Outro dia fui a São Paulo e resolvi voltar à noite,
uma noite de vento sul e chuva, tanto lá como aqui. Quando vinha para casa de táxi, encontrei um amigo
e o trouxe até Copacabana; e contei a ele que lá em
cima, além das nuvens, estava um luar lindo, de lua
cheia; e que as nuvens feias que cobriam a cidade
eram, vistas de cima, enluaradas, colchões de sonho,
alvas, uma paisagem irreal.
Texto
AQUI SOZINHO
Aqui sozinho, nesta calma, toda a história da humanidade e da vida rolam diante de mim. Respiro o ar inaugural do mundo, o perfume das rosas do Éden ainda recendentes de originalidade. A primeira mulher colhe o primeiro botão. Vejo as pirâmides subindo; o rosto da esfinge pela primeira vez iluminado pela lua cheia que sobe no oriente; ouço os gritos dos conquistadores avançando. Observo o matemático inca no orgasmo de criar a mais simples e fantástica invenção humana – o zero. Entro na banheira em Siracusa e percebo, emocionado, meu corpo sofrendo um impulso de baixo para cima igual ao peso do líquido por ele deslocado. Reabro feridas de traições, horrores do poder, rios de sangue correm pela história, justos são condenados, injustos devidamente glorificados. Sinto as frustrações neuróticas de tantos seres ansiosos, e a tentativa de superá-las com o exercício de supostas santidades. Com a emoção a que nenhum sexo se compara, começo, pouco a pouco, a decifrar, numa pedra com uma tríplice inscrição, o que pensaram seres como eu em dias assustadoramente remotos. Acompanho um homem – num desses raros instantes de competência que embelezam e justificam a humanidade – pintando e repintando o teto de uma capela; ouço o som divino que outro tira de um instrumento que ele próprio é incapaz de ouvir. Componho em minha imaginação o retrato de maravilhosas sedutoras, espiãs, cortesãs e barregãs, que possivelmente nem foram tão belas, nem seduziram tanto. Sento e sinto e vejo, numa criação única, pessoal e intensa, porque ninguém materializou nada num teatro, numa televisão, num filme. Estou só com a minha imaginação. E um livro.
(Fernandes, M. JB – 01.02.92)
Texto I
Pela Televisão
(Ruy Castro)
RIO DE JANEIRO - Há apenas 70 dias, o treinador Mano Menezes pediu demissão do Flamengo. Ao sair, com um B.O. de nove vitórias - jamais duas seguidas -, seis empates e sete derrotas, deixou o clube às portas do rebaixamento no Brasileiro e sem moral para seguir na luta pela Copa do Brasil. Devido ao adiantado da hora, o Flamengo substituiu-o pelo auxiliar técnico Jayme de Almeida, funcionário fixo de seus quadros.
Para justificar a saída, Mano Menezes alegou que não conseguira transmitir aos jogadores “aquilo que pensava de futebol”. Para todos os efeitos, entre dar zero a si próprio por não saber ensinar ou a cada um de seus pupilos por eles não conseguirem aprender, optou pela segunda hipótese. Reprovou a classe inteira, pegou sua beca e seu capelo, e se mandou. Na seqüência, seu substituto deu um novo caráter ao Flamengo, livrou-o do fantasma do rebaixamento e levou-o à conquista da Copa do Brasil - e, em conseqüência, à disputa da Libertadores em 2014.
O Flamengo não foi o primeiro fiasco de Mano Menezes que outro treinador precisou retificar. Há um ano, depois de um currículo pífio à frente da seleção brasileira, Mano Menezes já tinha sido substituído por Luiz Felipe Scolari - que não apenas tem levado a seleção a vencer como devolveu-lhe uma alegria de jogar que contamina até seus torcedores mais recalcitrantes, entre os quais eu.
Cada vez mais me convenço de que a humanidade se divide em duas categorias: as pessoas que fingem que se levam a sério e as que fingem que não se levam a sério. Mano Menezes está, decididamente, no primeiro grupo. Prova disso é a notícia recente, de que, ao pedir demissão em setembro, já tinha um novo emprego garantido.
Foi melhor para todo mundo. Boa sorte para Mano Menezes, e que lhe sobre tempo em 2014 para assistir à Libertadores pela televisão.
(Ruy Castro)
Disponível em: http://arquivoetc.bloaspot.com.br/2013/11/ pela-televisao-ruv-castro.html
São só contas de vidro
Os índios ficaram deslumbrados com as contas de vidro que os portugueses lhes davam. Por quê? Por causa da beleza dessas contas de vidro? Pouco provável. Para encontrar coisas belas, tudo o que os nativos tinham de fazer era olhar ao redor: as árvores, os pássaros, as flores. Mas as contas de vidro representavam duas coisas. Em primeiro lugar, eram novidade, coisa desconhecida por ali. Em segundo lugar, eram novidade, de uma tecnologia que os índios não dominavam e que, por isso, admiravam. Mais de cinco séculos se passaram e continuamos dominados pela mesma reverência à tecnologia. Exemplo: o automóvel tem absoluta prioridade em relação aos pedestres, mesmo em situações em que estes são vários e em que o veículo transporta uma única pessoa. Muitos brasileiros ficam assombrados ao saber que em Brasília os motoristas respeitam a faixa de segurança. Em outras cidades, faixa de segurança é mero detalhe, pouco importante diante da potência que é o automóvel. Isso também explica a quantidade de acidentes de trânsito que temos; a sensação de poder de que goza o motorista muitas vezes perturba sua capacidade de discernimento.
O verdadeiro progresso traz junto consigo os mecanismos de controle para esses excessos. Na Europa e nos Estados Unidos, os motoristas, em geral (claro que há numerosas exceções), dirigem com cautela, pela simples razão de que podem responder no tribunal por qualquer problema, até mesmo psicológico, que venham a causar a outras pessoas. A noção de espaço público lá está muito presente. No Brasil é diferente. Se o espaço é público, isso não significa que é de todos, que todos têm de cuidar dele; não, se o espaço é público, ele não é de ninguém. Nos cinemas brasileiros, celulares tocam com frequência e às vezes seus proprietários mantêm longas conversas, em voz alta, durante a exibição do filme. Os outros espectadores que se lixem. Existe aí um motivo adicional, além do desrespeito ao local coletivo. O telefone, no Brasil, ainda guarda a aura de um passado em que era privilégio de poucos. Conseguir uma linha era missão quase impossível. Quem tinha telefone tinha poder, e esta imagem, de certo modo, persiste. Infelizmente, porque poucos meios de comunicação são tão invasivos. Cartas e e-mails ficam pacientemente à nossa espera. O telefone, não. O telefone soa insistentemente, e temos de atender, não importa o que estejamos fazendo no momento – almoçando, tomando banho, fazendo amor. E quem liga também não dá bola para esses detalhes. A elementar pergunta – “Você pode falar? ” – raramente é feita. Ligação telefônica desloca para um segundo plano qualquer outra coisa. Digamos que você esteja sendo atendido por um funcionário no banco. Se tocar o telefone, você e todos os outros que estão esperando terão de se conformar: o funcionário atenderá à chamada, não raro longa.
O celular é ótima coisa. Pessoas que, por falta de telefone, ficavam em verdadeiro estado de marginalização social, agora podem se comunicar facilmente. Existe hoje uma verdadeira cultura do celular, mas ela, infelizmente, ainda não inclui a noção de respeito ao outro. Chegaremos lá, claro, se não mediante leis, como fazem os países mais adiantados, então pela evolução natural da arte do convívio. As pessoas aprendem. E um dia descobrem que as brilhantes contas de vidro são só isto: contas de vidro.
(SCLIAR, Moacyr. Do jeito que nós vivemos. Belo Horizonte: Ed. Leitura, 2007.)
Tendo em vista as relações de sintaxe estabelecidas nas orações a seguir, relacione adequadamente as colunas, considerando os termos destacados.
1. Objeto indireto.
2. Sujeito simples.
3. Adjunto adverbial.
4. Predicativo do sujeito.
( ) “[...] que os portugueses lhes davam.” (1º§)
( ) “A noção de espaço público lá está muito presente.” (2º§)
( ) “Cartas e e-mails ficam pacientemente à nossa espera.” (2º§)
( ) “Em primeiro lugar, eram novidade, coisa desconhecida por ali.” (1º§)
A sequência está correta em
(http://fotografia.folha.uol.com.br/galerias/21725-chargesjaneiro#foto-350397.
Acesso em 07 de janeiro de 2014.)
Aposentadoria feliz: idosos criam repúblicas para viver entre amigos
A amizade de Victor Gomes e Cruz Roldán tem 46 anos. Conheceram-se em uma excursão na Serra Nevada, na Espanha, com um grupo de caminhada. “Mas era mais do que isso, era um grupo de estilo de vida”, relembra Roldán, hoje com 79 anos. Quando estavam com meio século de vida, perguntaram-se: “por que não nos vemos envelhecer?". Quinze anos depois, moram com suas respectivas esposas em Convivir, uma república autogerida na cidade espanhola de Cuenca. Dezenas de amigos e familiares se entusiasmaram quando os dois casais de amigos propuseram a ideia de viver juntos, e hoje são 87 sócios que se identificam com o lema “dar vida à idade”.
O condomínio conta com todos os serviços de um asilo para idosos tradicional. “Mas não ficamos sentados o dia todo em uma cadeira entre desconhecidos” , explicou um dos amigos. Compartilham tarefas, mantêm-se ativos, mas conservam sua independência.
A velhice chega mais tarde hoje, mas pensa-se nela desde cedo. Os mais velhos atualmente - especialmente europeus e japoneses - vivem mais e não querem passar a última fase da vida entre desconhecidos ou “ser uma carga para os filhos”. É o que demonstra um estudo de 2015, realizado pelo ministério da Saúde espanhol, no qual mais da metade dos pesquisados acha pouco provável viver em um asilo, enquanto quatro em cada dez veem como alternativa o cohousing. São moradias criadas e administradas pelos próprios idosos, que decidem entre amigos como e onde querem viver sua aposentadoria. Os apartamentos pertencem a uma cooperativa, mas podem ser deixados de herança para os filhos. Na Espanha, há oito projetos construídos e vários em gestação.
[...] A idade media é de 70 anos, mas respira-se um ambiente juvenil. [...]
Todas as residências de cohousing devem cumprir os requisitos de um ambiente tradicional para idosos: banheiros geriátricos, móveis sem quinas, botões de emergência em todos os quartos, entre outras coisas.
Diferentemente da situação em Convivir, onde todos que querem um apartamento devem ter um conhecido e ser sócio, em Trabensol a oferta é para o público em geral. Entretanto, ainda custa caro viver em uma república para idosos. [...]
Das experiências espanholas, os defensores concordam que os interessados se aproximam mais dos 50 que dos 70 anos. Nemesio Rasillo, um dos fundadores da residência Brisa Del Cantábrico, onde a idade média é de 63 anos, atribui isso a que “os mais idosos passam ao cuidado familiar”. Mas há muitos adultos que ainda não se aposentaram e já têm claro que não querem ser “uma carga para seus filhos”. Nesta residência, uma das normas é poder haver no máximo 15 pessoas nascidas no mesmo ano, para garantir a variedade geracional. Cada cooperativa tem suas regras, mas uma que se repete em relação à questão da dependência é que desde que um residente se soma ao projeto, parte de seu dinheiro vai para um fundo social. “Assim, quando algum dos colegas precisar de uma assistência especial, dividimos entre todos e não será um gasto expressivo”,explica Roldán.
É a hora da siesta em Cuenca, e “o castelo do século XXI”, como o chamam os moradores de Convivir, parece ter parado no tempo. Ninguém circula pelos longos corredores dos dois andares, as raquetes de pingue-pongue descansam sobre a mesa e o salão de beleza está fechado a chave. É o momento de desfrutar do apartamento que cada um decorou a seu gosto. “Em vez de meu filho se tornar independente, eu é que me tornei”, diz em voz baixa Luis de La Fuente, enquanto fecha a porta de seu novo lar.
Antonia Laborde. (Disponível em: brasil.elpais.com. Acesso em
10jan2017)
A ordem cronológica funciona. Tentei lembrar o primeiro sabor que me deu prazer. Cheguei à canja de galinha rala que a sogra da minha madrinha cozinhava todos os dias no jantar. Com uma avó japonesa e outra italiana, ambas exímias cozinheiras, pensar na canja rala da avó de outra pessoa soa como desvio de caráter. Por minhas avós e por vaidade, tentei enganar a memória. Quem sabe me lembraria de algo mais sofisticado ou charmoso, ligado às minhas raízes, como um missoshiro com peixe seco e shiitake, ou um capeletti in brodo recheado. Não rolou. Não consigo me esquecer da tal canja rala, feita com arroz, cenoura, pouco frango, sal e só.
Me dei por satisfeita. A canja não é menos nobre que o bife da Nena ou o quindim do Vinícius.
I. A forma verbal NEGA, no contexto, é intransitiva. II. TEU é um pronome substantivo possessivo. III. Nas duas últimas ocorrências a palavra MULATA é, respectivamente, VOCATIVO e SUJEITO.
Está correto apenas o que se afirma em: