Questões de Concurso Público Prefeitura de Carneirinho - MG 2019 para Auxiliar de Secretária
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Todo mundo já deixou uma tarefa chata ou complexa para o dia seguinte — e não há nada de errado nisso.Muitas vezes até precisamos de um tempo extra para tomar uma decisão importante, refletir sobre um ponto de vistaou avaliar um projeto da empresa.
“É o atraso de um ato voluntário, que ocorre apesar de sabermos que ele vai nos prejudicar”, define TimothyA. Pychyl, professor de psicologia na Carleton University, no Canadá, em seu livro Solving the Procrastination Puzzle(“Solucionando o quebra-cabeça da procrastinação”, em tradução livre, sem edição no Brasil).
De acordo com Timothy, que estuda o assunto há mais de 20 anos, o hábito de “empurrar com a barriga” nãoestá ligado à lassidão ou à má administração da agenda, como a maioria de nós acredita.
“A procrastinação constante é uma inabilidade para gerenciar emoções e impulsos”, afirma. Por isso, segundoele, é fundamental descobrir quais gatilhos psicológicos dão origem a seu “depois eu faço” antes de combater esseinimigo da produtividade.
Pesquisas indicam que cerca de 20% dos adultos são procrastinadores crônicos, ou seja, vivem postergandoo início ou o término de uma atividade, mesmo sabendo que esse comportamento provoca algum desconforto(estresse, arrependimento, frustração, ansiedade, culpa) e geralmente causa danos aos estudos, à carreira e aosrelacionamentos.
Ora, se a procrastinação prejudica nosso bem-estar, por que promovemos essa autossabotagem? “Ao protelaralgo que nos parece desagradável, usufruímos uma súbita sensação de prazer”, diz Christian Dunker, psicanalista eprofessor titular do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. Só que esse alívio é temporário, pois emalgum momento teremos de resolver as pendências.
Como é uma necessidade humana buscar a satisfação e fugir do sofrimento, quem cultiva o hábito de“transferir para outro dia” entra num círculo vicioso, do qual é difícil se libertar.
Portanto, a procrastinação constante não está ligada à má gestão do tempo — ela nada mais é do que umaestratégia do cérebro para lidar com as emoções negativas. “Sendo assim, é preciso aceitar o problema e entender oque está por trás dele para começar a superá-lo”, afirma Tânia Campanharo, psicóloga clínica de São Paulo.
Quando se transforma num estilo de vida, a procrastinação pode ser um sintoma de ansiedade — estadoemocional que aparece ao encararmos algo que provoca medo, expectativa ou dúvida. “As pessoas ansiosas nãopensam nem agem”, diz Christian.
Como geralmente estão com a cabeça voltada para o futuro, elas têm dificuldade de realizar algumasatividades e acabam jogando-as para a frente. A ansiedade também é um dos fatores que desencadeiam adepressão, outra mola propulsora do adiamento ou do atraso frequentes.
Quem apresenta essa condição sofre com pensamentos negativos, sensação de inutilidade e sentimento deculpa. Qualquer tarefa se torna incômoda e complicada. “O depressivo não tem vontade nem energia para agir”, dizTânia. Vale dizer que a procrastinação e a depressão se retroalimentam — e nem sempre é fácil apontar qual delassurgiu primeiro.
Outro elemento é o estresse, que também está relacionado a quadros de depressão e ansiedade. Nesseestado de ânimo, a pessoa vive nervosa e frustrada, se distrai com facilidade e, como se cobra demasiadamente, àsvezes tem bloqueios mentais.
Ela costuma deixar de lado uma tarefa relevante, priorizando as secundárias como forma de alívio. Aliás, essaé uma característica do procrastinador de carteirinha: avaliar a realização de uma atividade pela satisfação que elaproporciona, e não pelo nível de importância que ela tem para si mesmo ou para os outros.
“A procrastinação também pode estar associada a transtornos de personalidade e ao déficit de atenção”, dizRita Martins, psicanalista e professora na Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro.
Há mais fatores emocionais que podem sustentar o comportamento. Um deles é o medo — do fracasso ou dosucesso, por exemplo.
Pessoas com esse perfil postergam decisões e tarefas sobretudo por três motivos: primeiro, porque desejamevitar a crítica alheia; segundo, porque as coisas podem não sair do jeito que gostariam; e terceiro, porque achamque não vão “dar conta do recado”.
“O medo é uma das maiores travas que enfrentamos na vida”, afirma José Roberto Marques, presidente doInstituto Brasileiro de Coaching. Um exemplo disso foi o que aconteceu com o designer gráfico David Arty, de 31 anos. Na última empresa emque atuou, ele fazia home office e tinha dificuldade de organizar a rotina — acabava deixando tudo para a últimahora. “Dormia mal, vivia estressado e não me sentia produtivo”, diz.
Todo mundo já deixou uma tarefa chata ou complexa para o dia seguinte — e não há nada de errado nisso.Muitas vezes até precisamos de um tempo extra para tomar uma decisão importante, refletir sobre um ponto de vistaou avaliar um projeto da empresa.
“É o atraso de um ato voluntário, que ocorre apesar de sabermos que ele vai nos prejudicar”, define TimothyA. Pychyl, professor de psicologia na Carleton University, no Canadá, em seu livro Solving the Procrastination Puzzle(“Solucionando o quebra-cabeça da procrastinação”, em tradução livre, sem edição no Brasil).
De acordo com Timothy, que estuda o assunto há mais de 20 anos, o hábito de “empurrar com a barriga” nãoestá ligado à lassidão ou à má administração da agenda, como a maioria de nós acredita.
“A procrastinação constante é uma inabilidade para gerenciar emoções e impulsos”, afirma. Por isso, segundoele, é fundamental descobrir quais gatilhos psicológicos dão origem a seu “depois eu faço” antes de combater esseinimigo da produtividade.
Pesquisas indicam que cerca de 20% dos adultos são procrastinadores crônicos, ou seja, vivem postergandoo início ou o término de uma atividade, mesmo sabendo que esse comportamento provoca algum desconforto(estresse, arrependimento, frustração, ansiedade, culpa) e geralmente causa danos aos estudos, à carreira e aosrelacionamentos.
Ora, se a procrastinação prejudica nosso bem-estar, por que promovemos essa autossabotagem? “Ao protelaralgo que nos parece desagradável, usufruímos uma súbita sensação de prazer”, diz Christian Dunker, psicanalista eprofessor titular do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. Só que esse alívio é temporário, pois emalgum momento teremos de resolver as pendências.
Como é uma necessidade humana buscar a satisfação e fugir do sofrimento, quem cultiva o hábito de“transferir para outro dia” entra num círculo vicioso, do qual é difícil se libertar.
Portanto, a procrastinação constante não está ligada à má gestão do tempo — ela nada mais é do que umaestratégia do cérebro para lidar com as emoções negativas. “Sendo assim, é preciso aceitar o problema e entender oque está por trás dele para começar a superá-lo”, afirma Tânia Campanharo, psicóloga clínica de São Paulo.
Quando se transforma num estilo de vida, a procrastinação pode ser um sintoma de ansiedade — estadoemocional que aparece ao encararmos algo que provoca medo, expectativa ou dúvida. “As pessoas ansiosas nãopensam nem agem”, diz Christian.
Como geralmente estão com a cabeça voltada para o futuro, elas têm dificuldade de realizar algumasatividades e acabam jogando-as para a frente. A ansiedade também é um dos fatores que desencadeiam adepressão, outra mola propulsora do adiamento ou do atraso frequentes.
Quem apresenta essa condição sofre com pensamentos negativos, sensação de inutilidade e sentimento deculpa. Qualquer tarefa se torna incômoda e complicada. “O depressivo não tem vontade nem energia para agir”, dizTânia. Vale dizer que a procrastinação e a depressão se retroalimentam — e nem sempre é fácil apontar qual delassurgiu primeiro.
Outro elemento é o estresse, que também está relacionado a quadros de depressão e ansiedade. Nesseestado de ânimo, a pessoa vive nervosa e frustrada, se distrai com facilidade e, como se cobra demasiadamente, àsvezes tem bloqueios mentais.
Ela costuma deixar de lado uma tarefa relevante, priorizando as secundárias como forma de alívio. Aliás, essaé uma característica do procrastinador de carteirinha: avaliar a realização de uma atividade pela satisfação que elaproporciona, e não pelo nível de importância que ela tem para si mesmo ou para os outros.
“A procrastinação também pode estar associada a transtornos de personalidade e ao déficit de atenção”, dizRita Martins, psicanalista e professora na Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro.
Há mais fatores emocionais que podem sustentar o comportamento. Um deles é o medo — do fracasso ou dosucesso, por exemplo.
Pessoas com esse perfil postergam decisões e tarefas sobretudo por três motivos: primeiro, porque desejamevitar a crítica alheia; segundo, porque as coisas podem não sair do jeito que gostariam; e terceiro, porque achamque não vão “dar conta do recado”.
“O medo é uma das maiores travas que enfrentamos na vida”, afirma José Roberto Marques, presidente doInstituto Brasileiro de Coaching. Um exemplo disso foi o que aconteceu com o designer gráfico David Arty, de 31 anos. Na última empresa emque atuou, ele fazia home office e tinha dificuldade de organizar a rotina — acabava deixando tudo para a últimahora. “Dormia mal, vivia estressado e não me sentia produtivo”, diz.
Todo mundo já deixou uma tarefa chata ou complexa para o dia seguinte — e não há nada de errado nisso.Muitas vezes até precisamos de um tempo extra para tomar uma decisão importante, refletir sobre um ponto de vistaou avaliar um projeto da empresa.
“É o atraso de um ato voluntário, que ocorre apesar de sabermos que ele vai nos prejudicar”, define TimothyA. Pychyl, professor de psicologia na Carleton University, no Canadá, em seu livro Solving the Procrastination Puzzle(“Solucionando o quebra-cabeça da procrastinação”, em tradução livre, sem edição no Brasil).
De acordo com Timothy, que estuda o assunto há mais de 20 anos, o hábito de “empurrar com a barriga” nãoestá ligado à lassidão ou à má administração da agenda, como a maioria de nós acredita.
“A procrastinação constante é uma inabilidade para gerenciar emoções e impulsos”, afirma. Por isso, segundoele, é fundamental descobrir quais gatilhos psicológicos dão origem a seu “depois eu faço” antes de combater esseinimigo da produtividade.
Pesquisas indicam que cerca de 20% dos adultos são procrastinadores crônicos, ou seja, vivem postergandoo início ou o término de uma atividade, mesmo sabendo que esse comportamento provoca algum desconforto(estresse, arrependimento, frustração, ansiedade, culpa) e geralmente causa danos aos estudos, à carreira e aosrelacionamentos.
Ora, se a procrastinação prejudica nosso bem-estar, por que promovemos essa autossabotagem? “Ao protelaralgo que nos parece desagradável, usufruímos uma súbita sensação de prazer”, diz Christian Dunker, psicanalista eprofessor titular do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. Só que esse alívio é temporário, pois emalgum momento teremos de resolver as pendências.
Como é uma necessidade humana buscar a satisfação e fugir do sofrimento, quem cultiva o hábito de“transferir para outro dia” entra num círculo vicioso, do qual é difícil se libertar.
Portanto, a procrastinação constante não está ligada à má gestão do tempo — ela nada mais é do que umaestratégia do cérebro para lidar com as emoções negativas. “Sendo assim, é preciso aceitar o problema e entender oque está por trás dele para começar a superá-lo”, afirma Tânia Campanharo, psicóloga clínica de São Paulo.
Quando se transforma num estilo de vida, a procrastinação pode ser um sintoma de ansiedade — estadoemocional que aparece ao encararmos algo que provoca medo, expectativa ou dúvida. “As pessoas ansiosas nãopensam nem agem”, diz Christian.
Como geralmente estão com a cabeça voltada para o futuro, elas têm dificuldade de realizar algumasatividades e acabam jogando-as para a frente. A ansiedade também é um dos fatores que desencadeiam adepressão, outra mola propulsora do adiamento ou do atraso frequentes.
Quem apresenta essa condição sofre com pensamentos negativos, sensação de inutilidade e sentimento deculpa. Qualquer tarefa se torna incômoda e complicada. “O depressivo não tem vontade nem energia para agir”, dizTânia. Vale dizer que a procrastinação e a depressão se retroalimentam — e nem sempre é fácil apontar qual delassurgiu primeiro.
Outro elemento é o estresse, que também está relacionado a quadros de depressão e ansiedade. Nesseestado de ânimo, a pessoa vive nervosa e frustrada, se distrai com facilidade e, como se cobra demasiadamente, àsvezes tem bloqueios mentais.
Ela costuma deixar de lado uma tarefa relevante, priorizando as secundárias como forma de alívio. Aliás, essaé uma característica do procrastinador de carteirinha: avaliar a realização de uma atividade pela satisfação que elaproporciona, e não pelo nível de importância que ela tem para si mesmo ou para os outros.
“A procrastinação também pode estar associada a transtornos de personalidade e ao déficit de atenção”, dizRita Martins, psicanalista e professora na Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro.
Há mais fatores emocionais que podem sustentar o comportamento. Um deles é o medo — do fracasso ou dosucesso, por exemplo.
Pessoas com esse perfil postergam decisões e tarefas sobretudo por três motivos: primeiro, porque desejamevitar a crítica alheia; segundo, porque as coisas podem não sair do jeito que gostariam; e terceiro, porque achamque não vão “dar conta do recado”.
“O medo é uma das maiores travas que enfrentamos na vida”, afirma José Roberto Marques, presidente doInstituto Brasileiro de Coaching. Um exemplo disso foi o que aconteceu com o designer gráfico David Arty, de 31 anos. Na última empresa emque atuou, ele fazia home office e tinha dificuldade de organizar a rotina — acabava deixando tudo para a últimahora. “Dormia mal, vivia estressado e não me sentia produtivo”, diz.
Todo mundo já deixou uma tarefa chata ou complexa para o dia seguinte — e não há nada de errado nisso.Muitas vezes até precisamos de um tempo extra para tomar uma decisão importante, refletir sobre um ponto de vistaou avaliar um projeto da empresa.
“É o atraso de um ato voluntário, que ocorre apesar de sabermos que ele vai nos prejudicar”, define TimothyA. Pychyl, professor de psicologia na Carleton University, no Canadá, em seu livro Solving the Procrastination Puzzle(“Solucionando o quebra-cabeça da procrastinação”, em tradução livre, sem edição no Brasil).
De acordo com Timothy, que estuda o assunto há mais de 20 anos, o hábito de “empurrar com a barriga” nãoestá ligado à lassidão ou à má administração da agenda, como a maioria de nós acredita.
“A procrastinação constante é uma inabilidade para gerenciar emoções e impulsos”, afirma. Por isso, segundoele, é fundamental descobrir quais gatilhos psicológicos dão origem a seu “depois eu faço” antes de combater esseinimigo da produtividade.
Pesquisas indicam que cerca de 20% dos adultos são procrastinadores crônicos, ou seja, vivem postergandoo início ou o término de uma atividade, mesmo sabendo que esse comportamento provoca algum desconforto(estresse, arrependimento, frustração, ansiedade, culpa) e geralmente causa danos aos estudos, à carreira e aosrelacionamentos.
Ora, se a procrastinação prejudica nosso bem-estar, por que promovemos essa autossabotagem? “Ao protelaralgo que nos parece desagradável, usufruímos uma súbita sensação de prazer”, diz Christian Dunker, psicanalista eprofessor titular do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. Só que esse alívio é temporário, pois emalgum momento teremos de resolver as pendências.
Como é uma necessidade humana buscar a satisfação e fugir do sofrimento, quem cultiva o hábito de“transferir para outro dia” entra num círculo vicioso, do qual é difícil se libertar.
Portanto, a procrastinação constante não está ligada à má gestão do tempo — ela nada mais é do que umaestratégia do cérebro para lidar com as emoções negativas. “Sendo assim, é preciso aceitar o problema e entender oque está por trás dele para começar a superá-lo”, afirma Tânia Campanharo, psicóloga clínica de São Paulo.
Quando se transforma num estilo de vida, a procrastinação pode ser um sintoma de ansiedade — estadoemocional que aparece ao encararmos algo que provoca medo, expectativa ou dúvida. “As pessoas ansiosas nãopensam nem agem”, diz Christian.
Como geralmente estão com a cabeça voltada para o futuro, elas têm dificuldade de realizar algumasatividades e acabam jogando-as para a frente. A ansiedade também é um dos fatores que desencadeiam adepressão, outra mola propulsora do adiamento ou do atraso frequentes.
Quem apresenta essa condição sofre com pensamentos negativos, sensação de inutilidade e sentimento deculpa. Qualquer tarefa se torna incômoda e complicada. “O depressivo não tem vontade nem energia para agir”, dizTânia. Vale dizer que a procrastinação e a depressão se retroalimentam — e nem sempre é fácil apontar qual delassurgiu primeiro.
Outro elemento é o estresse, que também está relacionado a quadros de depressão e ansiedade. Nesseestado de ânimo, a pessoa vive nervosa e frustrada, se distrai com facilidade e, como se cobra demasiadamente, àsvezes tem bloqueios mentais.
Ela costuma deixar de lado uma tarefa relevante, priorizando as secundárias como forma de alívio. Aliás, essaé uma característica do procrastinador de carteirinha: avaliar a realização de uma atividade pela satisfação que elaproporciona, e não pelo nível de importância que ela tem para si mesmo ou para os outros.
“A procrastinação também pode estar associada a transtornos de personalidade e ao déficit de atenção”, dizRita Martins, psicanalista e professora na Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro.
Há mais fatores emocionais que podem sustentar o comportamento. Um deles é o medo — do fracasso ou dosucesso, por exemplo.
Pessoas com esse perfil postergam decisões e tarefas sobretudo por três motivos: primeiro, porque desejamevitar a crítica alheia; segundo, porque as coisas podem não sair do jeito que gostariam; e terceiro, porque achamque não vão “dar conta do recado”.
“O medo é uma das maiores travas que enfrentamos na vida”, afirma José Roberto Marques, presidente doInstituto Brasileiro de Coaching. Um exemplo disso foi o que aconteceu com o designer gráfico David Arty, de 31 anos. Na última empresa emque atuou, ele fazia home office e tinha dificuldade de organizar a rotina — acabava deixando tudo para a últimahora. “Dormia mal, vivia estressado e não me sentia produtivo”, diz.
Todo mundo já deixou uma tarefa chata ou complexa para o dia seguinte — e não há nada de errado nisso.Muitas vezes até precisamos de um tempo extra para tomar uma decisão importante, refletir sobre um ponto de vistaou avaliar um projeto da empresa.
“É o atraso de um ato voluntário, que ocorre apesar de sabermos que ele vai nos prejudicar”, define TimothyA. Pychyl, professor de psicologia na Carleton University, no Canadá, em seu livro Solving the Procrastination Puzzle(“Solucionando o quebra-cabeça da procrastinação”, em tradução livre, sem edição no Brasil).
De acordo com Timothy, que estuda o assunto há mais de 20 anos, o hábito de “empurrar com a barriga” nãoestá ligado à lassidão ou à má administração da agenda, como a maioria de nós acredita.
“A procrastinação constante é uma inabilidade para gerenciar emoções e impulsos”, afirma. Por isso, segundoele, é fundamental descobrir quais gatilhos psicológicos dão origem a seu “depois eu faço” antes de combater esseinimigo da produtividade.
Pesquisas indicam que cerca de 20% dos adultos são procrastinadores crônicos, ou seja, vivem postergandoo início ou o término de uma atividade, mesmo sabendo que esse comportamento provoca algum desconforto(estresse, arrependimento, frustração, ansiedade, culpa) e geralmente causa danos aos estudos, à carreira e aosrelacionamentos.
Ora, se a procrastinação prejudica nosso bem-estar, por que promovemos essa autossabotagem? “Ao protelaralgo que nos parece desagradável, usufruímos uma súbita sensação de prazer”, diz Christian Dunker, psicanalista eprofessor titular do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. Só que esse alívio é temporário, pois emalgum momento teremos de resolver as pendências.
Como é uma necessidade humana buscar a satisfação e fugir do sofrimento, quem cultiva o hábito de“transferir para outro dia” entra num círculo vicioso, do qual é difícil se libertar.
Portanto, a procrastinação constante não está ligada à má gestão do tempo — ela nada mais é do que umaestratégia do cérebro para lidar com as emoções negativas. “Sendo assim, é preciso aceitar o problema e entender oque está por trás dele para começar a superá-lo”, afirma Tânia Campanharo, psicóloga clínica de São Paulo.
Quando se transforma num estilo de vida, a procrastinação pode ser um sintoma de ansiedade — estadoemocional que aparece ao encararmos algo que provoca medo, expectativa ou dúvida. “As pessoas ansiosas nãopensam nem agem”, diz Christian.
Como geralmente estão com a cabeça voltada para o futuro, elas têm dificuldade de realizar algumasatividades e acabam jogando-as para a frente. A ansiedade também é um dos fatores que desencadeiam adepressão, outra mola propulsora do adiamento ou do atraso frequentes.
Quem apresenta essa condição sofre com pensamentos negativos, sensação de inutilidade e sentimento deculpa. Qualquer tarefa se torna incômoda e complicada. “O depressivo não tem vontade nem energia para agir”, dizTânia. Vale dizer que a procrastinação e a depressão se retroalimentam — e nem sempre é fácil apontar qual delassurgiu primeiro.
Outro elemento é o estresse, que também está relacionado a quadros de depressão e ansiedade. Nesseestado de ânimo, a pessoa vive nervosa e frustrada, se distrai com facilidade e, como se cobra demasiadamente, àsvezes tem bloqueios mentais.
Ela costuma deixar de lado uma tarefa relevante, priorizando as secundárias como forma de alívio. Aliás, essaé uma característica do procrastinador de carteirinha: avaliar a realização de uma atividade pela satisfação que elaproporciona, e não pelo nível de importância que ela tem para si mesmo ou para os outros.
“A procrastinação também pode estar associada a transtornos de personalidade e ao déficit de atenção”, dizRita Martins, psicanalista e professora na Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro.
Há mais fatores emocionais que podem sustentar o comportamento. Um deles é o medo — do fracasso ou dosucesso, por exemplo.
Pessoas com esse perfil postergam decisões e tarefas sobretudo por três motivos: primeiro, porque desejamevitar a crítica alheia; segundo, porque as coisas podem não sair do jeito que gostariam; e terceiro, porque achamque não vão “dar conta do recado”.
“O medo é uma das maiores travas que enfrentamos na vida”, afirma José Roberto Marques, presidente doInstituto Brasileiro de Coaching. Um exemplo disso foi o que aconteceu com o designer gráfico David Arty, de 31 anos. Na última empresa emque atuou, ele fazia home office e tinha dificuldade de organizar a rotina — acabava deixando tudo para a últimahora. “Dormia mal, vivia estressado e não me sentia produtivo”, diz.