MARY I (1516 – 1558).
Mary Tudor foi a primeira rainha a governar a
Inglaterra por seu próprio direito. Sua brutal
perseguição aos protestantes valeu-lhe a
alcunha de “Blood Mary” (Mary, a
Sanguinária).
Filha de Henrique VIII e Catarina de Aragão,
foi declarada ilegítima quando o casamento do
pai foi dissolvido em 1533. Ela perdeu o título
de princesa e teve que renunciar à fé católica,
embora continuasse a praticá-la em segredo.
Após a morte de seu meio-irmão, o frágil
Eduardo VI, uma insurreição protestante levou
Jane Grey ao trono e Mary fugiu para Norfolk.
Mas havia um sentimento generalizado de que
era a herdeira legítima e Mary voltou a
Londres para receber as boas-vindas de
maneira triunfal. Lady Jane Grey – a chamada
“Rainha por Nove Dias” – foi deposta e
executada, juntamente com seu marido
Dudley.
Logo após sua coroação, Mary começou a
reanimar a Igreja Católica, que fora banida por
Henrique VIII. Quando ficou claro que ela
desposaria o católico Filipe II, rei da Espanha,
houve uma sublevação protestante em Kent
sob Sir Thomas Wyatt. Os rebeldes marcharam
para Londres: Mary fez um discurso vibrante
que mobilizou a população da capital: a
rebelião foi derrotada e seus líderes,
executados.
Mary casou-se com Felipe II, restaurou o credo
católico e começou a perseguir os heréticos.
Em pouco tempo, 300 protestantes
encontraram a morte na fogueira. Seu
casamento com o rei espanhol arrastou a
Inglaterra a uma guerra impopular contra a
França, que custou aos ingleses a posse de
Calais, último reduto inglês na França.
Solitária, sem filhos e odiada, Mary morreu em
17 de novembro de 1558, sendo sucedida por
sua meia-irmã Elizabeth I, uma protestante.
(CAWTHORNE, Nigel. 100 Tiranos: história
viva. São Paulo, Ediouro, p. 116).