Questões de Concurso Público Câmara dos Deputados 2014 para Analista Legislativo, Consultor Legislativo Área XX
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A composição desse soneto evidencia um modo particular de apropriação de modelos e procedimentos consagrados pela voga neoclássica.
Por ser construído com base no jogo de imagens antitéticas, característico do cultismo, o soneto acima pode ser considerado representante do Barroco brasileiro.
- Iracema
Capítulo 2
José de Alencar. Iracema. Brasília: Ministério da Cultura. Fundação Nacional do Livro. Internet: <www.objdigital.bn.br/Acervo_Digital/Livros_eletronicos/iracema.pdf>
O indianismo romântico brasileiro, do qual o romance Iracema, faz parte, configurou-se como um movimento de resgate das tradições literárias dos povos autóctones e de consequente rejeição das tradições literárias europeias.
- Iracema
Capítulo 2
José de Alencar. Iracema. Brasília: Ministério da Cultura. Fundação Nacional do Livro. Internet: <www.objdigital.bn.br/Acervo_Digital/Livros_eletronicos/iracema.pdf>
O índio e a sua cultura são utilizados pelos escritores do Romantismo brasileiro como motes de expressão da identidade nacional e de um traço especificamente brasileiro na literatura.
- Iracema
Capítulo 2
José de Alencar. Iracema. Brasília: Ministério da Cultura. Fundação Nacional do Livro. Internet: <www.objdigital.bn.br/Acervo_Digital/Livros_eletronicos/iracema.pdf>
Nesse texto, como em outros textos românticos, idealiza-se o encontro entre brancos europeus e populações indígenas no território brasileiro.
- Iracema
Capítulo 2
José de Alencar. Iracema. Brasília: Ministério da Cultura. Fundação Nacional do Livro. Internet: <www.objdigital.bn.br/Acervo_Digital/Livros_eletronicos/iracema.pdf>
José de Alencar usa a ficção para expressar sua visão crítica da sociedade. Em Iracema e O Guarani, por exemplo, tece críticas à violência do genocídio indígena no Brasil.
A figuração do índio em I-Juca Pirama e em Os Timbiras, de Gonçalves Dias, aproxima-se da realizada por Mário de Andrade no romance Macunaíma.
Nesse período da literatura nacional, produziram-se romances em que se destacavam peculiaridades culturais e sociais do índio e dos habitantes do sertão, a exemplo das obras Ubirajara, de José de Alencar, e O Cabeleira, de Franklin Távora, respectivamente.
A representação do índio é frequente em obras do Romantismo brasileiro, não apenas nos romances históricos ou regionalistas, mas também em romances urbanos e de costumes, como em Senhora
Depreende-se do texto que o desejo de expressão da cor local ou do instinto de nacionalidade manifestou-se na literatura brasileira apenas durante o período entre o Romantismo e o Realismo.
As narrativas naturalistas da França oitocentista são os principais modelos ficcionais de que se vale Machado de Assis para construir um de seus mais célebres romances, Memórias Póstumas de Brás Cubas.
Juntamente com as obras de Manuel Bandeira e de Mário de Andrade, a poesia de Carlos Drummond de Andrade é incluída pela crítica literária entre as que mais se destacaram no contexto da Semana de Arte Moderna de 1922.
A obra de Carlos Drummond de Andrade, que se estende da década de trinta à década de oitenta do século XX, caracteriza-se pela uniformidade de procedimentos poéticos e pela não interferência de novas tendências.
Na última estrofe do poema, o eu-lírico faz alusão a tempos distintos da modernização brasileira, mediante referência à existência íntima e à passagem do tempo experienciada em termos individuais.
A linguagem empregada no poema não traduz os princípios apregoados por Mário de Andrade no que se refere à expressão literária brasileira pautada em uma gramática de extração popular, inspirada na língua falada no Brasil.
Ao retomar, de maneira acrítica, as formas e os temas poéticos tradicionais, a obra de Carlos Drummond de Andrade aproxima-se, em muitos aspectos, da produzida pela denominada Geração de 45 do Modernismo brasileiro.
Em alguns poemas, a exemplo de Operário no Mar e Morte do leiteiro, Drummond busca retratar personagens característicos das classes subalternas brasileiras, o que também é feito pelos autores das narrativas regionalistas da chamada Geração de 30.
Amanhã faz um mês que a Senhora está longe de casa. Primeiros dias, para dizer a verdade, não senti falta, bom chegar tarde, esquecido na conversa de esquina. Não foi ausência por uma semana: o batom ainda no lenço, o prato na mesa por engano, a imagem de relance no espelho.
Com os dias, Senhora, o leite primeira vez coalhou. A notícia de sua perda veio aos poucos: a pilha de jornais ali no chão, ninguém os guardou debaixo da escada. Toda a casa era um corredor deserto, até o canário ficou mudo. Não dar parte de fraco, ah, Senhora, fui beber com os amigos. Uma hora da noite eles se iam. Ficava só, sem o perdão de sua presença, última luz na varanda, a todas as aflições do dia.
Sentia falta da pequena briga pelo sal no tomate — meu jeito de querer bem. Acaso é saudade, Senhora? Às suas violetas, na janela, não lhes poupei água e elas murcham. Não tenho botão na camisa. Calço a meia furada. Que fim levou o saca-rolha? Nenhum de nós sabe, sem a Senhora, conversar com os outros: bocas raivosas mastigando. Venha para casa, Senhora, por favor.
Dalton Trevisan. Mistérios de Curitiba. Rio de Janeiro: Record, 1979, p.73.
Considerando o texto acima, bem como as tendências temáticas e formais da literatura brasileira contemporânea, julgue o item a seguir.
Assim como ocorria no Modernismo, parte significativa dos escritores da literatura brasileira contemporânea organiza-se em grupos que retomam projetos construídos pelas vanguardas europeias no que tange à pesquisa formal e temática.
Amanhã faz um mês que a Senhora está longe de casa. Primeiros dias, para dizer a verdade, não senti falta, bom chegar tarde, esquecido na conversa de esquina. Não foi ausência por uma semana: o batom ainda no lenço, o prato na mesa por engano, a imagem de relance no espelho.
Com os dias, Senhora, o leite primeira vez coalhou. A notícia de sua perda veio aos poucos: a pilha de jornais ali no chão, ninguém os guardou debaixo da escada. Toda a casa era um corredor deserto, até o canário ficou mudo. Não dar parte de fraco, ah, Senhora, fui beber com os amigos. Uma hora da noite eles se iam. Ficava só, sem o perdão de sua presença, última luz na varanda, a todas as aflições do dia.
Sentia falta da pequena briga pelo sal no tomate — meu jeito de querer bem. Acaso é saudade, Senhora? Às suas violetas, na janela, não lhes poupei água e elas murcham. Não tenho botão na camisa. Calço a meia furada. Que fim levou o saca-rolha? Nenhum de nós sabe, sem a Senhora, conversar com os outros: bocas raivosas mastigando. Venha para casa, Senhora, por favor.
Dalton Trevisan. Mistérios de Curitiba. Rio de Janeiro: Record, 1979, p.73.
Considerando o texto acima, bem como as tendências temáticas e formais da literatura brasileira contemporânea, julgue o item a seguir.
O texto acima se configura como uma exceção no que se refere ao espaço representado na narrativa, haja vista que a literatura brasileira contemporânea, contrariamente ao movimento de êxodo rural que se verificou no país nos últimos cinquenta anos, compõe-se de obras ambientadas predominantemente no meio rural.