Questões de Concurso Público IF-GO 2019 para Assistente em Administração

Foram encontradas 15 questões

Q999202 Português

Brasil tem mistura de tradições e culturas em sua culinária

            O Brasil tem uma grande mistura de tradições e culturas em suas diferentes regiões e isso se reflete na culinária de cada região. Cada região tem seus sabores típicos e os pratos são preparados a partir de ingredientes regionais. Os sabores do Brasil foram desenvolvidos a partir de nossa tradição indígena e por todas as correntes de imigração que influenciaram nossa cultura. Veja abaixo:

Região Norte: forte presença indígena mesclada com a imigração europeia. Com o ciclo da borracha, libaneses, japoneses, italianos e até nordestinos migraram para a região. Todos deixaram seus traços. Ingredientes: mandioca, cupuaçu, açaí, pirarucu, urucum, jambu, tucunaré, guaraná, castanha-dopará. Pratos típicos: pato no Tucupi, caruru, tacacá, maniçoba.

Região Nordeste: A presença africana é forte devido à escravidão no ciclo da cana. Ingredientes: dendê, mandioca, leite de coco, gengibre, milho, graviola, camarão, caranguejo, temperos picantes, carne de sol e pratos feitos com raízes. Pratos típicos: acarajé, vatapá, caranguejada, buchada, paçoca, tapioca, sarapatel, cuscuz, cocada.

Região Centro-Oeste: influenciada pela pecuária. A população prefere carnes bovina, caprina e suína. Os ciclos de imigração trouxeram culinária africana, portuguesa, italiana e síria. E a forte presença indígena liderou a preferência regional por raízes. Ingredientes: pequi, mandioca, carne-seca, ervamate, milho. Pratos típicos: arroz com pequi, picadinho com quiabo, sopa paraguaia, empadão goiano, caldo de piranha, vaca atolada.

Região Sudeste: influenciada pelas origens portuguesas, indígenas e africanas. Após a chegada de imigrantes japoneses, libaneses, sírios, italianos e espanhóis, a diversidade gastronômica, sobretudo em São Paulo, aumentou. No estado, a culinária internacional mais integrada com a culinária típica paulista é a italiana. Ingredientes: arroz, feijão, ovo, carnes, massas, palmito, mandioca, banana, batatas, polvilho. Pratos típicos: tutu de feijão, virado à paulista, moqueca capixaba, feijoada, picadinho paulista, pão de queijo. E toda a culinária italiana.

Região Sul: A mistura étnica ocorrida resultou em uma culinária com a presença da cozinha italiana, alemã, portuguesa e espanhola. O churrasco, principal prato do Rio Grande do Sul, resultou de um fato histórico. Ingredientes: carne bovina e ovina, farinha de milho, erva-mate. Pratos típicos: barreado, churrasco, galeto, sopa de capeletti, arroz de carreteiro, sopa catarinense.

Disponível em: <https://g1.globo.com/turismo-e-viagem/descubra-o-brasil/noticia/bra-sil-tem-mistura-de-tradicoes-e-culturas-em-sua-culinaria.ghtml>. Acesso em: 10 nov. 2018. (Adaptado). 

Ao tratar da tradição culinária brasileira por regiões, o texto utiliza-se predominantemente de estruturas
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Q999203 Português

Brasil tem mistura de tradições e culturas em sua culinária

            O Brasil tem uma grande mistura de tradições e culturas em suas diferentes regiões e isso se reflete na culinária de cada região. Cada região tem seus sabores típicos e os pratos são preparados a partir de ingredientes regionais. Os sabores do Brasil foram desenvolvidos a partir de nossa tradição indígena e por todas as correntes de imigração que influenciaram nossa cultura. Veja abaixo:

Região Norte: forte presença indígena mesclada com a imigração europeia. Com o ciclo da borracha, libaneses, japoneses, italianos e até nordestinos migraram para a região. Todos deixaram seus traços. Ingredientes: mandioca, cupuaçu, açaí, pirarucu, urucum, jambu, tucunaré, guaraná, castanha-dopará. Pratos típicos: pato no Tucupi, caruru, tacacá, maniçoba.

Região Nordeste: A presença africana é forte devido à escravidão no ciclo da cana. Ingredientes: dendê, mandioca, leite de coco, gengibre, milho, graviola, camarão, caranguejo, temperos picantes, carne de sol e pratos feitos com raízes. Pratos típicos: acarajé, vatapá, caranguejada, buchada, paçoca, tapioca, sarapatel, cuscuz, cocada.

Região Centro-Oeste: influenciada pela pecuária. A população prefere carnes bovina, caprina e suína. Os ciclos de imigração trouxeram culinária africana, portuguesa, italiana e síria. E a forte presença indígena liderou a preferência regional por raízes. Ingredientes: pequi, mandioca, carne-seca, ervamate, milho. Pratos típicos: arroz com pequi, picadinho com quiabo, sopa paraguaia, empadão goiano, caldo de piranha, vaca atolada.

Região Sudeste: influenciada pelas origens portuguesas, indígenas e africanas. Após a chegada de imigrantes japoneses, libaneses, sírios, italianos e espanhóis, a diversidade gastronômica, sobretudo em São Paulo, aumentou. No estado, a culinária internacional mais integrada com a culinária típica paulista é a italiana. Ingredientes: arroz, feijão, ovo, carnes, massas, palmito, mandioca, banana, batatas, polvilho. Pratos típicos: tutu de feijão, virado à paulista, moqueca capixaba, feijoada, picadinho paulista, pão de queijo. E toda a culinária italiana.

Região Sul: A mistura étnica ocorrida resultou em uma culinária com a presença da cozinha italiana, alemã, portuguesa e espanhola. O churrasco, principal prato do Rio Grande do Sul, resultou de um fato histórico. Ingredientes: carne bovina e ovina, farinha de milho, erva-mate. Pratos típicos: barreado, churrasco, galeto, sopa de capeletti, arroz de carreteiro, sopa catarinense.

Disponível em: <https://g1.globo.com/turismo-e-viagem/descubra-o-brasil/noticia/bra-sil-tem-mistura-de-tradicoes-e-culturas-em-sua-culinaria.ghtml>. Acesso em: 10 nov. 2018. (Adaptado). 

O grupo de palavras que caracteriza a tese defendida pelo texto é:
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Q999204 Português

Brasil tem mistura de tradições e culturas em sua culinária

            O Brasil tem uma grande mistura de tradições e culturas em suas diferentes regiões e isso se reflete na culinária de cada região. Cada região tem seus sabores típicos e os pratos são preparados a partir de ingredientes regionais. Os sabores do Brasil foram desenvolvidos a partir de nossa tradição indígena e por todas as correntes de imigração que influenciaram nossa cultura. Veja abaixo:

Região Norte: forte presença indígena mesclada com a imigração europeia. Com o ciclo da borracha, libaneses, japoneses, italianos e até nordestinos migraram para a região. Todos deixaram seus traços. Ingredientes: mandioca, cupuaçu, açaí, pirarucu, urucum, jambu, tucunaré, guaraná, castanha-dopará. Pratos típicos: pato no Tucupi, caruru, tacacá, maniçoba.

Região Nordeste: A presença africana é forte devido à escravidão no ciclo da cana. Ingredientes: dendê, mandioca, leite de coco, gengibre, milho, graviola, camarão, caranguejo, temperos picantes, carne de sol e pratos feitos com raízes. Pratos típicos: acarajé, vatapá, caranguejada, buchada, paçoca, tapioca, sarapatel, cuscuz, cocada.

Região Centro-Oeste: influenciada pela pecuária. A população prefere carnes bovina, caprina e suína. Os ciclos de imigração trouxeram culinária africana, portuguesa, italiana e síria. E a forte presença indígena liderou a preferência regional por raízes. Ingredientes: pequi, mandioca, carne-seca, ervamate, milho. Pratos típicos: arroz com pequi, picadinho com quiabo, sopa paraguaia, empadão goiano, caldo de piranha, vaca atolada.

Região Sudeste: influenciada pelas origens portuguesas, indígenas e africanas. Após a chegada de imigrantes japoneses, libaneses, sírios, italianos e espanhóis, a diversidade gastronômica, sobretudo em São Paulo, aumentou. No estado, a culinária internacional mais integrada com a culinária típica paulista é a italiana. Ingredientes: arroz, feijão, ovo, carnes, massas, palmito, mandioca, banana, batatas, polvilho. Pratos típicos: tutu de feijão, virado à paulista, moqueca capixaba, feijoada, picadinho paulista, pão de queijo. E toda a culinária italiana.

Região Sul: A mistura étnica ocorrida resultou em uma culinária com a presença da cozinha italiana, alemã, portuguesa e espanhola. O churrasco, principal prato do Rio Grande do Sul, resultou de um fato histórico. Ingredientes: carne bovina e ovina, farinha de milho, erva-mate. Pratos típicos: barreado, churrasco, galeto, sopa de capeletti, arroz de carreteiro, sopa catarinense.

Disponível em: <https://g1.globo.com/turismo-e-viagem/descubra-o-brasil/noticia/bra-sil-tem-mistura-de-tradicoes-e-culturas-em-sua-culinaria.ghtml>. Acesso em: 10 nov. 2018. (Adaptado). 

No período “No estado, a culinária internacional mais integrada com a culinária típica paulista é a italiana”, poder-se-ia eliminar, sem prejuízo sintático-semântico, o sintagma:
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Q999205 Português

Cuitelinho

(canção popular divulgada por

Paulo Vanzolini, Pena Branca e Xavantinho e Almir Sater)

Cheguei na beira do porto

Onde as onda se espaia

As garça dá meia volta

E senta na beira da praia

E o cuitelinho não gosta

Que o botão de rosa caia, ai, ai


Quando eu vim

da minha terra

Despedi da parentália

Eu entrei no Mato Grosso

Dei em terras paraguaia

Lá tinha revolução

Enfrentei fortes batáia, ai, ai

A tua saudade corta

Como aço de naváia

O coração fica aflito

Bate uma, a outra faia

E os óio se enche d´água

Que até a vista se atrapáia, ai...

Disponível em: <https://www.vagalume.com.br/pena-branca/cuitelinho.html>. Acesso em: 15 dez. 2018. 

As observações feitas pelo sujeito lírico nessa canção de autoria anônima permitem levantar a hipótese de que ele tenha sido
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Q999206 Português

Cuitelinho

(canção popular divulgada por

Paulo Vanzolini, Pena Branca e Xavantinho e Almir Sater)

Cheguei na beira do porto

Onde as onda se espaia

As garça dá meia volta

E senta na beira da praia

E o cuitelinho não gosta

Que o botão de rosa caia, ai, ai


Quando eu vim

da minha terra

Despedi da parentália

Eu entrei no Mato Grosso

Dei em terras paraguaia

Lá tinha revolução

Enfrentei fortes batáia, ai, ai

A tua saudade corta

Como aço de naváia

O coração fica aflito

Bate uma, a outra faia

E os óio se enche d´água

Que até a vista se atrapáia, ai...

Disponível em: <https://www.vagalume.com.br/pena-branca/cuitelinho.html>. Acesso em: 15 dez. 2018. 

No verso “Bate uma, a outra faia”, ocorre o emprego da elipse por duas vezes. A palavra ocultada nas duas situações é “batida”. As funções sintáticas de cada elipse são, respectivamente:
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Q999207 Português

Os Três Porquinhos e o Lobo, “Nossos Velhos Conhecidos”

Era uma vez Três Porquinhos e um Lobo Bruto. Os Três Porquinhos eram pessoas de muito boa família, e ambos tinham herdado dos pais, donos de uma churrascaria, um talento deste tamanho. Pedro, o mais velho, pintava que era uma maravilha – um verdadeiro Beethoven. Joaquim, o do meio, era um espanto das contas de somar e multiplicar, até indo à feira fazer compras sozinho. E Ananás, o menor, esse botava os outros dois no bolso – e isso não é maneira de dizer. Ananás era um mágico admirável. Mas o negócio é que – não é assim mesmo, sempre? – Pedro não queria pintar, gostava era de cozinhar, e todo dia estragava pelo menos um quilo de macarrão e duas dúzias de ovos tentando fazer uma bacalhoada. Joaquim vivia perseguindo meretrizes e travestis, porque achava matemática chato, era doido por imoralidade aplicada. E Ananás detestava as mágicas que fazia tão bem – queria era descobrir a epistemologia da realidade cotidiana. Daí que um Lobo Bruto, que ia passando um dia, comeu os três e nem percebeu o talento que degustava, nem as incoerências que transitam pela alma cultivada. MORAL: É INÚTIL ATIRAR PÉROLAS AOS LOBOS.

Fernandes, Millôr. 100 Fábulas fabulosas. Rio de Janeiro: Record, 2003.

Ao anunciar Os Três Porquinhos e o Lobo como “Velhos Conhecidos”, a fábula produz ironia porque
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Q999208 Português

Os Três Porquinhos e o Lobo, “Nossos Velhos Conhecidos”

Era uma vez Três Porquinhos e um Lobo Bruto. Os Três Porquinhos eram pessoas de muito boa família, e ambos tinham herdado dos pais, donos de uma churrascaria, um talento deste tamanho. Pedro, o mais velho, pintava que era uma maravilha – um verdadeiro Beethoven. Joaquim, o do meio, era um espanto das contas de somar e multiplicar, até indo à feira fazer compras sozinho. E Ananás, o menor, esse botava os outros dois no bolso – e isso não é maneira de dizer. Ananás era um mágico admirável. Mas o negócio é que – não é assim mesmo, sempre? – Pedro não queria pintar, gostava era de cozinhar, e todo dia estragava pelo menos um quilo de macarrão e duas dúzias de ovos tentando fazer uma bacalhoada. Joaquim vivia perseguindo meretrizes e travestis, porque achava matemática chato, era doido por imoralidade aplicada. E Ananás detestava as mágicas que fazia tão bem – queria era descobrir a epistemologia da realidade cotidiana. Daí que um Lobo Bruto, que ia passando um dia, comeu os três e nem percebeu o talento que degustava, nem as incoerências que transitam pela alma cultivada. MORAL: É INÚTIL ATIRAR PÉROLAS AOS LOBOS.

Fernandes, Millôr. 100 Fábulas fabulosas. Rio de Janeiro: Record, 2003.

Qual das alternativas abaixo apresenta uma construção semântica imprevisível?
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Q999209 Português

Os Três Porquinhos e o Lobo, “Nossos Velhos Conhecidos”

Era uma vez Três Porquinhos e um Lobo Bruto. Os Três Porquinhos eram pessoas de muito boa família, e ambos tinham herdado dos pais, donos de uma churrascaria, um talento deste tamanho. Pedro, o mais velho, pintava que era uma maravilha – um verdadeiro Beethoven. Joaquim, o do meio, era um espanto das contas de somar e multiplicar, até indo à feira fazer compras sozinho. E Ananás, o menor, esse botava os outros dois no bolso – e isso não é maneira de dizer. Ananás era um mágico admirável. Mas o negócio é que – não é assim mesmo, sempre? – Pedro não queria pintar, gostava era de cozinhar, e todo dia estragava pelo menos um quilo de macarrão e duas dúzias de ovos tentando fazer uma bacalhoada. Joaquim vivia perseguindo meretrizes e travestis, porque achava matemática chato, era doido por imoralidade aplicada. E Ananás detestava as mágicas que fazia tão bem – queria era descobrir a epistemologia da realidade cotidiana. Daí que um Lobo Bruto, que ia passando um dia, comeu os três e nem percebeu o talento que degustava, nem as incoerências que transitam pela alma cultivada. MORAL: É INÚTIL ATIRAR PÉROLAS AOS LOBOS.

Fernandes, Millôr. 100 Fábulas fabulosas. Rio de Janeiro: Record, 2003.

No período “Mas o negócio é que – não é assim mesmo, sempre?” O pronome relativo que tem a função referencial de
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Q999210 Português

Os Três Porquinhos e o Lobo, “Nossos Velhos Conhecidos”

Era uma vez Três Porquinhos e um Lobo Bruto. Os Três Porquinhos eram pessoas de muito boa família, e ambos tinham herdado dos pais, donos de uma churrascaria, um talento deste tamanho. Pedro, o mais velho, pintava que era uma maravilha – um verdadeiro Beethoven. Joaquim, o do meio, era um espanto das contas de somar e multiplicar, até indo à feira fazer compras sozinho. E Ananás, o menor, esse botava os outros dois no bolso – e isso não é maneira de dizer. Ananás era um mágico admirável. Mas o negócio é que – não é assim mesmo, sempre? – Pedro não queria pintar, gostava era de cozinhar, e todo dia estragava pelo menos um quilo de macarrão e duas dúzias de ovos tentando fazer uma bacalhoada. Joaquim vivia perseguindo meretrizes e travestis, porque achava matemática chato, era doido por imoralidade aplicada. E Ananás detestava as mágicas que fazia tão bem – queria era descobrir a epistemologia da realidade cotidiana. Daí que um Lobo Bruto, que ia passando um dia, comeu os três e nem percebeu o talento que degustava, nem as incoerências que transitam pela alma cultivada. MORAL: É INÚTIL ATIRAR PÉROLAS AOS LOBOS.

Fernandes, Millôr. 100 Fábulas fabulosas. Rio de Janeiro: Record, 2003.

Considerando que a situação participa da construção do sentido de um texto, no enunciado “tinham herdado dos pais, donos de uma churrascaria, um talento deste tamanho” o uso do pronome demonstrativo deste indica
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Q999211 Português

Os Três Porquinhos e o Lobo, “Nossos Velhos Conhecidos”

Era uma vez Três Porquinhos e um Lobo Bruto. Os Três Porquinhos eram pessoas de muito boa família, e ambos tinham herdado dos pais, donos de uma churrascaria, um talento deste tamanho. Pedro, o mais velho, pintava que era uma maravilha – um verdadeiro Beethoven. Joaquim, o do meio, era um espanto das contas de somar e multiplicar, até indo à feira fazer compras sozinho. E Ananás, o menor, esse botava os outros dois no bolso – e isso não é maneira de dizer. Ananás era um mágico admirável. Mas o negócio é que – não é assim mesmo, sempre? – Pedro não queria pintar, gostava era de cozinhar, e todo dia estragava pelo menos um quilo de macarrão e duas dúzias de ovos tentando fazer uma bacalhoada. Joaquim vivia perseguindo meretrizes e travestis, porque achava matemática chato, era doido por imoralidade aplicada. E Ananás detestava as mágicas que fazia tão bem – queria era descobrir a epistemologia da realidade cotidiana. Daí que um Lobo Bruto, que ia passando um dia, comeu os três e nem percebeu o talento que degustava, nem as incoerências que transitam pela alma cultivada. MORAL: É INÚTIL ATIRAR PÉROLAS AOS LOBOS.

Fernandes, Millôr. 100 Fábulas fabulosas. Rio de Janeiro: Record, 2003.

A moral da história, explicitada ao final do texto, atribui ao adjetivo “bruto” que acompanha a palavra “lobo” o sentido de algo ou alguém que
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Q999212 Português

“Língua solta”

            Você fala direito? Aposto que sim. Mas aposto também que, no calor de uma conversa animada, você já se flagrou engolindo o r de um verbo no modo infinitivo. A letra s, quando indica plural, costuma ser devorada nas rodas mais finas de bate-papo especialmente em São Paulo. Já os mineiros (até os doutores!) traçam sem piedade o d que compõe o gerúndio. No país todo, come-se às toneladas o primeiro a da preposição para. A primeira sílaba de todas as formas do verbo estar, então, essa já é uma iguaria difícil de achar. Portanto, poucos se espantam ao ouvir uma frase assim:

            “Num vô consegui durmi purquê os cara tão tocano muito alto.”

            Isso é errado?

            Depende. Se os seus olhos quase saltaram da órbita ao fitar a frase acima, leia em voz alta para perceber que ela não soa tão absurda. Expressões como tocano e vô consegui atentam contra a norma-padrão da língua portuguesa – ensinada na escola para preservar um código comum a todos os falantes do idioma. Do ponto de vista da linguística, entretanto, elas são só objetos de estudo. Retratam fielmente aquilo que o português brasileiro é hoje. E fornecem pistas sobre o que a língua padronizada pode vir a ser daqui a 10, 100 ou 1 000 anos.

            Um biólogo nunca diria que uma bactéria está errada, afirma o linguista Ronald Beline, da USP. A linguística – ciência que estuda a linguagem assim como a biologia se ocupa dos seres vivos – tampouco pode dizer se uma palavra está certa ou errada. De certo modo, a linguagem também é um organismo vivo. Elementos linguísticos, como células, nascem e morrem o tempo todo, modificando o sistema. Em todos os idiomas, palavras se alongam, encurtam e trocam de significado; expressões são criadas enquanto outras perdem a razão de existir; substantivos, verbos, adjetivos e advérbios emprestam sentido uns aos outros.

            Embora a linguística esteja longe de ser uma ciência exata, ela já foi capaz de identificar regras mais ou menos fixas no comportamento errático da linguagem verbal. Os mecanismos que regem essas metamorfoses são analisados no livro The Unfolding of Language (O Desdobramento da Linguagem, sem tradução para o português), uma das poucas obras digeríveis para quem não é familiarizado com o tema nem com o jargão de quem o estuda. Segundo seu autor, o israelense Guy Deutscher, a linguagem é um recife de metáforas mortas.

Disponível em: <https://super.abril.com.br/ciencia/lingua-portuguesa-a-lingua-solta/>. Acesso em: 18 dez. 2018. (Adaptado). 

Um mesmo código linguístico admite diferentes usos – formal/informal, culto/coloquial, padrão/variante, figurado/não-figurado etc. Extraídos do texto “Língua solta”, são exemplos de uso metafórico, uso variante e uso culto do português, respectivamente:
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Q999213 Português

“Língua solta”

            Você fala direito? Aposto que sim. Mas aposto também que, no calor de uma conversa animada, você já se flagrou engolindo o r de um verbo no modo infinitivo. A letra s, quando indica plural, costuma ser devorada nas rodas mais finas de bate-papo especialmente em São Paulo. Já os mineiros (até os doutores!) traçam sem piedade o d que compõe o gerúndio. No país todo, come-se às toneladas o primeiro a da preposição para. A primeira sílaba de todas as formas do verbo estar, então, essa já é uma iguaria difícil de achar. Portanto, poucos se espantam ao ouvir uma frase assim:

            “Num vô consegui durmi purquê os cara tão tocano muito alto.”

            Isso é errado?

            Depende. Se os seus olhos quase saltaram da órbita ao fitar a frase acima, leia em voz alta para perceber que ela não soa tão absurda. Expressões como tocano e vô consegui atentam contra a norma-padrão da língua portuguesa – ensinada na escola para preservar um código comum a todos os falantes do idioma. Do ponto de vista da linguística, entretanto, elas são só objetos de estudo. Retratam fielmente aquilo que o português brasileiro é hoje. E fornecem pistas sobre o que a língua padronizada pode vir a ser daqui a 10, 100 ou 1 000 anos.

            Um biólogo nunca diria que uma bactéria está errada, afirma o linguista Ronald Beline, da USP. A linguística – ciência que estuda a linguagem assim como a biologia se ocupa dos seres vivos – tampouco pode dizer se uma palavra está certa ou errada. De certo modo, a linguagem também é um organismo vivo. Elementos linguísticos, como células, nascem e morrem o tempo todo, modificando o sistema. Em todos os idiomas, palavras se alongam, encurtam e trocam de significado; expressões são criadas enquanto outras perdem a razão de existir; substantivos, verbos, adjetivos e advérbios emprestam sentido uns aos outros.

            Embora a linguística esteja longe de ser uma ciência exata, ela já foi capaz de identificar regras mais ou menos fixas no comportamento errático da linguagem verbal. Os mecanismos que regem essas metamorfoses são analisados no livro The Unfolding of Language (O Desdobramento da Linguagem, sem tradução para o português), uma das poucas obras digeríveis para quem não é familiarizado com o tema nem com o jargão de quem o estuda. Segundo seu autor, o israelense Guy Deutscher, a linguagem é um recife de metáforas mortas.

Disponível em: <https://super.abril.com.br/ciencia/lingua-portuguesa-a-lingua-solta/>. Acesso em: 18 dez. 2018. (Adaptado). 

O esquema retórico do texto, indica que
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Q999214 Português

“Língua solta”

            Você fala direito? Aposto que sim. Mas aposto também que, no calor de uma conversa animada, você já se flagrou engolindo o r de um verbo no modo infinitivo. A letra s, quando indica plural, costuma ser devorada nas rodas mais finas de bate-papo especialmente em São Paulo. Já os mineiros (até os doutores!) traçam sem piedade o d que compõe o gerúndio. No país todo, come-se às toneladas o primeiro a da preposição para. A primeira sílaba de todas as formas do verbo estar, então, essa já é uma iguaria difícil de achar. Portanto, poucos se espantam ao ouvir uma frase assim:

            “Num vô consegui durmi purquê os cara tão tocano muito alto.”

            Isso é errado?

            Depende. Se os seus olhos quase saltaram da órbita ao fitar a frase acima, leia em voz alta para perceber que ela não soa tão absurda. Expressões como tocano e vô consegui atentam contra a norma-padrão da língua portuguesa – ensinada na escola para preservar um código comum a todos os falantes do idioma. Do ponto de vista da linguística, entretanto, elas são só objetos de estudo. Retratam fielmente aquilo que o português brasileiro é hoje. E fornecem pistas sobre o que a língua padronizada pode vir a ser daqui a 10, 100 ou 1 000 anos.

            Um biólogo nunca diria que uma bactéria está errada, afirma o linguista Ronald Beline, da USP. A linguística – ciência que estuda a linguagem assim como a biologia se ocupa dos seres vivos – tampouco pode dizer se uma palavra está certa ou errada. De certo modo, a linguagem também é um organismo vivo. Elementos linguísticos, como células, nascem e morrem o tempo todo, modificando o sistema. Em todos os idiomas, palavras se alongam, encurtam e trocam de significado; expressões são criadas enquanto outras perdem a razão de existir; substantivos, verbos, adjetivos e advérbios emprestam sentido uns aos outros.

            Embora a linguística esteja longe de ser uma ciência exata, ela já foi capaz de identificar regras mais ou menos fixas no comportamento errático da linguagem verbal. Os mecanismos que regem essas metamorfoses são analisados no livro The Unfolding of Language (O Desdobramento da Linguagem, sem tradução para o português), uma das poucas obras digeríveis para quem não é familiarizado com o tema nem com o jargão de quem o estuda. Segundo seu autor, o israelense Guy Deutscher, a linguagem é um recife de metáforas mortas.

Disponível em: <https://super.abril.com.br/ciencia/lingua-portuguesa-a-lingua-solta/>. Acesso em: 18 dez. 2018. (Adaptado). 

No trecho “Já os mineiros (até os doutores!)”, o advérbio “até” expressa
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Q999215 Português

“Língua solta”

            Você fala direito? Aposto que sim. Mas aposto também que, no calor de uma conversa animada, você já se flagrou engolindo o r de um verbo no modo infinitivo. A letra s, quando indica plural, costuma ser devorada nas rodas mais finas de bate-papo especialmente em São Paulo. Já os mineiros (até os doutores!) traçam sem piedade o d que compõe o gerúndio. No país todo, come-se às toneladas o primeiro a da preposição para. A primeira sílaba de todas as formas do verbo estar, então, essa já é uma iguaria difícil de achar. Portanto, poucos se espantam ao ouvir uma frase assim:

            “Num vô consegui durmi purquê os cara tão tocano muito alto.”

            Isso é errado?

            Depende. Se os seus olhos quase saltaram da órbita ao fitar a frase acima, leia em voz alta para perceber que ela não soa tão absurda. Expressões como tocano e vô consegui atentam contra a norma-padrão da língua portuguesa – ensinada na escola para preservar um código comum a todos os falantes do idioma. Do ponto de vista da linguística, entretanto, elas são só objetos de estudo. Retratam fielmente aquilo que o português brasileiro é hoje. E fornecem pistas sobre o que a língua padronizada pode vir a ser daqui a 10, 100 ou 1 000 anos.

            Um biólogo nunca diria que uma bactéria está errada, afirma o linguista Ronald Beline, da USP. A linguística – ciência que estuda a linguagem assim como a biologia se ocupa dos seres vivos – tampouco pode dizer se uma palavra está certa ou errada. De certo modo, a linguagem também é um organismo vivo. Elementos linguísticos, como células, nascem e morrem o tempo todo, modificando o sistema. Em todos os idiomas, palavras se alongam, encurtam e trocam de significado; expressões são criadas enquanto outras perdem a razão de existir; substantivos, verbos, adjetivos e advérbios emprestam sentido uns aos outros.

            Embora a linguística esteja longe de ser uma ciência exata, ela já foi capaz de identificar regras mais ou menos fixas no comportamento errático da linguagem verbal. Os mecanismos que regem essas metamorfoses são analisados no livro The Unfolding of Language (O Desdobramento da Linguagem, sem tradução para o português), uma das poucas obras digeríveis para quem não é familiarizado com o tema nem com o jargão de quem o estuda. Segundo seu autor, o israelense Guy Deutscher, a linguagem é um recife de metáforas mortas.

Disponível em: <https://super.abril.com.br/ciencia/lingua-portuguesa-a-lingua-solta/>. Acesso em: 18 dez. 2018. (Adaptado). 

O argumento de que “Expressões como tocano e vô consegui atentam contra a norma-padrão da língua portuguesa – ensinada na escola para preservar um código comum a todos os falantes do idioma” permite ao autor, na sequência, afirmar que
Alternativas
Q999216 Português

Disponível em: <https://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/2013/02/15/tradicao/>. Acesso em: 3 jan. 2019.

No cartum de Duke, a tradição a que se faz referência é
Alternativas
Respostas
1: A
2: B
3: D
4: A
5: D
6: B
7: B
8: C
9: B
10: C
11: D
12: A
13: C
14: B
15: B