Questões de Concurso Público InoversaSul 2025 para Professor Corretor de Redação - Ensino Médio

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Q3146438 Português
Texto 9A1

        No cotidiano de todo brasileiro, podemos visualizar as marcas que constituíram, a partir do século XVI, a presença dos povos africanos, de origem Banto e Iorubá, no Brasil. Essa presença está nas palavras que falamos, na gestualidade que produzimos e no nosso modo de pronunciar a língua portuguesa falada no Brasil.

        A entrada de grande número de africanos no Brasil, com suas diferentes culturas e línguas, passou por um processo de adaptação, de certo ajuste cultural e linguístico com a assimilação de novas palavras e, consequentemente, da forma como elas orientavam o entendimento da nova realidade vivida em português. Entretanto, ainda é possível visualizar a presença das palavras africanas nos diferentes espaços da cultura brasileira.

         O Museu da Língua Portuguesa, ao expor o acervo de palavras africanas que entraram no vocabulário da língua portuguesa, favorece reconhecer a história da população africana no Brasil como agente da cultura e da língua portuguesa que se desenhava sobre este solo. No setor Palavras Cruzadas do museu, por exemplo, visualizam-se palavras que nos ensinaram a nomear determinados comportamentos, como: bagunça lengalenga, dengo. Essas são algumas das palavras africanas que continuam vivas a significar comportamentos e relações sociais. Outras ganharam o sentido de gíria na língua portuguesa falada no Brasil, como borocoxô, cafofo.

         A cultura é algo que está no corpo, nos gestos, na memória, na forma de andar, no contorno das expressões verbais e não verbais. Não é possível perdê-la. A mudança de um contexto cultural para outro acompanha adaptações e recriações dadas em palavras, por isso podemos falar em um movimento de antropofagia simbólica no lugar de uma simples assimilação de palavras e práticas.

         As línguas mudam ao acompanharem a história dos seus falantes. Esta é a história da língua portuguesa em solo brasileiro: ela também pode adaptar-se às novas relações linguísticas e culturais. No Brasil, a manutenção da estrutura latina da língua portuguesa não impediu que esta acolhesse uma nova sonoridade em relação à sua matriz e incorporasse um grande vocabulário de palavras que veio de outras línguas.

         Como um detetive que reúne pistas para contar uma história, as palavras africanas expostas no acervo do Museu da Língua Portuguesa compõem o papel de traduzir os sentidos e significados compartilhados na cultura brasileira. É uma história nem sempre contada em livros didáticos, mas que carregamos conosco para os diferentes lugares a que podemos ir. A importância da língua portuguesa como um bem museológico se faz nesse ato de contar histórias que não são definidas por nós, mas são praticadas e vividas coletivamente.

Wilmihara Santos.
A presença africana nas palavras que falamos em português.
2018. Internet:<museudalinguaportuguesa.org.br>  (com adaptações).

Considerando os sentidos e aspectos linguísticos do texto 9A1, julgue o item seguinte.


As palavras “consequentemente” e “entendimento” são formadas por derivação prefixal.  

Alternativas
Q3146439 Português
Texto 9A1

        No cotidiano de todo brasileiro, podemos visualizar as marcas que constituíram, a partir do século XVI, a presença dos povos africanos, de origem Banto e Iorubá, no Brasil. Essa presença está nas palavras que falamos, na gestualidade que produzimos e no nosso modo de pronunciar a língua portuguesa falada no Brasil.

        A entrada de grande número de africanos no Brasil, com suas diferentes culturas e línguas, passou por um processo de adaptação, de certo ajuste cultural e linguístico com a assimilação de novas palavras e, consequentemente, da forma como elas orientavam o entendimento da nova realidade vivida em português. Entretanto, ainda é possível visualizar a presença das palavras africanas nos diferentes espaços da cultura brasileira.

         O Museu da Língua Portuguesa, ao expor o acervo de palavras africanas que entraram no vocabulário da língua portuguesa, favorece reconhecer a história da população africana no Brasil como agente da cultura e da língua portuguesa que se desenhava sobre este solo. No setor Palavras Cruzadas do museu, por exemplo, visualizam-se palavras que nos ensinaram a nomear determinados comportamentos, como: bagunça lengalenga, dengo. Essas são algumas das palavras africanas que continuam vivas a significar comportamentos e relações sociais. Outras ganharam o sentido de gíria na língua portuguesa falada no Brasil, como borocoxô, cafofo.

         A cultura é algo que está no corpo, nos gestos, na memória, na forma de andar, no contorno das expressões verbais e não verbais. Não é possível perdê-la. A mudança de um contexto cultural para outro acompanha adaptações e recriações dadas em palavras, por isso podemos falar em um movimento de antropofagia simbólica no lugar de uma simples assimilação de palavras e práticas.

         As línguas mudam ao acompanharem a história dos seus falantes. Esta é a história da língua portuguesa em solo brasileiro: ela também pode adaptar-se às novas relações linguísticas e culturais. No Brasil, a manutenção da estrutura latina da língua portuguesa não impediu que esta acolhesse uma nova sonoridade em relação à sua matriz e incorporasse um grande vocabulário de palavras que veio de outras línguas.

         Como um detetive que reúne pistas para contar uma história, as palavras africanas expostas no acervo do Museu da Língua Portuguesa compõem o papel de traduzir os sentidos e significados compartilhados na cultura brasileira. É uma história nem sempre contada em livros didáticos, mas que carregamos conosco para os diferentes lugares a que podemos ir. A importância da língua portuguesa como um bem museológico se faz nesse ato de contar histórias que não são definidas por nós, mas são praticadas e vividas coletivamente.

Wilmihara Santos.
A presença africana nas palavras que falamos em português.
2018. Internet:<museudalinguaportuguesa.org.br>  (com adaptações).

Considerando os sentidos e aspectos linguísticos do texto 9A1, julgue o item seguinte.


No último período do quarto parágrafo, o termo “antropofagia” é empregado com sentido metafórico, como resultado de uma comparação implícita.

Alternativas
Q3146440 Português
Texto 9A1

        No cotidiano de todo brasileiro, podemos visualizar as marcas que constituíram, a partir do século XVI, a presença dos povos africanos, de origem Banto e Iorubá, no Brasil. Essa presença está nas palavras que falamos, na gestualidade que produzimos e no nosso modo de pronunciar a língua portuguesa falada no Brasil.

        A entrada de grande número de africanos no Brasil, com suas diferentes culturas e línguas, passou por um processo de adaptação, de certo ajuste cultural e linguístico com a assimilação de novas palavras e, consequentemente, da forma como elas orientavam o entendimento da nova realidade vivida em português. Entretanto, ainda é possível visualizar a presença das palavras africanas nos diferentes espaços da cultura brasileira.

         O Museu da Língua Portuguesa, ao expor o acervo de palavras africanas que entraram no vocabulário da língua portuguesa, favorece reconhecer a história da população africana no Brasil como agente da cultura e da língua portuguesa que se desenhava sobre este solo. No setor Palavras Cruzadas do museu, por exemplo, visualizam-se palavras que nos ensinaram a nomear determinados comportamentos, como: bagunça lengalenga, dengo. Essas são algumas das palavras africanas que continuam vivas a significar comportamentos e relações sociais. Outras ganharam o sentido de gíria na língua portuguesa falada no Brasil, como borocoxô, cafofo.

         A cultura é algo que está no corpo, nos gestos, na memória, na forma de andar, no contorno das expressões verbais e não verbais. Não é possível perdê-la. A mudança de um contexto cultural para outro acompanha adaptações e recriações dadas em palavras, por isso podemos falar em um movimento de antropofagia simbólica no lugar de uma simples assimilação de palavras e práticas.

         As línguas mudam ao acompanharem a história dos seus falantes. Esta é a história da língua portuguesa em solo brasileiro: ela também pode adaptar-se às novas relações linguísticas e culturais. No Brasil, a manutenção da estrutura latina da língua portuguesa não impediu que esta acolhesse uma nova sonoridade em relação à sua matriz e incorporasse um grande vocabulário de palavras que veio de outras línguas.

         Como um detetive que reúne pistas para contar uma história, as palavras africanas expostas no acervo do Museu da Língua Portuguesa compõem o papel de traduzir os sentidos e significados compartilhados na cultura brasileira. É uma história nem sempre contada em livros didáticos, mas que carregamos conosco para os diferentes lugares a que podemos ir. A importância da língua portuguesa como um bem museológico se faz nesse ato de contar histórias que não são definidas por nós, mas são praticadas e vividas coletivamente.

Wilmihara Santos.
A presença africana nas palavras que falamos em português.
2018. Internet:<museudalinguaportuguesa.org.br>  (com adaptações).

Considerando os sentidos e aspectos linguísticos do texto 9A1, julgue o item seguinte.


Os vocábulos “língua” e “história” são acentuados graficamente em razão da regra que determina que se acentuem palavras paroxítonas terminadas em ditongo crescente, seguido, ou não, de s.

Alternativas
Q3146441 Português
Texto 9A1

        No cotidiano de todo brasileiro, podemos visualizar as marcas que constituíram, a partir do século XVI, a presença dos povos africanos, de origem Banto e Iorubá, no Brasil. Essa presença está nas palavras que falamos, na gestualidade que produzimos e no nosso modo de pronunciar a língua portuguesa falada no Brasil.

        A entrada de grande número de africanos no Brasil, com suas diferentes culturas e línguas, passou por um processo de adaptação, de certo ajuste cultural e linguístico com a assimilação de novas palavras e, consequentemente, da forma como elas orientavam o entendimento da nova realidade vivida em português. Entretanto, ainda é possível visualizar a presença das palavras africanas nos diferentes espaços da cultura brasileira.

         O Museu da Língua Portuguesa, ao expor o acervo de palavras africanas que entraram no vocabulário da língua portuguesa, favorece reconhecer a história da população africana no Brasil como agente da cultura e da língua portuguesa que se desenhava sobre este solo. No setor Palavras Cruzadas do museu, por exemplo, visualizam-se palavras que nos ensinaram a nomear determinados comportamentos, como: bagunça lengalenga, dengo. Essas são algumas das palavras africanas que continuam vivas a significar comportamentos e relações sociais. Outras ganharam o sentido de gíria na língua portuguesa falada no Brasil, como borocoxô, cafofo.

         A cultura é algo que está no corpo, nos gestos, na memória, na forma de andar, no contorno das expressões verbais e não verbais. Não é possível perdê-la. A mudança de um contexto cultural para outro acompanha adaptações e recriações dadas em palavras, por isso podemos falar em um movimento de antropofagia simbólica no lugar de uma simples assimilação de palavras e práticas.

         As línguas mudam ao acompanharem a história dos seus falantes. Esta é a história da língua portuguesa em solo brasileiro: ela também pode adaptar-se às novas relações linguísticas e culturais. No Brasil, a manutenção da estrutura latina da língua portuguesa não impediu que esta acolhesse uma nova sonoridade em relação à sua matriz e incorporasse um grande vocabulário de palavras que veio de outras línguas.

         Como um detetive que reúne pistas para contar uma história, as palavras africanas expostas no acervo do Museu da Língua Portuguesa compõem o papel de traduzir os sentidos e significados compartilhados na cultura brasileira. É uma história nem sempre contada em livros didáticos, mas que carregamos conosco para os diferentes lugares a que podemos ir. A importância da língua portuguesa como um bem museológico se faz nesse ato de contar histórias que não são definidas por nós, mas são praticadas e vividas coletivamente.

Wilmihara Santos.
A presença africana nas palavras que falamos em português.
2018. Internet:<museudalinguaportuguesa.org.br>  (com adaptações).

Considerando os sentidos e aspectos linguísticos do texto 9A1, julgue o item seguinte.


O primeiro período do quarto parágrafo é construído com sentido conotativo.

Alternativas
Q3146442 Português
Texto 9A1

        No cotidiano de todo brasileiro, podemos visualizar as marcas que constituíram, a partir do século XVI, a presença dos povos africanos, de origem Banto e Iorubá, no Brasil. Essa presença está nas palavras que falamos, na gestualidade que produzimos e no nosso modo de pronunciar a língua portuguesa falada no Brasil.

        A entrada de grande número de africanos no Brasil, com suas diferentes culturas e línguas, passou por um processo de adaptação, de certo ajuste cultural e linguístico com a assimilação de novas palavras e, consequentemente, da forma como elas orientavam o entendimento da nova realidade vivida em português. Entretanto, ainda é possível visualizar a presença das palavras africanas nos diferentes espaços da cultura brasileira.

         O Museu da Língua Portuguesa, ao expor o acervo de palavras africanas que entraram no vocabulário da língua portuguesa, favorece reconhecer a história da população africana no Brasil como agente da cultura e da língua portuguesa que se desenhava sobre este solo. No setor Palavras Cruzadas do museu, por exemplo, visualizam-se palavras que nos ensinaram a nomear determinados comportamentos, como: bagunça lengalenga, dengo. Essas são algumas das palavras africanas que continuam vivas a significar comportamentos e relações sociais. Outras ganharam o sentido de gíria na língua portuguesa falada no Brasil, como borocoxô, cafofo.

         A cultura é algo que está no corpo, nos gestos, na memória, na forma de andar, no contorno das expressões verbais e não verbais. Não é possível perdê-la. A mudança de um contexto cultural para outro acompanha adaptações e recriações dadas em palavras, por isso podemos falar em um movimento de antropofagia simbólica no lugar de uma simples assimilação de palavras e práticas.

         As línguas mudam ao acompanharem a história dos seus falantes. Esta é a história da língua portuguesa em solo brasileiro: ela também pode adaptar-se às novas relações linguísticas e culturais. No Brasil, a manutenção da estrutura latina da língua portuguesa não impediu que esta acolhesse uma nova sonoridade em relação à sua matriz e incorporasse um grande vocabulário de palavras que veio de outras línguas.

         Como um detetive que reúne pistas para contar uma história, as palavras africanas expostas no acervo do Museu da Língua Portuguesa compõem o papel de traduzir os sentidos e significados compartilhados na cultura brasileira. É uma história nem sempre contada em livros didáticos, mas que carregamos conosco para os diferentes lugares a que podemos ir. A importância da língua portuguesa como um bem museológico se faz nesse ato de contar histórias que não são definidas por nós, mas são praticadas e vividas coletivamente.

Wilmihara Santos.
A presença africana nas palavras que falamos em português.
2018. Internet:<museudalinguaportuguesa.org.br>  (com adaptações).

Considerando os sentidos e aspectos linguísticos do texto 9A1, julgue o item seguinte.


Nos vocábulos “que”, “processo” e “adaptação”, identificam-se grupos de duas letras que representam um só fonema. 

Alternativas
Q3146443 Português
Texto 9A1

        No cotidiano de todo brasileiro, podemos visualizar as marcas que constituíram, a partir do século XVI, a presença dos povos africanos, de origem Banto e Iorubá, no Brasil. Essa presença está nas palavras que falamos, na gestualidade que produzimos e no nosso modo de pronunciar a língua portuguesa falada no Brasil.

        A entrada de grande número de africanos no Brasil, com suas diferentes culturas e línguas, passou por um processo de adaptação, de certo ajuste cultural e linguístico com a assimilação de novas palavras e, consequentemente, da forma como elas orientavam o entendimento da nova realidade vivida em português. Entretanto, ainda é possível visualizar a presença das palavras africanas nos diferentes espaços da cultura brasileira.

         O Museu da Língua Portuguesa, ao expor o acervo de palavras africanas que entraram no vocabulário da língua portuguesa, favorece reconhecer a história da população africana no Brasil como agente da cultura e da língua portuguesa que se desenhava sobre este solo. No setor Palavras Cruzadas do museu, por exemplo, visualizam-se palavras que nos ensinaram a nomear determinados comportamentos, como: bagunça lengalenga, dengo. Essas são algumas das palavras africanas que continuam vivas a significar comportamentos e relações sociais. Outras ganharam o sentido de gíria na língua portuguesa falada no Brasil, como borocoxô, cafofo.

         A cultura é algo que está no corpo, nos gestos, na memória, na forma de andar, no contorno das expressões verbais e não verbais. Não é possível perdê-la. A mudança de um contexto cultural para outro acompanha adaptações e recriações dadas em palavras, por isso podemos falar em um movimento de antropofagia simbólica no lugar de uma simples assimilação de palavras e práticas.

         As línguas mudam ao acompanharem a história dos seus falantes. Esta é a história da língua portuguesa em solo brasileiro: ela também pode adaptar-se às novas relações linguísticas e culturais. No Brasil, a manutenção da estrutura latina da língua portuguesa não impediu que esta acolhesse uma nova sonoridade em relação à sua matriz e incorporasse um grande vocabulário de palavras que veio de outras línguas.

         Como um detetive que reúne pistas para contar uma história, as palavras africanas expostas no acervo do Museu da Língua Portuguesa compõem o papel de traduzir os sentidos e significados compartilhados na cultura brasileira. É uma história nem sempre contada em livros didáticos, mas que carregamos conosco para os diferentes lugares a que podemos ir. A importância da língua portuguesa como um bem museológico se faz nesse ato de contar histórias que não são definidas por nós, mas são praticadas e vividas coletivamente.

Wilmihara Santos.
A presença africana nas palavras que falamos em português.
2018. Internet:<museudalinguaportuguesa.org.br>  (com adaptações).

Em relação ao texto 9A1 e a aspectos gramaticais a ele relacionados, julgue o item que se segue.


Classifica-se como indeterminado o sujeito da primeira oração do segundo período do quarto parágrafo.  

Alternativas
Q3146444 Português
Texto 9A1

        No cotidiano de todo brasileiro, podemos visualizar as marcas que constituíram, a partir do século XVI, a presença dos povos africanos, de origem Banto e Iorubá, no Brasil. Essa presença está nas palavras que falamos, na gestualidade que produzimos e no nosso modo de pronunciar a língua portuguesa falada no Brasil.

        A entrada de grande número de africanos no Brasil, com suas diferentes culturas e línguas, passou por um processo de adaptação, de certo ajuste cultural e linguístico com a assimilação de novas palavras e, consequentemente, da forma como elas orientavam o entendimento da nova realidade vivida em português. Entretanto, ainda é possível visualizar a presença das palavras africanas nos diferentes espaços da cultura brasileira.

         O Museu da Língua Portuguesa, ao expor o acervo de palavras africanas que entraram no vocabulário da língua portuguesa, favorece reconhecer a história da população africana no Brasil como agente da cultura e da língua portuguesa que se desenhava sobre este solo. No setor Palavras Cruzadas do museu, por exemplo, visualizam-se palavras que nos ensinaram a nomear determinados comportamentos, como: bagunça lengalenga, dengo. Essas são algumas das palavras africanas que continuam vivas a significar comportamentos e relações sociais. Outras ganharam o sentido de gíria na língua portuguesa falada no Brasil, como borocoxô, cafofo.

         A cultura é algo que está no corpo, nos gestos, na memória, na forma de andar, no contorno das expressões verbais e não verbais. Não é possível perdê-la. A mudança de um contexto cultural para outro acompanha adaptações e recriações dadas em palavras, por isso podemos falar em um movimento de antropofagia simbólica no lugar de uma simples assimilação de palavras e práticas.

         As línguas mudam ao acompanharem a história dos seus falantes. Esta é a história da língua portuguesa em solo brasileiro: ela também pode adaptar-se às novas relações linguísticas e culturais. No Brasil, a manutenção da estrutura latina da língua portuguesa não impediu que esta acolhesse uma nova sonoridade em relação à sua matriz e incorporasse um grande vocabulário de palavras que veio de outras línguas.

         Como um detetive que reúne pistas para contar uma história, as palavras africanas expostas no acervo do Museu da Língua Portuguesa compõem o papel de traduzir os sentidos e significados compartilhados na cultura brasileira. É uma história nem sempre contada em livros didáticos, mas que carregamos conosco para os diferentes lugares a que podemos ir. A importância da língua portuguesa como um bem museológico se faz nesse ato de contar histórias que não são definidas por nós, mas são praticadas e vividas coletivamente.

Wilmihara Santos.
A presença africana nas palavras que falamos em português.
2018. Internet:<museudalinguaportuguesa.org.br>  (com adaptações).

Em relação ao texto 9A1 e a aspectos gramaticais a ele relacionados, julgue o item que se segue.


No primeiro período do último parágrafo, a conjunção “Como” classifica-se como subordinativa adverbial comparativa.

Alternativas
Q3146445 Português
Texto 9A1

        No cotidiano de todo brasileiro, podemos visualizar as marcas que constituíram, a partir do século XVI, a presença dos povos africanos, de origem Banto e Iorubá, no Brasil. Essa presença está nas palavras que falamos, na gestualidade que produzimos e no nosso modo de pronunciar a língua portuguesa falada no Brasil.

        A entrada de grande número de africanos no Brasil, com suas diferentes culturas e línguas, passou por um processo de adaptação, de certo ajuste cultural e linguístico com a assimilação de novas palavras e, consequentemente, da forma como elas orientavam o entendimento da nova realidade vivida em português. Entretanto, ainda é possível visualizar a presença das palavras africanas nos diferentes espaços da cultura brasileira.

         O Museu da Língua Portuguesa, ao expor o acervo de palavras africanas que entraram no vocabulário da língua portuguesa, favorece reconhecer a história da população africana no Brasil como agente da cultura e da língua portuguesa que se desenhava sobre este solo. No setor Palavras Cruzadas do museu, por exemplo, visualizam-se palavras que nos ensinaram a nomear determinados comportamentos, como: bagunça lengalenga, dengo. Essas são algumas das palavras africanas que continuam vivas a significar comportamentos e relações sociais. Outras ganharam o sentido de gíria na língua portuguesa falada no Brasil, como borocoxô, cafofo.

         A cultura é algo que está no corpo, nos gestos, na memória, na forma de andar, no contorno das expressões verbais e não verbais. Não é possível perdê-la. A mudança de um contexto cultural para outro acompanha adaptações e recriações dadas em palavras, por isso podemos falar em um movimento de antropofagia simbólica no lugar de uma simples assimilação de palavras e práticas.

         As línguas mudam ao acompanharem a história dos seus falantes. Esta é a história da língua portuguesa em solo brasileiro: ela também pode adaptar-se às novas relações linguísticas e culturais. No Brasil, a manutenção da estrutura latina da língua portuguesa não impediu que esta acolhesse uma nova sonoridade em relação à sua matriz e incorporasse um grande vocabulário de palavras que veio de outras línguas.

         Como um detetive que reúne pistas para contar uma história, as palavras africanas expostas no acervo do Museu da Língua Portuguesa compõem o papel de traduzir os sentidos e significados compartilhados na cultura brasileira. É uma história nem sempre contada em livros didáticos, mas que carregamos conosco para os diferentes lugares a que podemos ir. A importância da língua portuguesa como um bem museológico se faz nesse ato de contar histórias que não são definidas por nós, mas são praticadas e vividas coletivamente.

Wilmihara Santos.
A presença africana nas palavras que falamos em português.
2018. Internet:<museudalinguaportuguesa.org.br>  (com adaptações).

Em relação ao texto 9A1 e a aspectos gramaticais a ele relacionados, julgue o item que se segue.


Dada a finalidade comunicativa do texto, é correto afirmar que nele predomina a função fática da linguagem.

Alternativas
Q3146446 Português
Texto 9A1

        No cotidiano de todo brasileiro, podemos visualizar as marcas que constituíram, a partir do século XVI, a presença dos povos africanos, de origem Banto e Iorubá, no Brasil. Essa presença está nas palavras que falamos, na gestualidade que produzimos e no nosso modo de pronunciar a língua portuguesa falada no Brasil.

        A entrada de grande número de africanos no Brasil, com suas diferentes culturas e línguas, passou por um processo de adaptação, de certo ajuste cultural e linguístico com a assimilação de novas palavras e, consequentemente, da forma como elas orientavam o entendimento da nova realidade vivida em português. Entretanto, ainda é possível visualizar a presença das palavras africanas nos diferentes espaços da cultura brasileira.

         O Museu da Língua Portuguesa, ao expor o acervo de palavras africanas que entraram no vocabulário da língua portuguesa, favorece reconhecer a história da população africana no Brasil como agente da cultura e da língua portuguesa que se desenhava sobre este solo. No setor Palavras Cruzadas do museu, por exemplo, visualizam-se palavras que nos ensinaram a nomear determinados comportamentos, como: bagunça lengalenga, dengo. Essas são algumas das palavras africanas que continuam vivas a significar comportamentos e relações sociais. Outras ganharam o sentido de gíria na língua portuguesa falada no Brasil, como borocoxô, cafofo.

         A cultura é algo que está no corpo, nos gestos, na memória, na forma de andar, no contorno das expressões verbais e não verbais. Não é possível perdê-la. A mudança de um contexto cultural para outro acompanha adaptações e recriações dadas em palavras, por isso podemos falar em um movimento de antropofagia simbólica no lugar de uma simples assimilação de palavras e práticas.

         As línguas mudam ao acompanharem a história dos seus falantes. Esta é a história da língua portuguesa em solo brasileiro: ela também pode adaptar-se às novas relações linguísticas e culturais. No Brasil, a manutenção da estrutura latina da língua portuguesa não impediu que esta acolhesse uma nova sonoridade em relação à sua matriz e incorporasse um grande vocabulário de palavras que veio de outras línguas.

         Como um detetive que reúne pistas para contar uma história, as palavras africanas expostas no acervo do Museu da Língua Portuguesa compõem o papel de traduzir os sentidos e significados compartilhados na cultura brasileira. É uma história nem sempre contada em livros didáticos, mas que carregamos conosco para os diferentes lugares a que podemos ir. A importância da língua portuguesa como um bem museológico se faz nesse ato de contar histórias que não são definidas por nós, mas são praticadas e vividas coletivamente.

Wilmihara Santos.
A presença africana nas palavras que falamos em português.
2018. Internet:<museudalinguaportuguesa.org.br>  (com adaptações).

Em relação ao texto 9A1 e a aspectos gramaticais a ele relacionados, julgue o item que se segue.


No primeiro período do primeiro parágrafo, o segmento “as marcas” desempenha a função sintática de sujeito da oração que o sucede.

Alternativas
Q3146447 Português
Texto 9A1

        No cotidiano de todo brasileiro, podemos visualizar as marcas que constituíram, a partir do século XVI, a presença dos povos africanos, de origem Banto e Iorubá, no Brasil. Essa presença está nas palavras que falamos, na gestualidade que produzimos e no nosso modo de pronunciar a língua portuguesa falada no Brasil.

        A entrada de grande número de africanos no Brasil, com suas diferentes culturas e línguas, passou por um processo de adaptação, de certo ajuste cultural e linguístico com a assimilação de novas palavras e, consequentemente, da forma como elas orientavam o entendimento da nova realidade vivida em português. Entretanto, ainda é possível visualizar a presença das palavras africanas nos diferentes espaços da cultura brasileira.

         O Museu da Língua Portuguesa, ao expor o acervo de palavras africanas que entraram no vocabulário da língua portuguesa, favorece reconhecer a história da população africana no Brasil como agente da cultura e da língua portuguesa que se desenhava sobre este solo. No setor Palavras Cruzadas do museu, por exemplo, visualizam-se palavras que nos ensinaram a nomear determinados comportamentos, como: bagunça lengalenga, dengo. Essas são algumas das palavras africanas que continuam vivas a significar comportamentos e relações sociais. Outras ganharam o sentido de gíria na língua portuguesa falada no Brasil, como borocoxô, cafofo.

         A cultura é algo que está no corpo, nos gestos, na memória, na forma de andar, no contorno das expressões verbais e não verbais. Não é possível perdê-la. A mudança de um contexto cultural para outro acompanha adaptações e recriações dadas em palavras, por isso podemos falar em um movimento de antropofagia simbólica no lugar de uma simples assimilação de palavras e práticas.

         As línguas mudam ao acompanharem a história dos seus falantes. Esta é a história da língua portuguesa em solo brasileiro: ela também pode adaptar-se às novas relações linguísticas e culturais. No Brasil, a manutenção da estrutura latina da língua portuguesa não impediu que esta acolhesse uma nova sonoridade em relação à sua matriz e incorporasse um grande vocabulário de palavras que veio de outras línguas.

         Como um detetive que reúne pistas para contar uma história, as palavras africanas expostas no acervo do Museu da Língua Portuguesa compõem o papel de traduzir os sentidos e significados compartilhados na cultura brasileira. É uma história nem sempre contada em livros didáticos, mas que carregamos conosco para os diferentes lugares a que podemos ir. A importância da língua portuguesa como um bem museológico se faz nesse ato de contar histórias que não são definidas por nós, mas são praticadas e vividas coletivamente.

Wilmihara Santos.
A presença africana nas palavras que falamos em português.
2018. Internet:<museudalinguaportuguesa.org.br>  (com adaptações).

Em relação ao texto 9A1 e a aspectos gramaticais a ele relacionados, julgue o item que se segue.


No último período do segundo parágrafo, a substituição de “Entretanto” por Conquanto manteria a correção gramatical e a coerência das ideias do texto.

Alternativas
Q3146448 Português
Texto 9A1

        No cotidiano de todo brasileiro, podemos visualizar as marcas que constituíram, a partir do século XVI, a presença dos povos africanos, de origem Banto e Iorubá, no Brasil. Essa presença está nas palavras que falamos, na gestualidade que produzimos e no nosso modo de pronunciar a língua portuguesa falada no Brasil.

        A entrada de grande número de africanos no Brasil, com suas diferentes culturas e línguas, passou por um processo de adaptação, de certo ajuste cultural e linguístico com a assimilação de novas palavras e, consequentemente, da forma como elas orientavam o entendimento da nova realidade vivida em português. Entretanto, ainda é possível visualizar a presença das palavras africanas nos diferentes espaços da cultura brasileira.

         O Museu da Língua Portuguesa, ao expor o acervo de palavras africanas que entraram no vocabulário da língua portuguesa, favorece reconhecer a história da população africana no Brasil como agente da cultura e da língua portuguesa que se desenhava sobre este solo. No setor Palavras Cruzadas do museu, por exemplo, visualizam-se palavras que nos ensinaram a nomear determinados comportamentos, como: bagunça lengalenga, dengo. Essas são algumas das palavras africanas que continuam vivas a significar comportamentos e relações sociais. Outras ganharam o sentido de gíria na língua portuguesa falada no Brasil, como borocoxô, cafofo.

         A cultura é algo que está no corpo, nos gestos, na memória, na forma de andar, no contorno das expressões verbais e não verbais. Não é possível perdê-la. A mudança de um contexto cultural para outro acompanha adaptações e recriações dadas em palavras, por isso podemos falar em um movimento de antropofagia simbólica no lugar de uma simples assimilação de palavras e práticas.

         As línguas mudam ao acompanharem a história dos seus falantes. Esta é a história da língua portuguesa em solo brasileiro: ela também pode adaptar-se às novas relações linguísticas e culturais. No Brasil, a manutenção da estrutura latina da língua portuguesa não impediu que esta acolhesse uma nova sonoridade em relação à sua matriz e incorporasse um grande vocabulário de palavras que veio de outras línguas.

         Como um detetive que reúne pistas para contar uma história, as palavras africanas expostas no acervo do Museu da Língua Portuguesa compõem o papel de traduzir os sentidos e significados compartilhados na cultura brasileira. É uma história nem sempre contada em livros didáticos, mas que carregamos conosco para os diferentes lugares a que podemos ir. A importância da língua portuguesa como um bem museológico se faz nesse ato de contar histórias que não são definidas por nós, mas são praticadas e vividas coletivamente.

Wilmihara Santos.
A presença africana nas palavras que falamos em português.
2018. Internet:<museudalinguaportuguesa.org.br>  (com adaptações).

Em relação ao texto 9A1 e a aspectos gramaticais a ele relacionados, julgue o item que se segue.


No trecho “que nos ensinaram a nomear determinados comportamentos” (segundo período do terceiro parágrafo), completam o sentido do verbo da primeira oração um complemento direto — “nos” — e um complemento indireto — a oração regida pela preposição “a”.

Alternativas
Q3146449 Português
Texto 9A1

        No cotidiano de todo brasileiro, podemos visualizar as marcas que constituíram, a partir do século XVI, a presença dos povos africanos, de origem Banto e Iorubá, no Brasil. Essa presença está nas palavras que falamos, na gestualidade que produzimos e no nosso modo de pronunciar a língua portuguesa falada no Brasil.

        A entrada de grande número de africanos no Brasil, com suas diferentes culturas e línguas, passou por um processo de adaptação, de certo ajuste cultural e linguístico com a assimilação de novas palavras e, consequentemente, da forma como elas orientavam o entendimento da nova realidade vivida em português. Entretanto, ainda é possível visualizar a presença das palavras africanas nos diferentes espaços da cultura brasileira.

         O Museu da Língua Portuguesa, ao expor o acervo de palavras africanas que entraram no vocabulário da língua portuguesa, favorece reconhecer a história da população africana no Brasil como agente da cultura e da língua portuguesa que se desenhava sobre este solo. No setor Palavras Cruzadas do museu, por exemplo, visualizam-se palavras que nos ensinaram a nomear determinados comportamentos, como: bagunça lengalenga, dengo. Essas são algumas das palavras africanas que continuam vivas a significar comportamentos e relações sociais. Outras ganharam o sentido de gíria na língua portuguesa falada no Brasil, como borocoxô, cafofo.

         A cultura é algo que está no corpo, nos gestos, na memória, na forma de andar, no contorno das expressões verbais e não verbais. Não é possível perdê-la. A mudança de um contexto cultural para outro acompanha adaptações e recriações dadas em palavras, por isso podemos falar em um movimento de antropofagia simbólica no lugar de uma simples assimilação de palavras e práticas.

         As línguas mudam ao acompanharem a história dos seus falantes. Esta é a história da língua portuguesa em solo brasileiro: ela também pode adaptar-se às novas relações linguísticas e culturais. No Brasil, a manutenção da estrutura latina da língua portuguesa não impediu que esta acolhesse uma nova sonoridade em relação à sua matriz e incorporasse um grande vocabulário de palavras que veio de outras línguas.

         Como um detetive que reúne pistas para contar uma história, as palavras africanas expostas no acervo do Museu da Língua Portuguesa compõem o papel de traduzir os sentidos e significados compartilhados na cultura brasileira. É uma história nem sempre contada em livros didáticos, mas que carregamos conosco para os diferentes lugares a que podemos ir. A importância da língua portuguesa como um bem museológico se faz nesse ato de contar histórias que não são definidas por nós, mas são praticadas e vividas coletivamente.

Wilmihara Santos.
A presença africana nas palavras que falamos em português.
2018. Internet:<museudalinguaportuguesa.org.br>  (com adaptações).

Em relação ao texto 9A1 e a aspectos gramaticais a ele relacionados, julgue o item que se segue.


No último período do texto, a substituição de “se faz” por faz-se manteria a correção gramatical do texto.

Alternativas
Q3146450 Português
        O repórter conta antes do memorialista, e o torna inútil. Sabemos hoje de cada literato o que ele come e bebe, o clube esportivo a que se consagrou, o número de seus sapatos e de suas camisas, se é supersticioso, se ajuda a mulher em casa, se fila cigarros ou os compra, se tem medo de morrer e se ronca. O escritor deixa-se fotografar de pijama, brincando com os netos ou soltando pandorga na praia.

         É visível que tais circunstâncias não deixam margem à sobrevivência dos gêneros clássicos da biografia, da autobiografia, do diário íntimo e das memórias. A fórmula jornalística superou a calma atitude do homem que sacava da pena de pato para confiar ao papel de boa fibra um segredo da juventude a ser revelado aos pósteros.
        
         Essa contínua e imediata exposição do presente retira ao homem uma de suas dimensões essenciais, que é o passado. Inibe-o de recordar, porque ele já não acumula no esquecimento, para depois reviver. Sua vida vai desfilando ao alcance e à mercê de seus olhos e dos alheios, e, se está enfastiado de se assistir viver em todo o impudor dessa publicidade, só lhe resta apertar um botão e desfigurar essa espécie de aparelho supersônico em que, como num filme falado, nossa vida moderna se desenrola.

         E, mais do que nenhum outro ser, o escritor precisaria de retraimento que o reconduzisse à intimidade consigo mesmo e às raízes da vida, que lhe cabe pesquisar e interpretar. Sua pessoa devia ser objeto de clausura perfeita, só interrompida pelos surtos naturais de sua avidez de comunicação, ou pelas atividades peculiares ao ofício.

         Nem se chame a isto de solidão orgulhosa ou inumana, prejudicial às fontes da criação. O melhor ou o único, porque específico, do escritor é o que ele escreve; o mais se dilui nas condições comuns a todo cidadão. Já é tempo de o escritor voltar a seu ofício.

Carlos Drummond de Andrade. Memórias.
In: A manhã; suplemento letras e artes, 15/3/1953.
Internet: <memoria.bn.gov.br> (com adaptações). 

Considerando o texto apresentado, julgue o item a seguir. 


Conforme empregados no texto, os verbos “pesquisar” e “interpretar” (primeiro período do quarto parágrafo) pertencem ao mesmo campo semântico do vocábulo “ofício” (último parágrafo).

Alternativas
Q3146451 Português
        O repórter conta antes do memorialista, e o torna inútil. Sabemos hoje de cada literato o que ele come e bebe, o clube esportivo a que se consagrou, o número de seus sapatos e de suas camisas, se é supersticioso, se ajuda a mulher em casa, se fila cigarros ou os compra, se tem medo de morrer e se ronca. O escritor deixa-se fotografar de pijama, brincando com os netos ou soltando pandorga na praia.

         É visível que tais circunstâncias não deixam margem à sobrevivência dos gêneros clássicos da biografia, da autobiografia, do diário íntimo e das memórias. A fórmula jornalística superou a calma atitude do homem que sacava da pena de pato para confiar ao papel de boa fibra um segredo da juventude a ser revelado aos pósteros.
        
         Essa contínua e imediata exposição do presente retira ao homem uma de suas dimensões essenciais, que é o passado. Inibe-o de recordar, porque ele já não acumula no esquecimento, para depois reviver. Sua vida vai desfilando ao alcance e à mercê de seus olhos e dos alheios, e, se está enfastiado de se assistir viver em todo o impudor dessa publicidade, só lhe resta apertar um botão e desfigurar essa espécie de aparelho supersônico em que, como num filme falado, nossa vida moderna se desenrola.

         E, mais do que nenhum outro ser, o escritor precisaria de retraimento que o reconduzisse à intimidade consigo mesmo e às raízes da vida, que lhe cabe pesquisar e interpretar. Sua pessoa devia ser objeto de clausura perfeita, só interrompida pelos surtos naturais de sua avidez de comunicação, ou pelas atividades peculiares ao ofício.

         Nem se chame a isto de solidão orgulhosa ou inumana, prejudicial às fontes da criação. O melhor ou o único, porque específico, do escritor é o que ele escreve; o mais se dilui nas condições comuns a todo cidadão. Já é tempo de o escritor voltar a seu ofício.

Carlos Drummond de Andrade. Memórias.
In: A manhã; suplemento letras e artes, 15/3/1953.
Internet: <memoria.bn.gov.br> (com adaptações). 

Considerando o texto apresentado, julgue o item a seguir. 


A expressão “o mais” (segundo período do penúltimo parágrafo) representa uma marca de oralidade reproduzida pelo autor no texto.

Alternativas
Q3146452 Português
        O repórter conta antes do memorialista, e o torna inútil. Sabemos hoje de cada literato o que ele come e bebe, o clube esportivo a que se consagrou, o número de seus sapatos e de suas camisas, se é supersticioso, se ajuda a mulher em casa, se fila cigarros ou os compra, se tem medo de morrer e se ronca. O escritor deixa-se fotografar de pijama, brincando com os netos ou soltando pandorga na praia.

         É visível que tais circunstâncias não deixam margem à sobrevivência dos gêneros clássicos da biografia, da autobiografia, do diário íntimo e das memórias. A fórmula jornalística superou a calma atitude do homem que sacava da pena de pato para confiar ao papel de boa fibra um segredo da juventude a ser revelado aos pósteros.
        
         Essa contínua e imediata exposição do presente retira ao homem uma de suas dimensões essenciais, que é o passado. Inibe-o de recordar, porque ele já não acumula no esquecimento, para depois reviver. Sua vida vai desfilando ao alcance e à mercê de seus olhos e dos alheios, e, se está enfastiado de se assistir viver em todo o impudor dessa publicidade, só lhe resta apertar um botão e desfigurar essa espécie de aparelho supersônico em que, como num filme falado, nossa vida moderna se desenrola.

         E, mais do que nenhum outro ser, o escritor precisaria de retraimento que o reconduzisse à intimidade consigo mesmo e às raízes da vida, que lhe cabe pesquisar e interpretar. Sua pessoa devia ser objeto de clausura perfeita, só interrompida pelos surtos naturais de sua avidez de comunicação, ou pelas atividades peculiares ao ofício.

         Nem se chame a isto de solidão orgulhosa ou inumana, prejudicial às fontes da criação. O melhor ou o único, porque específico, do escritor é o que ele escreve; o mais se dilui nas condições comuns a todo cidadão. Já é tempo de o escritor voltar a seu ofício.

Carlos Drummond de Andrade. Memórias.
In: A manhã; suplemento letras e artes, 15/3/1953.
Internet: <memoria.bn.gov.br> (com adaptações). 

Considerando o texto apresentado, julgue o item a seguir. 


Após o primeiro parágrafo, predomina no texto a tipologia textual descritiva.

Alternativas
Q3146453 Português
        O repórter conta antes do memorialista, e o torna inútil. Sabemos hoje de cada literato o que ele come e bebe, o clube esportivo a que se consagrou, o número de seus sapatos e de suas camisas, se é supersticioso, se ajuda a mulher em casa, se fila cigarros ou os compra, se tem medo de morrer e se ronca. O escritor deixa-se fotografar de pijama, brincando com os netos ou soltando pandorga na praia.

         É visível que tais circunstâncias não deixam margem à sobrevivência dos gêneros clássicos da biografia, da autobiografia, do diário íntimo e das memórias. A fórmula jornalística superou a calma atitude do homem que sacava da pena de pato para confiar ao papel de boa fibra um segredo da juventude a ser revelado aos pósteros.
        
         Essa contínua e imediata exposição do presente retira ao homem uma de suas dimensões essenciais, que é o passado. Inibe-o de recordar, porque ele já não acumula no esquecimento, para depois reviver. Sua vida vai desfilando ao alcance e à mercê de seus olhos e dos alheios, e, se está enfastiado de se assistir viver em todo o impudor dessa publicidade, só lhe resta apertar um botão e desfigurar essa espécie de aparelho supersônico em que, como num filme falado, nossa vida moderna se desenrola.

         E, mais do que nenhum outro ser, o escritor precisaria de retraimento que o reconduzisse à intimidade consigo mesmo e às raízes da vida, que lhe cabe pesquisar e interpretar. Sua pessoa devia ser objeto de clausura perfeita, só interrompida pelos surtos naturais de sua avidez de comunicação, ou pelas atividades peculiares ao ofício.

         Nem se chame a isto de solidão orgulhosa ou inumana, prejudicial às fontes da criação. O melhor ou o único, porque específico, do escritor é o que ele escreve; o mais se dilui nas condições comuns a todo cidadão. Já é tempo de o escritor voltar a seu ofício.

Carlos Drummond de Andrade. Memórias.
In: A manhã; suplemento letras e artes, 15/3/1953.
Internet: <memoria.bn.gov.br> (com adaptações). 

Considerando o texto apresentado, julgue o item a seguir. 


O segundo período do primeiro parágrafo apresenta uma enumeração de elementos que, estilisticamente, cumprem função simbólica, e não apenas referencial.

Alternativas
Q3146454 Português
        O repórter conta antes do memorialista, e o torna inútil. Sabemos hoje de cada literato o que ele come e bebe, o clube esportivo a que se consagrou, o número de seus sapatos e de suas camisas, se é supersticioso, se ajuda a mulher em casa, se fila cigarros ou os compra, se tem medo de morrer e se ronca. O escritor deixa-se fotografar de pijama, brincando com os netos ou soltando pandorga na praia.

         É visível que tais circunstâncias não deixam margem à sobrevivência dos gêneros clássicos da biografia, da autobiografia, do diário íntimo e das memórias. A fórmula jornalística superou a calma atitude do homem que sacava da pena de pato para confiar ao papel de boa fibra um segredo da juventude a ser revelado aos pósteros.
        
         Essa contínua e imediata exposição do presente retira ao homem uma de suas dimensões essenciais, que é o passado. Inibe-o de recordar, porque ele já não acumula no esquecimento, para depois reviver. Sua vida vai desfilando ao alcance e à mercê de seus olhos e dos alheios, e, se está enfastiado de se assistir viver em todo o impudor dessa publicidade, só lhe resta apertar um botão e desfigurar essa espécie de aparelho supersônico em que, como num filme falado, nossa vida moderna se desenrola.

         E, mais do que nenhum outro ser, o escritor precisaria de retraimento que o reconduzisse à intimidade consigo mesmo e às raízes da vida, que lhe cabe pesquisar e interpretar. Sua pessoa devia ser objeto de clausura perfeita, só interrompida pelos surtos naturais de sua avidez de comunicação, ou pelas atividades peculiares ao ofício.

         Nem se chame a isto de solidão orgulhosa ou inumana, prejudicial às fontes da criação. O melhor ou o único, porque específico, do escritor é o que ele escreve; o mais se dilui nas condições comuns a todo cidadão. Já é tempo de o escritor voltar a seu ofício.

Carlos Drummond de Andrade. Memórias.
In: A manhã; suplemento letras e artes, 15/3/1953.
Internet: <memoria.bn.gov.br> (com adaptações). 

Considerando o texto apresentado, julgue o item a seguir. 


A linha de coerência argumentativa do texto, seguida em todos os seus parágrafos, pode ser resumida na afirmação de que repórteres contribuem para a reclusão do escritor.

Alternativas
Q3146455 Português
        O repórter conta antes do memorialista, e o torna inútil. Sabemos hoje de cada literato o que ele come e bebe, o clube esportivo a que se consagrou, o número de seus sapatos e de suas camisas, se é supersticioso, se ajuda a mulher em casa, se fila cigarros ou os compra, se tem medo de morrer e se ronca. O escritor deixa-se fotografar de pijama, brincando com os netos ou soltando pandorga na praia.

         É visível que tais circunstâncias não deixam margem à sobrevivência dos gêneros clássicos da biografia, da autobiografia, do diário íntimo e das memórias. A fórmula jornalística superou a calma atitude do homem que sacava da pena de pato para confiar ao papel de boa fibra um segredo da juventude a ser revelado aos pósteros.
        
         Essa contínua e imediata exposição do presente retira ao homem uma de suas dimensões essenciais, que é o passado. Inibe-o de recordar, porque ele já não acumula no esquecimento, para depois reviver. Sua vida vai desfilando ao alcance e à mercê de seus olhos e dos alheios, e, se está enfastiado de se assistir viver em todo o impudor dessa publicidade, só lhe resta apertar um botão e desfigurar essa espécie de aparelho supersônico em que, como num filme falado, nossa vida moderna se desenrola.

         E, mais do que nenhum outro ser, o escritor precisaria de retraimento que o reconduzisse à intimidade consigo mesmo e às raízes da vida, que lhe cabe pesquisar e interpretar. Sua pessoa devia ser objeto de clausura perfeita, só interrompida pelos surtos naturais de sua avidez de comunicação, ou pelas atividades peculiares ao ofício.

         Nem se chame a isto de solidão orgulhosa ou inumana, prejudicial às fontes da criação. O melhor ou o único, porque específico, do escritor é o que ele escreve; o mais se dilui nas condições comuns a todo cidadão. Já é tempo de o escritor voltar a seu ofício.

Carlos Drummond de Andrade. Memórias.
In: A manhã; suplemento letras e artes, 15/3/1953.
Internet: <memoria.bn.gov.br> (com adaptações). 

Considerando o texto apresentado, julgue o item a seguir. 


Segundo as ideias do texto, a sistemática jornalística de expor detalhes da vida pessoal dos escritores tornou obsoletos alguns gêneros textuais.

Alternativas
Q3146456 Português
        O repórter conta antes do memorialista, e o torna inútil. Sabemos hoje de cada literato o que ele come e bebe, o clube esportivo a que se consagrou, o número de seus sapatos e de suas camisas, se é supersticioso, se ajuda a mulher em casa, se fila cigarros ou os compra, se tem medo de morrer e se ronca. O escritor deixa-se fotografar de pijama, brincando com os netos ou soltando pandorga na praia.

         É visível que tais circunstâncias não deixam margem à sobrevivência dos gêneros clássicos da biografia, da autobiografia, do diário íntimo e das memórias. A fórmula jornalística superou a calma atitude do homem que sacava da pena de pato para confiar ao papel de boa fibra um segredo da juventude a ser revelado aos pósteros.
        
         Essa contínua e imediata exposição do presente retira ao homem uma de suas dimensões essenciais, que é o passado. Inibe-o de recordar, porque ele já não acumula no esquecimento, para depois reviver. Sua vida vai desfilando ao alcance e à mercê de seus olhos e dos alheios, e, se está enfastiado de se assistir viver em todo o impudor dessa publicidade, só lhe resta apertar um botão e desfigurar essa espécie de aparelho supersônico em que, como num filme falado, nossa vida moderna se desenrola.

         E, mais do que nenhum outro ser, o escritor precisaria de retraimento que o reconduzisse à intimidade consigo mesmo e às raízes da vida, que lhe cabe pesquisar e interpretar. Sua pessoa devia ser objeto de clausura perfeita, só interrompida pelos surtos naturais de sua avidez de comunicação, ou pelas atividades peculiares ao ofício.

         Nem se chame a isto de solidão orgulhosa ou inumana, prejudicial às fontes da criação. O melhor ou o único, porque específico, do escritor é o que ele escreve; o mais se dilui nas condições comuns a todo cidadão. Já é tempo de o escritor voltar a seu ofício.

Carlos Drummond de Andrade. Memórias.
In: A manhã; suplemento letras e artes, 15/3/1953.
Internet: <memoria.bn.gov.br> (com adaptações). 

Considerando o texto apresentado, julgue o item a seguir. 


No trecho “confiar ao papel de boa fibra um segredo da juventude a ser revelado aos pósteros” (último período do segundo parágrafo), o autor faz referência à produção do gênero textual que dá título ao texto.

Alternativas
Q3146457 Português
        O repórter conta antes do memorialista, e o torna inútil. Sabemos hoje de cada literato o que ele come e bebe, o clube esportivo a que se consagrou, o número de seus sapatos e de suas camisas, se é supersticioso, se ajuda a mulher em casa, se fila cigarros ou os compra, se tem medo de morrer e se ronca. O escritor deixa-se fotografar de pijama, brincando com os netos ou soltando pandorga na praia.

         É visível que tais circunstâncias não deixam margem à sobrevivência dos gêneros clássicos da biografia, da autobiografia, do diário íntimo e das memórias. A fórmula jornalística superou a calma atitude do homem que sacava da pena de pato para confiar ao papel de boa fibra um segredo da juventude a ser revelado aos pósteros.
        
         Essa contínua e imediata exposição do presente retira ao homem uma de suas dimensões essenciais, que é o passado. Inibe-o de recordar, porque ele já não acumula no esquecimento, para depois reviver. Sua vida vai desfilando ao alcance e à mercê de seus olhos e dos alheios, e, se está enfastiado de se assistir viver em todo o impudor dessa publicidade, só lhe resta apertar um botão e desfigurar essa espécie de aparelho supersônico em que, como num filme falado, nossa vida moderna se desenrola.

         E, mais do que nenhum outro ser, o escritor precisaria de retraimento que o reconduzisse à intimidade consigo mesmo e às raízes da vida, que lhe cabe pesquisar e interpretar. Sua pessoa devia ser objeto de clausura perfeita, só interrompida pelos surtos naturais de sua avidez de comunicação, ou pelas atividades peculiares ao ofício.

         Nem se chame a isto de solidão orgulhosa ou inumana, prejudicial às fontes da criação. O melhor ou o único, porque específico, do escritor é o que ele escreve; o mais se dilui nas condições comuns a todo cidadão. Já é tempo de o escritor voltar a seu ofício.

Carlos Drummond de Andrade. Memórias.
In: A manhã; suplemento letras e artes, 15/3/1953.
Internet: <memoria.bn.gov.br> (com adaptações). 

Considerando o texto apresentado, julgue o item a seguir. 


Seria coerente com as ideias do texto interpretar a conjunção “E” (início do quarto parágrafo) como adversativa.  

Alternativas
Respostas
41: E
42: C
43: C
44: C
45: E
46: E
47: C
48: E
49: E
50: E
51: C
52: C
53: C
54: E
55: E
56: C
57: E
58: C
59: C
60: C