Texto CB2A1
As discussões sobre o uso da tecnologia na educação já
acontecem há alguns anos e foram potencializadas após a
pandemia de covid-19 e, mais recentemente, pelo Relatório de
Monitoramento Global da Educação publicado pela UNESCO
em 2023.
A infoexclusão é um ponto de atenção no relatório.
Embora o Brasil tenha iniciativas de distribuição de
equipamentos de informática nas escolas, quem está conectado à
Internet não necessariamente está digitalmente incluído. Além da
democratização do acesso e disponibilização de infraestrutura, é
necessário o multiletramento.
Nesse contexto, a visão dicotômica dos smartphones
como heróis ou vilões deve ser discutida. O relatório da
UNESCO revela que um em cada quatro países já proibiu ou
restringiu o uso de smartphones nas salas de aulas, alegando
dispersão e prejuízos para a aprendizagem. Além disso,
preocupam questões éticas, como gravação de aulas ou uso de
imagens sem autorização, falta de controle ao que os alunos
possam acessar, cyberbullying, exposição a conteúdos
inapropriados, acesso a fake news, entre outras.
No entanto, simplesmente proibir o uso de smartphones
nas escolas segue na contramão do que vislumbramos para a
formação dos estudantes nos dias atuais. Eles precisam aprender
a evitar o uso nocivo da tecnologia, desenvolvendo noções
básicas em favor do seu uso acadêmico e cidadão.
Enfrentamos na contemporaneidade inúmeros desafios no
que se refere à tecnologia aplicada à educação. Entretanto,
vislumbramos, a partir do uso ético e criativo da tecnologia
educacional, uma potência que não pode ser desconsiderada.
Érica Ramos Rocha Silva. Possibilidades da tecnologia na educação.
Internet: <www.correio24horas.com.b> (com adaptações).