Questões de Concurso Público Prefeitura de Cubati - PB 2024 para Professor de Educação Básica II - História
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“A necropolítica define estratégias que resultam na morte de corpos considerados inúteis ou inadaptáveis aos padrões da gestão neoliberal, que se estrutura num sistema baseado na distribuição desigual da oportunidade de viver e de morrer. Tudo aquilo que representar algum obstáculo à mercantilização plena da vida e sua administração deverá ser eliminado. Observe-se que com a mercantilização da vida, paradoxalmente, esta deve ser eliminada. Principalmente, a vida daqueles cuja condição existencial encontra-se precarizada, ao ponto de serem descartáveis.”
In.: SEIXAS, Rogério Luís da Rocha. A Necropolítica e o Neoliberalismo no Contexto da COVID-19. Coletânea: Revista de Filosofia e Teologia da Faculdade de São Bento do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, v. 19, n. 38, p. 243-252, jul./dez. 2020. Disponível em: www.revistacoletanea.com.br Acesso set/2024.
De acordo com o trecho acima, podemos definir a necropolítica como:
“Primo Levi acaba por se tornar, assim como outros narradores do Holocausto, um dos principais nomes expoentes da catástrofe, do desmantelamento do espírito humano naquela época sombria. Sua percepção acerca do ocorrido, principalmente na obra aqui estudada, nos faz perceber que a principal fagulha de sua resistência em aceitar sua ‘nova’ condição de corpo educado era justamente o fato de se entender como contrário a tamanha desgraça. O autor observa como diferente não apenas aqueles prisioneiros, de roupa listrada, com um andar desengonçado e trôpego, como se carregasse o peso do mundo nas costas. O diferente, o ‘outro’ para Levi também o alemão, representado na figura dos violentos soldados. Aquele alemão histórico, educado, gentil, havia sumido perante botinadas e cotoveladas dos nazistas, mas se engana quem crê apenas na violência física. Existia também o cerne da humilhação, onde o “humor teutônico” escarna, diminui e ameaça (LEVI, 1988,p.37) fazendo com que simples homens tomem suas fardas como armaduras de deuses (ou demônios?) nessa empiria dantesca.”
In.: OLIVEIRA, T.R. et al.. . Anais COPRECIS... Campina Grande: Realize Editora, 2017. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/31449 >. Acesso em: 22/09/2024 14:14
O texto acima nos permite fazer uma reflexão acerca de como o corpo era tratado num campo de concentração nazista: um corpo descartável. As políticas de extermínio serviam, para além da extinção física, atribuir traumas psicológicos irreversíveis nos corpos que por ali passavam. De acordo com seus conhecimentos e tendo como base o texto, observe as assertivas abaixo:
I – Dentro de um regime de exceção, como o nazismo, o fascismo e tantos outros, o corpo diferente, que não se adequa às exigências do estado é “podado” tal qual uma erva daninha, ou seja, é eliminado para atender aos “ajustes” ditados por estes estados;
II – Os corpos educados pelo terror tendem a definhar mais rápido, tendo em vista que primeiramente eram retiradas suas condições psicológicas através de prisões, deportações e seleções, para depois virem os castigos físicos, que geralmente culminavam com a eliminação total do corpo;
III – Dentro de um regime de exceção ou de uma necropolítica não existe educação dos corpos, pois as pessoas que sucumbem a esses regimes geralmente são criminosos políticos ou de guerra, e já estão habituados a esse tratamento.
Estão corretas
Entre essas medidas, estava: