Questões de Concurso Público INCA 2010 para Tecnologista Júnior – Cirurgia Plástica
Foram encontradas 60 questões
A extensão da injúria tecidual pela irradiação é invariavelmente maior que a observada na área de alterações cutâneas ou de necrose.
Cuidados locais, na lesão por irradiação com curativos, podem minimizar o grau de infecção local, mas raramente resultam em cicatrização espontânea. A excisão com fechamento primário ou com enxerto de pele nas áreas de úlceras de radiodermite é o tratamento mais indicado.
Com a evolução das técnicas e dos aparelhos de radioterapia, não se verificam, atualmente, casos de fibrose ou radiodermites em áreas irradiadas.
Os retalhos de músculo retoabdominal, considerado tipo II pela classificação de Mathes-Nahai (1982), e de omento podem ser utilizados para reconstruções de defeitos na região esternal. O acesso ao músculo retoabdominal pode ser por incisão mediana, e o retalho, confeccionado com pedículo mobilizado superiormente; o omento pode ser mobilizado para o defeito esternal através de janela no diafragma.
Nas ressecções alargadas do esterno, a estabilização óssea nãoé uma preocupação adicional e o retalho utilizado para a reconstrução deve preencher o espaço vazio para evitar coleções e infecção.
Entre as formas de aumento do suprimento sanguíneo ao retelho miocutâneo do reto do abdome para reconstruções de mama, está a forma híbrida de retalho pediculado convencional, associada a uma ou mais anastomoses microvasculares entre vasos epigástricos profundos inferiores e toracodorsais ou mamários internos, conhecidos como TRAM supercarregado (supercharged TRAM).
Os retalhos musculares apresentam mais poder de vascularização do leito receptor e por isso são indicados nos casos de osteomielites, fraturas expostas e radiodermites.
O retalho plantar medial tem como grande virtude o fato de ser um retalho com sensibilidade, e tem como pedículo vascular a artéria plantar medial, que é ramo terminal da artéria tibial anterior em um ponto do astrálago denominado sustentaculum tali.
Os músculos gastrocnêmio e solear podem ser utilizados para cobrir defeitos na perna. O gastrocnêmio é indicado para região anterior do joelho e terço superior da perna, enquanto o solear, para defeitos no terço médio e distal da perna. Ambos podem ser confeccionados com ilha de pele (retalho miocutâneo).
Uma unidade miocutânea baseada na artéria glútea superior do músculo glúteo máximo pode ser utilizada como retalho microvascular para reconstruções de mama.
O retalho musculocutâneo do grácil, considerado tipo II pela classificação de Mathes-Nahai (1982) pode ser aplicado em reconstruções do períneo e úlceras isquiáticas, e pode ser confeccionado com ilha cutânea. Também pode ser utilizado como retalho livre microneurovascular para reconstruções musculares do antebraço e reanimação facial.
O retalho músculocutâneo do reto femoral pode ser transferido superiormente com ou sem pele, para correção de defeitos no abdome, conferindo bom volume muscular. Deve-se assegurar que o tendão do quadríceps seja reconstruído após a sua utilização, suturando-se os tendões do vasto lateral ao vasto medial.
O músculo vasto lateral é considerado do tipo III de Mathes-Nahai (1982). O pedículo principal é da artéria femoral circunflexa lateral, e tem como principal indicação a cobertura de defeitos trocantéricos, sendo particularmente útil para reconstruções das ressecções da cabeça do fêmur.
Nas reconstruções das extremidades dos dedos, o retalho de avançamento volar neurovascular, conhecido como Moberg, consiste em retalho de avanço em V-Y volar, com ápice do triângulo na prega de flexão da articulação interfalângica distal.
O retalho do antebraço baseado na artéria ulnar, conhecido como retalho chinês, pode ser confeccionado com pedículo local ou ser transferido microcirugicamente. A patência dos arcos palmares, pelo teste de Allen, deve ser verificada, já que a artéria ulnar é sacrificada na confecção do retalho.
Nos melanomas do leito ungueal, deve-se preservar ao máximo o comprimento do dedo sem prejuízo da margem de ressecção, implicando, na maioria das vezes, amputação da falange distal.
O retalho microvascular doador deve ter um pedículo simples ou dominante. No caso de retalho muscular ou musculocutâneo, os tipos I, II, III e IV de Mathes-Nahai (1982) podem ser utilizados.
As complicações específicas do retalho livre são vasculares, ocorrem principalmente nos membros inferiores e constituem, na na sua maioria, tromboses arteriais. Não há necessidade de anticoagulação no pós-operatório e devem ser evitados curativos compressivos.
Entre os exemplos de retalhos microcirúrgicos estão as vísceras abdominais, como cólon, jejuno e omento.
A arteriografia é raramente necessária para avaliar a área doadora para retalhos livres, entretanto, pode ser importante na avaliação da área receptora.