Questões de Concurso Público Prefeitura de Passira - PE 2020 para Médico - Plantonista
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TEXTO I
Do bom uso do relativismo
Hoje, pela multimídia, imagens e gentes do mundo inteiro nos entram pelos telhados, portas e janelas e convivem conosco. É o efeito das redes globalizadas de comunicação. A primeira reação é de perplexidade que pode provocar duas atitudes: ou de interesse para melhor conhecer, que implica abertura e diálogo, ou de distanciamento, que pressupõe fechar o espírito e excluir. De todas as formas, surge uma percepção incontornável: nosso modo de ser não é o único. Há gente que, sem deixar de ser gente, é diferente.
Quer dizer, nosso modo de ser, de habitar o mundo, de pensar, de valorar e de comer não é absoluto. Há mil
outras formas diferentes de sermos humanos, desde a forma dos esquimós siberianos, passando pelos yanomamis
do Brasil, até chegarmos aos sofisticados moradores de Alphavilles, onde se resguardam as elites opulentas e
amedrontadas. O mesmo vale para as diferenças de cultura, de língua, de religião, de ética e de lazer.
Deste fato surge, de imediato, o relativismo em dois sentidos: primeiro, importa relativizar todos os modos de
ser; nenhum deles é absoluto a ponto de invalidar os demais; impõe-se também a atitude de respeito e de acolhida da
diferença porque, pelo simples fato de estar-aí, goza de direito de existir e de coexistir; segundo, o relativo quer
expressar o fato de que todos estão de alguma forma relacionados. Eles não podem ser pensados
independentemente uns dos outros, porque todos são portadores da mesma humanidade.
Devemos alargar a compreensão do humano para além de nossa concretização. Somos uma geossociedade
una, múltipla e diferente.
Todas estas manifestações humanas são portadoras de valor e de verdade. Mas são um valor e uma verdade
relativos, vale dizer, relacionados uns aos outros, autoimplicados, sendo que nenhum deles, tomado em si, é absoluto.
Então não há verdade absoluta? Vale o everything goes de alguns pós-modernos? Quer dizer, o “vale tudo”?
Não é o vale tudo. Tudo vale na medida em que mantém relação com os outros, respeitando-os em sua diferença.
Cada um é portador de verdade mas ninguém pode ter o monopólio dela. Todos, de alguma forma, participam da
verdade. Mas podem crescer para uma verdade mais plena, na medida em que mais e mais se abrem uns aos outros.
Bem em dizia o poeta espanhol António Machado: “Não a tua verdade. A verdade. Vem comigo buscá-la. A tua,
guarde-a”. Se a buscarmos juntos, no diálogo e na cordialidade, então mais e mais desaparece a minha verdade para
dar lugar à Verdade comungada por todos.
A ilusão do Ocidente é de imaginar que a única janela que dá acesso à verdade, à religião verdadeira, à
autêntica cultura e ao saber crítico é o seu modo de ver e de viver. As demais janelas apenas mostram paisagens
distorcidas. Ele se condena a um fundamentalismo visceral que o fez, outrora, organizar massacres ao impor a sua
religião e, hoje, guerras para forçar a democracia no Iraque e no Afeganistão.
Devemos fazer o bom uso do relativismo, inspirados na culinária. Há uma só culinária, a que prepara os
alimentos humanos. Mas ela se concretiza em muitas formas, as várias cozinhas: a mineira, a nordestina, a japonesa,
a chinesa, a mexicana e outras. Ninguém pode dizer que só uma é a verdadeira e gostosa e as outras não. Todas são
gostosas do seu jeito e todas mostram a extraordinária versatilidade da arte culinária. Por que com a verdade deveria
ser diferente?
LEONARDO BOFF - http://alainet.org
Vocabulário:
Alphavilles: condomínios de luxo
everything goes: literalmente, “todas as coisas vão”; equivale à expressão “vale tudo”Do bom uso do relativismo
TEXTO I
Do bom uso do relativismo
Hoje, pela multimídia, imagens e gentes do mundo inteiro nos entram pelos telhados, portas e janelas e convivem conosco. É o efeito das redes globalizadas de comunicação. A primeira reação é de perplexidade que pode provocar duas atitudes: ou de interesse para melhor conhecer, que implica abertura e diálogo, ou de distanciamento, que pressupõe fechar o espírito e excluir. De todas as formas, surge uma percepção incontornável: nosso modo de ser não é o único. Há gente que, sem deixar de ser gente, é diferente.
Quer dizer, nosso modo de ser, de habitar o mundo, de pensar, de valorar e de comer não é absoluto. Há mil
outras formas diferentes de sermos humanos, desde a forma dos esquimós siberianos, passando pelos yanomamis
do Brasil, até chegarmos aos sofisticados moradores de Alphavilles, onde se resguardam as elites opulentas e
amedrontadas. O mesmo vale para as diferenças de cultura, de língua, de religião, de ética e de lazer.
Deste fato surge, de imediato, o relativismo em dois sentidos: primeiro, importa relativizar todos os modos de
ser; nenhum deles é absoluto a ponto de invalidar os demais; impõe-se também a atitude de respeito e de acolhida da
diferença porque, pelo simples fato de estar-aí, goza de direito de existir e de coexistir; segundo, o relativo quer
expressar o fato de que todos estão de alguma forma relacionados. Eles não podem ser pensados
independentemente uns dos outros, porque todos são portadores da mesma humanidade.
Devemos alargar a compreensão do humano para além de nossa concretização. Somos uma geossociedade
una, múltipla e diferente.
Todas estas manifestações humanas são portadoras de valor e de verdade. Mas são um valor e uma verdade
relativos, vale dizer, relacionados uns aos outros, autoimplicados, sendo que nenhum deles, tomado em si, é absoluto.
Então não há verdade absoluta? Vale o everything goes de alguns pós-modernos? Quer dizer, o “vale tudo”?
Não é o vale tudo. Tudo vale na medida em que mantém relação com os outros, respeitando-os em sua diferença.
Cada um é portador de verdade mas ninguém pode ter o monopólio dela. Todos, de alguma forma, participam da
verdade. Mas podem crescer para uma verdade mais plena, na medida em que mais e mais se abrem uns aos outros.
Bem em dizia o poeta espanhol António Machado: “Não a tua verdade. A verdade. Vem comigo buscá-la. A tua,
guarde-a”. Se a buscarmos juntos, no diálogo e na cordialidade, então mais e mais desaparece a minha verdade para
dar lugar à Verdade comungada por todos.
A ilusão do Ocidente é de imaginar que a única janela que dá acesso à verdade, à religião verdadeira, à
autêntica cultura e ao saber crítico é o seu modo de ver e de viver. As demais janelas apenas mostram paisagens
distorcidas. Ele se condena a um fundamentalismo visceral que o fez, outrora, organizar massacres ao impor a sua
religião e, hoje, guerras para forçar a democracia no Iraque e no Afeganistão.
Devemos fazer o bom uso do relativismo, inspirados na culinária. Há uma só culinária, a que prepara os
alimentos humanos. Mas ela se concretiza em muitas formas, as várias cozinhas: a mineira, a nordestina, a japonesa,
a chinesa, a mexicana e outras. Ninguém pode dizer que só uma é a verdadeira e gostosa e as outras não. Todas são
gostosas do seu jeito e todas mostram a extraordinária versatilidade da arte culinária. Por que com a verdade deveria
ser diferente?
LEONARDO BOFF - http://alainet.org
Vocabulário:
Alphavilles: condomínios de luxo
everything goes: literalmente, “todas as coisas vão”; equivale à expressão “vale tudo”Do bom uso do relativismo
TEXTO I
Do bom uso do relativismo
Hoje, pela multimídia, imagens e gentes do mundo inteiro nos entram pelos telhados, portas e janelas e convivem conosco. É o efeito das redes globalizadas de comunicação. A primeira reação é de perplexidade que pode provocar duas atitudes: ou de interesse para melhor conhecer, que implica abertura e diálogo, ou de distanciamento, que pressupõe fechar o espírito e excluir. De todas as formas, surge uma percepção incontornável: nosso modo de ser não é o único. Há gente que, sem deixar de ser gente, é diferente.
Quer dizer, nosso modo de ser, de habitar o mundo, de pensar, de valorar e de comer não é absoluto. Há mil
outras formas diferentes de sermos humanos, desde a forma dos esquimós siberianos, passando pelos yanomamis
do Brasil, até chegarmos aos sofisticados moradores de Alphavilles, onde se resguardam as elites opulentas e
amedrontadas. O mesmo vale para as diferenças de cultura, de língua, de religião, de ética e de lazer.
Deste fato surge, de imediato, o relativismo em dois sentidos: primeiro, importa relativizar todos os modos de
ser; nenhum deles é absoluto a ponto de invalidar os demais; impõe-se também a atitude de respeito e de acolhida da
diferença porque, pelo simples fato de estar-aí, goza de direito de existir e de coexistir; segundo, o relativo quer
expressar o fato de que todos estão de alguma forma relacionados. Eles não podem ser pensados
independentemente uns dos outros, porque todos são portadores da mesma humanidade.
Devemos alargar a compreensão do humano para além de nossa concretização. Somos uma geossociedade
una, múltipla e diferente.
Todas estas manifestações humanas são portadoras de valor e de verdade. Mas são um valor e uma verdade
relativos, vale dizer, relacionados uns aos outros, autoimplicados, sendo que nenhum deles, tomado em si, é absoluto.
Então não há verdade absoluta? Vale o everything goes de alguns pós-modernos? Quer dizer, o “vale tudo”?
Não é o vale tudo. Tudo vale na medida em que mantém relação com os outros, respeitando-os em sua diferença.
Cada um é portador de verdade mas ninguém pode ter o monopólio dela. Todos, de alguma forma, participam da
verdade. Mas podem crescer para uma verdade mais plena, na medida em que mais e mais se abrem uns aos outros.
Bem em dizia o poeta espanhol António Machado: “Não a tua verdade. A verdade. Vem comigo buscá-la. A tua,
guarde-a”. Se a buscarmos juntos, no diálogo e na cordialidade, então mais e mais desaparece a minha verdade para
dar lugar à Verdade comungada por todos.
A ilusão do Ocidente é de imaginar que a única janela que dá acesso à verdade, à religião verdadeira, à
autêntica cultura e ao saber crítico é o seu modo de ver e de viver. As demais janelas apenas mostram paisagens
distorcidas. Ele se condena a um fundamentalismo visceral que o fez, outrora, organizar massacres ao impor a sua
religião e, hoje, guerras para forçar a democracia no Iraque e no Afeganistão.
Devemos fazer o bom uso do relativismo, inspirados na culinária. Há uma só culinária, a que prepara os
alimentos humanos. Mas ela se concretiza em muitas formas, as várias cozinhas: a mineira, a nordestina, a japonesa,
a chinesa, a mexicana e outras. Ninguém pode dizer que só uma é a verdadeira e gostosa e as outras não. Todas são
gostosas do seu jeito e todas mostram a extraordinária versatilidade da arte culinária. Por que com a verdade deveria
ser diferente?
LEONARDO BOFF - http://alainet.org
Vocabulário:
Alphavilles: condomínios de luxo
everything goes: literalmente, “todas as coisas vão”; equivale à expressão “vale tudo”Do bom uso do relativismo
TEXTO I
Do bom uso do relativismo
Hoje, pela multimídia, imagens e gentes do mundo inteiro nos entram pelos telhados, portas e janelas e convivem conosco. É o efeito das redes globalizadas de comunicação. A primeira reação é de perplexidade que pode provocar duas atitudes: ou de interesse para melhor conhecer, que implica abertura e diálogo, ou de distanciamento, que pressupõe fechar o espírito e excluir. De todas as formas, surge uma percepção incontornável: nosso modo de ser não é o único. Há gente que, sem deixar de ser gente, é diferente.
Quer dizer, nosso modo de ser, de habitar o mundo, de pensar, de valorar e de comer não é absoluto. Há mil
outras formas diferentes de sermos humanos, desde a forma dos esquimós siberianos, passando pelos yanomamis
do Brasil, até chegarmos aos sofisticados moradores de Alphavilles, onde se resguardam as elites opulentas e
amedrontadas. O mesmo vale para as diferenças de cultura, de língua, de religião, de ética e de lazer.
Deste fato surge, de imediato, o relativismo em dois sentidos: primeiro, importa relativizar todos os modos de
ser; nenhum deles é absoluto a ponto de invalidar os demais; impõe-se também a atitude de respeito e de acolhida da
diferença porque, pelo simples fato de estar-aí, goza de direito de existir e de coexistir; segundo, o relativo quer
expressar o fato de que todos estão de alguma forma relacionados. Eles não podem ser pensados
independentemente uns dos outros, porque todos são portadores da mesma humanidade.
Devemos alargar a compreensão do humano para além de nossa concretização. Somos uma geossociedade
una, múltipla e diferente.
Todas estas manifestações humanas são portadoras de valor e de verdade. Mas são um valor e uma verdade
relativos, vale dizer, relacionados uns aos outros, autoimplicados, sendo que nenhum deles, tomado em si, é absoluto.
Então não há verdade absoluta? Vale o everything goes de alguns pós-modernos? Quer dizer, o “vale tudo”?
Não é o vale tudo. Tudo vale na medida em que mantém relação com os outros, respeitando-os em sua diferença.
Cada um é portador de verdade mas ninguém pode ter o monopólio dela. Todos, de alguma forma, participam da
verdade. Mas podem crescer para uma verdade mais plena, na medida em que mais e mais se abrem uns aos outros.
Bem em dizia o poeta espanhol António Machado: “Não a tua verdade. A verdade. Vem comigo buscá-la. A tua,
guarde-a”. Se a buscarmos juntos, no diálogo e na cordialidade, então mais e mais desaparece a minha verdade para
dar lugar à Verdade comungada por todos.
A ilusão do Ocidente é de imaginar que a única janela que dá acesso à verdade, à religião verdadeira, à
autêntica cultura e ao saber crítico é o seu modo de ver e de viver. As demais janelas apenas mostram paisagens
distorcidas. Ele se condena a um fundamentalismo visceral que o fez, outrora, organizar massacres ao impor a sua
religião e, hoje, guerras para forçar a democracia no Iraque e no Afeganistão.
Devemos fazer o bom uso do relativismo, inspirados na culinária. Há uma só culinária, a que prepara os
alimentos humanos. Mas ela se concretiza em muitas formas, as várias cozinhas: a mineira, a nordestina, a japonesa,
a chinesa, a mexicana e outras. Ninguém pode dizer que só uma é a verdadeira e gostosa e as outras não. Todas são
gostosas do seu jeito e todas mostram a extraordinária versatilidade da arte culinária. Por que com a verdade deveria
ser diferente?
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Vocabulário:
Alphavilles: condomínios de luxo
everything goes: literalmente, “todas as coisas vão”; equivale à expressão “vale tudo”Do bom uso do relativismo
TEXTO I
Do bom uso do relativismo
Hoje, pela multimídia, imagens e gentes do mundo inteiro nos entram pelos telhados, portas e janelas e convivem conosco. É o efeito das redes globalizadas de comunicação. A primeira reação é de perplexidade que pode provocar duas atitudes: ou de interesse para melhor conhecer, que implica abertura e diálogo, ou de distanciamento, que pressupõe fechar o espírito e excluir. De todas as formas, surge uma percepção incontornável: nosso modo de ser não é o único. Há gente que, sem deixar de ser gente, é diferente.
Quer dizer, nosso modo de ser, de habitar o mundo, de pensar, de valorar e de comer não é absoluto. Há mil
outras formas diferentes de sermos humanos, desde a forma dos esquimós siberianos, passando pelos yanomamis
do Brasil, até chegarmos aos sofisticados moradores de Alphavilles, onde se resguardam as elites opulentas e
amedrontadas. O mesmo vale para as diferenças de cultura, de língua, de religião, de ética e de lazer.
Deste fato surge, de imediato, o relativismo em dois sentidos: primeiro, importa relativizar todos os modos de
ser; nenhum deles é absoluto a ponto de invalidar os demais; impõe-se também a atitude de respeito e de acolhida da
diferença porque, pelo simples fato de estar-aí, goza de direito de existir e de coexistir; segundo, o relativo quer
expressar o fato de que todos estão de alguma forma relacionados. Eles não podem ser pensados
independentemente uns dos outros, porque todos são portadores da mesma humanidade.
Devemos alargar a compreensão do humano para além de nossa concretização. Somos uma geossociedade
una, múltipla e diferente.
Todas estas manifestações humanas são portadoras de valor e de verdade. Mas são um valor e uma verdade
relativos, vale dizer, relacionados uns aos outros, autoimplicados, sendo que nenhum deles, tomado em si, é absoluto.
Então não há verdade absoluta? Vale o everything goes de alguns pós-modernos? Quer dizer, o “vale tudo”?
Não é o vale tudo. Tudo vale na medida em que mantém relação com os outros, respeitando-os em sua diferença.
Cada um é portador de verdade mas ninguém pode ter o monopólio dela. Todos, de alguma forma, participam da
verdade. Mas podem crescer para uma verdade mais plena, na medida em que mais e mais se abrem uns aos outros.
Bem em dizia o poeta espanhol António Machado: “Não a tua verdade. A verdade. Vem comigo buscá-la. A tua,
guarde-a”. Se a buscarmos juntos, no diálogo e na cordialidade, então mais e mais desaparece a minha verdade para
dar lugar à Verdade comungada por todos.
A ilusão do Ocidente é de imaginar que a única janela que dá acesso à verdade, à religião verdadeira, à
autêntica cultura e ao saber crítico é o seu modo de ver e de viver. As demais janelas apenas mostram paisagens
distorcidas. Ele se condena a um fundamentalismo visceral que o fez, outrora, organizar massacres ao impor a sua
religião e, hoje, guerras para forçar a democracia no Iraque e no Afeganistão.
Devemos fazer o bom uso do relativismo, inspirados na culinária. Há uma só culinária, a que prepara os
alimentos humanos. Mas ela se concretiza em muitas formas, as várias cozinhas: a mineira, a nordestina, a japonesa,
a chinesa, a mexicana e outras. Ninguém pode dizer que só uma é a verdadeira e gostosa e as outras não. Todas são
gostosas do seu jeito e todas mostram a extraordinária versatilidade da arte culinária. Por que com a verdade deveria
ser diferente?
LEONARDO BOFF - http://alainet.org
Vocabulário:
Alphavilles: condomínios de luxo
everything goes: literalmente, “todas as coisas vão”; equivale à expressão “vale tudo”Do bom uso do relativismo
TEXTO I
Do bom uso do relativismo
Hoje, pela multimídia, imagens e gentes do mundo inteiro nos entram pelos telhados, portas e janelas e convivem conosco. É o efeito das redes globalizadas de comunicação. A primeira reação é de perplexidade que pode provocar duas atitudes: ou de interesse para melhor conhecer, que implica abertura e diálogo, ou de distanciamento, que pressupõe fechar o espírito e excluir. De todas as formas, surge uma percepção incontornável: nosso modo de ser não é o único. Há gente que, sem deixar de ser gente, é diferente.
Quer dizer, nosso modo de ser, de habitar o mundo, de pensar, de valorar e de comer não é absoluto. Há mil
outras formas diferentes de sermos humanos, desde a forma dos esquimós siberianos, passando pelos yanomamis
do Brasil, até chegarmos aos sofisticados moradores de Alphavilles, onde se resguardam as elites opulentas e
amedrontadas. O mesmo vale para as diferenças de cultura, de língua, de religião, de ética e de lazer.
Deste fato surge, de imediato, o relativismo em dois sentidos: primeiro, importa relativizar todos os modos de
ser; nenhum deles é absoluto a ponto de invalidar os demais; impõe-se também a atitude de respeito e de acolhida da
diferença porque, pelo simples fato de estar-aí, goza de direito de existir e de coexistir; segundo, o relativo quer
expressar o fato de que todos estão de alguma forma relacionados. Eles não podem ser pensados
independentemente uns dos outros, porque todos são portadores da mesma humanidade.
Devemos alargar a compreensão do humano para além de nossa concretização. Somos uma geossociedade
una, múltipla e diferente.
Todas estas manifestações humanas são portadoras de valor e de verdade. Mas são um valor e uma verdade
relativos, vale dizer, relacionados uns aos outros, autoimplicados, sendo que nenhum deles, tomado em si, é absoluto.
Então não há verdade absoluta? Vale o everything goes de alguns pós-modernos? Quer dizer, o “vale tudo”?
Não é o vale tudo. Tudo vale na medida em que mantém relação com os outros, respeitando-os em sua diferença.
Cada um é portador de verdade mas ninguém pode ter o monopólio dela. Todos, de alguma forma, participam da
verdade. Mas podem crescer para uma verdade mais plena, na medida em que mais e mais se abrem uns aos outros.
Bem em dizia o poeta espanhol António Machado: “Não a tua verdade. A verdade. Vem comigo buscá-la. A tua,
guarde-a”. Se a buscarmos juntos, no diálogo e na cordialidade, então mais e mais desaparece a minha verdade para
dar lugar à Verdade comungada por todos.
A ilusão do Ocidente é de imaginar que a única janela que dá acesso à verdade, à religião verdadeira, à
autêntica cultura e ao saber crítico é o seu modo de ver e de viver. As demais janelas apenas mostram paisagens
distorcidas. Ele se condena a um fundamentalismo visceral que o fez, outrora, organizar massacres ao impor a sua
religião e, hoje, guerras para forçar a democracia no Iraque e no Afeganistão.
Devemos fazer o bom uso do relativismo, inspirados na culinária. Há uma só culinária, a que prepara os
alimentos humanos. Mas ela se concretiza em muitas formas, as várias cozinhas: a mineira, a nordestina, a japonesa,
a chinesa, a mexicana e outras. Ninguém pode dizer que só uma é a verdadeira e gostosa e as outras não. Todas são
gostosas do seu jeito e todas mostram a extraordinária versatilidade da arte culinária. Por que com a verdade deveria
ser diferente?
LEONARDO BOFF - http://alainet.org
Vocabulário:
Alphavilles: condomínios de luxo
everything goes: literalmente, “todas as coisas vão”; equivale à expressão “vale tudo”Do bom uso do relativismo
TEXTO I
Do bom uso do relativismo
Hoje, pela multimídia, imagens e gentes do mundo inteiro nos entram pelos telhados, portas e janelas e convivem conosco. É o efeito das redes globalizadas de comunicação. A primeira reação é de perplexidade que pode provocar duas atitudes: ou de interesse para melhor conhecer, que implica abertura e diálogo, ou de distanciamento, que pressupõe fechar o espírito e excluir. De todas as formas, surge uma percepção incontornável: nosso modo de ser não é o único. Há gente que, sem deixar de ser gente, é diferente.
Quer dizer, nosso modo de ser, de habitar o mundo, de pensar, de valorar e de comer não é absoluto. Há mil
outras formas diferentes de sermos humanos, desde a forma dos esquimós siberianos, passando pelos yanomamis
do Brasil, até chegarmos aos sofisticados moradores de Alphavilles, onde se resguardam as elites opulentas e
amedrontadas. O mesmo vale para as diferenças de cultura, de língua, de religião, de ética e de lazer.
Deste fato surge, de imediato, o relativismo em dois sentidos: primeiro, importa relativizar todos os modos de
ser; nenhum deles é absoluto a ponto de invalidar os demais; impõe-se também a atitude de respeito e de acolhida da
diferença porque, pelo simples fato de estar-aí, goza de direito de existir e de coexistir; segundo, o relativo quer
expressar o fato de que todos estão de alguma forma relacionados. Eles não podem ser pensados
independentemente uns dos outros, porque todos são portadores da mesma humanidade.
Devemos alargar a compreensão do humano para além de nossa concretização. Somos uma geossociedade
una, múltipla e diferente.
Todas estas manifestações humanas são portadoras de valor e de verdade. Mas são um valor e uma verdade
relativos, vale dizer, relacionados uns aos outros, autoimplicados, sendo que nenhum deles, tomado em si, é absoluto.
Então não há verdade absoluta? Vale o everything goes de alguns pós-modernos? Quer dizer, o “vale tudo”?
Não é o vale tudo. Tudo vale na medida em que mantém relação com os outros, respeitando-os em sua diferença.
Cada um é portador de verdade mas ninguém pode ter o monopólio dela. Todos, de alguma forma, participam da
verdade. Mas podem crescer para uma verdade mais plena, na medida em que mais e mais se abrem uns aos outros.
Bem em dizia o poeta espanhol António Machado: “Não a tua verdade. A verdade. Vem comigo buscá-la. A tua,
guarde-a”. Se a buscarmos juntos, no diálogo e na cordialidade, então mais e mais desaparece a minha verdade para
dar lugar à Verdade comungada por todos.
A ilusão do Ocidente é de imaginar que a única janela que dá acesso à verdade, à religião verdadeira, à
autêntica cultura e ao saber crítico é o seu modo de ver e de viver. As demais janelas apenas mostram paisagens
distorcidas. Ele se condena a um fundamentalismo visceral que o fez, outrora, organizar massacres ao impor a sua
religião e, hoje, guerras para forçar a democracia no Iraque e no Afeganistão.
Devemos fazer o bom uso do relativismo, inspirados na culinária. Há uma só culinária, a que prepara os
alimentos humanos. Mas ela se concretiza em muitas formas, as várias cozinhas: a mineira, a nordestina, a japonesa,
a chinesa, a mexicana e outras. Ninguém pode dizer que só uma é a verdadeira e gostosa e as outras não. Todas são
gostosas do seu jeito e todas mostram a extraordinária versatilidade da arte culinária. Por que com a verdade deveria
ser diferente?
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Vocabulário:
Alphavilles: condomínios de luxo
everything goes: literalmente, “todas as coisas vão”; equivale à expressão “vale tudo”Do bom uso do relativismo
TEXTO I
Do bom uso do relativismo
Hoje, pela multimídia, imagens e gentes do mundo inteiro nos entram pelos telhados, portas e janelas e convivem conosco. É o efeito das redes globalizadas de comunicação. A primeira reação é de perplexidade que pode provocar duas atitudes: ou de interesse para melhor conhecer, que implica abertura e diálogo, ou de distanciamento, que pressupõe fechar o espírito e excluir. De todas as formas, surge uma percepção incontornável: nosso modo de ser não é o único. Há gente que, sem deixar de ser gente, é diferente.
Quer dizer, nosso modo de ser, de habitar o mundo, de pensar, de valorar e de comer não é absoluto. Há mil
outras formas diferentes de sermos humanos, desde a forma dos esquimós siberianos, passando pelos yanomamis
do Brasil, até chegarmos aos sofisticados moradores de Alphavilles, onde se resguardam as elites opulentas e
amedrontadas. O mesmo vale para as diferenças de cultura, de língua, de religião, de ética e de lazer.
Deste fato surge, de imediato, o relativismo em dois sentidos: primeiro, importa relativizar todos os modos de
ser; nenhum deles é absoluto a ponto de invalidar os demais; impõe-se também a atitude de respeito e de acolhida da
diferença porque, pelo simples fato de estar-aí, goza de direito de existir e de coexistir; segundo, o relativo quer
expressar o fato de que todos estão de alguma forma relacionados. Eles não podem ser pensados
independentemente uns dos outros, porque todos são portadores da mesma humanidade.
Devemos alargar a compreensão do humano para além de nossa concretização. Somos uma geossociedade
una, múltipla e diferente.
Todas estas manifestações humanas são portadoras de valor e de verdade. Mas são um valor e uma verdade
relativos, vale dizer, relacionados uns aos outros, autoimplicados, sendo que nenhum deles, tomado em si, é absoluto.
Então não há verdade absoluta? Vale o everything goes de alguns pós-modernos? Quer dizer, o “vale tudo”?
Não é o vale tudo. Tudo vale na medida em que mantém relação com os outros, respeitando-os em sua diferença.
Cada um é portador de verdade mas ninguém pode ter o monopólio dela. Todos, de alguma forma, participam da
verdade. Mas podem crescer para uma verdade mais plena, na medida em que mais e mais se abrem uns aos outros.
Bem em dizia o poeta espanhol António Machado: “Não a tua verdade. A verdade. Vem comigo buscá-la. A tua,
guarde-a”. Se a buscarmos juntos, no diálogo e na cordialidade, então mais e mais desaparece a minha verdade para
dar lugar à Verdade comungada por todos.
A ilusão do Ocidente é de imaginar que a única janela que dá acesso à verdade, à religião verdadeira, à
autêntica cultura e ao saber crítico é o seu modo de ver e de viver. As demais janelas apenas mostram paisagens
distorcidas. Ele se condena a um fundamentalismo visceral que o fez, outrora, organizar massacres ao impor a sua
religião e, hoje, guerras para forçar a democracia no Iraque e no Afeganistão.
Devemos fazer o bom uso do relativismo, inspirados na culinária. Há uma só culinária, a que prepara os
alimentos humanos. Mas ela se concretiza em muitas formas, as várias cozinhas: a mineira, a nordestina, a japonesa,
a chinesa, a mexicana e outras. Ninguém pode dizer que só uma é a verdadeira e gostosa e as outras não. Todas são
gostosas do seu jeito e todas mostram a extraordinária versatilidade da arte culinária. Por que com a verdade deveria
ser diferente?
LEONARDO BOFF - http://alainet.org
Vocabulário:
Alphavilles: condomínios de luxo
everything goes: literalmente, “todas as coisas vão”; equivale à expressão “vale tudo”Do bom uso do relativismo
TEXTO II
Anarquistas e supremacistas brancos são grandes ameaças terroristas nos EUA (DHS)
Os supremacistas brancos e anarquistas representam uma importante ameaça terrorista interna nos Estados Unidos, e poderiam gerar violência em eventos ligados às eleições de 3 de novembro, advertiu nesta terça-feira o Departamento de Segurança Interna (DHS).
Um relatório bastante aguardado sobre as ameaças à segurança no país aponta que os supremacistas brancos foram responsáveis por 39 das 48 mortes atribuídas à violência extremista doméstica em 2018-2019, enquanto outras categorias de extremistas foram responsáveis pelo restante. Mas segundo o DHS, anarquistas e antigovernamentais (aqueles que protestam contra a polícia e o racismo) representam uma nova ameaça.
O secretário interino de Segurança Interna, Chad Wolf, assinala no prefácio do documento: "Em setembro de 2019, começamos a observar uma nova e alarmante tendência de exploração dos protestos legais por esses grupos, causando violência, morte e destruição nas comunidades americanas".
Wolf cita 300 agentes da lei feridos durante os protestos, que, segundo ele, "representam uma ameaça significativa à pátria, ao prejudicarem a segurança pública e a dos oficiais".
O relatório, que sofreu um atraso de meses devido a discussões internas sobre como seriam retratados os extremistas nacionais, evita as classificações "esquerdista" e "direitista".
Desde o começo do ano, o presidente Donald Trump e o procurador-geral Bill Barr apontaram grupos "anarquistas radicais" e "de esquerda" como uma ameaça importante ao país, citando protestos violentos em várias cidades, onde dezenas de policiais ficaram feridos. Trump fez deste tema uma parte essencial do seu discurso de campanha, ao mesmo tempo que evita falar sobre extremistas de direita - incluindo neonazistas e supremacistas brancos -, ligados a várias mortes, incluindo de agentes.
Na semana passada, Trump disse que os Proud Boys, grupo de ultradireita masculino, deveriam "retroceder e se manter à espera", já que o verdadeiro problema seriam os radicais "de extrema esquerda". O informe, no entanto, associa múltiplos ataques em massa e mortes a extremistas de direita, apenas.
O documento adverte que alguns extremistas "poderiam mirar em eventos relacionados às campanhas presidenciais de 2020, nas eleições em si, nos resultados eleitorais ou no período pós-eleitoral". O texto ressalta que "estes atores poderiam se mobilizar rapidamente para ameaçar ou participar de atos de violência”.
Disponível em: https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/afp/2020/10/06/anarquistas-e-supremacistas-brancos-sao-grandes-ameacas-terroristas-nos-eua-dhs.htm (Com adaptações)
TEXTO II
Anarquistas e supremacistas brancos são grandes ameaças terroristas nos EUA (DHS)
Os supremacistas brancos e anarquistas representam uma importante ameaça terrorista interna nos Estados Unidos, e poderiam gerar violência em eventos ligados às eleições de 3 de novembro, advertiu nesta terça-feira o Departamento de Segurança Interna (DHS).
Um relatório bastante aguardado sobre as ameaças à segurança no país aponta que os supremacistas brancos foram responsáveis por 39 das 48 mortes atribuídas à violência extremista doméstica em 2018-2019, enquanto outras categorias de extremistas foram responsáveis pelo restante. Mas segundo o DHS, anarquistas e antigovernamentais (aqueles que protestam contra a polícia e o racismo) representam uma nova ameaça.
O secretário interino de Segurança Interna, Chad Wolf, assinala no prefácio do documento: "Em setembro de 2019, começamos a observar uma nova e alarmante tendência de exploração dos protestos legais por esses grupos, causando violência, morte e destruição nas comunidades americanas".
Wolf cita 300 agentes da lei feridos durante os protestos, que, segundo ele, "representam uma ameaça significativa à pátria, ao prejudicarem a segurança pública e a dos oficiais".
O relatório, que sofreu um atraso de meses devido a discussões internas sobre como seriam retratados os extremistas nacionais, evita as classificações "esquerdista" e "direitista".
Desde o começo do ano, o presidente Donald Trump e o procurador-geral Bill Barr apontaram grupos "anarquistas radicais" e "de esquerda" como uma ameaça importante ao país, citando protestos violentos em várias cidades, onde dezenas de policiais ficaram feridos. Trump fez deste tema uma parte essencial do seu discurso de campanha, ao mesmo tempo que evita falar sobre extremistas de direita - incluindo neonazistas e supremacistas brancos -, ligados a várias mortes, incluindo de agentes.
Na semana passada, Trump disse que os Proud Boys, grupo de ultradireita masculino, deveriam "retroceder e se manter à espera", já que o verdadeiro problema seriam os radicais "de extrema esquerda". O informe, no entanto, associa múltiplos ataques em massa e mortes a extremistas de direita, apenas.
O documento adverte que alguns extremistas "poderiam mirar em eventos relacionados às campanhas presidenciais de 2020, nas eleições em si, nos resultados eleitorais ou no período pós-eleitoral". O texto ressalta que "estes atores poderiam se mobilizar rapidamente para ameaçar ou participar de atos de violência”.
Disponível em: https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/afp/2020/10/06/anarquistas-e-supremacistas-brancos-sao-grandes-ameacas-terroristas-nos-eua-dhs.htm (Com adaptações)
TEXTO II
Anarquistas e supremacistas brancos são grandes ameaças terroristas nos EUA (DHS)
Os supremacistas brancos e anarquistas representam uma importante ameaça terrorista interna nos Estados Unidos, e poderiam gerar violência em eventos ligados às eleições de 3 de novembro, advertiu nesta terça-feira o Departamento de Segurança Interna (DHS).
Um relatório bastante aguardado sobre as ameaças à segurança no país aponta que os supremacistas brancos foram responsáveis por 39 das 48 mortes atribuídas à violência extremista doméstica em 2018-2019, enquanto outras categorias de extremistas foram responsáveis pelo restante. Mas segundo o DHS, anarquistas e antigovernamentais (aqueles que protestam contra a polícia e o racismo) representam uma nova ameaça.
O secretário interino de Segurança Interna, Chad Wolf, assinala no prefácio do documento: "Em setembro de 2019, começamos a observar uma nova e alarmante tendência de exploração dos protestos legais por esses grupos, causando violência, morte e destruição nas comunidades americanas".
Wolf cita 300 agentes da lei feridos durante os protestos, que, segundo ele, "representam uma ameaça significativa à pátria, ao prejudicarem a segurança pública e a dos oficiais".
O relatório, que sofreu um atraso de meses devido a discussões internas sobre como seriam retratados os extremistas nacionais, evita as classificações "esquerdista" e "direitista".
Desde o começo do ano, o presidente Donald Trump e o procurador-geral Bill Barr apontaram grupos "anarquistas radicais" e "de esquerda" como uma ameaça importante ao país, citando protestos violentos em várias cidades, onde dezenas de policiais ficaram feridos. Trump fez deste tema uma parte essencial do seu discurso de campanha, ao mesmo tempo que evita falar sobre extremistas de direita - incluindo neonazistas e supremacistas brancos -, ligados a várias mortes, incluindo de agentes.
Na semana passada, Trump disse que os Proud Boys, grupo de ultradireita masculino, deveriam "retroceder e se manter à espera", já que o verdadeiro problema seriam os radicais "de extrema esquerda". O informe, no entanto, associa múltiplos ataques em massa e mortes a extremistas de direita, apenas.
O documento adverte que alguns extremistas "poderiam mirar em eventos relacionados às campanhas presidenciais de 2020, nas eleições em si, nos resultados eleitorais ou no período pós-eleitoral". O texto ressalta que "estes atores poderiam se mobilizar rapidamente para ameaçar ou participar de atos de violência”.
Disponível em: https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/afp/2020/10/06/anarquistas-e-supremacistas-brancos-sao-grandes-ameacas-terroristas-nos-eua-dhs.htm (Com adaptações)
TEXTO II
Anarquistas e supremacistas brancos são grandes ameaças terroristas nos EUA (DHS)
Os supremacistas brancos e anarquistas representam uma importante ameaça terrorista interna nos Estados Unidos, e poderiam gerar violência em eventos ligados às eleições de 3 de novembro, advertiu nesta terça-feira o Departamento de Segurança Interna (DHS).
Um relatório bastante aguardado sobre as ameaças à segurança no país aponta que os supremacistas brancos foram responsáveis por 39 das 48 mortes atribuídas à violência extremista doméstica em 2018-2019, enquanto outras categorias de extremistas foram responsáveis pelo restante. Mas segundo o DHS, anarquistas e antigovernamentais (aqueles que protestam contra a polícia e o racismo) representam uma nova ameaça.
O secretário interino de Segurança Interna, Chad Wolf, assinala no prefácio do documento: "Em setembro de 2019, começamos a observar uma nova e alarmante tendência de exploração dos protestos legais por esses grupos, causando violência, morte e destruição nas comunidades americanas".
Wolf cita 300 agentes da lei feridos durante os protestos, que, segundo ele, "representam uma ameaça significativa à pátria, ao prejudicarem a segurança pública e a dos oficiais".
O relatório, que sofreu um atraso de meses devido a discussões internas sobre como seriam retratados os extremistas nacionais, evita as classificações "esquerdista" e "direitista".
Desde o começo do ano, o presidente Donald Trump e o procurador-geral Bill Barr apontaram grupos "anarquistas radicais" e "de esquerda" como uma ameaça importante ao país, citando protestos violentos em várias cidades, onde dezenas de policiais ficaram feridos. Trump fez deste tema uma parte essencial do seu discurso de campanha, ao mesmo tempo que evita falar sobre extremistas de direita - incluindo neonazistas e supremacistas brancos -, ligados a várias mortes, incluindo de agentes.
Na semana passada, Trump disse que os Proud Boys, grupo de ultradireita masculino, deveriam "retroceder e se manter à espera", já que o verdadeiro problema seriam os radicais "de extrema esquerda". O informe, no entanto, associa múltiplos ataques em massa e mortes a extremistas de direita, apenas.
O documento adverte que alguns extremistas "poderiam mirar em eventos relacionados às campanhas presidenciais de 2020, nas eleições em si, nos resultados eleitorais ou no período pós-eleitoral". O texto ressalta que "estes atores poderiam se mobilizar rapidamente para ameaçar ou participar de atos de violência”.
Disponível em: https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/afp/2020/10/06/anarquistas-e-supremacistas-brancos-sao-grandes-ameacas-terroristas-nos-eua-dhs.htm (Com adaptações)