Questões de Concurso Público Câmara de Belo Horizonte - MG 2018 para Consultor Legislativo - Ciências Sociais e Políticas

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Q872459 Serviço Social

Barroso (2009), tratando da historicidade dos direitos humanos e, especificamente, da configuração moderna desses direitos, reitera que tal configuração retira-os do campo da transcendência e os inscreve na “práxis sócio-histórica, ou seja, no lugar das ações humanas conscientes dirigidas à luta contra a desigualdade”. Neste sentido, a luta pelos direitos humanos incorpora conquistas que “não pertencem exclusivamente à burguesia”, mas inscrevendo-se no contexto da sociedade burguesa (no capitalismo contemporâneo), tais direitos apresentam contradições. Sob a égide da ideologia neoliberal, o discurso universal abstrato dos direitos humanos se torna a forma de pensar dominante e o que se tem é uma situação de “perda relativa de conquistas no campo dos direitos humanos”, que apresenta algumas características. Analise-as.


I. A pobreza se mantém restrita aos “países do sul” – que não se inscrevem entre os desenvolvidos.

II. Enxugamento do Estado, diminuindo gastos com programas e serviços públicos de atendimento a necessidades como saúde, educação, habitação, previdência (etc), que passam para a iniciativa privada ou para a filantropia.

III. Miséria material e espiritual.

IV. Desproteção social e insegurança generalizadas, fragilizando a saúde, gerando formas de violência inimagináveis.

V. Refluxo da organização política dos trabalhadores, rebatendo nos movimentos e reproduzindo uma descrença generalizada na política.

VI. Políticas de criminalização da pobreza, culpabilização dos pobres por sua situação social, caminhando lado a lado com a naturalização da pobreza e da “tolerância zero”: segregação dos que “a priori” são culpados – negros, imigrantes, homossexuais, usuários de drogas, os “diferentes”.

VII. Cultura de desigualdade e violência para os direitos humanos, se mostrando na intolerância religiosa, limpezas étnicas, genocídios, estupros coletivos, crimes por ódio discriminatório.

VIII. Ganha vigor a defesa dos direitos humanos que, sob a acusação de “defesa de bandidos”, oferece aos profissionais e militantes que defendem as populações segregadas socialmente, mais legitimidade nos espaços de lutas.


Estão corretas apenas as afirmativas

Alternativas
Q872460 Serviço Social
Entre as dimensões da Política Nacional de Assistência Social – PNAS – estão a “intersetorialidade”, a ampliação dos “usuários” da política, a “abordagem territorial” como base de organização do sistema de proteção básica ou especial, entre outras. A respeito dos usuários da Política de Assistência Social, Couto, Raichelis, Silva e Yasbek (2009) apresentam algumas problematizações que devem ser debatidas. Assinale a alternativa INCORRETA.
Alternativas
Q872461 Serviço Social
Couto, Raichelis, Silva e Yasbek (2009), ao tratarem da abordagem territorial da política de Assistência Social, elencam questões consideradas importantes. A primeira relaciona-se às ações que reforçam os “territórios homogêneos de pobreza”, a segunda diz respeito às “vulnerabilidades sociais” dos usuários e a terceira refere-se às “noções de risco e vulnerabilidade social”. No que diz respeito à segunda questão, são consideradas vulnerabilidades que não têm origem na dinâmica social, EXCETO:
Alternativas
Q872462 Serviço Social
Em 2006, ano em que o Estatuto da Criança e do Adolescente completou 16 anos, o Governo Federal, através da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República e do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, criou o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo – SINASE, que tem como objetivo central “frear o crescente número de medidas socioeducativas que privilegiam a internação” e trabalhar para “incentivar, através da esfera federal, os governos estaduais e municipais a apoiarem a descentralização das medidas de meio aberto”. São princípios básicos da implantação do Sistema: fazer cumprir a disposição dos artigos 227 da Constituição Federal e o 4º do Estatuto da Criança e do Adolescente. Neste sentido, o marco legal se baseia, segundo Silva e Silva (2009), em, EXCETO:
Alternativas
Q872463 Serviço Social

Freire (2009), no artigo “Mídia, Violência e Questão Social: a pedagogia do capital”, como parte das análises construídas no observatório de Direitos Humanos do Programa de Estudos de América Latina e Caribe (PROEALC) do Centro de Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, tem como referência “o fato de que a mídia contribui para a divulgação e consequente construção de consensos de diversas representações sociais sobre violência [...]”. Ao longo de sua exposição, Freire se apoia em outros autores para detalhar “Mídia, Violência e Formas de Enfrentamento da Questão Social”. Citando Marilena Chauí (2006), adverte sobre a mídia:


I. Ao identificar socialmente a violência como obra do bandido, mantém a separação entre “nós brasileiros de bem” e “eles”, reforçando a ideia de que a violência se localiza em determinados grupos sociais.

II. Relaciona as questões éticas, políticas e as desigualdades sociais com a violência de forma distinta, não as considerando como forma de violência, mas, sim, elementos que demonstram a fragilidade das instituições para o enfrentamento da mesma.


Neste sentido, a imprensa configura-se, cada vez mais, como “parceira poderosa” do:

Alternativas
Respostas
11: D
12: A
13: A
14: C
15: A