Questões de Concurso Público TJ-MG 2017 para Oficial de Apoio Judicial
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Texto III
BOSTON — Milhares de pessoas participaram de um evento intitulado "Rali da Liberdade de Expressão", em Boston, organizado pela extrema-direita dos EUA, neste sábado à tarde, que levantou preocupação de que o evento se tornasse violento. Ao mesmo tempo, também em Boston, grupos de ativistas realizam um enorme contraprotesto, com dezenas de cartazes em repúdio a ideias nazistas, de supremacia branca e xenófobas.
A manifestação de extrema-direita terminou pouco depois das 15h, mas muitos dos que protestavam contra ela continuaram reunidos na cidade. Às 16h, as ruas próximas ao local da marcha começaram a ser liberadas, mas agentes de segurança continuaram patrulhando a região. Mais de 500 policiais foram deslocados para os locais de protestos, com o objetivo de evitar que a ação da extrema-direita marcada para hoje repita os acontecimentos de Charlottesville, quando dezenas ficaram feridas e uma mulher morreu.
O comissionário da polícia de Boston, William Evans, afirmou que 27 pessoas foram detidas. O número de feridos e propriedades danificadas foi mínimo, segundo o comissário. Houve confronto entre a polícia e os manifestantes que participavam do contraprotesto quando os agentes escoltaram a marcha de extremadireita na principal praça da cidade. Evans estimou em 40 mil o número de manifestantes neste sábado.
A polícia criou uma zona neutra entre as manifestações dos dois grupos e evitou maiores confrontos. Ao menos oito pessoas, aparentemente do grupo contraprotesto, foram detidas, de acordo com a CNN. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tuitou sobre as marchas deste sábado agradecendo às forças de segurança pelo seu trabalho.
Os membros da extrema-direita conseguiram uma autorização da prefeitura de Boston para realizar o encontro, que ocorreu apenas uma semana depois da caótica e assustadora manifestação da extrema-direita no campus da Universidade da Virginia em Charlottesville, que reuniu até mesmo neonazistas, supremacistas brancos e simpatizantes do grupo racista Ku Klux Klan.
— Houve dúvidas sobre por que concedemos uma autorização para o evento — comentou o prefeito de Boston, Marty Walsh, na sexta-feira. — Os tribunais tornaram bem claro. Eles têm o direito de se reunir, não importa quão repugnantes sejam suas opiniões. Mas eles não têm o direito de criar ambientes inseguros. Eles têm direito à liberdade de expressão. Em troca, eles têm que respeitar nossa cidade.
Os organizadores do evento da extrema-direita em Boston disseram que o encontro deste sábado não é solidário com os supremacistas brancos, mas a polícia instalou novas câmeras de vigilância na região e colocou restrições ao evento — como a proibição de mochilas, varas e outras armas em potencial — na esperança de evitar a violência.
— Não queremos que se repita o que aconteceu em Charlottesville — disse o comissário de polícia de Boston, William Evans, em uma coletiva de imprensa na sexta-feira. — Boston está muito unida. Temos uma cidade que não tolera o ódio e a intolerância.
Disponível em: < https://oglobo.globo.com/mundo/dois-protestos-contra-a-favor-de-supremacia-branca-tomam-boston-21724865#ixzz4qO9eFJMS > Acesso em 19/08/2017