Questões de Concurso Público Prefeitura de Montes Claros - MG 2024 para Médico Pneumologista

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Q3065307 Medicina
Paciente feminina, 46 anos, apresentava história de asma de difícil controle iniciada ainda na infância, com quatro anos de idade, necessitando seguidamente recorrer às emergências hospitalares, com várias internações pelas crises asmáticas desencadeadas por sinusite e atopia severa. Na história médica pregressa, a paciente relatava sinusite de repetição com gotejamento pós-nasal, hipertensão arterial sistêmica há dezenove anos e um episódio de acidente vascular cerebral há nove anos, com pequeno déficit focal remanescente à esquerda. Iniciou há três anos com artralgias em joelhos, cotovelos e punhos, artrite de mãos (interfalangianas proximais) e mialgias. História de alergia a várias medicações com desenvolvimento de rash cutâneo, boncoespasmo e dois episódios de parada respiratória decorrente do uso de uma das medicações. Relatava três internações prévias nos últimos 12 meses. Medicações em uso: salmeterol/ fluticasona 50/500 mcg inalatória, fluticasona nasal 50, salbutamol spray 100 mcg via inalatória quando necessário, captopril 25 mg, e prednisona 40 mg via oral por cinco dias nas crises de asma. Ao exame físico:I.M.C = 31, corada, eupneica, leve desvio da comissura labial, ausculta cardíaca normal, ausculta pulmonar com sibilos inspiratórios, enrijecimento articular, nodulações e desconforto em membros inferiores. O teste de função pulmonar evidenciava um distúrbio ventilatório obstrutivo moderado com variação significativa ao uso do broncodilatador. As radiografias dos seios da face demonstravam importante espessamento do revestimento mucoso dos seios maxilares e células etmoidais e radiografia do tórax normal. Hematócrito 40%, hemoglobina 13,1 g/dl, 10.600 leucócitos com 1.342 eosinófilos/mm3, 316.000 plaquetas/mm3, IgE total de 893 UI/ml, pesquisa negativa para anticorpos anticitoplasma de neutrófilos. Biópsia da mucosa do seio maxilar, que evidenciou intenso infiltrado eosinofílico. Extraído da revista Scientia Médica, Porto Alegre, v. 18, n. 4, p. 184-187, out./dez. 2008.
Com base no quadro clínico e nos exames laboratoriais, qual hipótese diagnóstica foi aventada e o tratamento instituído?
Alternativas
Q3065308 Medicina
Paciente de 40 anos, do sexo feminino, com diagnóstico de HAPI desde 1994, apresentava dispnéia aos esforços moderados (classe funcional II/ New York Heart Association). O ecocardiograma estimou a pressão sistólica da artéria pulmonar em 126 mmHg e revelou dilatação e disfunção de ventrículo direito significativas, sem acometimento de câmaras esquerdas. O cateterismo cardíaco direito associado à arteriografia pulmonar não evidenciaram falhas de enchimento compatíveis com HPTEPC e confirmaram os níveis pressóricos na circulação pulmonar. A cintilografia ventilação/perfusão revelou captação homogênea do radiofármaco no mapeamento de perfusão. Iniciou-se tratamento não específico com digitálico e anticoagulação. Em abril de 2004, apresentou piora funcional progressiva, chegando à classe funcional IV. A angiotomografia de tórax evidenciou trombos parietais excêntricos, de predomínio no tronco da artéria pulmonar (dos ramos principais até os ramos sub-segmentares, bilateralmente), com calcificações periféricas aos trombos. Apresentava ainda padrão de perfusão em mosaico no parênquima pulmonar e dilatação de artérias brônquicas. A investigação para trombose venosa profunda e trombofilias resultou negativa. Apesar da piora de classe funcional, a distância percorrida no teste de caminhada de seis minutos (TC6) — usado para avaliar a capacidade funcional — foi de 414 m; dissociação essa já descrita para pacientes com HAPI. A paciente permaneceu todo o período de tratamento adequadamente anticoagulada. As imagens tomográficas eram totalmente compatíveis com o diagnóstico de HPTEPC. Foi iniciado tratamento com sildenafila 75 mg/dia. Houve ótima resposta clínica e retorno, após algumas semanas, à classe funcional II. Outro cateterismo cardíaco direito, realizado em julho de 2007, evidenciou pequena queda do débito cardíaco e manutenção dos níveis pressóricos, em relação ao realizado na ocasião do diagnóstico de HAPI. A paciente se mantém em classe funcional II, com distância percorrida no TC6 de 404 m.
Extraído da revista J Bras Pneumol. 2008; 34(7): 532-536.
Analisando o caso clínico descrito, diagnosticado com Hipertensão Tromboembólica Pulmonar Crônica HPTEPC, a conduta terapêutica adotada foi correta ou não?
Alternativas
Q3065311 Medicina
Paciente do sexo masculino, branco, 50 anos, agricultor, não tabagista, com história de dispnéia progressiva há doze meses, tosse improdutiva, com episódio de chiado torácico, picos febris isolados, sendo tratado inicialmente com broncodilatadores e antimicrobianos, sem melhora. Na revisão da história clínica com posterior visita domiciliar foi confirmada exposição ambiental a intensa proliferação fúngica intradomiciliar. Ao exame clínico, apresentava-se afebril, eupneico em repouso, sem hipocratismo digital e linfoadenomegalias. Tórax atípico com expansibilidade diminuída difusamente, presença de roncos e sibilos esparsos. Exames complementares realizados: 1) Hemograma: Hb:15,7g/dL; Ht: 41%, leucócitos: 11.900/mm3 (segmentados: 66%, linfócitos: 25%, eosinófilos: 4%, monócitos: 5%). 2) Rx de tórax: infiltrado retículo-nodular difuso com desarranjo da arquitetura pulmonar. 3) TC de alta resolução: nódulos centro lobulares, áreas de fibrose com bronquiectasias de tração e aprisionamento aéreo (“air trapping”) e áreas de vidro despolido de permeio. 4) Pesquisas de BAAR e fungos em três amostras do escarro induzido: negativas. 5) Reação de PPD: negativa. 6) Sorologia para Blastomicose: negativa. 7) Prova de função pulmonar: CVF: 2.73L (66% previsto), VEF1: 2,48L (78% previsto), VEF1/CVF: 91% previsto, FEF25-75: 3,74L (109% previsto); revelando distúrbio ventilatório restritivo de grau leve. 8) Lavado broncoalveolar: material centrifugado revela numerosos neutrófilos, linfócitos, eosinófilos, macrófagos alveolares e várias células epiteliais escamosas sem atipias. Não foram observados agentes microbianos. Extraído da Rev. bras. alerg. imunopatol. - Vol. 28, Nº. 2, 2005.
O caso clínico descrito é sugestivo de qual patologia e qual o tratamento indicado? 
Alternativas
Respostas
1: C
2: A
3: D