Questões de Concurso Público Prefeitura de Carneirinho - MG 2019 para Auxiliar de Secretária

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Q2033909 Português
Você nunca termina suas tarefas?O problema pode não ser gestão de tempo


         Todo mundo já deixou uma tarefa chata ou complexa para o dia seguinte — e não há nada de errado nisso.Muitas vezes até precisamos de um tempo extra para tomar uma decisão importante, refletir sobre um ponto de vistaou avaliar um projeto da empresa.
        A procrastinação só vira de fato um problema quando acontece com frequência e impacta negativamentea saúde física e mental.
      “É o atraso de um ato voluntário, que ocorre apesar de sabermos que ele vai nos prejudicar”, define TimothyA. Pychyl, professor de psicologia na Carleton University, no Canadá, em seu livro Solving the Procrastination Puzzle(“Solucionando o quebra-cabeça da procrastinação”, em tradução livre, sem edição no Brasil).
          De acordo com Timothy, que estuda o assunto há mais de 20 anos, o hábito de “empurrar com a barriga” nãoestá ligado à lassidão ou à má administração da agenda, como a maioria de nós acredita.
       “A procrastinação constante é uma inabilidade para gerenciar emoções e impulsos”, afirma. Por isso, segundoele, é fundamental descobrir quais gatilhos psicológicos dão origem a seu “depois eu faço” antes de combater esseinimigo da produtividade.
           Pesquisas indicam que cerca de 20% dos adultos são procrastinadores crônicos, ou seja, vivem postergandoo início ou o término de uma atividade, mesmo sabendo que esse comportamento provoca algum desconforto(estresse, arrependimento, frustração, ansiedade, culpa) e geralmente causa danos aos estudos, à carreira e aosrelacionamentos.
          Ora, se a procrastinação prejudica nosso bem-estar, por que promovemos essa autossabotagem? “Ao protelaralgo que nos parece desagradável, usufruímos uma súbita sensação de prazer”, diz Christian Dunker, psicanalista eprofessor titular do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. Só que esse alívio é temporário, pois emalgum momento teremos de resolver as pendências.
           Como é uma necessidade humana buscar a satisfação e fugir do sofrimento, quem cultiva o hábito de“transferir para outro dia” entra num círculo vicioso, do qual é difícil se libertar.
           Portanto, a procrastinação constante não está ligada à má gestão do tempo — ela nada mais é do que umaestratégia do cérebro para lidar com as emoções negativas. “Sendo assim, é preciso aceitar o problema e entender oque está por trás dele para começar a superá-lo”, afirma Tânia Campanharo, psicóloga clínica de São Paulo.
           Quando se transforma num estilo de vida, a procrastinação pode ser um sintoma de ansiedade — estadoemocional que aparece ao encararmos algo que provoca medo, expectativa ou dúvida. “As pessoas ansiosas nãopensam nem agem”, diz Christian.
         Como geralmente estão com a cabeça voltada para o futuro, elas têm dificuldade de realizar algumasatividades e acabam jogando-as para a frente. A ansiedade também é um dos fatores que desencadeiam adepressão, outra mola propulsora do adiamento ou do atraso frequentes.
        Quem apresenta essa condição sofre com pensamentos negativos, sensação de inutilidade e sentimento deculpa. Qualquer tarefa se torna incômoda e complicada. “O depressivo não tem vontade nem energia para agir”, dizTânia. Vale dizer que a procrastinação e a depressão se retroalimentam — e nem sempre é fácil apontar qual delassurgiu primeiro.
          Outro elemento é o estresse, que também está relacionado a quadros de depressão e ansiedade. Nesseestado de ânimo, a pessoa vive nervosa e frustrada, se distrai com facilidade e, como se cobra demasiadamente, àsvezes tem bloqueios mentais.
      Ela costuma deixar de lado uma tarefa relevante, priorizando as secundárias como forma de alívio. Aliás, essaé uma característica do procrastinador de carteirinha: avaliar a realização de uma atividade pela satisfação que elaproporciona, e não pelo nível de importância que ela tem para si mesmo ou para os outros.
         “A procrastinação também pode estar associada a transtornos de personalidade e ao déficit de atenção”, dizRita Martins, psicanalista e professora na Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro.
         Há mais fatores emocionais que podem sustentar o comportamento. Um deles é o medo — do fracasso ou dosucesso, por exemplo.
         Pessoas com esse perfil postergam decisões e tarefas sobretudo por três motivos: primeiro, porque desejamevitar a crítica alheia; segundo, porque as coisas podem não sair do jeito que gostariam; e terceiro, porque achamque não vão “dar conta do recado”.
       “O medo é uma das maiores travas que enfrentamos na vida”, afirma José Roberto Marques, presidente doInstituto Brasileiro de Coaching. Um exemplo disso foi o que aconteceu com o designer gráfico David Arty, de 31 anos. Na última empresa emque atuou, ele fazia home office e tinha dificuldade de organizar a rotina — acabava deixando tudo para a últimahora. “Dormia mal, vivia estressado e não me sentia produtivo”, diz.
         Nessa época, David já sonhava em trabalhar por conta própria, mas o receio de fracassar fez com que adiasseesse projeto. Depois que tomou coragem e virou freelancer, aprendeu a estabelecer prioridades e a administrar aagenda. “Também passei a lidar melhor com o perfeccionismo, outra razão pela qual eu procrastinava”, afirma.
          A mania de perfeição, aliás, pode andar de mãos dadas com o atraso frequente. Além do medo de serjulgado, quem sofre desse mal presta tanta atenção nos detalhes que conclui os trabalhos só no último segundo.Isso faz com que o perfeccionista cometa erros, mantendo-se preso à ciranda da procrastinação.
          A desmotivação também costuma estar por trás do adiamento constante — quando a pessoa não vê sentidonaquilo que faz, fica propensa a “empurrar com a barriga”. Segundo Timothy A. Pychyl, esse comportamento podeindicar problemas maiores, como falta de direção na vida ou de identidade.
         Esse era o caso de Sousete Silva, de 50 anos, coordenadora de compras do Minas Tênis Clube. Emboraatuasse nessa mesma área, ela se sentia frustrada no emprego anterior e vivia cheia de pendências.
        “Procrastinava no escritório e na vida pessoal”, diz. Ao se desligar da empresa, Sousete buscou oautoconhecimento frequentando cursos de filosofia.
         “Descobri que o antigo trabalho não estava alinhado com meus valores, daí o motivo da insatisfação”, afirma.Hoje ela fez as pazes com a rotina e mantém a procrastinação sob controle focando três princípios: organização,disciplina e eficiência.

LIMA, Paula. Você nunca termina suas tarefas? O problema pode não ser getão de tempo. Disponível em:< https: exame.abril.com.br="" carreira="" voce-nunca-termina-suas-tarefas-o-problema-pode-nao-ser-gestao-de-tempo="" >. Acesso em: 20 ago. 2019. 
O texto apresenta definições para o termo “procrastinar”. Assinale aquele que se encontra em linguagem coloquial e metafórica.
Alternativas
Q2033910 Português
Você nunca termina suas tarefas?O problema pode não ser gestão de tempo


         Todo mundo já deixou uma tarefa chata ou complexa para o dia seguinte — e não há nada de errado nisso.Muitas vezes até precisamos de um tempo extra para tomar uma decisão importante, refletir sobre um ponto de vistaou avaliar um projeto da empresa.
        A procrastinação só vira de fato um problema quando acontece com frequência e impacta negativamentea saúde física e mental.
      “É o atraso de um ato voluntário, que ocorre apesar de sabermos que ele vai nos prejudicar”, define TimothyA. Pychyl, professor de psicologia na Carleton University, no Canadá, em seu livro Solving the Procrastination Puzzle(“Solucionando o quebra-cabeça da procrastinação”, em tradução livre, sem edição no Brasil).
          De acordo com Timothy, que estuda o assunto há mais de 20 anos, o hábito de “empurrar com a barriga” nãoestá ligado à lassidão ou à má administração da agenda, como a maioria de nós acredita.
       “A procrastinação constante é uma inabilidade para gerenciar emoções e impulsos”, afirma. Por isso, segundoele, é fundamental descobrir quais gatilhos psicológicos dão origem a seu “depois eu faço” antes de combater esseinimigo da produtividade.
           Pesquisas indicam que cerca de 20% dos adultos são procrastinadores crônicos, ou seja, vivem postergandoo início ou o término de uma atividade, mesmo sabendo que esse comportamento provoca algum desconforto(estresse, arrependimento, frustração, ansiedade, culpa) e geralmente causa danos aos estudos, à carreira e aosrelacionamentos.
          Ora, se a procrastinação prejudica nosso bem-estar, por que promovemos essa autossabotagem? “Ao protelaralgo que nos parece desagradável, usufruímos uma súbita sensação de prazer”, diz Christian Dunker, psicanalista eprofessor titular do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. Só que esse alívio é temporário, pois emalgum momento teremos de resolver as pendências.
           Como é uma necessidade humana buscar a satisfação e fugir do sofrimento, quem cultiva o hábito de“transferir para outro dia” entra num círculo vicioso, do qual é difícil se libertar.
           Portanto, a procrastinação constante não está ligada à má gestão do tempo — ela nada mais é do que umaestratégia do cérebro para lidar com as emoções negativas. “Sendo assim, é preciso aceitar o problema e entender oque está por trás dele para começar a superá-lo”, afirma Tânia Campanharo, psicóloga clínica de São Paulo.
           Quando se transforma num estilo de vida, a procrastinação pode ser um sintoma de ansiedade — estadoemocional que aparece ao encararmos algo que provoca medo, expectativa ou dúvida. “As pessoas ansiosas nãopensam nem agem”, diz Christian.
         Como geralmente estão com a cabeça voltada para o futuro, elas têm dificuldade de realizar algumasatividades e acabam jogando-as para a frente. A ansiedade também é um dos fatores que desencadeiam adepressão, outra mola propulsora do adiamento ou do atraso frequentes.
        Quem apresenta essa condição sofre com pensamentos negativos, sensação de inutilidade e sentimento deculpa. Qualquer tarefa se torna incômoda e complicada. “O depressivo não tem vontade nem energia para agir”, dizTânia. Vale dizer que a procrastinação e a depressão se retroalimentam — e nem sempre é fácil apontar qual delassurgiu primeiro.
          Outro elemento é o estresse, que também está relacionado a quadros de depressão e ansiedade. Nesseestado de ânimo, a pessoa vive nervosa e frustrada, se distrai com facilidade e, como se cobra demasiadamente, àsvezes tem bloqueios mentais.
      Ela costuma deixar de lado uma tarefa relevante, priorizando as secundárias como forma de alívio. Aliás, essaé uma característica do procrastinador de carteirinha: avaliar a realização de uma atividade pela satisfação que elaproporciona, e não pelo nível de importância que ela tem para si mesmo ou para os outros.
         “A procrastinação também pode estar associada a transtornos de personalidade e ao déficit de atenção”, dizRita Martins, psicanalista e professora na Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro.
         Há mais fatores emocionais que podem sustentar o comportamento. Um deles é o medo — do fracasso ou dosucesso, por exemplo.
         Pessoas com esse perfil postergam decisões e tarefas sobretudo por três motivos: primeiro, porque desejamevitar a crítica alheia; segundo, porque as coisas podem não sair do jeito que gostariam; e terceiro, porque achamque não vão “dar conta do recado”.
       “O medo é uma das maiores travas que enfrentamos na vida”, afirma José Roberto Marques, presidente doInstituto Brasileiro de Coaching. Um exemplo disso foi o que aconteceu com o designer gráfico David Arty, de 31 anos. Na última empresa emque atuou, ele fazia home office e tinha dificuldade de organizar a rotina — acabava deixando tudo para a últimahora. “Dormia mal, vivia estressado e não me sentia produtivo”, diz.
         Nessa época, David já sonhava em trabalhar por conta própria, mas o receio de fracassar fez com que adiasseesse projeto. Depois que tomou coragem e virou freelancer, aprendeu a estabelecer prioridades e a administrar aagenda. “Também passei a lidar melhor com o perfeccionismo, outra razão pela qual eu procrastinava”, afirma.
          A mania de perfeição, aliás, pode andar de mãos dadas com o atraso frequente. Além do medo de serjulgado, quem sofre desse mal presta tanta atenção nos detalhes que conclui os trabalhos só no último segundo.Isso faz com que o perfeccionista cometa erros, mantendo-se preso à ciranda da procrastinação.
          A desmotivação também costuma estar por trás do adiamento constante — quando a pessoa não vê sentidonaquilo que faz, fica propensa a “empurrar com a barriga”. Segundo Timothy A. Pychyl, esse comportamento podeindicar problemas maiores, como falta de direção na vida ou de identidade.
         Esse era o caso de Sousete Silva, de 50 anos, coordenadora de compras do Minas Tênis Clube. Emboraatuasse nessa mesma área, ela se sentia frustrada no emprego anterior e vivia cheia de pendências.
        “Procrastinava no escritório e na vida pessoal”, diz. Ao se desligar da empresa, Sousete buscou oautoconhecimento frequentando cursos de filosofia.
         “Descobri que o antigo trabalho não estava alinhado com meus valores, daí o motivo da insatisfação”, afirma.Hoje ela fez as pazes com a rotina e mantém a procrastinação sob controle focando três princípios: organização,disciplina e eficiência.

LIMA, Paula. Você nunca termina suas tarefas? O problema pode não ser getão de tempo. Disponível em:< https: exame.abril.com.br="" carreira="" voce-nunca-termina-suas-tarefas-o-problema-pode-nao-ser-gestao-de-tempo="" >. Acesso em: 20 ago. 2019. 
Assinale a alternativa que, de acordo com os argumentos apresentados no texto, pode ser uma causa e também uma consequência da procrastinação.
Alternativas
Q2033911 Português
Você nunca termina suas tarefas?O problema pode não ser gestão de tempo


         Todo mundo já deixou uma tarefa chata ou complexa para o dia seguinte — e não há nada de errado nisso.Muitas vezes até precisamos de um tempo extra para tomar uma decisão importante, refletir sobre um ponto de vistaou avaliar um projeto da empresa.
        A procrastinação só vira de fato um problema quando acontece com frequência e impacta negativamentea saúde física e mental.
      “É o atraso de um ato voluntário, que ocorre apesar de sabermos que ele vai nos prejudicar”, define TimothyA. Pychyl, professor de psicologia na Carleton University, no Canadá, em seu livro Solving the Procrastination Puzzle(“Solucionando o quebra-cabeça da procrastinação”, em tradução livre, sem edição no Brasil).
          De acordo com Timothy, que estuda o assunto há mais de 20 anos, o hábito de “empurrar com a barriga” nãoestá ligado à lassidão ou à má administração da agenda, como a maioria de nós acredita.
       “A procrastinação constante é uma inabilidade para gerenciar emoções e impulsos”, afirma. Por isso, segundoele, é fundamental descobrir quais gatilhos psicológicos dão origem a seu “depois eu faço” antes de combater esseinimigo da produtividade.
           Pesquisas indicam que cerca de 20% dos adultos são procrastinadores crônicos, ou seja, vivem postergandoo início ou o término de uma atividade, mesmo sabendo que esse comportamento provoca algum desconforto(estresse, arrependimento, frustração, ansiedade, culpa) e geralmente causa danos aos estudos, à carreira e aosrelacionamentos.
          Ora, se a procrastinação prejudica nosso bem-estar, por que promovemos essa autossabotagem? “Ao protelaralgo que nos parece desagradável, usufruímos uma súbita sensação de prazer”, diz Christian Dunker, psicanalista eprofessor titular do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. Só que esse alívio é temporário, pois emalgum momento teremos de resolver as pendências.
           Como é uma necessidade humana buscar a satisfação e fugir do sofrimento, quem cultiva o hábito de“transferir para outro dia” entra num círculo vicioso, do qual é difícil se libertar.
           Portanto, a procrastinação constante não está ligada à má gestão do tempo — ela nada mais é do que umaestratégia do cérebro para lidar com as emoções negativas. “Sendo assim, é preciso aceitar o problema e entender oque está por trás dele para começar a superá-lo”, afirma Tânia Campanharo, psicóloga clínica de São Paulo.
           Quando se transforma num estilo de vida, a procrastinação pode ser um sintoma de ansiedade — estadoemocional que aparece ao encararmos algo que provoca medo, expectativa ou dúvida. “As pessoas ansiosas nãopensam nem agem”, diz Christian.
         Como geralmente estão com a cabeça voltada para o futuro, elas têm dificuldade de realizar algumasatividades e acabam jogando-as para a frente. A ansiedade também é um dos fatores que desencadeiam adepressão, outra mola propulsora do adiamento ou do atraso frequentes.
        Quem apresenta essa condição sofre com pensamentos negativos, sensação de inutilidade e sentimento deculpa. Qualquer tarefa se torna incômoda e complicada. “O depressivo não tem vontade nem energia para agir”, dizTânia. Vale dizer que a procrastinação e a depressão se retroalimentam — e nem sempre é fácil apontar qual delassurgiu primeiro.
          Outro elemento é o estresse, que também está relacionado a quadros de depressão e ansiedade. Nesseestado de ânimo, a pessoa vive nervosa e frustrada, se distrai com facilidade e, como se cobra demasiadamente, àsvezes tem bloqueios mentais.
      Ela costuma deixar de lado uma tarefa relevante, priorizando as secundárias como forma de alívio. Aliás, essaé uma característica do procrastinador de carteirinha: avaliar a realização de uma atividade pela satisfação que elaproporciona, e não pelo nível de importância que ela tem para si mesmo ou para os outros.
         “A procrastinação também pode estar associada a transtornos de personalidade e ao déficit de atenção”, dizRita Martins, psicanalista e professora na Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro.
         Há mais fatores emocionais que podem sustentar o comportamento. Um deles é o medo — do fracasso ou dosucesso, por exemplo.
         Pessoas com esse perfil postergam decisões e tarefas sobretudo por três motivos: primeiro, porque desejamevitar a crítica alheia; segundo, porque as coisas podem não sair do jeito que gostariam; e terceiro, porque achamque não vão “dar conta do recado”.
       “O medo é uma das maiores travas que enfrentamos na vida”, afirma José Roberto Marques, presidente doInstituto Brasileiro de Coaching. Um exemplo disso foi o que aconteceu com o designer gráfico David Arty, de 31 anos. Na última empresa emque atuou, ele fazia home office e tinha dificuldade de organizar a rotina — acabava deixando tudo para a últimahora. “Dormia mal, vivia estressado e não me sentia produtivo”, diz.
         Nessa época, David já sonhava em trabalhar por conta própria, mas o receio de fracassar fez com que adiasseesse projeto. Depois que tomou coragem e virou freelancer, aprendeu a estabelecer prioridades e a administrar aagenda. “Também passei a lidar melhor com o perfeccionismo, outra razão pela qual eu procrastinava”, afirma.
          A mania de perfeição, aliás, pode andar de mãos dadas com o atraso frequente. Além do medo de serjulgado, quem sofre desse mal presta tanta atenção nos detalhes que conclui os trabalhos só no último segundo.Isso faz com que o perfeccionista cometa erros, mantendo-se preso à ciranda da procrastinação.
          A desmotivação também costuma estar por trás do adiamento constante — quando a pessoa não vê sentidonaquilo que faz, fica propensa a “empurrar com a barriga”. Segundo Timothy A. Pychyl, esse comportamento podeindicar problemas maiores, como falta de direção na vida ou de identidade.
         Esse era o caso de Sousete Silva, de 50 anos, coordenadora de compras do Minas Tênis Clube. Emboraatuasse nessa mesma área, ela se sentia frustrada no emprego anterior e vivia cheia de pendências.
        “Procrastinava no escritório e na vida pessoal”, diz. Ao se desligar da empresa, Sousete buscou oautoconhecimento frequentando cursos de filosofia.
         “Descobri que o antigo trabalho não estava alinhado com meus valores, daí o motivo da insatisfação”, afirma.Hoje ela fez as pazes com a rotina e mantém a procrastinação sob controle focando três princípios: organização,disciplina e eficiência.

LIMA, Paula. Você nunca termina suas tarefas? O problema pode não ser getão de tempo. Disponível em:< https: exame.abril.com.br="" carreira="" voce-nunca-termina-suas-tarefas-o-problema-pode-nao-ser-gestao-de-tempo="" >. Acesso em: 20 ago. 2019. 
Assinale a alternativa que, segundo a autora, não representa uma causa da procrastinação constante.
Alternativas
Q2033912 Português
Você nunca termina suas tarefas?O problema pode não ser gestão de tempo


         Todo mundo já deixou uma tarefa chata ou complexa para o dia seguinte — e não há nada de errado nisso.Muitas vezes até precisamos de um tempo extra para tomar uma decisão importante, refletir sobre um ponto de vistaou avaliar um projeto da empresa.
        A procrastinação só vira de fato um problema quando acontece com frequência e impacta negativamentea saúde física e mental.
      “É o atraso de um ato voluntário, que ocorre apesar de sabermos que ele vai nos prejudicar”, define TimothyA. Pychyl, professor de psicologia na Carleton University, no Canadá, em seu livro Solving the Procrastination Puzzle(“Solucionando o quebra-cabeça da procrastinação”, em tradução livre, sem edição no Brasil).
          De acordo com Timothy, que estuda o assunto há mais de 20 anos, o hábito de “empurrar com a barriga” nãoestá ligado à lassidão ou à má administração da agenda, como a maioria de nós acredita.
       “A procrastinação constante é uma inabilidade para gerenciar emoções e impulsos”, afirma. Por isso, segundoele, é fundamental descobrir quais gatilhos psicológicos dão origem a seu “depois eu faço” antes de combater esseinimigo da produtividade.
           Pesquisas indicam que cerca de 20% dos adultos são procrastinadores crônicos, ou seja, vivem postergandoo início ou o término de uma atividade, mesmo sabendo que esse comportamento provoca algum desconforto(estresse, arrependimento, frustração, ansiedade, culpa) e geralmente causa danos aos estudos, à carreira e aosrelacionamentos.
          Ora, se a procrastinação prejudica nosso bem-estar, por que promovemos essa autossabotagem? “Ao protelaralgo que nos parece desagradável, usufruímos uma súbita sensação de prazer”, diz Christian Dunker, psicanalista eprofessor titular do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. Só que esse alívio é temporário, pois emalgum momento teremos de resolver as pendências.
           Como é uma necessidade humana buscar a satisfação e fugir do sofrimento, quem cultiva o hábito de“transferir para outro dia” entra num círculo vicioso, do qual é difícil se libertar.
           Portanto, a procrastinação constante não está ligada à má gestão do tempo — ela nada mais é do que umaestratégia do cérebro para lidar com as emoções negativas. “Sendo assim, é preciso aceitar o problema e entender oque está por trás dele para começar a superá-lo”, afirma Tânia Campanharo, psicóloga clínica de São Paulo.
           Quando se transforma num estilo de vida, a procrastinação pode ser um sintoma de ansiedade — estadoemocional que aparece ao encararmos algo que provoca medo, expectativa ou dúvida. “As pessoas ansiosas nãopensam nem agem”, diz Christian.
         Como geralmente estão com a cabeça voltada para o futuro, elas têm dificuldade de realizar algumasatividades e acabam jogando-as para a frente. A ansiedade também é um dos fatores que desencadeiam adepressão, outra mola propulsora do adiamento ou do atraso frequentes.
        Quem apresenta essa condição sofre com pensamentos negativos, sensação de inutilidade e sentimento deculpa. Qualquer tarefa se torna incômoda e complicada. “O depressivo não tem vontade nem energia para agir”, dizTânia. Vale dizer que a procrastinação e a depressão se retroalimentam — e nem sempre é fácil apontar qual delassurgiu primeiro.
          Outro elemento é o estresse, que também está relacionado a quadros de depressão e ansiedade. Nesseestado de ânimo, a pessoa vive nervosa e frustrada, se distrai com facilidade e, como se cobra demasiadamente, àsvezes tem bloqueios mentais.
      Ela costuma deixar de lado uma tarefa relevante, priorizando as secundárias como forma de alívio. Aliás, essaé uma característica do procrastinador de carteirinha: avaliar a realização de uma atividade pela satisfação que elaproporciona, e não pelo nível de importância que ela tem para si mesmo ou para os outros.
         “A procrastinação também pode estar associada a transtornos de personalidade e ao déficit de atenção”, dizRita Martins, psicanalista e professora na Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro.
         Há mais fatores emocionais que podem sustentar o comportamento. Um deles é o medo — do fracasso ou dosucesso, por exemplo.
         Pessoas com esse perfil postergam decisões e tarefas sobretudo por três motivos: primeiro, porque desejamevitar a crítica alheia; segundo, porque as coisas podem não sair do jeito que gostariam; e terceiro, porque achamque não vão “dar conta do recado”.
       “O medo é uma das maiores travas que enfrentamos na vida”, afirma José Roberto Marques, presidente doInstituto Brasileiro de Coaching. Um exemplo disso foi o que aconteceu com o designer gráfico David Arty, de 31 anos. Na última empresa emque atuou, ele fazia home office e tinha dificuldade de organizar a rotina — acabava deixando tudo para a últimahora. “Dormia mal, vivia estressado e não me sentia produtivo”, diz.
         Nessa época, David já sonhava em trabalhar por conta própria, mas o receio de fracassar fez com que adiasseesse projeto. Depois que tomou coragem e virou freelancer, aprendeu a estabelecer prioridades e a administrar aagenda. “Também passei a lidar melhor com o perfeccionismo, outra razão pela qual eu procrastinava”, afirma.
          A mania de perfeição, aliás, pode andar de mãos dadas com o atraso frequente. Além do medo de serjulgado, quem sofre desse mal presta tanta atenção nos detalhes que conclui os trabalhos só no último segundo.Isso faz com que o perfeccionista cometa erros, mantendo-se preso à ciranda da procrastinação.
          A desmotivação também costuma estar por trás do adiamento constante — quando a pessoa não vê sentidonaquilo que faz, fica propensa a “empurrar com a barriga”. Segundo Timothy A. Pychyl, esse comportamento podeindicar problemas maiores, como falta de direção na vida ou de identidade.
         Esse era o caso de Sousete Silva, de 50 anos, coordenadora de compras do Minas Tênis Clube. Emboraatuasse nessa mesma área, ela se sentia frustrada no emprego anterior e vivia cheia de pendências.
        “Procrastinava no escritório e na vida pessoal”, diz. Ao se desligar da empresa, Sousete buscou oautoconhecimento frequentando cursos de filosofia.
         “Descobri que o antigo trabalho não estava alinhado com meus valores, daí o motivo da insatisfação”, afirma.Hoje ela fez as pazes com a rotina e mantém a procrastinação sob controle focando três princípios: organização,disciplina e eficiência.

LIMA, Paula. Você nunca termina suas tarefas? O problema pode não ser getão de tempo. Disponível em:< https: exame.abril.com.br="" carreira="" voce-nunca-termina-suas-tarefas-o-problema-pode-nao-ser-gestao-de-tempo="" >. Acesso em: 20 ago. 2019. 
Para construir o texto, a autora lança mão de alguns recursos de argumentação. Entre os recursos elencados abaixo, assinale a alternativa que apresenta aquele que foi usado com maior predominância no texto. 
Alternativas
Q2033913 Português
Você nunca termina suas tarefas?O problema pode não ser gestão de tempo


         Todo mundo já deixou uma tarefa chata ou complexa para o dia seguinte — e não há nada de errado nisso.Muitas vezes até precisamos de um tempo extra para tomar uma decisão importante, refletir sobre um ponto de vistaou avaliar um projeto da empresa.
        A procrastinação só vira de fato um problema quando acontece com frequência e impacta negativamentea saúde física e mental.
      “É o atraso de um ato voluntário, que ocorre apesar de sabermos que ele vai nos prejudicar”, define TimothyA. Pychyl, professor de psicologia na Carleton University, no Canadá, em seu livro Solving the Procrastination Puzzle(“Solucionando o quebra-cabeça da procrastinação”, em tradução livre, sem edição no Brasil).
          De acordo com Timothy, que estuda o assunto há mais de 20 anos, o hábito de “empurrar com a barriga” nãoestá ligado à lassidão ou à má administração da agenda, como a maioria de nós acredita.
       “A procrastinação constante é uma inabilidade para gerenciar emoções e impulsos”, afirma. Por isso, segundoele, é fundamental descobrir quais gatilhos psicológicos dão origem a seu “depois eu faço” antes de combater esseinimigo da produtividade.
           Pesquisas indicam que cerca de 20% dos adultos são procrastinadores crônicos, ou seja, vivem postergandoo início ou o término de uma atividade, mesmo sabendo que esse comportamento provoca algum desconforto(estresse, arrependimento, frustração, ansiedade, culpa) e geralmente causa danos aos estudos, à carreira e aosrelacionamentos.
          Ora, se a procrastinação prejudica nosso bem-estar, por que promovemos essa autossabotagem? “Ao protelaralgo que nos parece desagradável, usufruímos uma súbita sensação de prazer”, diz Christian Dunker, psicanalista eprofessor titular do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. Só que esse alívio é temporário, pois emalgum momento teremos de resolver as pendências.
           Como é uma necessidade humana buscar a satisfação e fugir do sofrimento, quem cultiva o hábito de“transferir para outro dia” entra num círculo vicioso, do qual é difícil se libertar.
           Portanto, a procrastinação constante não está ligada à má gestão do tempo — ela nada mais é do que umaestratégia do cérebro para lidar com as emoções negativas. “Sendo assim, é preciso aceitar o problema e entender oque está por trás dele para começar a superá-lo”, afirma Tânia Campanharo, psicóloga clínica de São Paulo.
           Quando se transforma num estilo de vida, a procrastinação pode ser um sintoma de ansiedade — estadoemocional que aparece ao encararmos algo que provoca medo, expectativa ou dúvida. “As pessoas ansiosas nãopensam nem agem”, diz Christian.
         Como geralmente estão com a cabeça voltada para o futuro, elas têm dificuldade de realizar algumasatividades e acabam jogando-as para a frente. A ansiedade também é um dos fatores que desencadeiam adepressão, outra mola propulsora do adiamento ou do atraso frequentes.
        Quem apresenta essa condição sofre com pensamentos negativos, sensação de inutilidade e sentimento deculpa. Qualquer tarefa se torna incômoda e complicada. “O depressivo não tem vontade nem energia para agir”, dizTânia. Vale dizer que a procrastinação e a depressão se retroalimentam — e nem sempre é fácil apontar qual delassurgiu primeiro.
          Outro elemento é o estresse, que também está relacionado a quadros de depressão e ansiedade. Nesseestado de ânimo, a pessoa vive nervosa e frustrada, se distrai com facilidade e, como se cobra demasiadamente, àsvezes tem bloqueios mentais.
      Ela costuma deixar de lado uma tarefa relevante, priorizando as secundárias como forma de alívio. Aliás, essaé uma característica do procrastinador de carteirinha: avaliar a realização de uma atividade pela satisfação que elaproporciona, e não pelo nível de importância que ela tem para si mesmo ou para os outros.
         “A procrastinação também pode estar associada a transtornos de personalidade e ao déficit de atenção”, dizRita Martins, psicanalista e professora na Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro.
         Há mais fatores emocionais que podem sustentar o comportamento. Um deles é o medo — do fracasso ou dosucesso, por exemplo.
         Pessoas com esse perfil postergam decisões e tarefas sobretudo por três motivos: primeiro, porque desejamevitar a crítica alheia; segundo, porque as coisas podem não sair do jeito que gostariam; e terceiro, porque achamque não vão “dar conta do recado”.
       “O medo é uma das maiores travas que enfrentamos na vida”, afirma José Roberto Marques, presidente doInstituto Brasileiro de Coaching. Um exemplo disso foi o que aconteceu com o designer gráfico David Arty, de 31 anos. Na última empresa emque atuou, ele fazia home office e tinha dificuldade de organizar a rotina — acabava deixando tudo para a últimahora. “Dormia mal, vivia estressado e não me sentia produtivo”, diz.
         Nessa época, David já sonhava em trabalhar por conta própria, mas o receio de fracassar fez com que adiasseesse projeto. Depois que tomou coragem e virou freelancer, aprendeu a estabelecer prioridades e a administrar aagenda. “Também passei a lidar melhor com o perfeccionismo, outra razão pela qual eu procrastinava”, afirma.
          A mania de perfeição, aliás, pode andar de mãos dadas com o atraso frequente. Além do medo de serjulgado, quem sofre desse mal presta tanta atenção nos detalhes que conclui os trabalhos só no último segundo.Isso faz com que o perfeccionista cometa erros, mantendo-se preso à ciranda da procrastinação.
          A desmotivação também costuma estar por trás do adiamento constante — quando a pessoa não vê sentidonaquilo que faz, fica propensa a “empurrar com a barriga”. Segundo Timothy A. Pychyl, esse comportamento podeindicar problemas maiores, como falta de direção na vida ou de identidade.
         Esse era o caso de Sousete Silva, de 50 anos, coordenadora de compras do Minas Tênis Clube. Emboraatuasse nessa mesma área, ela se sentia frustrada no emprego anterior e vivia cheia de pendências.
        “Procrastinava no escritório e na vida pessoal”, diz. Ao se desligar da empresa, Sousete buscou oautoconhecimento frequentando cursos de filosofia.
         “Descobri que o antigo trabalho não estava alinhado com meus valores, daí o motivo da insatisfação”, afirma.Hoje ela fez as pazes com a rotina e mantém a procrastinação sob controle focando três princípios: organização,disciplina e eficiência.

LIMA, Paula. Você nunca termina suas tarefas? O problema pode não ser getão de tempo. Disponível em:< https: exame.abril.com.br="" carreira="" voce-nunca-termina-suas-tarefas-o-problema-pode-nao-ser-gestao-de-tempo="" >. Acesso em: 20 ago. 2019. 
Assinale a alternativa em que o uso do sinal indicativo de crase se justifica por regra diferente da regra geral (fusão do “a” preposição com o “a” / “as” artigo definido feminino).
Alternativas
Q2033914 Português
Você nunca termina suas tarefas?O problema pode não ser gestão de tempo


         Todo mundo já deixou uma tarefa chata ou complexa para o dia seguinte — e não há nada de errado nisso.Muitas vezes até precisamos de um tempo extra para tomar uma decisão importante, refletir sobre um ponto de vistaou avaliar um projeto da empresa.
        A procrastinação só vira de fato um problema quando acontece com frequência e impacta negativamentea saúde física e mental.
      “É o atraso de um ato voluntário, que ocorre apesar de sabermos que ele vai nos prejudicar”, define TimothyA. Pychyl, professor de psicologia na Carleton University, no Canadá, em seu livro Solving the Procrastination Puzzle(“Solucionando o quebra-cabeça da procrastinação”, em tradução livre, sem edição no Brasil).
          De acordo com Timothy, que estuda o assunto há mais de 20 anos, o hábito de “empurrar com a barriga” nãoestá ligado à lassidão ou à má administração da agenda, como a maioria de nós acredita.
       “A procrastinação constante é uma inabilidade para gerenciar emoções e impulsos”, afirma. Por isso, segundoele, é fundamental descobrir quais gatilhos psicológicos dão origem a seu “depois eu faço” antes de combater esseinimigo da produtividade.
           Pesquisas indicam que cerca de 20% dos adultos são procrastinadores crônicos, ou seja, vivem postergandoo início ou o término de uma atividade, mesmo sabendo que esse comportamento provoca algum desconforto(estresse, arrependimento, frustração, ansiedade, culpa) e geralmente causa danos aos estudos, à carreira e aosrelacionamentos.
          Ora, se a procrastinação prejudica nosso bem-estar, por que promovemos essa autossabotagem? “Ao protelaralgo que nos parece desagradável, usufruímos uma súbita sensação de prazer”, diz Christian Dunker, psicanalista eprofessor titular do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. Só que esse alívio é temporário, pois emalgum momento teremos de resolver as pendências.
           Como é uma necessidade humana buscar a satisfação e fugir do sofrimento, quem cultiva o hábito de“transferir para outro dia” entra num círculo vicioso, do qual é difícil se libertar.
           Portanto, a procrastinação constante não está ligada à má gestão do tempo — ela nada mais é do que umaestratégia do cérebro para lidar com as emoções negativas. “Sendo assim, é preciso aceitar o problema e entender oque está por trás dele para começar a superá-lo”, afirma Tânia Campanharo, psicóloga clínica de São Paulo.
           Quando se transforma num estilo de vida, a procrastinação pode ser um sintoma de ansiedade — estadoemocional que aparece ao encararmos algo que provoca medo, expectativa ou dúvida. “As pessoas ansiosas nãopensam nem agem”, diz Christian.
         Como geralmente estão com a cabeça voltada para o futuro, elas têm dificuldade de realizar algumasatividades e acabam jogando-as para a frente. A ansiedade também é um dos fatores que desencadeiam adepressão, outra mola propulsora do adiamento ou do atraso frequentes.
        Quem apresenta essa condição sofre com pensamentos negativos, sensação de inutilidade e sentimento deculpa. Qualquer tarefa se torna incômoda e complicada. “O depressivo não tem vontade nem energia para agir”, dizTânia. Vale dizer que a procrastinação e a depressão se retroalimentam — e nem sempre é fácil apontar qual delassurgiu primeiro.
          Outro elemento é o estresse, que também está relacionado a quadros de depressão e ansiedade. Nesseestado de ânimo, a pessoa vive nervosa e frustrada, se distrai com facilidade e, como se cobra demasiadamente, àsvezes tem bloqueios mentais.
      Ela costuma deixar de lado uma tarefa relevante, priorizando as secundárias como forma de alívio. Aliás, essaé uma característica do procrastinador de carteirinha: avaliar a realização de uma atividade pela satisfação que elaproporciona, e não pelo nível de importância que ela tem para si mesmo ou para os outros.
         “A procrastinação também pode estar associada a transtornos de personalidade e ao déficit de atenção”, dizRita Martins, psicanalista e professora na Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro.
         Há mais fatores emocionais que podem sustentar o comportamento. Um deles é o medo — do fracasso ou dosucesso, por exemplo.
         Pessoas com esse perfil postergam decisões e tarefas sobretudo por três motivos: primeiro, porque desejamevitar a crítica alheia; segundo, porque as coisas podem não sair do jeito que gostariam; e terceiro, porque achamque não vão “dar conta do recado”.
       “O medo é uma das maiores travas que enfrentamos na vida”, afirma José Roberto Marques, presidente doInstituto Brasileiro de Coaching. Um exemplo disso foi o que aconteceu com o designer gráfico David Arty, de 31 anos. Na última empresa emque atuou, ele fazia home office e tinha dificuldade de organizar a rotina — acabava deixando tudo para a últimahora. “Dormia mal, vivia estressado e não me sentia produtivo”, diz.
         Nessa época, David já sonhava em trabalhar por conta própria, mas o receio de fracassar fez com que adiasseesse projeto. Depois que tomou coragem e virou freelancer, aprendeu a estabelecer prioridades e a administrar aagenda. “Também passei a lidar melhor com o perfeccionismo, outra razão pela qual eu procrastinava”, afirma.
          A mania de perfeição, aliás, pode andar de mãos dadas com o atraso frequente. Além do medo de serjulgado, quem sofre desse mal presta tanta atenção nos detalhes que conclui os trabalhos só no último segundo.Isso faz com que o perfeccionista cometa erros, mantendo-se preso à ciranda da procrastinação.
          A desmotivação também costuma estar por trás do adiamento constante — quando a pessoa não vê sentidonaquilo que faz, fica propensa a “empurrar com a barriga”. Segundo Timothy A. Pychyl, esse comportamento podeindicar problemas maiores, como falta de direção na vida ou de identidade.
         Esse era o caso de Sousete Silva, de 50 anos, coordenadora de compras do Minas Tênis Clube. Emboraatuasse nessa mesma área, ela se sentia frustrada no emprego anterior e vivia cheia de pendências.
        “Procrastinava no escritório e na vida pessoal”, diz. Ao se desligar da empresa, Sousete buscou oautoconhecimento frequentando cursos de filosofia.
         “Descobri que o antigo trabalho não estava alinhado com meus valores, daí o motivo da insatisfação”, afirma.Hoje ela fez as pazes com a rotina e mantém a procrastinação sob controle focando três princípios: organização,disciplina e eficiência.

LIMA, Paula. Você nunca termina suas tarefas? O problema pode não ser getão de tempo. Disponível em:< https: exame.abril.com.br="" carreira="" voce-nunca-termina-suas-tarefas-o-problema-pode-nao-ser-gestao-de-tempo="" >. Acesso em: 20 ago. 2019. 
Considere o trecho: “Pesquisas indicam que cerca de 20% dos adultos são procrastinadores crônicos, ou seja, vivem postergando o início ou o término de uma atividade, mesmo sabendo que esse comportamento provoca algum desconforto (estresse, arrependimento, frustração, ansiedade, culpa) e geralmente causa danos aos estudos, à carreira e aos relacionamentos.” (Linhas 14-17) Tendo em vista a pontuação usada no trecho, assinale a alternativa CORRETA, de acordo com a Gramática Normativa da Língua Portuguesa.
Alternativas
Q2033915 Português
Comparando o texto 02 ao texto 01, é CORRETO afirmar: 
Alternativas
Q2033916 Português
Os verbos usados nos subtítulos do texto 02 encontram-se no modo imperativo, flexionados de acordo com seus respectivos sujeitos, os quais são representados pela pessoa gramatical 
Alternativas
Q2033917 Português
Assinale a alternativa CORRETA, tendo em vista a estrutura morfossintática do texto 02.
Alternativas
Q2033918 Português
Considere o trecho da dica “Comemore cada conquista”: “Quando não procrastinar, dê a si mesmo uma recompensa [...]” Se o trecho for passado para o plural, o verbo “dar” assumirá a forma
Alternativas
Respostas
1: D
2: B
3: B
4: E
5: A
6: C
7: E
8: A
9: C
10: D