Se a exploração de cassiterita tem defensores, não
faltam também os críticos. Muitos acusam-na de criar
uma riqueza passageira, que beneficiará principalmente
as empresas multinacionais, restando apenas os
imensos buracos no coração da selva amazônica. A
eliminação da garimpagem realmente tirou de Rondônia
sua fase de fartura, quando alguém podia entrar de
mãos vazias numa área de exploração e retornar dias
depois com dinheiro até a cintura e uma pistola 45 na
mão. De 1967 a 1971, os valentes homens do garimpo
transformaram a fisionomia de Porto Velho, que se
tornou uma cidade onde o dinheiro corria farta e
irresponsavelmente. Até hoje, na cidade, uma corrida de
táxi, por mais curta, é sempre muito cara. É um
testemunho abrupto daqueles tempos em que os
garimpeiros alugavam carros, fechavam bares,
restaurantes, casas noturnas e se sentiam um pouco
donos do mundo. Julgados por padrões civilizados,
aqueles tempos eram verdadeiros abscessos. (Do livro
“Amazônia, a última fronteira”, de Edilson Martins, p. 68.
Adaptado.)
Sobre o texto, foram feitas as seguintes
afirmativas:
I. O autor se sente decepcionado com o declínio
de Porto Velho, após o encerramento do
período da garimpagem.
II. O pronome “na” (em “acusam-na”, no segundo
período do texto) se refere à exploração da
cassiterita.
III. Existe ditongo nasal nas palavras
“transformaram” e “muito” e ditongo oral
decrescente em “restaurante”.
IV. A separação silábica da palavra “abrupto” é “abrup-to”,
enquanto a de “abscessos” é “abs-cessos”.