Questões de Concurso
Sobre psicopatologia em psiquiatria
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Leia o caso clínico a seguir, adaptado de Barnhill, John W. Casos clínicos do DSM-5.:
J.D., mulher, solteira e desempregada, 33 anos, procura ajuda para o tratamento de humor deprimido, pensamentos suicidas crônicos, isolamento social e má higiene pessoal. Ela havia passado os seis meses anteriores isolada em seu apartamento, deitada na cama, se alimentado de comida industrializada, assistindo à televisão e fazendo compras on-line, as quais não tinha como pagar. Vários tratamentos haviam surtido pouco efeito.
Na família, eram conhecidas suas explosões de raiva. Havia se saído bem academicamente no ensino médio, mas abandonou a faculdade por irritar-se com uma colega de quarto e com um professor. Tentou uma série de estágios e empregos de nível básico com a expectativa de que fosse voltar à faculdade, mas demitia-se todas as vezes porque “chefes são idiotas”.
Esses “traumas” sempre a faziam se sentir péssima consigo mesma (“Não consigo sequer ser uma balconista?”) e com raiva dos chefes (“Eu poderia, e provavelmente vou, administrar esse lugar”). Teve namorados quando era mais jovem, mas nunca os deixava se aproximarem fisicamente porque ficava muito ansiosa quando o relacionamento ficava mais íntimo.
A história incluía cortes superficiais autoinfligidos em várias ocasiões, e pensamentos persistentes de que seria melhor se estivesse morta. Ela afirmou que geralmente estava “para baixo e deprimida”, mas tivera dúzias de “manias” de um ou dois dias, nos quais ficava cheia de energia e nervosa e passava a noite acordada. No dia seguinte “batia uma ressaca” e ela dormia durante 12 horas.
Ela estava sob tratamento psiquiátrico desde os 17 anos e havia sido hospitalizada em unidade psiquiátrica três vezes devido a overdoses. Os tratamentos consistiram principalmente em medicamentos: estabilizadores do humor, neurolépticos de baixa dosagem e antidepressivos, que foram receitados em diversas combinações no contexto de psicoterapia de apoio.
“O Sr. J., um empresário aposentado de 70 anos, foi levado ao serviço psiquiátrico devido ao encaminhamento por seu médico de família. A esposa alegou que o marido havia ficado tão esquecido que tinha medo de deixá-lo sozinho, até mesmo em casa. O Sr. J. havia se aposentado aos 62 anos, depois de passar por um declínio em seu desempenho no trabalho durante os cinco anos anteriores. Também deixara, pouco a pouco, de praticar hobbies que lhe davam prazer (fotografia, leitura, golfe) e ficou cada vez mais quieto. Contudo, sua falta crescente de memória passou praticamente despercebida em casa, até que um dia, enquanto caminhava em uma área que conhecia bem, não conseguiu encontrar o caminho de volta para casa. A partir de então, as falhas na memória começaram a aumentar. Ele se esquecia de consultas, colocava coisas em lugares diferentes e se perdia no bairro onde morava havia 40 anos. Passou a não reconhecer mais as pessoas, mesmo as que conhecia havia anos. Sua esposa começou a lhe dar banho e a vesti-lo, pois ele havia se esquecido como fazê-lo sozinho.
Durante o exame, o Sr. J. estava desorientado quanto a tempo e lugar. Conseguia se lembrar apenas do próprio nome e de seu local de nascimento. Parecia perdido durante a entrevista e respondia apenas a perguntas com um dar de ombros ocasional. Quando solicitado a nomear objetos ou lembrar de palavras ou números, ele parecia ficar tenso e angustiado. Tinha dificuldade de seguir instruções e não conseguia se vestir nem se despir sozinho. Sua condição médica geral era boa. Seus exames laboratoriais revelaram anormalidades no EEG e nas imagens de TC.”
Sadock, Benjamin J. [et al.] Compêndio de psiquiatria : ciência do comportamento e psiquiatria clínica– 11. ed. – Porto Alegre : Artmed, 2017.
“O Sr. G. era um professor de 28 anos, casado, bem-sucedido, que se apresentou para uma avaliação psiquiátrica a fim de tratar sintomas crescentes de preocupação e ansiedade. Ele havia notado que, durante o ano anterior, tinha-se tornado muito preocupado com seu desempenho no trabalho. Por exemplo, mesmo que sempre tivesse sido um palestrante respeitado e popular, estava cada vez mais preocupado com sua capacidade de envolver os alunos e transmitir o material de maneira eficiente. De modo semelhante, embora sempre tivesse sido financeiramente seguro, crescia a preocupação de que pudesse ficar sem dinheiro devido a despesas inesperadas. O Sr. G. notou sintomas somáticos frequentes que acompanhavam suas preocupações. Por exemplo, com frequência se sentia tenso e irritável no trabalho e quando estava com sua família e tinha dificuldade para se distrair das preocupações com os desafios do dia seguinte. Relatou se sentir cada vez mais inquieto, especialmente à noite, quando suas preocupações o impediam de dormir.”
Sadock, Benjamin J. [et al.] Compêndio de psiquiatria : ciência do comportamento e psiquiatria clínica– 11. ed. – Porto Alegre : Artmed, 2017
Sobre o Transtorno mental apresentado pelo Sr. G. , assinale a alternativa FALSA:
V.A.S., homem, 34 anos, professor de matemática, foi levado ao pronto-socorro pela polícia. Ele referia a si mesmo como o “Novo Jesus”. Recusou-se a sentar e, em vez disso, correu pela sala de emergência. Foi imobilizado e recebeu fenergan 25 mg, e haloperidol, 5 mg, via intramuscular. Apesar de estar imobilizado, continuava euforicamente agitado, falando sobre receber mensagens de Deus. Ao ser perguntado quando havia dormido pela última vez, afirmou que não precisava mais dormir e que havia “sido tocado pelo Paraíso”. Seu discurso era rápido, desorganizado e difícil de entender.
Uma análise do registro médico eletrônico indicou que ele havia passado por um episódio semelhante dois anos antes. Na ocasião, recebeu prescrição de olanzapina e foi encaminhado para uma clínica ambulatorial para acompanhamento.
Com base no caso clínico exposto, adaptado de Barnhill, John W. Casos clínicos do DSM-5. Porto Alegre : Artmed, 2015., são alterações possíveis no exame do estado mental atual desse paciente, EXCETO:
I. Transtorno da dor gênito-pélvica/penetração refere-se a quatro dimensões de sintomas comórbidos comuns: 1) dificuldade para ter relações sexuais; 2) dor gênitopélvica; 3) medo de dor ou de penetração vaginal; e 4) tensão dos músculos do assoalho pélvico.
II. A dificuldade marcante para ter relações/penetrações vaginais pode variar desde incapacidade total para experimentar penetração vaginal em qualquer situação (p. ex., relação sexual, exames ginecológicos, inserção de absorvente interno) até a capacidade para experimentar facilmente a penetração em uma situação, porém não em outra.
III. Medo ou ansiedade intensa de dor vulvovaginal ou pélvica em antecipação a, durante ou como resultado de penetração vaginal é um relato comum de mulheres que sentem dor regularmente durante a relação sexual.
Estão CORRETOS os itens:
I. Diminuição da energia, cansaço e fadiga são comuns nesse transtorno, sendo que o indivíduo pode relatar fadiga persistente sem esforço físico ou mesmo as tarefas mais leves parecem exigir um esforço substancial.
II. A característica essencial de um episódio depressivo maior é um período de pelo menos duas semanas durante as quais há um humor depressivo ou perda de interesse ou prazer em quase todas as atividades.
III. A afetividade negativa (Neuroticismo) é um fator de risco bem estabelecido para o início do transtorno depressivo maior, e altos níveis parecem aumentar a probabilidade de os indivíduos desenvolverem episódios depressivos em resposta a eventos estressantes na vida.
Estão CORRETOS os itens: