Questões de Concurso Público Prefeitura de Mangaratiba - RJ 2016 para Enfermeiro

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Q1627170 Português
O FUTURO DA GENÉTICA
O debate social sobre o sentido e o valor da engenharia genética segue um padrão facilmente apreensível. Os críticos usualmente recorrem a formulações éticas de nosso passado cultural para recomendar interdições e/ou cuidados. Uma fórmula é a hybris. Assim como os gregos propunham que haveria castigo divino para os humanos orgulhosos que queriam e podiam muito, que procuravam assemelhar-se aos deuses, algumas críticas da engenharia genética prescrevem a não-violação da ordem da natureza e alertam para a nossa extinção se continuarmos a cometer excessos. Esse gênero de crítica está em concordância com o conto milenar do aprendiz de feiticeiro, incapaz de controlar suas experiências. Uma outra aproximação crítica é feita entre o horror da eugenia moderna, que culmina no nazismo, e a tendência, apresentada em livros e filmes, para a fabricação do homem perfeito.
Os defensores da engenharia genética tampouco são inovadores. Ora reiteram que o conhecimento está acima de tudo, ora que implicará em diversos progressos terapêuticos. No anúncio de resultados preliminares, políticos e médicos frisaram que o mapeamento do genoma humano seria o maior feito da humanidade e que erradicaria, num futuro próximo, uma série de doenças.
O modo de desdobramento do debate está marcado por uma ausência decisiva: a singularidade desse modo de conhecimento. O genoma não é a descrição de um produto acabado; parece-se com um programa, com uma receita para construir, processo que é afetado pelas circunstâncias de desenvolvimento dos indivíduos. Quando se diz que um gene é para alguma coisa, o que se descobre usualmente é que a presença de uma diferença na sequência genética determina ou favorece a aparição de alguma doença ou desvio. Por fim, raros são os casos em que um erro de sequência determina singularmente o advento de uma doença. Como associam as diferenças de sequência a estatísticas sobre a aparição de doenças em uma população, a grande maioria dos diagnósticos genéticos é e será probabilística e multicausal. A medicina descobrirá propensões acrescidas de contrair certas doenças associadas a sequências genéticas singulares, propensões que se concretizam ou não, dependendo dos hábitos de vida.
O que estamos experimentando é uma transformação tecnológica do estatuto do corpo. De início, trata-se de uma transformação ontológica: o corpo e todos os seres vivos tornam-se informação codificada. A quebra do código é o que permite a manipulação do modo de ser de todos os seres vivos. A vida como programa implica um corpo transformável, mas não só pela intervenção tecnológica. O corpo torna-se, ao mesmo tempo, um conjunto de possibilidades cuja atualização depende dos cuidados que o indivíduo estabelece consigo mesmo. […]
Atentar a esta relação entre corpo e futuro permite recolocar o debate sobre o sentido e valor da engenharia genética. Precisa-se questioná-la no lugar mesmo em que nossa adesão é mais facilmente conquistada: a saúde. O conhecimento do genoma humano, mais do que permitir avanços na saúde, transforma a relação que estabelecemos com nosso corpo e com nosso futuro. Transforma, pois, o modo com que os indivíduos se propõem a cuidar de si mesmos.

VAZ, Paulo. “O futuro da genética” In: Nas fronteiras do contemporâneo: território, identidade, arte, moda, corpo e mídia. Org.: Nízia Villaça, Fred Góes. Rio de Janeiro: Mauad: FUJB, 2001
Segundo o autor, Paulo Vaz, o debate social sobre o sentido e o valor da engenharia genética caracteriza-se pela
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Q1627171 Português
O FUTURO DA GENÉTICA
O debate social sobre o sentido e o valor da engenharia genética segue um padrão facilmente apreensível. Os críticos usualmente recorrem a formulações éticas de nosso passado cultural para recomendar interdições e/ou cuidados. Uma fórmula é a hybris. Assim como os gregos propunham que haveria castigo divino para os humanos orgulhosos que queriam e podiam muito, que procuravam assemelhar-se aos deuses, algumas críticas da engenharia genética prescrevem a não-violação da ordem da natureza e alertam para a nossa extinção se continuarmos a cometer excessos. Esse gênero de crítica está em concordância com o conto milenar do aprendiz de feiticeiro, incapaz de controlar suas experiências. Uma outra aproximação crítica é feita entre o horror da eugenia moderna, que culmina no nazismo, e a tendência, apresentada em livros e filmes, para a fabricação do homem perfeito.
Os defensores da engenharia genética tampouco são inovadores. Ora reiteram que o conhecimento está acima de tudo, ora que implicará em diversos progressos terapêuticos. No anúncio de resultados preliminares, políticos e médicos frisaram que o mapeamento do genoma humano seria o maior feito da humanidade e que erradicaria, num futuro próximo, uma série de doenças.
O modo de desdobramento do debate está marcado por uma ausência decisiva: a singularidade desse modo de conhecimento. O genoma não é a descrição de um produto acabado; parece-se com um programa, com uma receita para construir, processo que é afetado pelas circunstâncias de desenvolvimento dos indivíduos. Quando se diz que um gene é para alguma coisa, o que se descobre usualmente é que a presença de uma diferença na sequência genética determina ou favorece a aparição de alguma doença ou desvio. Por fim, raros são os casos em que um erro de sequência determina singularmente o advento de uma doença. Como associam as diferenças de sequência a estatísticas sobre a aparição de doenças em uma população, a grande maioria dos diagnósticos genéticos é e será probabilística e multicausal. A medicina descobrirá propensões acrescidas de contrair certas doenças associadas a sequências genéticas singulares, propensões que se concretizam ou não, dependendo dos hábitos de vida.
O que estamos experimentando é uma transformação tecnológica do estatuto do corpo. De início, trata-se de uma transformação ontológica: o corpo e todos os seres vivos tornam-se informação codificada. A quebra do código é o que permite a manipulação do modo de ser de todos os seres vivos. A vida como programa implica um corpo transformável, mas não só pela intervenção tecnológica. O corpo torna-se, ao mesmo tempo, um conjunto de possibilidades cuja atualização depende dos cuidados que o indivíduo estabelece consigo mesmo. […]
Atentar a esta relação entre corpo e futuro permite recolocar o debate sobre o sentido e valor da engenharia genética. Precisa-se questioná-la no lugar mesmo em que nossa adesão é mais facilmente conquistada: a saúde. O conhecimento do genoma humano, mais do que permitir avanços na saúde, transforma a relação que estabelecemos com nosso corpo e com nosso futuro. Transforma, pois, o modo com que os indivíduos se propõem a cuidar de si mesmos.

VAZ, Paulo. “O futuro da genética” In: Nas fronteiras do contemporâneo: território, identidade, arte, moda, corpo e mídia. Org.: Nízia Villaça, Fred Góes. Rio de Janeiro: Mauad: FUJB, 2001
Os defensores da engenharia genética recorrem aos argumentos da supremacia do conhecimento e dos progressos terapêuticos daí advindos para convencer os críticos, no entanto, segundo o texto, desconsideram para a inovação desse debate
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Q1627172 Português
O FUTURO DA GENÉTICA
O debate social sobre o sentido e o valor da engenharia genética segue um padrão facilmente apreensível. Os críticos usualmente recorrem a formulações éticas de nosso passado cultural para recomendar interdições e/ou cuidados. Uma fórmula é a hybris. Assim como os gregos propunham que haveria castigo divino para os humanos orgulhosos que queriam e podiam muito, que procuravam assemelhar-se aos deuses, algumas críticas da engenharia genética prescrevem a não-violação da ordem da natureza e alertam para a nossa extinção se continuarmos a cometer excessos. Esse gênero de crítica está em concordância com o conto milenar do aprendiz de feiticeiro, incapaz de controlar suas experiências. Uma outra aproximação crítica é feita entre o horror da eugenia moderna, que culmina no nazismo, e a tendência, apresentada em livros e filmes, para a fabricação do homem perfeito.
Os defensores da engenharia genética tampouco são inovadores. Ora reiteram que o conhecimento está acima de tudo, ora que implicará em diversos progressos terapêuticos. No anúncio de resultados preliminares, políticos e médicos frisaram que o mapeamento do genoma humano seria o maior feito da humanidade e que erradicaria, num futuro próximo, uma série de doenças.
O modo de desdobramento do debate está marcado por uma ausência decisiva: a singularidade desse modo de conhecimento. O genoma não é a descrição de um produto acabado; parece-se com um programa, com uma receita para construir, processo que é afetado pelas circunstâncias de desenvolvimento dos indivíduos. Quando se diz que um gene é para alguma coisa, o que se descobre usualmente é que a presença de uma diferença na sequência genética determina ou favorece a aparição de alguma doença ou desvio. Por fim, raros são os casos em que um erro de sequência determina singularmente o advento de uma doença. Como associam as diferenças de sequência a estatísticas sobre a aparição de doenças em uma população, a grande maioria dos diagnósticos genéticos é e será probabilística e multicausal. A medicina descobrirá propensões acrescidas de contrair certas doenças associadas a sequências genéticas singulares, propensões que se concretizam ou não, dependendo dos hábitos de vida.
O que estamos experimentando é uma transformação tecnológica do estatuto do corpo. De início, trata-se de uma transformação ontológica: o corpo e todos os seres vivos tornam-se informação codificada. A quebra do código é o que permite a manipulação do modo de ser de todos os seres vivos. A vida como programa implica um corpo transformável, mas não só pela intervenção tecnológica. O corpo torna-se, ao mesmo tempo, um conjunto de possibilidades cuja atualização depende dos cuidados que o indivíduo estabelece consigo mesmo. […]
Atentar a esta relação entre corpo e futuro permite recolocar o debate sobre o sentido e valor da engenharia genética. Precisa-se questioná-la no lugar mesmo em que nossa adesão é mais facilmente conquistada: a saúde. O conhecimento do genoma humano, mais do que permitir avanços na saúde, transforma a relação que estabelecemos com nosso corpo e com nosso futuro. Transforma, pois, o modo com que os indivíduos se propõem a cuidar de si mesmos.

VAZ, Paulo. “O futuro da genética” In: Nas fronteiras do contemporâneo: território, identidade, arte, moda, corpo e mídia. Org.: Nízia Villaça, Fred Góes. Rio de Janeiro: Mauad: FUJB, 2001
Ao referir-se ao “conto milenar do aprendiz de feiticeiro”, o autor do texto pretende corroborar a proposta dos gregos antigos sobre a necessidade de
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Q1627173 Português
O FUTURO DA GENÉTICA
O debate social sobre o sentido e o valor da engenharia genética segue um padrão facilmente apreensível. Os críticos usualmente recorrem a formulações éticas de nosso passado cultural para recomendar interdições e/ou cuidados. Uma fórmula é a hybris. Assim como os gregos propunham que haveria castigo divino para os humanos orgulhosos que queriam e podiam muito, que procuravam assemelhar-se aos deuses, algumas críticas da engenharia genética prescrevem a não-violação da ordem da natureza e alertam para a nossa extinção se continuarmos a cometer excessos. Esse gênero de crítica está em concordância com o conto milenar do aprendiz de feiticeiro, incapaz de controlar suas experiências. Uma outra aproximação crítica é feita entre o horror da eugenia moderna, que culmina no nazismo, e a tendência, apresentada em livros e filmes, para a fabricação do homem perfeito.
Os defensores da engenharia genética tampouco são inovadores. Ora reiteram que o conhecimento está acima de tudo, ora que implicará em diversos progressos terapêuticos. No anúncio de resultados preliminares, políticos e médicos frisaram que o mapeamento do genoma humano seria o maior feito da humanidade e que erradicaria, num futuro próximo, uma série de doenças.
O modo de desdobramento do debate está marcado por uma ausência decisiva: a singularidade desse modo de conhecimento. O genoma não é a descrição de um produto acabado; parece-se com um programa, com uma receita para construir, processo que é afetado pelas circunstâncias de desenvolvimento dos indivíduos. Quando se diz que um gene é para alguma coisa, o que se descobre usualmente é que a presença de uma diferença na sequência genética determina ou favorece a aparição de alguma doença ou desvio. Por fim, raros são os casos em que um erro de sequência determina singularmente o advento de uma doença. Como associam as diferenças de sequência a estatísticas sobre a aparição de doenças em uma população, a grande maioria dos diagnósticos genéticos é e será probabilística e multicausal. A medicina descobrirá propensões acrescidas de contrair certas doenças associadas a sequências genéticas singulares, propensões que se concretizam ou não, dependendo dos hábitos de vida.
O que estamos experimentando é uma transformação tecnológica do estatuto do corpo. De início, trata-se de uma transformação ontológica: o corpo e todos os seres vivos tornam-se informação codificada. A quebra do código é o que permite a manipulação do modo de ser de todos os seres vivos. A vida como programa implica um corpo transformável, mas não só pela intervenção tecnológica. O corpo torna-se, ao mesmo tempo, um conjunto de possibilidades cuja atualização depende dos cuidados que o indivíduo estabelece consigo mesmo. […]
Atentar a esta relação entre corpo e futuro permite recolocar o debate sobre o sentido e valor da engenharia genética. Precisa-se questioná-la no lugar mesmo em que nossa adesão é mais facilmente conquistada: a saúde. O conhecimento do genoma humano, mais do que permitir avanços na saúde, transforma a relação que estabelecemos com nosso corpo e com nosso futuro. Transforma, pois, o modo com que os indivíduos se propõem a cuidar de si mesmos.

VAZ, Paulo. “O futuro da genética” In: Nas fronteiras do contemporâneo: território, identidade, arte, moda, corpo e mídia. Org.: Nízia Villaça, Fred Góes. Rio de Janeiro: Mauad: FUJB, 2001
De acordo com o texto, a medicina baseada na engenharia genética trará um benefício futuro para a humanidade que vem sendo desconsiderado nos debates sobre o tema. Esse benefício consiste na
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Q1627174 Português
O FUTURO DA GENÉTICA
O debate social sobre o sentido e o valor da engenharia genética segue um padrão facilmente apreensível. Os críticos usualmente recorrem a formulações éticas de nosso passado cultural para recomendar interdições e/ou cuidados. Uma fórmula é a hybris. Assim como os gregos propunham que haveria castigo divino para os humanos orgulhosos que queriam e podiam muito, que procuravam assemelhar-se aos deuses, algumas críticas da engenharia genética prescrevem a não-violação da ordem da natureza e alertam para a nossa extinção se continuarmos a cometer excessos. Esse gênero de crítica está em concordância com o conto milenar do aprendiz de feiticeiro, incapaz de controlar suas experiências. Uma outra aproximação crítica é feita entre o horror da eugenia moderna, que culmina no nazismo, e a tendência, apresentada em livros e filmes, para a fabricação do homem perfeito.
Os defensores da engenharia genética tampouco são inovadores. Ora reiteram que o conhecimento está acima de tudo, ora que implicará em diversos progressos terapêuticos. No anúncio de resultados preliminares, políticos e médicos frisaram que o mapeamento do genoma humano seria o maior feito da humanidade e que erradicaria, num futuro próximo, uma série de doenças.
O modo de desdobramento do debate está marcado por uma ausência decisiva: a singularidade desse modo de conhecimento. O genoma não é a descrição de um produto acabado; parece-se com um programa, com uma receita para construir, processo que é afetado pelas circunstâncias de desenvolvimento dos indivíduos. Quando se diz que um gene é para alguma coisa, o que se descobre usualmente é que a presença de uma diferença na sequência genética determina ou favorece a aparição de alguma doença ou desvio. Por fim, raros são os casos em que um erro de sequência determina singularmente o advento de uma doença. Como associam as diferenças de sequência a estatísticas sobre a aparição de doenças em uma população, a grande maioria dos diagnósticos genéticos é e será probabilística e multicausal. A medicina descobrirá propensões acrescidas de contrair certas doenças associadas a sequências genéticas singulares, propensões que se concretizam ou não, dependendo dos hábitos de vida.
O que estamos experimentando é uma transformação tecnológica do estatuto do corpo. De início, trata-se de uma transformação ontológica: o corpo e todos os seres vivos tornam-se informação codificada. A quebra do código é o que permite a manipulação do modo de ser de todos os seres vivos. A vida como programa implica um corpo transformável, mas não só pela intervenção tecnológica. O corpo torna-se, ao mesmo tempo, um conjunto de possibilidades cuja atualização depende dos cuidados que o indivíduo estabelece consigo mesmo. […]
Atentar a esta relação entre corpo e futuro permite recolocar o debate sobre o sentido e valor da engenharia genética. Precisa-se questioná-la no lugar mesmo em que nossa adesão é mais facilmente conquistada: a saúde. O conhecimento do genoma humano, mais do que permitir avanços na saúde, transforma a relação que estabelecemos com nosso corpo e com nosso futuro. Transforma, pois, o modo com que os indivíduos se propõem a cuidar de si mesmos.

VAZ, Paulo. “O futuro da genética” In: Nas fronteiras do contemporâneo: território, identidade, arte, moda, corpo e mídia. Org.: Nízia Villaça, Fred Góes. Rio de Janeiro: Mauad: FUJB, 2001
“[…] algumas críticas da engenharia genética […] alertam para a nossa extinção se continuarmos a cometer excessos”. Considerando a construção sintática desse período do texto, é possível afirmar que a extinção da humanidade
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O FUTURO DA GENÉTICA
O debate social sobre o sentido e o valor da engenharia genética segue um padrão facilmente apreensível. Os críticos usualmente recorrem a formulações éticas de nosso passado cultural para recomendar interdições e/ou cuidados. Uma fórmula é a hybris. Assim como os gregos propunham que haveria castigo divino para os humanos orgulhosos que queriam e podiam muito, que procuravam assemelhar-se aos deuses, algumas críticas da engenharia genética prescrevem a não-violação da ordem da natureza e alertam para a nossa extinção se continuarmos a cometer excessos. Esse gênero de crítica está em concordância com o conto milenar do aprendiz de feiticeiro, incapaz de controlar suas experiências. Uma outra aproximação crítica é feita entre o horror da eugenia moderna, que culmina no nazismo, e a tendência, apresentada em livros e filmes, para a fabricação do homem perfeito.
Os defensores da engenharia genética tampouco são inovadores. Ora reiteram que o conhecimento está acima de tudo, ora que implicará em diversos progressos terapêuticos. No anúncio de resultados preliminares, políticos e médicos frisaram que o mapeamento do genoma humano seria o maior feito da humanidade e que erradicaria, num futuro próximo, uma série de doenças.
O modo de desdobramento do debate está marcado por uma ausência decisiva: a singularidade desse modo de conhecimento. O genoma não é a descrição de um produto acabado; parece-se com um programa, com uma receita para construir, processo que é afetado pelas circunstâncias de desenvolvimento dos indivíduos. Quando se diz que um gene é para alguma coisa, o que se descobre usualmente é que a presença de uma diferença na sequência genética determina ou favorece a aparição de alguma doença ou desvio. Por fim, raros são os casos em que um erro de sequência determina singularmente o advento de uma doença. Como associam as diferenças de sequência a estatísticas sobre a aparição de doenças em uma população, a grande maioria dos diagnósticos genéticos é e será probabilística e multicausal. A medicina descobrirá propensões acrescidas de contrair certas doenças associadas a sequências genéticas singulares, propensões que se concretizam ou não, dependendo dos hábitos de vida.
O que estamos experimentando é uma transformação tecnológica do estatuto do corpo. De início, trata-se de uma transformação ontológica: o corpo e todos os seres vivos tornam-se informação codificada. A quebra do código é o que permite a manipulação do modo de ser de todos os seres vivos. A vida como programa implica um corpo transformável, mas não só pela intervenção tecnológica. O corpo torna-se, ao mesmo tempo, um conjunto de possibilidades cuja atualização depende dos cuidados que o indivíduo estabelece consigo mesmo. […]
Atentar a esta relação entre corpo e futuro permite recolocar o debate sobre o sentido e valor da engenharia genética. Precisa-se questioná-la no lugar mesmo em que nossa adesão é mais facilmente conquistada: a saúde. O conhecimento do genoma humano, mais do que permitir avanços na saúde, transforma a relação que estabelecemos com nosso corpo e com nosso futuro. Transforma, pois, o modo com que os indivíduos se propõem a cuidar de si mesmos.

VAZ, Paulo. “O futuro da genética” In: Nas fronteiras do contemporâneo: território, identidade, arte, moda, corpo e mídia. Org.: Nízia Villaça, Fred Góes. Rio de Janeiro: Mauad: FUJB, 2001
O significado do termo destacado que NÃO tem sua significação corretamente indicada, no contexto de seu uso no texto, é:
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O FUTURO DA GENÉTICA
O debate social sobre o sentido e o valor da engenharia genética segue um padrão facilmente apreensível. Os críticos usualmente recorrem a formulações éticas de nosso passado cultural para recomendar interdições e/ou cuidados. Uma fórmula é a hybris. Assim como os gregos propunham que haveria castigo divino para os humanos orgulhosos que queriam e podiam muito, que procuravam assemelhar-se aos deuses, algumas críticas da engenharia genética prescrevem a não-violação da ordem da natureza e alertam para a nossa extinção se continuarmos a cometer excessos. Esse gênero de crítica está em concordância com o conto milenar do aprendiz de feiticeiro, incapaz de controlar suas experiências. Uma outra aproximação crítica é feita entre o horror da eugenia moderna, que culmina no nazismo, e a tendência, apresentada em livros e filmes, para a fabricação do homem perfeito.
Os defensores da engenharia genética tampouco são inovadores. Ora reiteram que o conhecimento está acima de tudo, ora que implicará em diversos progressos terapêuticos. No anúncio de resultados preliminares, políticos e médicos frisaram que o mapeamento do genoma humano seria o maior feito da humanidade e que erradicaria, num futuro próximo, uma série de doenças.
O modo de desdobramento do debate está marcado por uma ausência decisiva: a singularidade desse modo de conhecimento. O genoma não é a descrição de um produto acabado; parece-se com um programa, com uma receita para construir, processo que é afetado pelas circunstâncias de desenvolvimento dos indivíduos. Quando se diz que um gene é para alguma coisa, o que se descobre usualmente é que a presença de uma diferença na sequência genética determina ou favorece a aparição de alguma doença ou desvio. Por fim, raros são os casos em que um erro de sequência determina singularmente o advento de uma doença. Como associam as diferenças de sequência a estatísticas sobre a aparição de doenças em uma população, a grande maioria dos diagnósticos genéticos é e será probabilística e multicausal. A medicina descobrirá propensões acrescidas de contrair certas doenças associadas a sequências genéticas singulares, propensões que se concretizam ou não, dependendo dos hábitos de vida.
O que estamos experimentando é uma transformação tecnológica do estatuto do corpo. De início, trata-se de uma transformação ontológica: o corpo e todos os seres vivos tornam-se informação codificada. A quebra do código é o que permite a manipulação do modo de ser de todos os seres vivos. A vida como programa implica um corpo transformável, mas não só pela intervenção tecnológica. O corpo torna-se, ao mesmo tempo, um conjunto de possibilidades cuja atualização depende dos cuidados que o indivíduo estabelece consigo mesmo. […]
Atentar a esta relação entre corpo e futuro permite recolocar o debate sobre o sentido e valor da engenharia genética. Precisa-se questioná-la no lugar mesmo em que nossa adesão é mais facilmente conquistada: a saúde. O conhecimento do genoma humano, mais do que permitir avanços na saúde, transforma a relação que estabelecemos com nosso corpo e com nosso futuro. Transforma, pois, o modo com que os indivíduos se propõem a cuidar de si mesmos.

VAZ, Paulo. “O futuro da genética” In: Nas fronteiras do contemporâneo: território, identidade, arte, moda, corpo e mídia. Org.: Nízia Villaça, Fred Góes. Rio de Janeiro: Mauad: FUJB, 2001
Em “O corpo torna-se, ao mesmo tempo, um conjunto de possibilidades cuja atualização depende dos cuidados que o indivíduo estabelece consigo mesmo”, os pronomes relativos grifados exercem, respectivamente, as seguintes funções sintáticas, nas orações que iniciam:
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O debate social sobre o sentido e o valor da engenharia genética segue um padrão facilmente apreensível. Os críticos usualmente recorrem a formulações éticas de nosso passado cultural para recomendar interdições e/ou cuidados. Uma fórmula é a hybris. Assim como os gregos propunham que haveria castigo divino para os humanos orgulhosos que queriam e podiam muito, que procuravam assemelhar-se aos deuses, algumas críticas da engenharia genética prescrevem a não-violação da ordem da natureza e alertam para a nossa extinção se continuarmos a cometer excessos. Esse gênero de crítica está em concordância com o conto milenar do aprendiz de feiticeiro, incapaz de controlar suas experiências. Uma outra aproximação crítica é feita entre o horror da eugenia moderna, que culmina no nazismo, e a tendência, apresentada em livros e filmes, para a fabricação do homem perfeito.
Os defensores da engenharia genética tampouco são inovadores. Ora reiteram que o conhecimento está acima de tudo, ora que implicará em diversos progressos terapêuticos. No anúncio de resultados preliminares, políticos e médicos frisaram que o mapeamento do genoma humano seria o maior feito da humanidade e que erradicaria, num futuro próximo, uma série de doenças.
O modo de desdobramento do debate está marcado por uma ausência decisiva: a singularidade desse modo de conhecimento. O genoma não é a descrição de um produto acabado; parece-se com um programa, com uma receita para construir, processo que é afetado pelas circunstâncias de desenvolvimento dos indivíduos. Quando se diz que um gene é para alguma coisa, o que se descobre usualmente é que a presença de uma diferença na sequência genética determina ou favorece a aparição de alguma doença ou desvio. Por fim, raros são os casos em que um erro de sequência determina singularmente o advento de uma doença. Como associam as diferenças de sequência a estatísticas sobre a aparição de doenças em uma população, a grande maioria dos diagnósticos genéticos é e será probabilística e multicausal. A medicina descobrirá propensões acrescidas de contrair certas doenças associadas a sequências genéticas singulares, propensões que se concretizam ou não, dependendo dos hábitos de vida.
O que estamos experimentando é uma transformação tecnológica do estatuto do corpo. De início, trata-se de uma transformação ontológica: o corpo e todos os seres vivos tornam-se informação codificada. A quebra do código é o que permite a manipulação do modo de ser de todos os seres vivos. A vida como programa implica um corpo transformável, mas não só pela intervenção tecnológica. O corpo torna-se, ao mesmo tempo, um conjunto de possibilidades cuja atualização depende dos cuidados que o indivíduo estabelece consigo mesmo. […]
Atentar a esta relação entre corpo e futuro permite recolocar o debate sobre o sentido e valor da engenharia genética. Precisa-se questioná-la no lugar mesmo em que nossa adesão é mais facilmente conquistada: a saúde. O conhecimento do genoma humano, mais do que permitir avanços na saúde, transforma a relação que estabelecemos com nosso corpo e com nosso futuro. Transforma, pois, o modo com que os indivíduos se propõem a cuidar de si mesmos.

VAZ, Paulo. “O futuro da genética” In: Nas fronteiras do contemporâneo: território, identidade, arte, moda, corpo e mídia. Org.: Nízia Villaça, Fred Góes. Rio de Janeiro: Mauad: FUJB, 2001
Em Como associam as diferenças de sequência a estatísticas […]”, as palavras grifadas classificam-se morfologicamente, na sequência em que ocorrem neste período do texto, como
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O debate social sobre o sentido e o valor da engenharia genética segue um padrão facilmente apreensível. Os críticos usualmente recorrem a formulações éticas de nosso passado cultural para recomendar interdições e/ou cuidados. Uma fórmula é a hybris. Assim como os gregos propunham que haveria castigo divino para os humanos orgulhosos que queriam e podiam muito, que procuravam assemelhar-se aos deuses, algumas críticas da engenharia genética prescrevem a não-violação da ordem da natureza e alertam para a nossa extinção se continuarmos a cometer excessos. Esse gênero de crítica está em concordância com o conto milenar do aprendiz de feiticeiro, incapaz de controlar suas experiências. Uma outra aproximação crítica é feita entre o horror da eugenia moderna, que culmina no nazismo, e a tendência, apresentada em livros e filmes, para a fabricação do homem perfeito.
Os defensores da engenharia genética tampouco são inovadores. Ora reiteram que o conhecimento está acima de tudo, ora que implicará em diversos progressos terapêuticos. No anúncio de resultados preliminares, políticos e médicos frisaram que o mapeamento do genoma humano seria o maior feito da humanidade e que erradicaria, num futuro próximo, uma série de doenças.
O modo de desdobramento do debate está marcado por uma ausência decisiva: a singularidade desse modo de conhecimento. O genoma não é a descrição de um produto acabado; parece-se com um programa, com uma receita para construir, processo que é afetado pelas circunstâncias de desenvolvimento dos indivíduos. Quando se diz que um gene é para alguma coisa, o que se descobre usualmente é que a presença de uma diferença na sequência genética determina ou favorece a aparição de alguma doença ou desvio. Por fim, raros são os casos em que um erro de sequência determina singularmente o advento de uma doença. Como associam as diferenças de sequência a estatísticas sobre a aparição de doenças em uma população, a grande maioria dos diagnósticos genéticos é e será probabilística e multicausal. A medicina descobrirá propensões acrescidas de contrair certas doenças associadas a sequências genéticas singulares, propensões que se concretizam ou não, dependendo dos hábitos de vida.
O que estamos experimentando é uma transformação tecnológica do estatuto do corpo. De início, trata-se de uma transformação ontológica: o corpo e todos os seres vivos tornam-se informação codificada. A quebra do código é o que permite a manipulação do modo de ser de todos os seres vivos. A vida como programa implica um corpo transformável, mas não só pela intervenção tecnológica. O corpo torna-se, ao mesmo tempo, um conjunto de possibilidades cuja atualização depende dos cuidados que o indivíduo estabelece consigo mesmo. […]
Atentar a esta relação entre corpo e futuro permite recolocar o debate sobre o sentido e valor da engenharia genética. Precisa-se questioná-la no lugar mesmo em que nossa adesão é mais facilmente conquistada: a saúde. O conhecimento do genoma humano, mais do que permitir avanços na saúde, transforma a relação que estabelecemos com nosso corpo e com nosso futuro. Transforma, pois, o modo com que os indivíduos se propõem a cuidar de si mesmos.

VAZ, Paulo. “O futuro da genética” In: Nas fronteiras do contemporâneo: território, identidade, arte, moda, corpo e mídia. Org.: Nízia Villaça, Fred Góes. Rio de Janeiro: Mauad: FUJB, 2001
Em “Transforma, pois, o modo com que os indivíduos se propõem a cuidar de si mesmos”, a conjunção presente neste período tem valor semântico de
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O debate social sobre o sentido e o valor da engenharia genética segue um padrão facilmente apreensível. Os críticos usualmente recorrem a formulações éticas de nosso passado cultural para recomendar interdições e/ou cuidados. Uma fórmula é a hybris. Assim como os gregos propunham que haveria castigo divino para os humanos orgulhosos que queriam e podiam muito, que procuravam assemelhar-se aos deuses, algumas críticas da engenharia genética prescrevem a não-violação da ordem da natureza e alertam para a nossa extinção se continuarmos a cometer excessos. Esse gênero de crítica está em concordância com o conto milenar do aprendiz de feiticeiro, incapaz de controlar suas experiências. Uma outra aproximação crítica é feita entre o horror da eugenia moderna, que culmina no nazismo, e a tendência, apresentada em livros e filmes, para a fabricação do homem perfeito.
Os defensores da engenharia genética tampouco são inovadores. Ora reiteram que o conhecimento está acima de tudo, ora que implicará em diversos progressos terapêuticos. No anúncio de resultados preliminares, políticos e médicos frisaram que o mapeamento do genoma humano seria o maior feito da humanidade e que erradicaria, num futuro próximo, uma série de doenças.
O modo de desdobramento do debate está marcado por uma ausência decisiva: a singularidade desse modo de conhecimento. O genoma não é a descrição de um produto acabado; parece-se com um programa, com uma receita para construir, processo que é afetado pelas circunstâncias de desenvolvimento dos indivíduos. Quando se diz que um gene é para alguma coisa, o que se descobre usualmente é que a presença de uma diferença na sequência genética determina ou favorece a aparição de alguma doença ou desvio. Por fim, raros são os casos em que um erro de sequência determina singularmente o advento de uma doença. Como associam as diferenças de sequência a estatísticas sobre a aparição de doenças em uma população, a grande maioria dos diagnósticos genéticos é e será probabilística e multicausal. A medicina descobrirá propensões acrescidas de contrair certas doenças associadas a sequências genéticas singulares, propensões que se concretizam ou não, dependendo dos hábitos de vida.
O que estamos experimentando é uma transformação tecnológica do estatuto do corpo. De início, trata-se de uma transformação ontológica: o corpo e todos os seres vivos tornam-se informação codificada. A quebra do código é o que permite a manipulação do modo de ser de todos os seres vivos. A vida como programa implica um corpo transformável, mas não só pela intervenção tecnológica. O corpo torna-se, ao mesmo tempo, um conjunto de possibilidades cuja atualização depende dos cuidados que o indivíduo estabelece consigo mesmo. […]
Atentar a esta relação entre corpo e futuro permite recolocar o debate sobre o sentido e valor da engenharia genética. Precisa-se questioná-la no lugar mesmo em que nossa adesão é mais facilmente conquistada: a saúde. O conhecimento do genoma humano, mais do que permitir avanços na saúde, transforma a relação que estabelecemos com nosso corpo e com nosso futuro. Transforma, pois, o modo com que os indivíduos se propõem a cuidar de si mesmos.

VAZ, Paulo. “O futuro da genética” In: Nas fronteiras do contemporâneo: território, identidade, arte, moda, corpo e mídia. Org.: Nízia Villaça, Fred Góes. Rio de Janeiro: Mauad: FUJB, 2001
Em “Transforma, pois, o modo com que os indivíduos se propõem a cuidar de si mesmos”, a conjunção presente neste período tem valor semântico de


Sobre o uso da preposição “com” grifada no período acima, na questão anterior, é possível afirmar que
Alternativas
Respostas
1: B
2: E
3: A
4: D
5: A
6: A
7: C
8: E
9: D
10: C