ÈMILE ZOLA (1840 – 1902)
No dia do enterro de Émile Zola, as ruas ficaram tomadas por pessoas que queriam lhe prestar homenagem. Mas o caminho para tal sucesso no coração da progressista Paris não foi fácil. A infância de Zola em Aix-em-Provence foi marcada pela pobreza, assim como a juventude em Paris. Em 1865, ele celebrou a publicação do primeiro romance, La Confession de Claude, mas também experimentou pela primeira vez o gosto da polêmica. O realismo gráfico do livro despertou o interesse da polícia e fez com que Zola perdesse o emprego na editora Hachette.
A carreira de escritor, tanto no jornalismo quanto na ficção, estava prestes a começar. Foi dominada por uma série de 20 romances de ambição e alcance impressionantes, registrando uma época de grandes mudanças na França. A série Rougon-Macquart acompanhava duas famílias durante o Segundo Império Francês (1852-1870). Utilizando uma impetuosa mistura de lirismo romântico e realismo sórdido, a série varou todos os aspectos da vida francesa contemporânea, dos infortúnios dos camponeses à ascensão dos impressionistas. O objetivo de Zola era estudar como a hereditariedade e o ambiente influenciavam o comportamento. No meio do caminho, despertou a ira de muitos: daqueles que se ofendiam pelo lado mais sombrio da vida moderna ao de infância, Cézanne, que julgou ter sido retratado de forma pouco lisonjeira em A Obra, e aos oponentes das críticas de Zola ao governo francês em A Derrocada.
A polêmica política voltou à cena em 1898, quando Zola defendeu o oficial de Exército Alfre Dreyfus em um caso de traição de grande repercussão. Sua famosa defesa, publicada no jornal L’aurore, começava com J’accuse... (Eu acuso), e fez com que fosse perseguido e tivesse que se refugiar na Inglaterra. Ele e Dreyfus foram absolvidos, mas há quem ainda acredite que a morte de Zola, por asfixia, foi tramada por conspiradores anti-Dreyfus.
(PATRICK, Julien. 501 Grnades Escritores. São Paulo: Sextante, 2009, p. 201).