Questões de Concurso Público SESAU-AL 2021 para Técnico de Enfermagem - APH
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Já dizia Machado de Assis que “De médico e louco todo mundo tem um pouco”. O ditado ficou famoso pelo livro O Alienista, de 1882, que faz um debate sobre a loucura. Uma frase parecida é da nordestina Nise da Silveira, grande admiradora do autor brasileiro: “Não se curem além da conta. Gente curada demais é gente chata. Todo mundo tem um pouco de loucura. Felizmente, eu nunca convivi com pessoas muito ajuizadas”.
Nise Magalhães da Silveira ajudou a escrever e revolucionar a história da psiquiatria no Brasil e no mundo. Nascida no ano de 1905 em Maceió – AL, ela ficou conhecida por humanizar o tratamento psiquiátrico e era contrária às formas de tratamento agressivas usadas em sua época, como o eletrochoque.
Inspirada em Carl Jung, um dos pais da psiquiatria, Nise foi uma das primeiras mulheres a se formar em medicina no Brasil. Em meados de 1940, ela foi pioneira na terapia ocupacional, método que utiliza atividades recreativas no tratamento de distúrbios psíquicos. A alagoana se destacou por usar a arte como uma forma de expressão e de dar voz aos conflitos internos vivenciados principalmente pelos esquizofrênicos.
Em 1956, Nise fundou a Casa das Palmeiras, um passo na direção da luta contra os hospícios, que chegaria a seu ápice com a Lei Antimanicomial, de 2001. A partir do esforço da psiquiatra e de seus pacientes, foi criado o Museu do Inconsciente, aberto até hoje no Rio de Janeiro junto ao Instituto Municipal Nise da Silveira, atual nome do Centro Psiquiátrico de Engenho de Dentro, onde a médica construiu seu projeto.
Internet: <www.brasildefato.com.br> (com adaptações).
Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto anterior, julgue o item subsequente.
O emprego de vírgula imediatamente após “Rio de Janeiro”
(último período do último parágrafo) manteria a correção
gramatical e a coerência do texto.
Muitos meses atrás, a pandemia era encarada com outros olhos. À ideia de que a quarentena duraria quarenta dias, ou ao fato de os peixes terem voltado a nadar nos canais de Veneza, somava-se uma preocupação com a autoimagem: havia quem brincava, em grupos de redes sociais, por exemplo, que estava engordando, porque a única “distração” em casa era comer.
Mas essa ideia, além de reforçar um discurso gordofóbico, ignora que muita gente não tinha nem um prato de arroz e feijão disponível. O relatório Efeitos da pandemia na alimentação e na situação da segurança alimentar no Brasil, publicado em abril deste ano, demonstra que houve uma redução geral da disponibilidade de alimentos nos domicílios em situação de insegurança alimentar, inclusive dos considerados não saudáveis.
Há alguns meses, estamos ouvindo especialistas e conversando com trabalhadores para entender o que sobra no prato das famílias em situação de vulnerabilidade social em tempos de covid-19. Um grupo de pesquisadores da Freie Universität Berlin (FU Berlin) trouxe a resposta que não queríamos ter: o consumo de alimentos saudáveis diminuiu em 85% nos domicílios em situação de insegurança alimentar durante a pandemia.
A maior redução encontrada pelo estudo foi das carnes, em 44% dos domicílios, seguida de frutas (40,8%), queijos (40,4%) e hortaliças e legumes (36,8%). De acordo com a pesquisa, os ovos podem ter sido substitutos da carne, com o maior aumento entre os alimentos da categoria, em quase 19%.
Os autores da pesquisa destacam que, no período entre agosto e dezembro de 2020, quase 60% dos domicílios entrevistados estavam em algum nível de insegurança alimentar — isto é, quando a qualidade dos alimentos é inadequada ou a oferta é insuficiente. Desses, 15% estavam em situação de insegurança alimentar grave.
Internet: <ojoioeotrigo.com.br> (com adaptações).
Considerando as ideias e os aspectos linguísticos do texto anterior, julgue o item a seguir.
O uso das vírgulas que isolam a oração “além de reforçar um
discurso gordofóbico” (segundo parágrafo) é facultativo.