O caso clínico a seguir contextualiza a questão. Leia-o atentamente.
AS, sexo feminino, 62 anos, viúva, 3 filhos, funcionária pública aposentada. Mora sozinha. Trazida pela filha em consulta que
afirma que a paciente se mudou três vezes de residência em um único ano. Comunicou aos filhos que se mudaria, pois o vizinho
estava invadindo a sua casa na sua ausência, pois ele fez uma cópia de sua chave. Mudou-se para um apartamento; afirma que
em novo endereço as peças de seu carro foram trocadas por peças velhas: “três homens invadiram e trocaram as peças do meu
carro”. Mudou-se novamente; em novo prédio passou a apresentar crises ansiosas, insônia e hiporexia afirma que não tem paz
em casa, uma vez que dois vizinhos colocaram câmera no seu apartamento e querem fazer de tudo para tirá-la do condomínio.
Exames laboratoriais e de imagem sem alterações. Filha nega histórico de doença psiquiátrica prévia. Tem apresentado prejuízo
funcional, uma vez que devido aomedo e crises de ansiedade tem evitado sair; parou de frequentar a igreja e o serviço voluntário;
por vezes, dorme na casa da filha com receio de invadirem o seu apartamento durante a madrugada. Afirma ficar triste, porque
nunca causou mal a ninguém para ser perseguida dessa forma. Tio materno com esquizofrenia; nega histórico de abuso de álcool
ou drogas.