Texto 13A2-I
Juarez, de 47 anos de idade, compareceu ao serviço
médico de determinado tribunal, com o intuito de ser avaliado
por um psicólogo. Ao ser atendido, ele contou que tinha acabado
de deixar uma sala de reunião, onde se encontravam alguns
colegas de trabalho, aos gritos, descompensado. Ele disse, ainda,
que não sabia o que estava acontecendo com ele, que vivia com
medo de explodir e sentia-se como uma bomba-relógio.
Ademais, o paciente informou que não costumava ter episódios
ou dias de mau humor, que era tudo muito imprevisível, já que,
repentinamente, perdia o controle e exaltava-se. No entanto,
havia, aproximadamente, 6 meses que o referido descontrole
havia passado a acontecer 2 ou 3 vezes por semana e que já não
estava aguentando mais. Segundo Juarez, até ingressar no
tribunal, ele não conseguia permanecer nem um ano em
empregos e que, para ele, a diferença do tribunal em relação a
outros trabalhos era que lá ele havia encontrado um chefe que o
apoiava e compreendia as suas dificuldades. Por fim, o paciente
relatou que achava que havia algo errado e que a mãe dizia que
ele sempre havia tido um temperamento difícil, com dificuldades
claras para manter certas relações, como o casamento, uma vez
que havia se divorciado 4 vezes. Segundo Juarez, a mãe dizia que
as pessoas costumavam ter medo de dizer qualquer coisa que o
desagradasse, já que nunca era possível prever como ele reagiria,
outrossim, essas reações, quando ocorriam, eram sempre
desproporcionais aos fatos. Além disso, havia, aproximadamente,
5 meses que ele tinha começado a ingerir bebidas alcoólicas sob
o pretexto de relaxar e acalmar-se.