Os estreitos marítimos, tão importantes em
tempos passados, continuavam vitais. A
batalha naval entre Japão e Rússia, em 1905,
fora travada em um estreito marítimo; o
desembarque em Gallipoli, em 1915, fizera
parte de uma luta pela passagem do Mar
Negro; e a grande disputa naval da Primeira
Guerra Mundial, a batalha da Jutlândia,
acontecera nas proximidades do estrito que
servia de entrada para o Báltico. Novamente,
durante a Segunda Guerra Mundial, o Canal da
mancha, o Estreito de Gibraltar, o Estreito de
Cingapura, o Mar Vermelho e outros canais
pequenos foram cruciais para o desfecho do
conflito. No início da época do poderio aéreo,
muitos argumentavam que os estreitos
perderiam a relevância; mas a posição de
Cuba, tão perto dos Estados Unidos, continuou
tendo importância decisiva. Os Estados
Unidos, por meio da CIA, deram treinamento
militar a 1,5 mil exilados cubanos para que
invadissem a ilha. O porto escolhido para o
desembarque, em abril de 1961, a Baía dos
Porcos, ficava no litoral sudoeste. O pequeno
exército desembarcou logo após os aviões
norte-americanos camuflados terem
bombardeado a força aérea cubana. Estranhouse o apoio do presidente Kennedy a uma tropa
tão embaraçosamente pequena, uma vez que a
perspectiva de sucesso era mínima. Em dois
dias, a maioria dos invasores havia sido
capturada. Para libertá-los, Fidel Castro exigiu
o pagamento de um caro resgate na forma de
alimentos e remédios. (BLAINEY, Geoffrey.
Uma Breve História do Século XX, 2 ed. São
Paulo: Fundamento, 2011, p. 214).