Questões de Concurso Público Prefeitura de São João da Ponte - MG 2021 para Médico Veterinário

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Q1866964 Veterinária
Importantes zoonoses parasitárias podem ser transmitidas pelo consumo de produtos de origem animal, provocando perdas econômicas, além de um grande impacto na saúde pública. Para aprimorar a qualidade desses produtos comercializados, tornou-se importante a prevenção da ocorrência de Doenças Transmitidas por Alimentos (DTA). Os fatores que contribuem para as DTA são: o crescente aumento das populações, a existência de grupos populacionais vulneráveis ou mais expostos, o processo de urbanização desordenado e a necessidade da produção de alimentos em larga escala, assim como o deficiente controle dos órgãos públicos e privados no tocante à qualidade dos alimentos ofertados às populações, a utilização de novas modalidades de produção, as mudanças de hábitos alimentares, as mudanças ambientais e a globalização. BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Vigilância em Saúde. Manual integrado de vigilância, prevenção e controle de doenças transmitidas por alimentos. 2010. p. 4.  

Para que medidas profiláticas sejam adotadas corretamente, é importante o conhecimento sobre as zoonoses. A respeito da toxoplasmose, avalie as afirmações a seguir.
I - A toxoplasmose é uma zoonose causada pelo protozoário Toxoplasma gondii, parasita intracelular obrigatório. Os hospedeiros definitivos desse parasita são os felídeos, enquanto, como hospedeiros intermediários, podem ser listadas diversas espécies de vertebrados homeotérmicos, entre elas o homem.
II - Apresenta-se em três estádios principais: oocisto, taquizoíto e bradizoíto. Os taquizoítos são responsáveis pela fase aguda da infecção, enquanto os bradizoítos podem se agrupar e formar cistos teciduais intracelulares, podendo ser encontrados nas vísceras, cérebro, musculatura cardíaca e esquelética.
III - No ciclo evolutivo, os gatos eliminam, pelas fezes, os bradizoíto por até aproximadamente três semanas após a ingestão de qualquer dos estágios do parasita, em que realizará a reprodução assexuada, que dará origem ao oocisto; este terá a esporulação fora do corpo do animal, de 1 a 5 dias após a eliminação.
IV - O consumo de carnes ou derivados crus tem sido a principal via de transmissão para os humanos, sendo que as de ovinos, caprinos, suínos e equinos têm maior importância, por normalmente apresentarem maior frequência de cistos teciduais, enquanto as de bovinos e aves comerciais possuem menor relevância.
É CORRETO o que se afirma em:
Alternativas
Q1866965 Veterinária
Nos procedimentos de inspeção post mortem, o Auditor Fiscal Federal Agropecuário, com formação em Medicina Veterinária, pode ser assistido por Agentes de Inspeção Sanitária e Industrial de Produtos de Origem Animal e auxiliares de inspeção devidamente capacitados. A inspeção post mortem consiste no exame da carcaça, das partes da carcaça, das cavidades, dos órgãos, dos tecidos e dos linfonodos, realizado por visualização, palpação, olfação e incisão, quando necessário. Todos os órgãos e as partes das carcaças devem ser examinados na dependência de abate, imediatamente depois de removidos das carcaças, assegurada sempre a correspondência entre eles. As carcaças, as partes das carcaças e os órgãos que apresentem lesões ou anormalidades que não tenham implicações para a carcaça e para os demais órgãos podem ser condenados ou liberados nas linhas de inspeção. Toda carcaça, partes das carcaças e dos órgãos, examinados nas linhas de inspeção, que apresentem lesões ou anormalidades que possam ter implicações para a carcaça e para os demais órgãos devem ser desviados para o Departamento de Inspeção Final para que sejam examinados, julgados e tenham a devida destinação (DECRETO N.º 9.013/2017).
Em quais situações as carcaças com infecção intensa por Cysticercus bovis (cisticercose bovina) devem ser condenadas, considerando os locais de eleição examinados na linha de inspeção (músculos da mastigação, língua, coração, diafragma e seus pilares, esôfago e fígado), quarto dianteiro (músculos do pescoço, do peito e da paleta) e quarto traseiro (músculos do coxão, da alcatra e do lombo).
Alternativas
Q1866966 Veterinária
Segundo a Organização Mundial de Saúde Animal – OIE–, doença de notificação ou declaração obrigatória é definida como “doença inscrita em uma lista pela autoridade veterinária e cuja presença deve ser levada ao seu conhecimento assim que for detectada ou observada uma suspeita, em conformidade com a regulamentação nacional”. No Brasil, a notificação de suspeita ou ocorrência de doenças animais deve ser feita pelo médico veterinário ao serviço veterinário oficial (SVO), e é fundamental à efetividade do sistema de vigilância veterinária, além de ser obrigatória, conforme previsto na Instrução Normativa N° 50, de 24 de setembro de 2013 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Regras internacionais determinam à notificação imediata e obrigatória de enfermidades transmissíveis de grande poder de difusão e de especial gravidade e que possam estender-se para além das fronteiras nacionais, produzindo consequências socioeconômicas ou sanitárias graves, interferindo no comércio internacional de animais e de seus produtos. Assinale a alternativa que inclui as enfermidades de notificação obrigatória, segundo a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).
Alternativas
Q1866967 Veterinária
A mastite é uma inflamação da glândula mamária, decorrente de uma infecção causada por um agente patógeno, que adentra na glândula mamária pelo orifício do teto (principal via de infecção) ou pelo sangue (ex. Mycoplasma), causando danos no tecido e alterações físico-químicas do leite. A mastite pode ser diagnosticada como clínica ou subclínica, sendo que a primeira pode ser detectada através de alterações visíveis no leite, acompanhadas ou não de sinais inflamatórios na glândula mamária ou sistêmicas, e a segunda, através do aumento das células somáticas no leite e queda na produção de leite dos animais. Embora silenciosa e muitas vezes desprezível pelo produtor, a mastite subclínica resulta em prejuízos de maiores proporções, pois reflete em perdas na produção, aloja patógenos, pode causar mastites clínicas e resulta em leite de baixa qualidade (alta contagem de células somáticas, CCS). 


Coentrão C.M. et al. Fatores de risco para mastite subclínica em vacas leiteiras.
Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., v.60, n.2, p.283-288, 2008.  
I - Para fins de controle e prevenção da mastite na população estudada, a separação de animais cuja base do úbere esteja no mesmo nível ou abaixo do jarrete, a manutenção correta do equipamento de ordenha e a identificação de patógenos da mastite, o treinamento dos ordenhadores para realização de ordenha, a não imersão do conjunto de teteiras em solução desinfetante entre a ordenha de animais distintos e a correta aplicação de antibiótico intramamário poderiam reduzir os níveis de mastite.
PORQUE  
II - Os principais fatores de risco para ocorrência de mastite subclínica em vacas leiteiras foram as características dos animais, o manejo inadequado, a inexistência de treinamento dos ordenadores, a não utilização de serviços laboratoriais para identificação dos patógenos e o uso de equipamentos de ordenha sem manutenção periódica.
A partir das informações sobre os fatores de risco para mastite subclínica apresentadas na tabela, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas. 
Alternativas
Q1866968 Veterinária
O leite é definido como um produto advindo da ordenha total e ininterrupta de uma fêmea leiteira em bom estado físico. Em outras palavras, é uma secreção nutritiva proveniente das glândulas mamárias das fêmeas de mamíferos, que é produzida alguns dias antes do parto, formado por elementos sólidos, sendo lipídeos, carboidratos, proteínas, sais minerais e vitaminas diluídos em água. Entretanto, diversos fatores podem interferir na sua composição, tais como:
 I - A genética é o principal fator de variação na composição do leite, sendo que o teor de gordura é o que sofre maior variação, e a lactose e minerais, menores variações conforme as diferentes raças produtoras de leite.
II - Vacas de primeira cria apresentam teores de proteína, gordura, e lactose mais baixos quando comparadas às vacas multíparas, aumentando segunda e terceira lactações, voltando a diminuir a partir da quarta lactação.
III - A relação volumoso/concentrado pode interferir na quantidade de gordura do leite, sendo esta diminuída quando há aumento do teor de concentrado na dieta da vaca leiteira. Isso é devido à diminuição da relação acetato:propionato.
IV - É interessante que se façam, pelo menos, duas ordenhas nos animais com o intuito de obter um teor mais elevado de gordura no leite. Como a gordura varia inversamente aos intervalos, será mais vantajoso praticar duas ou mais ordenhas.
V - O estágio de lactação também influencia a composição do leite, sendo que, nos três primeiros meses, os níveis de lactose, proteína e gordura diminuem. Após esse período, somente a proteína continua a diminuir. Isso ocorre em vacas não gestantes.
É CORRETO o que se afirma em:
Alternativas
Q1866969 Veterinária
Uma vez constatada a situação real de risco de transmissão de zoonose(s) (risco iminente) ou a introdução de zoonose(s) de relevância para a saúde pública no território local, a área de vigilância de zoonoses deve iniciar a etapa de desenvolvimento e execução do controle da doença, por meio de medidas cabíveis e viáveis a serem aplicadas direta e indiretamente sobre a população animal alvo, a fim de interromper o ciclo de transmissão da(s) zoonose(s) alvo. As ações, as atividades e as estratégias de controle de zoonoses subdividem-se em três tipos:
I - Controle do risco iminente de transmissão de zoonose - Deve-se proceder às medidas de controle cabíveis, além da manutenção das medidas de vigilância e intensificação das medidas de prevenção, ambas adequadas à nova realidade epidemiológica. Esse controle se caracteriza pelo desenvolvimento de ações, atividades e estratégias que visem ao alcance da redução ou da eliminação, quando possível, do risco iminente de transmissão da zoonose para a população humana.
II - Controle da zoonose incidente - Uma vez instalado o ciclo de transmissão de determinada zoonose em certa área, em que uma população animal esteja relacionada, deve-se proceder às medidas de controle para a redução ou a eliminação, quando possível, do número de casos humanos da doença, intervindo de forma efetiva na interrupção do ciclo de transmissão.
III - Controle da zoonose prevalente - Diante de uma zoonose prevalente na área-alvo, em que uma população animal esteja relacionada à transmissão dela, devem-se manter, sistematicamente, as medidas de vigilância, ativa e passiva, e de prevenção, procedendo às medidas de controle para a redução ou eliminação, quando possível, do número de casos humanos da doença, intervindo de forma efetiva na interrupção do ciclo de transmissão.
É CORRETO o que se afirma em: 
Alternativas
Q1866970 Veterinária
Os sinais clínicos de onicogrifose, linfadenomegalia, caquexia, alopecia, descamação furfurácea, úlceras e palidez de mucosa oral e conjuntival são sinais comumente observados em cães naturalmente infectados por: 
Alternativas
Q1866971 Veterinária
O produtor agropecuário precisa dar destino ambientalmente correto aos resíduos produzidos em seu estabelecimento, o que vem exigindo investimentos, além de atenção às normas legais. A Instrução Normativa 48/2019 estabelece as regras sobre o recolhimento, transporte, processamento e destinação de animais mortos e resíduos da produção pecuária como alternativa para a sua eliminação nos estabelecimentos rurais. Para destinar animais mortos e resíduos da produção pecuária para unidade de recebimento, de transformação ou de eliminação, o estabelecimento rural deve possuir cadastro atualizado junto ao SVO e dispor de um local exclusivo para o recolhimento, bem como a unidade de recebimento e a de transformação e eliminação. Os produtos gerados no processo de transformação podem ser utilizados como insumos na indústria química, energética, de adubo, biodiesel, higiene e limpeza, levando a algumas considerações como:
 I - O produto final pode ser destinado, no país, para a alimentação animal.
II - O produto final pode ser destinado à exportação, desde que atendidas às exigências estabelecidas pelo país de destino.
III - O produto final contendo ruminantes na composição somente poderá ser destinado como adubo se houver comprovação, para o órgão fiscalizador, da retirada de MRE.
IV - Mediante análise prévia da Secretaria de Defesa Agropecuária do MAPA, as explorações pecuárias em que o SVO detectar suspeita de doenças de notificação obrigatória, o recolhimento de animais mortos e resíduos da produção pecuária fica sujeito a restrições, seguindo diretrizes das normas sanitárias.
V - O rótulo do produto final da transformação deve conter os seguintes dizeres, com a mesma visibilidade da denominação do produto: a - "Produzido a Partir de Animais e Resíduos da Produção Pecuária", b - "Para Alimentação Animal".
É correto o que se afirma em:
Alternativas
Q1866972 Veterinária
O carrapato-do-boi Rhipicephalus (Boophilus) microplus, endêmica em praticamente todo o território nacional, causa grandes prejuízos econômicos à cadeia produtiva de bovinos no Brasil, e o seu controle ainda é realizado predominantemente com acaricidas, e apenas quando o gado se apresenta visualmente altamente infestado por esse ectoparasita, já no final da fase parasitária. Nesse momento, a maior parte dos danos já se torna irreversível, mas há um efeito desse tratamento quanto ao impacto positivo de redução de infestações posteriores. Lesões no couro, causadas pela picada dos carrapatos, além de desvalorizar o produto, também podem favorecer a penetração de larvas de moscas causadoras das bicheiras (miíases). Por todos esses fatores, o carrapato tem sido destacado, economicamente, como o mais importante ectoparasita de bovinos do país, particularmente em raças taurinas ou seus cruzamentos. A ação baseada no conhecimento da biologia do parasita resultará em um melhor controle, menor custo, retardamento no avanço da seleção para resistência e menor impacto no ambiente pela redução da quantidade de acaricidas utilizada no controle desse ectoparasita.
Embrapa Gado de Corte - Capítulo em livro científico. In: ANDREOTTI, R.; GARCIA, M. V.; KOLLER, W. W. (Ed.). Carrapatos na cadeia produtiva de bovinos. Brasília, DF: Embrapa, p. 123-133, 2019. 240 p.
Qual das alternativas demonstra um controle estratégico eficiente. 
Alternativas
Q1866973 Veterinária
Considerando-se a quantidade máxima permitida de aeróbios mesofilos no leite cru pela Instrução Normativa 62 (BRASIL, 2011) de 600 mil UFC/ml, a presença de 1 a 2% de leite cru no leite pasteurizado pode representar a inclusão de até 12 x 105 bactérias/ml. Esses valores se tornam expressivos considerando que vários patógenos possam estar presentes, como Staphylococcus aureus, Campylobacter jejuni, Salmonella spp, Yersinia enterocolitica, Listeria monocytogenes e Escherichia coli. Para assegurar a eficiência do processo de pasteurização e, principalmente, a saúde do público consumidor, é feita a pesquisa de duas enzimas naturalmente encontradas no leite cru e que, após a pasteurização, servem de indicadores para assegurarem que o processo foi realizado adequadamente. São elas:
Alternativas
Respostas
1: D
2: E
3: B
4: A
5: C
6: E
7: C
8: D
9: B
10: A