Questões de Concurso Público Prefeitura de Venda Nova do Imigrante - ES 2016 para Técnico em Segurança do Trabalho

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Q1098361 Português

                                               O tempo da delicadeza

A paixão terminou, o amor é uma lembrança irresgatável, mas ainda há tanta presença e ternura...


      Abraços podem durar um tempo enorme. A gente se inclina na direção do outro, cheio de sentimentos conturbados, e ele nos segura com força, como se tentasse comunicar alguma coisa. É possível sentir um coração batendo contra o outro, perceber no peito a outra respiração. Tantas coisas estão contidas nesse gesto, tanta ternura, tanta dúvida. Amor. Quando o abraço se desfaz, fica um sorriso indeciso, uma expressão incompleta nos olhos, o movimento de um corpo que se afasta e parece dizer adeus.

      Como todo mundo, tenho sentimentos ambivalentes sobre relacionamentos que acabam. São momentos tristes, terrivelmente tristes. Mas, ao fim e ao cabo, inevitáveis. A gente não pode passar a vida preso a coisas que já não respiram. Mesmo cheios de dúvidas e ainda repletos de carinho, em algum momento é preciso romper, andar, recomeçar. O abraço que não quer terminar é lindo, mas abre uma porta para lugar nenhum. É necessário sair dele para ser de novo uma pessoa inteira – e ter a chance, adiante, de estar inteiro em outro abraço.

      Esses momentos de ruptura são essenciais em nossa vida. As separações, assim como os encontros, nos definem – inclusive por que costumam levar um tempo enorme. A gente passa um ano juntos, apaixonados, e podemos levar o dobro nos separando de verdade, fazendo a ruptura das almas. Separar dois corpos é fácil, mas como se faz para tirar o outro de dentro de si?

      Com todos os problemas e dificuldades, gosto de pensar nesse período de sentimentos estendidos como o tempo da delicadeza. (Obrigado, Chico Buarque, por esta e tantas outras coisas.) A paixão terminou, o amor é uma lembrança irresgatável, mas ainda há presença e ternura. Enormes. A raiva ficou para trás. A frustração gastou-se. O ciúme raspa as unhas nas paredes do porão, lá embaixo, mas a cada dia incomoda menos. Os sentimentos dolorosos – quase todos – deram lugar a uma sensação agridoce de cumplicidade. Ainda não é possível desejar que ela ou ele seja feliz em outra companhia, mas esse dia chegará, um dia.

      Acredito – enfim – que é possível deixar de amar amando. O afastamento pode ser feito com ódio, mas fica uma ferida imensa, dura de cicatrizar. Podemos cortar as pontes repentinamente, com medo de um sofrimento duradouro, mas isso vai nos assombrar no futuro, na hora de amar de novo. Enfim, há diferentes maneiras de deixar de amar. Eu acho possível – e louvável – sair da intimidade do outro com um sorriso nos lábios e lágrimas nos olhos. Sair, mas ficar feliz em vê-lo, contente de ouvi-la, ainda ter vontade de contar a essa pessoa que nos conhece tão bem tudo que aconteceu na semana passada, mas escolhendo não contar – por pudor, e porque, afinal, já não cabe.

      Sou capaz de antecipar o olhar de descrédito do leitor e da leitora. Não é assim que funciona, ele ou ela dirá. Se os sentimentos são bons, as pessoas não se separam. Mas isso não é verdade. As pessoas rompem cheias de bons sentimentos, transbordando deles, a ponto de não saber o que fazer com tudo aquilo. Exceto as exceções, exceto os traumas e barbaridades, a gente não deixa de querer de uma hora para outra. A paixão acaba, é certo. O amor, aquele de querer ficar colado para sempre, também acaba. Mas há sentimentos lindos que ainda ligam ex-casais. Tão lindos que entalam na garganta, que temos vontade de abraçar e não largar. Lembra?

      Pois então, respeitemos os nossos sentimentos delicados. As relações terminam, mas isso não é o fim dos afetos. Não há que ter vergonha de gostar da ex que você mesmo deixou, não há problema em pensar com carinho (e sem raiva) naquele desgraçado que não quis continuar. Dentro de nós há tanta coisa ruim que não deveríamos resistir quando se manifesta uma doçura. Melhor abraçá-la bem forte, acolhê-la como um amor que estivesse de volta. Apenas para uma visita, mas, ainda assim, bem-vindo. (Ivan Lins.

Disponível em: http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/ivan-martins/noticia/2016/06/o-tempo-da-delicadeza.html.)

No primeiro parágrafo o autor fala sobre o abraço para
Alternativas
Q1098362 Português

                                               O tempo da delicadeza

A paixão terminou, o amor é uma lembrança irresgatável, mas ainda há tanta presença e ternura...


      Abraços podem durar um tempo enorme. A gente se inclina na direção do outro, cheio de sentimentos conturbados, e ele nos segura com força, como se tentasse comunicar alguma coisa. É possível sentir um coração batendo contra o outro, perceber no peito a outra respiração. Tantas coisas estão contidas nesse gesto, tanta ternura, tanta dúvida. Amor. Quando o abraço se desfaz, fica um sorriso indeciso, uma expressão incompleta nos olhos, o movimento de um corpo que se afasta e parece dizer adeus.

      Como todo mundo, tenho sentimentos ambivalentes sobre relacionamentos que acabam. São momentos tristes, terrivelmente tristes. Mas, ao fim e ao cabo, inevitáveis. A gente não pode passar a vida preso a coisas que já não respiram. Mesmo cheios de dúvidas e ainda repletos de carinho, em algum momento é preciso romper, andar, recomeçar. O abraço que não quer terminar é lindo, mas abre uma porta para lugar nenhum. É necessário sair dele para ser de novo uma pessoa inteira – e ter a chance, adiante, de estar inteiro em outro abraço.

      Esses momentos de ruptura são essenciais em nossa vida. As separações, assim como os encontros, nos definem – inclusive por que costumam levar um tempo enorme. A gente passa um ano juntos, apaixonados, e podemos levar o dobro nos separando de verdade, fazendo a ruptura das almas. Separar dois corpos é fácil, mas como se faz para tirar o outro de dentro de si?

      Com todos os problemas e dificuldades, gosto de pensar nesse período de sentimentos estendidos como o tempo da delicadeza. (Obrigado, Chico Buarque, por esta e tantas outras coisas.) A paixão terminou, o amor é uma lembrança irresgatável, mas ainda há presença e ternura. Enormes. A raiva ficou para trás. A frustração gastou-se. O ciúme raspa as unhas nas paredes do porão, lá embaixo, mas a cada dia incomoda menos. Os sentimentos dolorosos – quase todos – deram lugar a uma sensação agridoce de cumplicidade. Ainda não é possível desejar que ela ou ele seja feliz em outra companhia, mas esse dia chegará, um dia.

      Acredito – enfim – que é possível deixar de amar amando. O afastamento pode ser feito com ódio, mas fica uma ferida imensa, dura de cicatrizar. Podemos cortar as pontes repentinamente, com medo de um sofrimento duradouro, mas isso vai nos assombrar no futuro, na hora de amar de novo. Enfim, há diferentes maneiras de deixar de amar. Eu acho possível – e louvável – sair da intimidade do outro com um sorriso nos lábios e lágrimas nos olhos. Sair, mas ficar feliz em vê-lo, contente de ouvi-la, ainda ter vontade de contar a essa pessoa que nos conhece tão bem tudo que aconteceu na semana passada, mas escolhendo não contar – por pudor, e porque, afinal, já não cabe.

      Sou capaz de antecipar o olhar de descrédito do leitor e da leitora. Não é assim que funciona, ele ou ela dirá. Se os sentimentos são bons, as pessoas não se separam. Mas isso não é verdade. As pessoas rompem cheias de bons sentimentos, transbordando deles, a ponto de não saber o que fazer com tudo aquilo. Exceto as exceções, exceto os traumas e barbaridades, a gente não deixa de querer de uma hora para outra. A paixão acaba, é certo. O amor, aquele de querer ficar colado para sempre, também acaba. Mas há sentimentos lindos que ainda ligam ex-casais. Tão lindos que entalam na garganta, que temos vontade de abraçar e não largar. Lembra?

      Pois então, respeitemos os nossos sentimentos delicados. As relações terminam, mas isso não é o fim dos afetos. Não há que ter vergonha de gostar da ex que você mesmo deixou, não há problema em pensar com carinho (e sem raiva) naquele desgraçado que não quis continuar. Dentro de nós há tanta coisa ruim que não deveríamos resistir quando se manifesta uma doçura. Melhor abraçá-la bem forte, acolhê-la como um amor que estivesse de volta. Apenas para uma visita, mas, ainda assim, bem-vindo. (Ivan Lins.

Disponível em: http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/ivan-martins/noticia/2016/06/o-tempo-da-delicadeza.html.)

Mas, ao fim e ao cabo, inevitáveis.” (2º§) A expressão sublinhada pode ser substituída, sem alteração de sentido, por:
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Q1098363 Português

                                               O tempo da delicadeza

A paixão terminou, o amor é uma lembrança irresgatável, mas ainda há tanta presença e ternura...


      Abraços podem durar um tempo enorme. A gente se inclina na direção do outro, cheio de sentimentos conturbados, e ele nos segura com força, como se tentasse comunicar alguma coisa. É possível sentir um coração batendo contra o outro, perceber no peito a outra respiração. Tantas coisas estão contidas nesse gesto, tanta ternura, tanta dúvida. Amor. Quando o abraço se desfaz, fica um sorriso indeciso, uma expressão incompleta nos olhos, o movimento de um corpo que se afasta e parece dizer adeus.

      Como todo mundo, tenho sentimentos ambivalentes sobre relacionamentos que acabam. São momentos tristes, terrivelmente tristes. Mas, ao fim e ao cabo, inevitáveis. A gente não pode passar a vida preso a coisas que já não respiram. Mesmo cheios de dúvidas e ainda repletos de carinho, em algum momento é preciso romper, andar, recomeçar. O abraço que não quer terminar é lindo, mas abre uma porta para lugar nenhum. É necessário sair dele para ser de novo uma pessoa inteira – e ter a chance, adiante, de estar inteiro em outro abraço.

      Esses momentos de ruptura são essenciais em nossa vida. As separações, assim como os encontros, nos definem – inclusive por que costumam levar um tempo enorme. A gente passa um ano juntos, apaixonados, e podemos levar o dobro nos separando de verdade, fazendo a ruptura das almas. Separar dois corpos é fácil, mas como se faz para tirar o outro de dentro de si?

      Com todos os problemas e dificuldades, gosto de pensar nesse período de sentimentos estendidos como o tempo da delicadeza. (Obrigado, Chico Buarque, por esta e tantas outras coisas.) A paixão terminou, o amor é uma lembrança irresgatável, mas ainda há presença e ternura. Enormes. A raiva ficou para trás. A frustração gastou-se. O ciúme raspa as unhas nas paredes do porão, lá embaixo, mas a cada dia incomoda menos. Os sentimentos dolorosos – quase todos – deram lugar a uma sensação agridoce de cumplicidade. Ainda não é possível desejar que ela ou ele seja feliz em outra companhia, mas esse dia chegará, um dia.

      Acredito – enfim – que é possível deixar de amar amando. O afastamento pode ser feito com ódio, mas fica uma ferida imensa, dura de cicatrizar. Podemos cortar as pontes repentinamente, com medo de um sofrimento duradouro, mas isso vai nos assombrar no futuro, na hora de amar de novo. Enfim, há diferentes maneiras de deixar de amar. Eu acho possível – e louvável – sair da intimidade do outro com um sorriso nos lábios e lágrimas nos olhos. Sair, mas ficar feliz em vê-lo, contente de ouvi-la, ainda ter vontade de contar a essa pessoa que nos conhece tão bem tudo que aconteceu na semana passada, mas escolhendo não contar – por pudor, e porque, afinal, já não cabe.

      Sou capaz de antecipar o olhar de descrédito do leitor e da leitora. Não é assim que funciona, ele ou ela dirá. Se os sentimentos são bons, as pessoas não se separam. Mas isso não é verdade. As pessoas rompem cheias de bons sentimentos, transbordando deles, a ponto de não saber o que fazer com tudo aquilo. Exceto as exceções, exceto os traumas e barbaridades, a gente não deixa de querer de uma hora para outra. A paixão acaba, é certo. O amor, aquele de querer ficar colado para sempre, também acaba. Mas há sentimentos lindos que ainda ligam ex-casais. Tão lindos que entalam na garganta, que temos vontade de abraçar e não largar. Lembra?

      Pois então, respeitemos os nossos sentimentos delicados. As relações terminam, mas isso não é o fim dos afetos. Não há que ter vergonha de gostar da ex que você mesmo deixou, não há problema em pensar com carinho (e sem raiva) naquele desgraçado que não quis continuar. Dentro de nós há tanta coisa ruim que não deveríamos resistir quando se manifesta uma doçura. Melhor abraçá-la bem forte, acolhê-la como um amor que estivesse de volta. Apenas para uma visita, mas, ainda assim, bem-vindo. (Ivan Lins.

Disponível em: http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/ivan-martins/noticia/2016/06/o-tempo-da-delicadeza.html.)

Quanto aos termos sublinhados a seguir, assinale a alternativa em que o referente está indicado INCORRETAMENTE.
Alternativas
Q1098364 Português

                                               O tempo da delicadeza

A paixão terminou, o amor é uma lembrança irresgatável, mas ainda há tanta presença e ternura...


      Abraços podem durar um tempo enorme. A gente se inclina na direção do outro, cheio de sentimentos conturbados, e ele nos segura com força, como se tentasse comunicar alguma coisa. É possível sentir um coração batendo contra o outro, perceber no peito a outra respiração. Tantas coisas estão contidas nesse gesto, tanta ternura, tanta dúvida. Amor. Quando o abraço se desfaz, fica um sorriso indeciso, uma expressão incompleta nos olhos, o movimento de um corpo que se afasta e parece dizer adeus.

      Como todo mundo, tenho sentimentos ambivalentes sobre relacionamentos que acabam. São momentos tristes, terrivelmente tristes. Mas, ao fim e ao cabo, inevitáveis. A gente não pode passar a vida preso a coisas que já não respiram. Mesmo cheios de dúvidas e ainda repletos de carinho, em algum momento é preciso romper, andar, recomeçar. O abraço que não quer terminar é lindo, mas abre uma porta para lugar nenhum. É necessário sair dele para ser de novo uma pessoa inteira – e ter a chance, adiante, de estar inteiro em outro abraço.

      Esses momentos de ruptura são essenciais em nossa vida. As separações, assim como os encontros, nos definem – inclusive por que costumam levar um tempo enorme. A gente passa um ano juntos, apaixonados, e podemos levar o dobro nos separando de verdade, fazendo a ruptura das almas. Separar dois corpos é fácil, mas como se faz para tirar o outro de dentro de si?

      Com todos os problemas e dificuldades, gosto de pensar nesse período de sentimentos estendidos como o tempo da delicadeza. (Obrigado, Chico Buarque, por esta e tantas outras coisas.) A paixão terminou, o amor é uma lembrança irresgatável, mas ainda há presença e ternura. Enormes. A raiva ficou para trás. A frustração gastou-se. O ciúme raspa as unhas nas paredes do porão, lá embaixo, mas a cada dia incomoda menos. Os sentimentos dolorosos – quase todos – deram lugar a uma sensação agridoce de cumplicidade. Ainda não é possível desejar que ela ou ele seja feliz em outra companhia, mas esse dia chegará, um dia.

      Acredito – enfim – que é possível deixar de amar amando. O afastamento pode ser feito com ódio, mas fica uma ferida imensa, dura de cicatrizar. Podemos cortar as pontes repentinamente, com medo de um sofrimento duradouro, mas isso vai nos assombrar no futuro, na hora de amar de novo. Enfim, há diferentes maneiras de deixar de amar. Eu acho possível – e louvável – sair da intimidade do outro com um sorriso nos lábios e lágrimas nos olhos. Sair, mas ficar feliz em vê-lo, contente de ouvi-la, ainda ter vontade de contar a essa pessoa que nos conhece tão bem tudo que aconteceu na semana passada, mas escolhendo não contar – por pudor, e porque, afinal, já não cabe.

      Sou capaz de antecipar o olhar de descrédito do leitor e da leitora. Não é assim que funciona, ele ou ela dirá. Se os sentimentos são bons, as pessoas não se separam. Mas isso não é verdade. As pessoas rompem cheias de bons sentimentos, transbordando deles, a ponto de não saber o que fazer com tudo aquilo. Exceto as exceções, exceto os traumas e barbaridades, a gente não deixa de querer de uma hora para outra. A paixão acaba, é certo. O amor, aquele de querer ficar colado para sempre, também acaba. Mas há sentimentos lindos que ainda ligam ex-casais. Tão lindos que entalam na garganta, que temos vontade de abraçar e não largar. Lembra?

      Pois então, respeitemos os nossos sentimentos delicados. As relações terminam, mas isso não é o fim dos afetos. Não há que ter vergonha de gostar da ex que você mesmo deixou, não há problema em pensar com carinho (e sem raiva) naquele desgraçado que não quis continuar. Dentro de nós há tanta coisa ruim que não deveríamos resistir quando se manifesta uma doçura. Melhor abraçá-la bem forte, acolhê-la como um amor que estivesse de volta. Apenas para uma visita, mas, ainda assim, bem-vindo. (Ivan Lins.

Disponível em: http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/ivan-martins/noticia/2016/06/o-tempo-da-delicadeza.html.)

Mesmo cheios de dúvidas e ainda repletos de carinho, em algum momento é preciso romper, andar, recomeçar.” (2º§) A respeito dos verbos sublinhados, assinale a afirmativa correta.
Alternativas
Q1098365 Português

                                               O tempo da delicadeza

A paixão terminou, o amor é uma lembrança irresgatável, mas ainda há tanta presença e ternura...


      Abraços podem durar um tempo enorme. A gente se inclina na direção do outro, cheio de sentimentos conturbados, e ele nos segura com força, como se tentasse comunicar alguma coisa. É possível sentir um coração batendo contra o outro, perceber no peito a outra respiração. Tantas coisas estão contidas nesse gesto, tanta ternura, tanta dúvida. Amor. Quando o abraço se desfaz, fica um sorriso indeciso, uma expressão incompleta nos olhos, o movimento de um corpo que se afasta e parece dizer adeus.

      Como todo mundo, tenho sentimentos ambivalentes sobre relacionamentos que acabam. São momentos tristes, terrivelmente tristes. Mas, ao fim e ao cabo, inevitáveis. A gente não pode passar a vida preso a coisas que já não respiram. Mesmo cheios de dúvidas e ainda repletos de carinho, em algum momento é preciso romper, andar, recomeçar. O abraço que não quer terminar é lindo, mas abre uma porta para lugar nenhum. É necessário sair dele para ser de novo uma pessoa inteira – e ter a chance, adiante, de estar inteiro em outro abraço.

      Esses momentos de ruptura são essenciais em nossa vida. As separações, assim como os encontros, nos definem – inclusive por que costumam levar um tempo enorme. A gente passa um ano juntos, apaixonados, e podemos levar o dobro nos separando de verdade, fazendo a ruptura das almas. Separar dois corpos é fácil, mas como se faz para tirar o outro de dentro de si?

      Com todos os problemas e dificuldades, gosto de pensar nesse período de sentimentos estendidos como o tempo da delicadeza. (Obrigado, Chico Buarque, por esta e tantas outras coisas.) A paixão terminou, o amor é uma lembrança irresgatável, mas ainda há presença e ternura. Enormes. A raiva ficou para trás. A frustração gastou-se. O ciúme raspa as unhas nas paredes do porão, lá embaixo, mas a cada dia incomoda menos. Os sentimentos dolorosos – quase todos – deram lugar a uma sensação agridoce de cumplicidade. Ainda não é possível desejar que ela ou ele seja feliz em outra companhia, mas esse dia chegará, um dia.

      Acredito – enfim – que é possível deixar de amar amando. O afastamento pode ser feito com ódio, mas fica uma ferida imensa, dura de cicatrizar. Podemos cortar as pontes repentinamente, com medo de um sofrimento duradouro, mas isso vai nos assombrar no futuro, na hora de amar de novo. Enfim, há diferentes maneiras de deixar de amar. Eu acho possível – e louvável – sair da intimidade do outro com um sorriso nos lábios e lágrimas nos olhos. Sair, mas ficar feliz em vê-lo, contente de ouvi-la, ainda ter vontade de contar a essa pessoa que nos conhece tão bem tudo que aconteceu na semana passada, mas escolhendo não contar – por pudor, e porque, afinal, já não cabe.

      Sou capaz de antecipar o olhar de descrédito do leitor e da leitora. Não é assim que funciona, ele ou ela dirá. Se os sentimentos são bons, as pessoas não se separam. Mas isso não é verdade. As pessoas rompem cheias de bons sentimentos, transbordando deles, a ponto de não saber o que fazer com tudo aquilo. Exceto as exceções, exceto os traumas e barbaridades, a gente não deixa de querer de uma hora para outra. A paixão acaba, é certo. O amor, aquele de querer ficar colado para sempre, também acaba. Mas há sentimentos lindos que ainda ligam ex-casais. Tão lindos que entalam na garganta, que temos vontade de abraçar e não largar. Lembra?

      Pois então, respeitemos os nossos sentimentos delicados. As relações terminam, mas isso não é o fim dos afetos. Não há que ter vergonha de gostar da ex que você mesmo deixou, não há problema em pensar com carinho (e sem raiva) naquele desgraçado que não quis continuar. Dentro de nós há tanta coisa ruim que não deveríamos resistir quando se manifesta uma doçura. Melhor abraçá-la bem forte, acolhê-la como um amor que estivesse de volta. Apenas para uma visita, mas, ainda assim, bem-vindo. (Ivan Lins.

Disponível em: http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/ivan-martins/noticia/2016/06/o-tempo-da-delicadeza.html.)

A raiva ficou para trás. A frustração gastou-se. O ciúme raspa as unhas nas paredes do porão, lá embaixo, mas a cada dia incomoda menos. Os sentimentos dolorosos – quase todos – deram lugar a uma sensação agridoce de cumplicidade.” (4º§) O trecho anterior retrata:
Alternativas
Q1098366 Português

                                               O tempo da delicadeza

A paixão terminou, o amor é uma lembrança irresgatável, mas ainda há tanta presença e ternura...


      Abraços podem durar um tempo enorme. A gente se inclina na direção do outro, cheio de sentimentos conturbados, e ele nos segura com força, como se tentasse comunicar alguma coisa. É possível sentir um coração batendo contra o outro, perceber no peito a outra respiração. Tantas coisas estão contidas nesse gesto, tanta ternura, tanta dúvida. Amor. Quando o abraço se desfaz, fica um sorriso indeciso, uma expressão incompleta nos olhos, o movimento de um corpo que se afasta e parece dizer adeus.

      Como todo mundo, tenho sentimentos ambivalentes sobre relacionamentos que acabam. São momentos tristes, terrivelmente tristes. Mas, ao fim e ao cabo, inevitáveis. A gente não pode passar a vida preso a coisas que já não respiram. Mesmo cheios de dúvidas e ainda repletos de carinho, em algum momento é preciso romper, andar, recomeçar. O abraço que não quer terminar é lindo, mas abre uma porta para lugar nenhum. É necessário sair dele para ser de novo uma pessoa inteira – e ter a chance, adiante, de estar inteiro em outro abraço.

      Esses momentos de ruptura são essenciais em nossa vida. As separações, assim como os encontros, nos definem – inclusive por que costumam levar um tempo enorme. A gente passa um ano juntos, apaixonados, e podemos levar o dobro nos separando de verdade, fazendo a ruptura das almas. Separar dois corpos é fácil, mas como se faz para tirar o outro de dentro de si?

      Com todos os problemas e dificuldades, gosto de pensar nesse período de sentimentos estendidos como o tempo da delicadeza. (Obrigado, Chico Buarque, por esta e tantas outras coisas.) A paixão terminou, o amor é uma lembrança irresgatável, mas ainda há presença e ternura. Enormes. A raiva ficou para trás. A frustração gastou-se. O ciúme raspa as unhas nas paredes do porão, lá embaixo, mas a cada dia incomoda menos. Os sentimentos dolorosos – quase todos – deram lugar a uma sensação agridoce de cumplicidade. Ainda não é possível desejar que ela ou ele seja feliz em outra companhia, mas esse dia chegará, um dia.

      Acredito – enfim – que é possível deixar de amar amando. O afastamento pode ser feito com ódio, mas fica uma ferida imensa, dura de cicatrizar. Podemos cortar as pontes repentinamente, com medo de um sofrimento duradouro, mas isso vai nos assombrar no futuro, na hora de amar de novo. Enfim, há diferentes maneiras de deixar de amar. Eu acho possível – e louvável – sair da intimidade do outro com um sorriso nos lábios e lágrimas nos olhos. Sair, mas ficar feliz em vê-lo, contente de ouvi-la, ainda ter vontade de contar a essa pessoa que nos conhece tão bem tudo que aconteceu na semana passada, mas escolhendo não contar – por pudor, e porque, afinal, já não cabe.

      Sou capaz de antecipar o olhar de descrédito do leitor e da leitora. Não é assim que funciona, ele ou ela dirá. Se os sentimentos são bons, as pessoas não se separam. Mas isso não é verdade. As pessoas rompem cheias de bons sentimentos, transbordando deles, a ponto de não saber o que fazer com tudo aquilo. Exceto as exceções, exceto os traumas e barbaridades, a gente não deixa de querer de uma hora para outra. A paixão acaba, é certo. O amor, aquele de querer ficar colado para sempre, também acaba. Mas há sentimentos lindos que ainda ligam ex-casais. Tão lindos que entalam na garganta, que temos vontade de abraçar e não largar. Lembra?

      Pois então, respeitemos os nossos sentimentos delicados. As relações terminam, mas isso não é o fim dos afetos. Não há que ter vergonha de gostar da ex que você mesmo deixou, não há problema em pensar com carinho (e sem raiva) naquele desgraçado que não quis continuar. Dentro de nós há tanta coisa ruim que não deveríamos resistir quando se manifesta uma doçura. Melhor abraçá-la bem forte, acolhê-la como um amor que estivesse de volta. Apenas para uma visita, mas, ainda assim, bem-vindo. (Ivan Lins.

Disponível em: http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/ivan-martins/noticia/2016/06/o-tempo-da-delicadeza.html.)

O amor, aquele de querer ficar colado para sempre, também acaba.” (6º§) O trecho sublinhado apresenta-se entre vírgulas por que:
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Q1098367 Português

                                               O tempo da delicadeza

A paixão terminou, o amor é uma lembrança irresgatável, mas ainda há tanta presença e ternura...


      Abraços podem durar um tempo enorme. A gente se inclina na direção do outro, cheio de sentimentos conturbados, e ele nos segura com força, como se tentasse comunicar alguma coisa. É possível sentir um coração batendo contra o outro, perceber no peito a outra respiração. Tantas coisas estão contidas nesse gesto, tanta ternura, tanta dúvida. Amor. Quando o abraço se desfaz, fica um sorriso indeciso, uma expressão incompleta nos olhos, o movimento de um corpo que se afasta e parece dizer adeus.

      Como todo mundo, tenho sentimentos ambivalentes sobre relacionamentos que acabam. São momentos tristes, terrivelmente tristes. Mas, ao fim e ao cabo, inevitáveis. A gente não pode passar a vida preso a coisas que já não respiram. Mesmo cheios de dúvidas e ainda repletos de carinho, em algum momento é preciso romper, andar, recomeçar. O abraço que não quer terminar é lindo, mas abre uma porta para lugar nenhum. É necessário sair dele para ser de novo uma pessoa inteira – e ter a chance, adiante, de estar inteiro em outro abraço.

      Esses momentos de ruptura são essenciais em nossa vida. As separações, assim como os encontros, nos definem – inclusive por que costumam levar um tempo enorme. A gente passa um ano juntos, apaixonados, e podemos levar o dobro nos separando de verdade, fazendo a ruptura das almas. Separar dois corpos é fácil, mas como se faz para tirar o outro de dentro de si?

      Com todos os problemas e dificuldades, gosto de pensar nesse período de sentimentos estendidos como o tempo da delicadeza. (Obrigado, Chico Buarque, por esta e tantas outras coisas.) A paixão terminou, o amor é uma lembrança irresgatável, mas ainda há presença e ternura. Enormes. A raiva ficou para trás. A frustração gastou-se. O ciúme raspa as unhas nas paredes do porão, lá embaixo, mas a cada dia incomoda menos. Os sentimentos dolorosos – quase todos – deram lugar a uma sensação agridoce de cumplicidade. Ainda não é possível desejar que ela ou ele seja feliz em outra companhia, mas esse dia chegará, um dia.

      Acredito – enfim – que é possível deixar de amar amando. O afastamento pode ser feito com ódio, mas fica uma ferida imensa, dura de cicatrizar. Podemos cortar as pontes repentinamente, com medo de um sofrimento duradouro, mas isso vai nos assombrar no futuro, na hora de amar de novo. Enfim, há diferentes maneiras de deixar de amar. Eu acho possível – e louvável – sair da intimidade do outro com um sorriso nos lábios e lágrimas nos olhos. Sair, mas ficar feliz em vê-lo, contente de ouvi-la, ainda ter vontade de contar a essa pessoa que nos conhece tão bem tudo que aconteceu na semana passada, mas escolhendo não contar – por pudor, e porque, afinal, já não cabe.

      Sou capaz de antecipar o olhar de descrédito do leitor e da leitora. Não é assim que funciona, ele ou ela dirá. Se os sentimentos são bons, as pessoas não se separam. Mas isso não é verdade. As pessoas rompem cheias de bons sentimentos, transbordando deles, a ponto de não saber o que fazer com tudo aquilo. Exceto as exceções, exceto os traumas e barbaridades, a gente não deixa de querer de uma hora para outra. A paixão acaba, é certo. O amor, aquele de querer ficar colado para sempre, também acaba. Mas há sentimentos lindos que ainda ligam ex-casais. Tão lindos que entalam na garganta, que temos vontade de abraçar e não largar. Lembra?

      Pois então, respeitemos os nossos sentimentos delicados. As relações terminam, mas isso não é o fim dos afetos. Não há que ter vergonha de gostar da ex que você mesmo deixou, não há problema em pensar com carinho (e sem raiva) naquele desgraçado que não quis continuar. Dentro de nós há tanta coisa ruim que não deveríamos resistir quando se manifesta uma doçura. Melhor abraçá-la bem forte, acolhê-la como um amor que estivesse de volta. Apenas para uma visita, mas, ainda assim, bem-vindo. (Ivan Lins.

Disponível em: http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/ivan-martins/noticia/2016/06/o-tempo-da-delicadeza.html.)

As separações, assim como os encontros, nos definem – inclusive por que costumam levar um tempo enorme.” (3º§) Sobre o trecho sublinhado, é correto afirma que exprime a ideia de:
Alternativas
Q1098368 Português

                                               O tempo da delicadeza

A paixão terminou, o amor é uma lembrança irresgatável, mas ainda há tanta presença e ternura...


      Abraços podem durar um tempo enorme. A gente se inclina na direção do outro, cheio de sentimentos conturbados, e ele nos segura com força, como se tentasse comunicar alguma coisa. É possível sentir um coração batendo contra o outro, perceber no peito a outra respiração. Tantas coisas estão contidas nesse gesto, tanta ternura, tanta dúvida. Amor. Quando o abraço se desfaz, fica um sorriso indeciso, uma expressão incompleta nos olhos, o movimento de um corpo que se afasta e parece dizer adeus.

      Como todo mundo, tenho sentimentos ambivalentes sobre relacionamentos que acabam. São momentos tristes, terrivelmente tristes. Mas, ao fim e ao cabo, inevitáveis. A gente não pode passar a vida preso a coisas que já não respiram. Mesmo cheios de dúvidas e ainda repletos de carinho, em algum momento é preciso romper, andar, recomeçar. O abraço que não quer terminar é lindo, mas abre uma porta para lugar nenhum. É necessário sair dele para ser de novo uma pessoa inteira – e ter a chance, adiante, de estar inteiro em outro abraço.

      Esses momentos de ruptura são essenciais em nossa vida. As separações, assim como os encontros, nos definem – inclusive por que costumam levar um tempo enorme. A gente passa um ano juntos, apaixonados, e podemos levar o dobro nos separando de verdade, fazendo a ruptura das almas. Separar dois corpos é fácil, mas como se faz para tirar o outro de dentro de si?

      Com todos os problemas e dificuldades, gosto de pensar nesse período de sentimentos estendidos como o tempo da delicadeza. (Obrigado, Chico Buarque, por esta e tantas outras coisas.) A paixão terminou, o amor é uma lembrança irresgatável, mas ainda há presença e ternura. Enormes. A raiva ficou para trás. A frustração gastou-se. O ciúme raspa as unhas nas paredes do porão, lá embaixo, mas a cada dia incomoda menos. Os sentimentos dolorosos – quase todos – deram lugar a uma sensação agridoce de cumplicidade. Ainda não é possível desejar que ela ou ele seja feliz em outra companhia, mas esse dia chegará, um dia.

      Acredito – enfim – que é possível deixar de amar amando. O afastamento pode ser feito com ódio, mas fica uma ferida imensa, dura de cicatrizar. Podemos cortar as pontes repentinamente, com medo de um sofrimento duradouro, mas isso vai nos assombrar no futuro, na hora de amar de novo. Enfim, há diferentes maneiras de deixar de amar. Eu acho possível – e louvável – sair da intimidade do outro com um sorriso nos lábios e lágrimas nos olhos. Sair, mas ficar feliz em vê-lo, contente de ouvi-la, ainda ter vontade de contar a essa pessoa que nos conhece tão bem tudo que aconteceu na semana passada, mas escolhendo não contar – por pudor, e porque, afinal, já não cabe.

      Sou capaz de antecipar o olhar de descrédito do leitor e da leitora. Não é assim que funciona, ele ou ela dirá. Se os sentimentos são bons, as pessoas não se separam. Mas isso não é verdade. As pessoas rompem cheias de bons sentimentos, transbordando deles, a ponto de não saber o que fazer com tudo aquilo. Exceto as exceções, exceto os traumas e barbaridades, a gente não deixa de querer de uma hora para outra. A paixão acaba, é certo. O amor, aquele de querer ficar colado para sempre, também acaba. Mas há sentimentos lindos que ainda ligam ex-casais. Tão lindos que entalam na garganta, que temos vontade de abraçar e não largar. Lembra?

      Pois então, respeitemos os nossos sentimentos delicados. As relações terminam, mas isso não é o fim dos afetos. Não há que ter vergonha de gostar da ex que você mesmo deixou, não há problema em pensar com carinho (e sem raiva) naquele desgraçado que não quis continuar. Dentro de nós há tanta coisa ruim que não deveríamos resistir quando se manifesta uma doçura. Melhor abraçá-la bem forte, acolhê-la como um amor que estivesse de volta. Apenas para uma visita, mas, ainda assim, bem-vindo. (Ivan Lins.

Disponível em: http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/ivan-martins/noticia/2016/06/o-tempo-da-delicadeza.html.)

Quanto à função sintática, assinale a alternativa em que o trecho ou termo sublinhado exerce a função DIFERENTE dos demais.
Alternativas
Q1098369 Português

                                               O tempo da delicadeza

A paixão terminou, o amor é uma lembrança irresgatável, mas ainda há tanta presença e ternura...


      Abraços podem durar um tempo enorme. A gente se inclina na direção do outro, cheio de sentimentos conturbados, e ele nos segura com força, como se tentasse comunicar alguma coisa. É possível sentir um coração batendo contra o outro, perceber no peito a outra respiração. Tantas coisas estão contidas nesse gesto, tanta ternura, tanta dúvida. Amor. Quando o abraço se desfaz, fica um sorriso indeciso, uma expressão incompleta nos olhos, o movimento de um corpo que se afasta e parece dizer adeus.

      Como todo mundo, tenho sentimentos ambivalentes sobre relacionamentos que acabam. São momentos tristes, terrivelmente tristes. Mas, ao fim e ao cabo, inevitáveis. A gente não pode passar a vida preso a coisas que já não respiram. Mesmo cheios de dúvidas e ainda repletos de carinho, em algum momento é preciso romper, andar, recomeçar. O abraço que não quer terminar é lindo, mas abre uma porta para lugar nenhum. É necessário sair dele para ser de novo uma pessoa inteira – e ter a chance, adiante, de estar inteiro em outro abraço.

      Esses momentos de ruptura são essenciais em nossa vida. As separações, assim como os encontros, nos definem – inclusive por que costumam levar um tempo enorme. A gente passa um ano juntos, apaixonados, e podemos levar o dobro nos separando de verdade, fazendo a ruptura das almas. Separar dois corpos é fácil, mas como se faz para tirar o outro de dentro de si?

      Com todos os problemas e dificuldades, gosto de pensar nesse período de sentimentos estendidos como o tempo da delicadeza. (Obrigado, Chico Buarque, por esta e tantas outras coisas.) A paixão terminou, o amor é uma lembrança irresgatável, mas ainda há presença e ternura. Enormes. A raiva ficou para trás. A frustração gastou-se. O ciúme raspa as unhas nas paredes do porão, lá embaixo, mas a cada dia incomoda menos. Os sentimentos dolorosos – quase todos – deram lugar a uma sensação agridoce de cumplicidade. Ainda não é possível desejar que ela ou ele seja feliz em outra companhia, mas esse dia chegará, um dia.

      Acredito – enfim – que é possível deixar de amar amando. O afastamento pode ser feito com ódio, mas fica uma ferida imensa, dura de cicatrizar. Podemos cortar as pontes repentinamente, com medo de um sofrimento duradouro, mas isso vai nos assombrar no futuro, na hora de amar de novo. Enfim, há diferentes maneiras de deixar de amar. Eu acho possível – e louvável – sair da intimidade do outro com um sorriso nos lábios e lágrimas nos olhos. Sair, mas ficar feliz em vê-lo, contente de ouvi-la, ainda ter vontade de contar a essa pessoa que nos conhece tão bem tudo que aconteceu na semana passada, mas escolhendo não contar – por pudor, e porque, afinal, já não cabe.

      Sou capaz de antecipar o olhar de descrédito do leitor e da leitora. Não é assim que funciona, ele ou ela dirá. Se os sentimentos são bons, as pessoas não se separam. Mas isso não é verdade. As pessoas rompem cheias de bons sentimentos, transbordando deles, a ponto de não saber o que fazer com tudo aquilo. Exceto as exceções, exceto os traumas e barbaridades, a gente não deixa de querer de uma hora para outra. A paixão acaba, é certo. O amor, aquele de querer ficar colado para sempre, também acaba. Mas há sentimentos lindos que ainda ligam ex-casais. Tão lindos que entalam na garganta, que temos vontade de abraçar e não largar. Lembra?

      Pois então, respeitemos os nossos sentimentos delicados. As relações terminam, mas isso não é o fim dos afetos. Não há que ter vergonha de gostar da ex que você mesmo deixou, não há problema em pensar com carinho (e sem raiva) naquele desgraçado que não quis continuar. Dentro de nós há tanta coisa ruim que não deveríamos resistir quando se manifesta uma doçura. Melhor abraçá-la bem forte, acolhê-la como um amor que estivesse de volta. Apenas para uma visita, mas, ainda assim, bem-vindo. (Ivan Lins.

Disponível em: http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/ivan-martins/noticia/2016/06/o-tempo-da-delicadeza.html.)

Assinale a alternativa em que o significado do termo sublinhado está corretamente indicado.
Alternativas
Q1098370 Português

                                               O tempo da delicadeza

A paixão terminou, o amor é uma lembrança irresgatável, mas ainda há tanta presença e ternura...


      Abraços podem durar um tempo enorme. A gente se inclina na direção do outro, cheio de sentimentos conturbados, e ele nos segura com força, como se tentasse comunicar alguma coisa. É possível sentir um coração batendo contra o outro, perceber no peito a outra respiração. Tantas coisas estão contidas nesse gesto, tanta ternura, tanta dúvida. Amor. Quando o abraço se desfaz, fica um sorriso indeciso, uma expressão incompleta nos olhos, o movimento de um corpo que se afasta e parece dizer adeus.

      Como todo mundo, tenho sentimentos ambivalentes sobre relacionamentos que acabam. São momentos tristes, terrivelmente tristes. Mas, ao fim e ao cabo, inevitáveis. A gente não pode passar a vida preso a coisas que já não respiram. Mesmo cheios de dúvidas e ainda repletos de carinho, em algum momento é preciso romper, andar, recomeçar. O abraço que não quer terminar é lindo, mas abre uma porta para lugar nenhum. É necessário sair dele para ser de novo uma pessoa inteira – e ter a chance, adiante, de estar inteiro em outro abraço.

      Esses momentos de ruptura são essenciais em nossa vida. As separações, assim como os encontros, nos definem – inclusive por que costumam levar um tempo enorme. A gente passa um ano juntos, apaixonados, e podemos levar o dobro nos separando de verdade, fazendo a ruptura das almas. Separar dois corpos é fácil, mas como se faz para tirar o outro de dentro de si?

      Com todos os problemas e dificuldades, gosto de pensar nesse período de sentimentos estendidos como o tempo da delicadeza. (Obrigado, Chico Buarque, por esta e tantas outras coisas.) A paixão terminou, o amor é uma lembrança irresgatável, mas ainda há presença e ternura. Enormes. A raiva ficou para trás. A frustração gastou-se. O ciúme raspa as unhas nas paredes do porão, lá embaixo, mas a cada dia incomoda menos. Os sentimentos dolorosos – quase todos – deram lugar a uma sensação agridoce de cumplicidade. Ainda não é possível desejar que ela ou ele seja feliz em outra companhia, mas esse dia chegará, um dia.

      Acredito – enfim – que é possível deixar de amar amando. O afastamento pode ser feito com ódio, mas fica uma ferida imensa, dura de cicatrizar. Podemos cortar as pontes repentinamente, com medo de um sofrimento duradouro, mas isso vai nos assombrar no futuro, na hora de amar de novo. Enfim, há diferentes maneiras de deixar de amar. Eu acho possível – e louvável – sair da intimidade do outro com um sorriso nos lábios e lágrimas nos olhos. Sair, mas ficar feliz em vê-lo, contente de ouvi-la, ainda ter vontade de contar a essa pessoa que nos conhece tão bem tudo que aconteceu na semana passada, mas escolhendo não contar – por pudor, e porque, afinal, já não cabe.

      Sou capaz de antecipar o olhar de descrédito do leitor e da leitora. Não é assim que funciona, ele ou ela dirá. Se os sentimentos são bons, as pessoas não se separam. Mas isso não é verdade. As pessoas rompem cheias de bons sentimentos, transbordando deles, a ponto de não saber o que fazer com tudo aquilo. Exceto as exceções, exceto os traumas e barbaridades, a gente não deixa de querer de uma hora para outra. A paixão acaba, é certo. O amor, aquele de querer ficar colado para sempre, também acaba. Mas há sentimentos lindos que ainda ligam ex-casais. Tão lindos que entalam na garganta, que temos vontade de abraçar e não largar. Lembra?

      Pois então, respeitemos os nossos sentimentos delicados. As relações terminam, mas isso não é o fim dos afetos. Não há que ter vergonha de gostar da ex que você mesmo deixou, não há problema em pensar com carinho (e sem raiva) naquele desgraçado que não quis continuar. Dentro de nós há tanta coisa ruim que não deveríamos resistir quando se manifesta uma doçura. Melhor abraçá-la bem forte, acolhê-la como um amor que estivesse de volta. Apenas para uma visita, mas, ainda assim, bem-vindo. (Ivan Lins.

Disponível em: http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/ivan-martins/noticia/2016/06/o-tempo-da-delicadeza.html.)

Apenas para uma visita, mas, ainda assim, bem-vindo.” (7º§) A expressão sublinhada pode ser substituída, sem alteração de sentido, por:
Alternativas
Q1098371 Noções de Informática

Considere a seguinte planilha produzida com a ferramenta Microsoft Office Excel 2007 (configuração padrão).


Imagem associada para resolução da questão


Considerando que a “coluna A” está selecionada, se o usuário pressionar o botão Imagem associada para resolução da questão pode-se afirmar que a nova ordem de exibição dos registros será, respectivamente:

Alternativas
Q1098372 Noções de Informática
Considere a planilha produzida com a ferramenta Microsoft Office Excel 2007 (configuração padrão).
Imagem associada para resolução da questão
Pode-se afirmar que para obter os valores das células A1, A2 e A3 foram utilizadas, respectivamente, as funções descritas em: (Considere que o símbolo "|" foi utilizado para separar cada função.)
Alternativas
Q1098373 Noções de Informática
“Na ferramenta Microsoft Office Word 2007 (configuração padrão), um usuário precisa destacar alguns trechos do seu texto de forma que tenha o mesmo efeito da utilização de uma caneta marca-texto em papel.” É correto afirmar que o recurso que realiza esta tarefa denomina-se:
Alternativas
Q1098374 Noções de Informática
Em um computador, a função de um disco rígido é promover
Alternativas
Q1098375 Noções de Informática

Um usuário digitou no prompt de comandos do MS-DOS no seu computador o seguinte comando (considere que o computador do usuário está configurado com todas as permissões de manipulação nos diretórios em questão).


copy c:\*.pdf c:\prova


Pode-se afirmar que com a execução do comando:

Alternativas
Q1098376 Arquitetura

“O Conjunto Arquitetônico da Pampulha, em Belo Horizonte, conquistou, neste domingo (17), o título de Patrimônio Mundial da Humanidade, dado pela Unesco.

É um reconhecimento importantíssimo tanto do ponto de vista da arquitetura nacional, quanto da arquitetura internacional. A Pampulha é um exemplo da criatividade humana e do intercâmbio de ideias entre Brasil e Europa, diz Andrey Schlee, diretor de patrimônio material do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).”

(Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2016/07/1792609-conjunto-da-pampulha-e-declarado-patrimonio-mundial-dahumanidade.shtml.)


O arquiteto responsável pelo projeto desse conjunto arquitetônico, encomendado pelo então prefeito de Belo Horizonte, Juscelino Kubitschek, foi:

Alternativas
Q1098377 Conhecimentos Gerais

“Com nova lei, número de domésticos com FGTS sobe 621% em 1 ano. A PEC das domésticas foi sancionada em junho do ano passado (2015). Além do FGTS, hora-extra e adicional noturno também são obrigatórios. Pouco mais de um ano após a regulamentação dessa Lei Complementar 150, o número de empregados domésticos com Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) aumentou em pouco mais de sete vezes, informou o Ministério do Trabalho.”

(Disponível em: http://g1.globo.com/economia/ seu-dinheiro/pec-das-domesticas/noticia/ 2016/07/com-nova-lei-numero-de-domesticos-comfgts-sobe-621-em-1-ano.html. Adaptado.)


Os novos direitos dos trabalhadores domésticos já entraram em vigor e, para fazer o pagamento do FGTS, INSS e outros encargos, os patrões devem fazer um cadastro num site específico denominado:

Alternativas
Q1098378 Conhecimentos Gerais

“Novos Baianos se reencontram no palco do Fantástico: a formação original do conjunto tocou seus principais sucessos no palco do Show da Vida. A banda sairá em turnê nacional no segundo semestre deste ano. Os Novos Baianos, em sua formação original, subiram no palco do Fantástico para tocar seus principais sucessos e contar detalhes sobre a turnê que irá passar por diversas cidades brasileiras. Não é à toa o crescente interesse das novas gerações pela música e pela filosofia do lendário grupo Novos Baianos, que revolucionou a música dos anos 70, uma forte influência que a juventude brasileira que com talento e ousadia, soube preencher o vazio que se instalava no país naquele momento em que a repressão, a censura, o exílio e até a tortura eram práticas adotadas pelo regime vigente.”

(Disponível em: https://osnovosbaianos.wordpress.com/. Adaptado.)


Um dos fundadores do grupo “Novos Baianos” e que ainda atua na música brasileira foi:

Alternativas
Q1098379 Atualidades

“De longe é linda: cercada de formações espetaculares como o Pão de Açúcar e o Morro da Urca, de Mata Atlântica, ilhas e belas praias que deveriam fazer a alegria de banhistas. Essa é a Baía de Guanabara, no Estado do Rio de Janeiro. De perto sobram muitas garrafas e sacos plásticos, esgoto e muita, muita poluição. Centenas de indústrias e refinarias de petróleo também colaboram para reduzir drasticamente a qualidade do mar. O impacto pode ser notado, por exemplo, pela população de golfinhos. Em 1980, estima-se que eram cerca de 400 na baía, hoje restam apenas 40.”

(Disponível em: http://contario.net/bela-fachada-suja-realidade/.)


Ainda assim, é na Baía de Guanabara que se darão competições aquáticas durante as Olimpíadas de 2016. Especificamente na Marina da Glória, localizada na Baía de Guanabara, uma das mais conhecidas paisagens cariocas, será(ão) realizado(s) o(s) evento(s) de:

Alternativas
Q1098380 Conhecimentos Gerais

“Em ano de eleições municipais ressurge o polêmico embate: o voto deve ser facultativo ou obrigatório? Há quem diga que a permissão do eleitor em decidir em não votar é um risco para o nosso sistema eleitoral. Analistas ainda argumentam que é necessária a obrigatoriedade dos votos devido ao atual cenário político brasileiro, onde a compra de votos ainda reina juntamente com a precária formação política por boa parte da população brasileira.”

(Disponível em: http://gutogiangiulio.jusbrasil.com.br/artigos/142023487/voto-facultativo-x-voto-obrigatorio. Adaptado.)


A atual Constituição do Brasil preconiza que o voto é facultativo apenas para:

Alternativas
Respostas
1: A
2: A
3: C
4: D
5: D
6: D
7: C
8: B
9: A
10: B
11: A
12: A
13: C
14: C
15: B
16: D
17: B
18: D
19: C
20: A