A mitologia a respeito da vida de Alexandre é
tão de outro mundo que pode até ser descrita
como a de um deus grego. Uma profetisa o
declarou como sendo filho de Zeus ao invés de
Felipe da Macedônia. De acordo com Plutarco,
sua mãe, antes de consumar o casamento,
sonhou que seu útero era atingido por um
relâmpago, o que originou uma chama que se
espalhou larga e distante antes de desaparecer.
O enorme Templo de Ártemis em Éfeso foi
incendiado no mesmo dia, por ação da própria
deusa que estava preocupadíssima com o
nascimento do guerreiro neste mundo. Outras
histórias dizem que a Rainha Talestris das
amazonas mandou a Alexandre 300 virgens
para que procriassem e dessem origem a uma
nova super raça. Alexandre, inclusive, é citado
na Bíblia e no Corão. No livro de Daniel,
escrito 250 anos antes do seu nascimento, o
profeta judeu e estadista persa o descreve como
sendo um “homem cabra” que “veio do oeste,
atravessando a superfície de toda a terra, sem
tocar no chão; e a cabra tem um notável chifre
entre os olhos”. No Corão é descrito como
sendo uma criatura a qual Alá concebeu
imenso poder, e viajou ao lugar onde o sol
nasce e se põe. Ali ele construiu um muro para
cercar Gogue e Magogue, o qual será quebrado
no dia do Juízo Final. Alexandre
provavelmente ficaria surpreso ao saber que
dois livros sagrados monoteístas tanto o
elogiaram, enquanto ele vivia a vida de um
mortal bêbado e pagão. No entanto, sua gigante
reputação é merecida. Era brilhante, bemeducado, ótimo estrategista, astuto
politicamente, extremamente bem-sucedido, e
esperto o suficiente para eleger escritores para
registrarem seus feitos. O reinado de
Alexandre se iniciou aos seus 20 anos e
terminou com sua morte, 13 anos mais tarde.
Ele não só demonstrou a importância da
estratégia de batalha, mas também a
importância da logística e da política em
campanhas militares. (RANK, Michael. Os
Maiores Generais da História. São Paulo:
LeLivros, 2013, p. 18).