Questões de Concurso Público Prefeitura de São Benedito - CE 2025 para Professor de Educação Básica - Língua Portuguesa
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Que inflexível se mostra, que constante
Se vê este penhasco! já ferido
Do proceloso vento, e já batido
Do mar, que nele quebra a cada instante!
Não vi; nem hei de ver mais semelhante
Retrato dessa ingrata, a que o gemido
Jamais pode fazer, que enternecido
Seu peito atenda às queixas de um amante.
Tal és, ingrata Nise: a rebeldia,
Que vês nesse penhasco, essa dureza
Há de ceder aos golpes algum dia:
Mas que diversa é tua natureza!
Dos contínuos excessos da porfia,
Recobras novo estímulo à fereza.
Publicado no livro Obras (1768). In: COSTA, Cláudio Manuel da. Obras. Introd. cronol. e bibliogr. Antônio Soares Amora. Lisboa: Bertrand, 1959. (Obras primas da Língua Portuguesa)
Marque a alternativa que analisa corretamente o poema.
Analise o texto e a imagem a seguir
“A estudante Bella Swan conhece Edward Cullen, um belo, mas misterioso adolescente. Edward é um vampiro, cuja família não bebe sangue, e Bella, longe de ficar assustada, se envolve em um romance perigoso com sua alma gêmea imortal.”
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O filme “Crepúsculo” (2008) possui referências de qual escola literária?
“— Juro! Deixe ver os olhos, Capitu.
Tinha-me lembrado a definição que José Dias dera deles, "olhos de cigana, oblíqua e dissimulada." Eu não sabia o que era obliqua, mas dissimulada sabia, e queria ver se podiam chamar assim. Capitu deixou-se fitar e examinar. Só me perguntava o que era, se nunca os viras; eu nada achei extraordinário; a cor e a doçura eram minhas conhecidas. A demora da contemplação creio que lhe deu outra ideia do meu intento; imaginou que era um pretexto para mirá-los mais de perto, com meus olhos longos, constantes, enfiados neles, e a isso atribuo que entrassem a ficar crescidos, crescidos e sombrios, como tal expressão que...
Retórica dos namorados, dá-me uma comparação exata e poética para dizer o que foram aqueles olhos de Capitu. Não me acode imagem capaz de dizer, sem quebra da dignidade do estilo, o que eles foram e me fizeram. Olhos de ressaca? Vá, de ressaca. É o que me dá idéia daquela feição nova. Traziam não sei que fluido misterioso e enérgico, uma força que arrastava para dentro, como a vaga que se retira da praia, nos dias de ressaca. Para não ser arrastado, agarrei-me às outras partes vizinhas, às orelhas, aos braços, aos cabelos espalhados pelos ombros, mas tão depressa buscava as pupilas, a onda que saía delas vinha crescendo, cava e escura, ameaçando envolver-me, puxar-me e tragar-me.(...)”
(ASSIS, Machado. Dom Casmurro. São Paulo: Abril Educação, 1978. p. 218-20)
O narrador caracteriza os olhos de Capitu como “olhos de ressaca” porque é uma mulher
Cantar de amor
Mha senhor, com’oje dia son,
Atan cuitad’e sen cor assi!
E par Deus non sei que farei i,
Ca non dormho á mui gran sazon.
Mha senhor, ai meu lum’e meu ben,
Meu coraçon non sei o que ten.
Noit’e dia no meu coraçon
Nulha ren se non a morte vi,
E pois tal coita non mereci,
Moir’eu logo, se Deus mi perdon.
Mha senhor, ai meu lum’e meu bem,
Meu coraçon non sei o que ten.
Des oimais o viver m’é prison:
Grave di’aquel em que naci!
Mha senhor, ai rezade por mi,
Ca perç’o sen e perç’a razon.
Mha senhor, ai meu lum’e meu ben,
Meu coraçon non sei o que ten.
BANDEIRA, Manuel. Estrela da vida inteira. Rio de Janeiro, José Olympio, 1986. p.144-45.
Sobre do poeta modernista Manuel Bandeira e sua relação com as cantigas de amor medievais, é INCORRETO afirmar que
Agosto de 1934
Entre lojas de flores e de sapatos, bares,
mercados, butiques,
viajo
num ônibus Estrada de Ferro-Leblon.
Volto do trabalho, a noite em meio, fatigado de mentiras.
O ônibus sacoleja. Adeus, Rimbaud,
relógio de lilases, concretismo,
neoconcretismo, ficções da juventude, adeus,
que a vida eu compro à vista aos donos do mundo.
Ao peso dos impostos, o verso sufoca,
a poesia agora responde a inquérito policial-militar.
Digo adeus à ilusão
mas não ao mundo. Mas não à vida,
meu reduto e meu reino.
Do salário injusto,
da punição injusta,
da humilhação, da tortura,
do horror,
retiramos algo e com ele construímos um artefato
um poema
uma bandeira
(GULLAR, FERREIRA. Toda poesia. Rio de Janeiro: José Olympio, 2001. p.170.)
Assinale a alternativa correta sobre a reflexão do eu lírico sobre sua condição e destino de seu poema.