Questões de Concurso Público BNDES 2024 para Analista - Economia (Manhã)

Foram encontradas 27 questões

Q3050279 Economia

Se entre 1980 e 2022 a taxa de variação média anual do PIB real no Brasil foi de apenas 2,2%, no período 2004-2010, que abrange, praticamente, os dois mandatos do Governo Lula da Silva (2003-2010), essa taxa acelerou para, aproximadamente, 4,4% a.a., caracterizando notável exceção à regra de baixo crescimento das últimas quatro décadas. A economista Laura Carvalho, em seu livro “Valsa Brasileira: do Boom ao Caos Econômico”, publicado em 2018, cunhou o curto período de maior expansão entre 2004 e 2010 de miniboom.


Embora esse ciclo de expansão não se tenha sustentado posteriormente, os seguintes fatores contribuíram para o miniboom da economia brasileira entre 2004 e 2010, EXCETO a(o)

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Q3050280 Economia

Desde a redemocratização e a promulgação da Constituição de 1988, as diversas tentativas de promover uma Reforma Tributária no Brasil malograram, por falta de consenso político entre os atores envolvidos (Governos, Congresso, grupos de interesse, etc.). Finalmente, no ano passado, após ampla discussão e aprovação, pelo Congresso Nacional, promulgou-se a Emenda Constitucional no 132, de 20 de dezembro de 2023, contendo o texto-base da Reforma Tributária no Brasil. A implementação dessa reforma, no entanto, não será imediata, pois dependerá da regulamentação do novo sistema de impostos.


Um dos propósitos da Reforma Tributária recém-aprovada é corrigir as distorções do atual sistema de tributação brasileiro, que é caracterizado por

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Q3050281 Economia

Em seu livro “Desenvolvimento e Estagnação: o Debate entre Desenvolvimentistas e Liberais Neoclássicos”, o economista André Nassif dedica um dos capítulos à contribuição de Celso Furtado para a teoria do subdesenvolvimento, desenvolvimento e estagnação nas economias capitalistas. Segundo Nassif,

Celso Furtado foi um dos pais-fundadores da Cepal – Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe [...], em 1948, antes mesmo da designação de Raúl Prebisch como seu segundo secretário-executivo. Furtado “descobriu” um método teoricamente inovador de análise dos problemas econômicos, tendo talvez sido o economista latino-americano que maior ênfase conferiu à interpretação dos fatores históricos e sociais na dinâmica do processo de desenvolvimento econômico. Por tal originalidade teórico-metodológica, Furtado foi um cepalino não cepalino.

NASSIF, A. Desenvolvimento e Estagnação: o Debate entre Desenvolvimentistas e Liberais Neoclássicos. São Paulo: Contracorrente, 2023. p.205. Adaptado.


Na concepção original de Furtado, o fenômeno do subdesenvolvimento (A)

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Q3050282 Economia

No que diz respeito aos modelos neoclássicos e não neoclássicos de crescimento econômico, considere as afirmativas abaixo.


I - No modelo de Harrod, embora a taxa de crescimento de longo prazo dependa da taxa de poupança e da relação capital-produto, o pleno-emprego não é necessariamente assegurado no longo prazo, já que a chamada “taxa garantida” pode não se igualar à “taxa natural” de crescimento.


II - No modelo de Solow, a taxa de crescimento é sustentável no longo prazo, porque a função de produção agregada funciona sob condições de retornos crescentes de escala.


III - No modelo de Kaldor, a taxa de crescimento da economia no longo prazo é condicionada pela taxa de crescimento do produto industrial, mas esta última depende, por sua vez, da taxa de crescimento da produtividade industrial.


IV - No modelo de Thirlwall, segundo a lei de Thirlwall (versão forte), um país em desenvolvimento convergirá para níveis médios de renda per capita similares aos dos países desenvolvidos se aquele país detiver um padrão de especialização em que a elasticidade-renda da demanda dos produtos exportados for superior à elasticidade-renda da demanda dos produtos importados.


Está correto APENAS o que se afirma em

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Q3050283 Economia

Em um celebrado artigo, publicado nos Anais da Conferência Anual do Banco Mundial, de 1992, Paul Krugman denomina “teoria avançada de desenvolvimento” (high development theory) os modelos teóricos formulados pelo desenvolvimentismo clássico, entre as décadas de 1940 e 1950, notadamente os modelos de Paul Rosenstein-Rodan, William Arthur Lewis e Albert Hirschman. Em alusão aos modelos de Rosenstein-Rodan, Lewis e Hirschman, salienta Krugman:

Durante as décadas de 1940 e 1950, surgiu um conjunto distinto de ideias na economia do desenvolvimento, o qual enfatizava a importância dos retornos crescentes de escala e das economias externas pecuniárias, resultantes dos efeitos do tamanho do mercado [...]. A teoria avançada do desenvolvimento (ou seja, o desenvolvimentismo clássico) tinha uma preocupação central com a diferença entre os setores modernos, que se presumiam caracterizados por economias de escala, e os setores tradicionais, que não detinham tais requisitos. Mesmo dentro do setor moderno, o conceito de encadeamento implicava uma busca por indústrias-chave.

KRUGMAN, P.R. Toward a Counter-Counterrevolution in Development Theory. Proceedings of the World Bank Annual Conference on Development, 1992. In: SUMMERS, L. H; SHAH, S. (ed.). Supplement to the World Bank Economic Review and The World Bank Research Observer. Washington, DC: The World Bank, 1992. p. 15 e 31. Adaptado.


Apesar das diferenças metodológicas, as teorias de Rosenstein-Rodan, Lewis e Hirschman contêm, também, aspectos comuns, com respeito à análise das forças capazes de promover a convergência relativa (catching up) dos reduzidos níveis de renda per capita e padrões de bem-estar, que caracterizam os países atrasados, para os elevados níveis médios de renda per capita e alto padrão de vida dos países desenvolvidos.

O aspecto comum aos modelos teóricos de Rosenstein-Rodan, Lewis e Hirschman é a concepção do desenvolvimento como um processo

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Q3050285 Economia

Com o propósito de integrar a macroeconomia à teoria do desenvolvimento econômico, desde o início dos anos 2000, o professor Luiz Carlos Bresser-Pereira e outros autores têm formulado um conjunto de proposições teóricas, acompanhadas de evidências empíricas, com o objetivo de explicar por que muitos países em desenvolvimento, como o Brasil, após percorrerem uma trajetória inicialmente exitosa de crescimento econômico e alcançarem níveis de renda per capita em torno da média mundial, recaem em processos crônicos e persistentes de estagnação econômica. O conjunto dessas proposições forma o chamado novo-desenvolvimentismo.


De acordo com o novo-desenvolvimentismo, o principal obstáculo à superação da estagnação em países em desenvolvimento de renda média, como o Brasil, está relacionado à

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Q3050286 Economia

Os textos abaixo, extraídos de pesquisas realizadas, respectivamente, por Pedro Ferreira de Souza e Marcelo Medeiros, especialistas em desigualdade socioeconômica, referem-se à fração média da renda nacional recebida pelo 1% mais rico da população no Brasil:


Texto I

As comparações corroboram que o Brasil é um dos países com maior concentração no topo, quiçá o que apresenta a maior. Por aqui, o 1% mais rico recebe em torno de 23% da renda total. Em outros países muito desiguais, esse percentual fica próximo a 20%, como nos Estados Unidos e na Colômbia. Nos países mais igualitários, ele não ultrapassa os 10%, como na França e no Japão [...]. O caráter inercial da desigualdade e sua tendência a mudar depressa apenas em situações de crise e ruptura podem ser vistos em muitos outros países. É raro observar mudanças prolongadas, graduais e profundas na fatia apropriada pelo topo da distribuição.

SOUZA, P. G. F. Uma história de desigualdade: a concentração de renda entre os ricos no Brasil – 1926-2013. São Paulo: Hucitec, 2018. p. 262. Adaptado.


Texto II

Quem quer entender desigualdade no Brasil tem que olhar para a desigualdade racial. Quem quer entender desigualdade racial tem que olhar para os ricos. Uma parte muito grande da desigualdade racial nos salários é dada pela diferença entre os trabalhadores de renda alta e os demais trabalhadores. As portas do mundo dos ricos são muito estreitas, mas para os negros elas estão praticamente fechadas e não vão se abrir sozinhas [...]. Os negros são uma minoria no grupo dos ricos e, entre eles, são os menos ricos. Não é simples explicar essa desigualdade sem passar seriamente pela ideia de racismo estrutural. Fatores que são tomados como determinantes da desigualdade em geral não conseguem predizer muito bem as chances de negros e brancos estarem entre os ricos. A raça, no entanto, ganha importância à medida que se vai para partes mais altas da pirâmide social. Ou seja, raça é uma barreira crescente, a qual se torna mais difícil de superar conforme as pessoas vão ficando mais ricas.

MEDEIROS, M. Os ricos e os pobres: o Brasil e a desigualdade. São Paulo: Companhia das Letras, 2023. p.96-97. Adaptado.


A leitura dos textos permite concluir que, com respeito à desigualdade social,

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Respostas
8: A
9: D
10: B
11: B
12: E
13: D
14: C