Questões de Concurso Público TJ-SE 2014 para Analista Judiciário - Medicina - Psiquiatria
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Simulações e lesões autoprovocadas, associadas ou não à intenção suicida, são consideradas manifestações clínicas de transtornos mentais como o transtorno de personalidade borderline.
Dado o fato de que, na investigação clínica do transtorno de personalidade borderline, deve-se considerar o diagnóstico diferencial com fenômenos psicopatológicos ligados à constituição da identidade pessoal, o diagnóstico desse transtorno só pode ser atribuído a pacientes maiores de dezesseis anos de idade.
Um dos maiores prejuízos clinicamente observáveis em pacientes portadores de transtorno do espectro autista diz respeito ao déficit na teoria da mente, entendida como a habilidade para desenvolver um sistema psíquico de inferências por meio do qual o indivíduo é capaz de atribuir estados mentais (crenças, desejos, conhecimentos e pensamentos) a outras pessoas e, assim, prever o comportamento dessas pessoas.
Os antipsicóticos não devem ser prescritos rotineiramente para o manejo de agressividade em autistas, dadas as implicações tardias que esses medicamentos podem acarretar, devendo-se considerar como primeira opção, nesses casos, a prescrição de betabloqueadores, como o propranolol, ou de estabilizadores de humor, como o lítio ou a carbamazepina.
Deve-se considerar o diagnóstico de síndrome de Asperger no caso de o indivíduo apresentar altos índices de inteligência, pouca habilidade social e necessidade de estabelecer uma rotina rígida e não compreender sarcasmo ou metáfora e não apresentar empatia com o cônjuge e com os amigos.
Maneirismos linguísticos são construtos observados com frequência em pacientes diagnosticados com síndrome de Asperger, ao passo que estereotipias motoras são típicas manifestações do autismo infantil.
A intervenção de análise aplicada do comportamento — ABA (applied behavior analysis) — é indicada apenas para pacientes pediátricos, não havendo evidências de resultados satisfatórios em adolescentes e adultos com autismo.
Embora a sobreposição de sintomas do transtorno afetivo bipolar (TAB) e do TDAH na infância dificulte o diagnóstico diferencial, deve-se diagnosticar TAB em crianças que apresentem irritabilidade e hipersexualidade de forma crônica.
Estudos demonstram que o uso dos recursos neuropsicológicos para o diagnóstico de TDAH tem maior especificidade que a avaliação clínica isolada, sendo, portanto, indicação obrigatória na investigação de pacientes com suspeita do transtorno.
O transtorno de conduta refere-se a um padrão persistente de comportamentos antissociais, como infração às normas e cometimento de atos agressivos que lesem outras pessoas.
O tratamento medicamentoso de pacientes portadores de TDAH deve ser realizado principalmente com estimulantes, como o metilfenidato, que atua na inibição da recaptação intravesicular de dopamina, aumentando sua disponibilidade intracelular nos neurônios da circuitaria dopaminérgica do córtex pré-frontal.
Apesar de os estimulantes proporcionarem maior disponibilidade de dopamina no sistema nervoso central, não há contraindicação absoluta para a prescrição desta medicação no manejo de pacientes com TDAH comórbido com transtorno de tiques.
O diagnóstico de TDAH é incompatível com o de retardo mental.
Durante o período da infância, o TDAH ocorre mais em pacientes do sexo masculino, mas durante a vida adulta não há diferença de prevalência entre os gêneros.
Um diagnóstico diferencial importante do transtorno de estresse pós-traumático é o transtorno de ajustamento (ou de adaptação). Conforme os manuais classificatórios, essa condição representa um estado de desordem psíquica manifestada em resposta a qualquer padrão, tipo ou intensidade de condição traumática com expressão mais branda de sintomas em comparação com os demais transtornos ligados a exposição a eventos estressores.
Em se tratando de transtornos do estresse pós-traumático, fatores de risco de grande relevância incluem o alto nível socioeconômico e acadêmico e a ausência de experiências traumáticas prévias.
Para se evitarem alterações no funcionamento do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal e a consequente hiper-reatividade adrenérgica a estímulos aversivos em razão da exposição continuada a altos níveis de cortisol, é recomendado o uso de benzodiazepínicos imediatamente após graves eventos traumáticos.
Conforme a CID-10, o transtorno de estresse pós-traumático corresponde a uma desordem psíquica que ocorre entre três dias e dois anos após uma situação ou evento estressante de natureza ameaçadora ou catastrófica e de gravidade tal que cause prejuízo ao funcionamento global do indivíduo.
Um dos elementos psíquicos de maior relevância como fator de proteção para os transtornos secundários à exposição a eventos traumáticos é a resiliência, que pode ser definida como a capacidade de reagir, frente a acontecimentos estressantes, com indiferença e distanciamento e, desse modo, proceder à ressignificação cognitiva do evento de forma racional, breve e eficiente.