Texto associado
Uma paciente de trinta e três anos de idade procurou
atendimento médico, queixando-se de irritabilidade, que persistia
havia um ano, acompanhada de mau humor, alterações de sono,
choro fácil e diminuição de sua produtividade tanto no ambiente de
trabalho quanto no ambiente doméstico. Durante a anamnese, ela
relatou que, no último mês, tinha apresentado, no ambiente de
trabalho, três episódios de perda do controle emocional com alto
grau de irritabilidade e agressividade, e que, após o último episódio,
tinha sido encaminhada ao serviço de saúde de seu órgão de
lotação. A paciente, que negou ter apresentado quadros
psiquiátricos anteriores, informou, ainda, que era servidora pública,
havia doze anos, e que, nos últimos dois anos, tinham ocorrido, em
seu ambiente de trabalho, as seguintes mudanças: troca de chefia
com impacto negativo sobre o relacionamento interpessoal no
ambiente de trabalho; medidas e cobranças excessivas para o
aumento da produtividade, bem como para o alcance de metas
preestabelecidas; proibição de conversas ou ligações telefônicas
durante o horário de expediente; e criação de um sistema de
avaliação de desempenho que dificultava a realização, por exemplo,
de pausas regulares no horário de trabalho. Durante o exame físico,
a paciente chorou profusamente, apresentou tremores e queixou-se
de grande angústia, dor precordial e cefaleia. Os resultados dos
exames dos sistemas cardiovascular, pulmonar e osteomuscular não
mostraram alterações significativas.
Com relação ao caso clínico acima apresentado, julgue o item a
seguir.
O quadro descrito é sugestivo do diagnóstico de síndrome
do esgotamento profissional, ou burnout, muito comum em
profissionais das áreas de saúde e educação.