Infelizmente, a casa unifamiliar isolada constitui, quanto
à sua forma e às dimensões da parcela do solo em que se situa,
freqüentemente apenas uma derivação da casa de campo do
século passado. Contudo, a individualidade da casa isolada só se
torna possível quando esta goza de uma superfície de terreno
suficiente. A individualidade é anulada quando as casas isoladas
se encontram alinhadas em um ou em ambos os lados da rua, pois
a zona ao ar livre não fica isolada do ruído nem dos olhares dos
vizinhos. Nesse caso, as sebes ou as cercas de pedra ou outro
material serão o único remédio. E, deste modo, aumentam-se os
inconvenientes que deveriam ter sido evitados ao se construir
uma casa própria: ausência do sentido de relação social; a
individualidade converte-se em isolamento. Com os preços
elevados e a escassez de terrenos urbanos, este tipo de habitação
é o mais caro e antieconômico, desperdiça-se muito espaço já que
a individualidade e a tranqüilidade pressupõem uma dimensão
mínima do lote de 1.000 m². Neste caso, porém, o jardim
converte-se em uma grande fonte de trabalho. O alinhamento de
casas isoladas de ambos os lados da rua provoca o contrário da
individualidade desejada: uma estrutura urbana homogênea e
monótona, carente de individualidade, tranqüilidade, intimidade
e vivacidade.
H. Mausbach. Urbanismo contemporâneo. Lisboa: Presença, s.d., p. 180-3 (com adaptações).