Questões de Concurso Público Prefeitura de Várzea - PB 2019 para Professor de Educação Básica II - Língua Portuguesa

Foram encontradas 24 questões

Q1036680 Português
Leia, atentamente, o poema abaixo e responda: 

CONTO DE FADAS

1-Eu trago-te nas mãos o esquecimento 
2-Das horas más que tens vivido, Amor!
3-E para as tuas chagas o unguento
4-Com que sarei a minha própria dor.
5-Os meus gestos são ondas de Sorrento...
6-Trago no nome as letras de uma flor...
7-Foi dos meus olhos garços que um pintor
8-Tirou a luz para pintar o vento...
9-Dou-te o que tenho: o astro que dormita,
10-O manto dos crepúsculos da tarde,
11-O sol que é d'oiro, a onda que palpita.
12-Dou-te comigo o mundo que Deus fez!
13 - Eu sou Aquela de quem tens saudade,
14-A Princesa do conto: “Era uma vez...” 

 Florbela Espanca, em "Charneca em Flor" 
Fonte: www.cronicasflorbelaespanca.com.br  
A palavra garços presente na linha 7, significa:
Alternativas
Q1036681 Português
Leia, atentamente, o poema abaixo e responda: 

CONTO DE FADAS

1-Eu trago-te nas mãos o esquecimento 
2-Das horas más que tens vivido, Amor!
3-E para as tuas chagas o unguento
4-Com que sarei a minha própria dor.
5-Os meus gestos são ondas de Sorrento...
6-Trago no nome as letras de uma flor...
7-Foi dos meus olhos garços que um pintor
8-Tirou a luz para pintar o vento...
9-Dou-te o que tenho: o astro que dormita,
10-O manto dos crepúsculos da tarde,
11-O sol que é d'oiro, a onda que palpita.
12-Dou-te comigo o mundo que Deus fez!
13 - Eu sou Aquela de quem tens saudade,
14-A Princesa do conto: “Era uma vez...” 

 Florbela Espanca, em "Charneca em Flor" 
Fonte: www.cronicasflorbelaespanca.com.br  
As palavras que presentes nas linhas 2 e 4 assumem a função sintática de:
Alternativas
Q1036682 Português
Leia, atentamente, o poema abaixo e responda: 

CONTO DE FADAS

1-Eu trago-te nas mãos o esquecimento 
2-Das horas más que tens vivido, Amor!
3-E para as tuas chagas o unguento
4-Com que sarei a minha própria dor.
5-Os meus gestos são ondas de Sorrento...
6-Trago no nome as letras de uma flor...
7-Foi dos meus olhos garços que um pintor
8-Tirou a luz para pintar o vento...
9-Dou-te o que tenho: o astro que dormita,
10-O manto dos crepúsculos da tarde,
11-O sol que é d'oiro, a onda que palpita.
12-Dou-te comigo o mundo que Deus fez!
13 - Eu sou Aquela de quem tens saudade,
14-A Princesa do conto: “Era uma vez...” 

 Florbela Espanca, em "Charneca em Flor" 
Fonte: www.cronicasflorbelaespanca.com.br  
Na frase “Os meus gestos são ondas de Sorrento” há qual figura de linguagem?
Alternativas
Q1036683 Português
Analise os textos a seguir:

Texto 01: 

        https://qcon-assets-production.s3.amazonaws.com/images/provas/65295/provaM1.jpg

Texto 02:

01-Não me prendo a nada que me defina. Sou companhia, mas posso ser solidão. Tranquilidade e inconstância, pedra e coração. Sou abraços, sorrisos, ânimo, bom humor, 03-sarcasmo, preguiça e sono. Música alta e silêncio. Serei o que você quiser, mas só quando eu quiser. Não me limito, não sou cruel comigo! Serei sempre apego pelo que 05-vale a pena e desapego pelo que não quer valer… Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato. Ou toca, ou não toca.
Crônica de Clarice Lispector  
As vírgulas presentes no primeiro quadrinho do texto 01 e na linha 02 do texto 02, justificam-se por:
Alternativas
Q1036684 Português
Leia atentamente o fragmento abaixo e analise os termos em destaque:
Qualquer que tivesse sido seu trabalho anterior, ele o abandonara, mudara de profissão e passara pesadamente a ensinar no curso primário: era tudo o que sabíamos dele, o professor, gordo e silencioso, de ombros contraídos.
Existe, entre os termos, uma relação
Alternativas
Q1036685 Português
Julgue os itens a seguir:
( )Estou disposto a vencer, embora esteja cansado dessa luta diária. Oração subordinada adverbial concessiva ( ) Você fará uma boa prova, desde de que se esforce. Oração subordinada adverbial conformativa ( ) Todos trabalham para que possam vencer. Oração subordinada adjetiva reduzida ( ) Gritei tanto, que fiquei sem voz. Oração subordinada substantiva completiva nominal ( ) Não venderemos o carro, nem a casa. Oração coordenada sindética aditiva
A sequência CORRETA é:
Alternativas
Q1036686 Português
Considere os seguintes textos:

Texto 01: 



Texto 02:

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
você é duro, José! 

( Fragmento do poema José, de Carlos Drumond de Andrade)
Fonte: ww.letrascarlosdrumond.com.br 
A partícula SE nos textos 01 e 02 tem função de:
Alternativas
Q1036687 Português
Aponte a opção INCORRETA quanto ao uso da regência:
Alternativas
Q1036688 Português
Marque a opção em que o uso da crase é facultativo:
Alternativas
Q1036689 Português
Considere o fragmento a seguir:
“Quatro séculos atrás, o astrônomo dinamarquês Tycho Brahe desafiou colegas ao relatar o surgimento daquilo que se achava ser uma nova estrela no céu, em 1572, que sumiu após brilhar por um ano. (...) Na época, o fenômeno ajudou Brahe...”
O trecho em destaque, evidencia um processo de referenciação nominal classificado como:
Alternativas
Q1050429 Português

                                      Dois casinhos


      O tema da variação linguística, especialmente quando não se trata de casos marcados — bons para preconceitos — é ocasião para interessantes reflexões. É que nela há um cruzamento de fatores de natureza diversa — gramaticais e de posição social dos falantes, pelo menos. Seja pelo cruzamento, seja pela diversidade de fatores, a questão se toma mais complexa. Vale a pena tentar esclarecê-la.

      Vejam o que se pôde ler no sisudo Estadão (25 nov. 1999): “Causou constrangimento entre os parlamentares as perguntas da deputada Maria Laura Carneiro à ex-namorada de Fernandinho Beira-Mar, Alda Inês, na CPI do Narcotráfico”.

      Se essa construção (com concordância verbal “errada”) ocorresse em conversa ou entrevista, por mais formal que fosse, não causaria espanto. Talvez nem fosse percebida. Aparecendo em texto escrito, e no Estadão, um jornal de linguagem conservadora, fornece elementos para reflexões.

      A frase começa com o verbo, eis a questão. Esta estrutura é o fator mais importante para explicar a ausência de concordância (o sujeito é “as perguntas da deputada”). Quem escreveu este texto não escreveria “As perguntas da deputada causou constrangimento”. Mas, invertida a ordem sujeito-verbo, a relação sujeito-predicado se perde para o falante. Para efeito de concordância, importa que não haja nada antes do verbo, ou seja, é como se “causou” fosse um verbo impessoal. Que esteja na dita terceira pessoa do singular não é nem banal nem casual.

      Este fenômeno é, de certa forma, o avesso de outro. Ocorrem cada vez mais construções do tipo “A política dessas duas cidades são melhores do que...”, em que o verbo concorda com o nome que está mais próximo (aqui, “duas cidades") e não com seu sujeito (aqui, "a política”). Esta construção é o avesso da outra porque naquela também o verbo concorda com o que está mais próximo: não concorda com nada, já que antes dele não há nada.

      Alguns poderiam imaginar que assim se produz confusão de “pensamento”. Pode-se ver facilmente que não. O “pensamento” é claro, ninguém deixa de entender a frase. Há casos em que a forma (a sintaxe) não resolve tudo. Se às vezes a sintaxe não é suficiente para a clareza do que se diz, em outras ela não interfere de forma alguma na compreensão do enunciado, que parece funcionar independentemente da sintaxe.

      Talvez o mais importante nessas construções seja a falta de consciência de que se está cometendo um “erro”. É como se esta sintaxe fosse padrão, como se fosse correta, segundo as exigências daquele jornal. Os sociolinguistas ensinam que, quando um “erro” não é mais percebido, então não há mais um “erro”, mas uma nova norma.

      Comento brevemente um segundo caso, colhido em coluna do ótimo Tostão (FSP, 28 nov. 1999): “Se o Atlético-MG se iludir de que tem um excepcional time, por causa da vitória sobre o Cruzeiro, e não ter garra e humildade, dança como o Vasco". Para horror de muitos, Tostão não escreveu “tiver”.

      Definitivamente, cada vez mais há menos pessoas percebendo que certos verbos deveriam ter um futuro do subjuntivo irregular. O que dizer de sua abolição em penas como as de Tostão?  

      Pode ser que seja apenas a língua mudando, sem que os falantes percebam.

(POSSENTI, Sírio. Dois casinhos. In :_______portadas línguas. 2. ed. Curitiba: Criar, 2002. p. 51*53.) 

Na perspectiva da variação linguística presente no texto, infere-se que:
Alternativas
Q1050430 Português

                                      Dois casinhos


      O tema da variação linguística, especialmente quando não se trata de casos marcados — bons para preconceitos — é ocasião para interessantes reflexões. É que nela há um cruzamento de fatores de natureza diversa — gramaticais e de posição social dos falantes, pelo menos. Seja pelo cruzamento, seja pela diversidade de fatores, a questão se toma mais complexa. Vale a pena tentar esclarecê-la.

      Vejam o que se pôde ler no sisudo Estadão (25 nov. 1999): “Causou constrangimento entre os parlamentares as perguntas da deputada Maria Laura Carneiro à ex-namorada de Fernandinho Beira-Mar, Alda Inês, na CPI do Narcotráfico”.

      Se essa construção (com concordância verbal “errada”) ocorresse em conversa ou entrevista, por mais formal que fosse, não causaria espanto. Talvez nem fosse percebida. Aparecendo em texto escrito, e no Estadão, um jornal de linguagem conservadora, fornece elementos para reflexões.

      A frase começa com o verbo, eis a questão. Esta estrutura é o fator mais importante para explicar a ausência de concordância (o sujeito é “as perguntas da deputada”). Quem escreveu este texto não escreveria “As perguntas da deputada causou constrangimento”. Mas, invertida a ordem sujeito-verbo, a relação sujeito-predicado se perde para o falante. Para efeito de concordância, importa que não haja nada antes do verbo, ou seja, é como se “causou” fosse um verbo impessoal. Que esteja na dita terceira pessoa do singular não é nem banal nem casual.

      Este fenômeno é, de certa forma, o avesso de outro. Ocorrem cada vez mais construções do tipo “A política dessas duas cidades são melhores do que...”, em que o verbo concorda com o nome que está mais próximo (aqui, “duas cidades") e não com seu sujeito (aqui, "a política”). Esta construção é o avesso da outra porque naquela também o verbo concorda com o que está mais próximo: não concorda com nada, já que antes dele não há nada.

      Alguns poderiam imaginar que assim se produz confusão de “pensamento”. Pode-se ver facilmente que não. O “pensamento” é claro, ninguém deixa de entender a frase. Há casos em que a forma (a sintaxe) não resolve tudo. Se às vezes a sintaxe não é suficiente para a clareza do que se diz, em outras ela não interfere de forma alguma na compreensão do enunciado, que parece funcionar independentemente da sintaxe.

      Talvez o mais importante nessas construções seja a falta de consciência de que se está cometendo um “erro”. É como se esta sintaxe fosse padrão, como se fosse correta, segundo as exigências daquele jornal. Os sociolinguistas ensinam que, quando um “erro” não é mais percebido, então não há mais um “erro”, mas uma nova norma.

      Comento brevemente um segundo caso, colhido em coluna do ótimo Tostão (FSP, 28 nov. 1999): “Se o Atlético-MG se iludir de que tem um excepcional time, por causa da vitória sobre o Cruzeiro, e não ter garra e humildade, dança como o Vasco". Para horror de muitos, Tostão não escreveu “tiver”.

      Definitivamente, cada vez mais há menos pessoas percebendo que certos verbos deveriam ter um futuro do subjuntivo irregular. O que dizer de sua abolição em penas como as de Tostão?  

      Pode ser que seja apenas a língua mudando, sem que os falantes percebam.

(POSSENTI, Sírio. Dois casinhos. In :_______portadas línguas. 2. ed. Curitiba: Criar, 2002. p. 51*53.) 

A palavra destacada em “Se essa construção (com concordância verbal “errada”) ocorresse em conversa ou entrevista, por mais formal que fosse, não causaria espanto.” morfologicamente é:
Alternativas
Q1050431 Português

                                      Dois casinhos


      O tema da variação linguística, especialmente quando não se trata de casos marcados — bons para preconceitos — é ocasião para interessantes reflexões. É que nela há um cruzamento de fatores de natureza diversa — gramaticais e de posição social dos falantes, pelo menos. Seja pelo cruzamento, seja pela diversidade de fatores, a questão se toma mais complexa. Vale a pena tentar esclarecê-la.

      Vejam o que se pôde ler no sisudo Estadão (25 nov. 1999): “Causou constrangimento entre os parlamentares as perguntas da deputada Maria Laura Carneiro à ex-namorada de Fernandinho Beira-Mar, Alda Inês, na CPI do Narcotráfico”.

      Se essa construção (com concordância verbal “errada”) ocorresse em conversa ou entrevista, por mais formal que fosse, não causaria espanto. Talvez nem fosse percebida. Aparecendo em texto escrito, e no Estadão, um jornal de linguagem conservadora, fornece elementos para reflexões.

      A frase começa com o verbo, eis a questão. Esta estrutura é o fator mais importante para explicar a ausência de concordância (o sujeito é “as perguntas da deputada”). Quem escreveu este texto não escreveria “As perguntas da deputada causou constrangimento”. Mas, invertida a ordem sujeito-verbo, a relação sujeito-predicado se perde para o falante. Para efeito de concordância, importa que não haja nada antes do verbo, ou seja, é como se “causou” fosse um verbo impessoal. Que esteja na dita terceira pessoa do singular não é nem banal nem casual.

      Este fenômeno é, de certa forma, o avesso de outro. Ocorrem cada vez mais construções do tipo “A política dessas duas cidades são melhores do que...”, em que o verbo concorda com o nome que está mais próximo (aqui, “duas cidades") e não com seu sujeito (aqui, "a política”). Esta construção é o avesso da outra porque naquela também o verbo concorda com o que está mais próximo: não concorda com nada, já que antes dele não há nada.

      Alguns poderiam imaginar que assim se produz confusão de “pensamento”. Pode-se ver facilmente que não. O “pensamento” é claro, ninguém deixa de entender a frase. Há casos em que a forma (a sintaxe) não resolve tudo. Se às vezes a sintaxe não é suficiente para a clareza do que se diz, em outras ela não interfere de forma alguma na compreensão do enunciado, que parece funcionar independentemente da sintaxe.

      Talvez o mais importante nessas construções seja a falta de consciência de que se está cometendo um “erro”. É como se esta sintaxe fosse padrão, como se fosse correta, segundo as exigências daquele jornal. Os sociolinguistas ensinam que, quando um “erro” não é mais percebido, então não há mais um “erro”, mas uma nova norma.

      Comento brevemente um segundo caso, colhido em coluna do ótimo Tostão (FSP, 28 nov. 1999): “Se o Atlético-MG se iludir de que tem um excepcional time, por causa da vitória sobre o Cruzeiro, e não ter garra e humildade, dança como o Vasco". Para horror de muitos, Tostão não escreveu “tiver”.

      Definitivamente, cada vez mais há menos pessoas percebendo que certos verbos deveriam ter um futuro do subjuntivo irregular. O que dizer de sua abolição em penas como as de Tostão?  

      Pode ser que seja apenas a língua mudando, sem que os falantes percebam.

(POSSENTI, Sírio. Dois casinhos. In :_______portadas línguas. 2. ed. Curitiba: Criar, 2002. p. 51*53.) 

No trecho “Se essa construção (com concordância verbal “errada”) ocorresse em conversa ou entrevista, por mais formal que fosse, não causaria espanto.”, evidencia-se a lógica da
Alternativas
Q1050432 Português

                                      Dois casinhos


      O tema da variação linguística, especialmente quando não se trata de casos marcados — bons para preconceitos — é ocasião para interessantes reflexões. É que nela há um cruzamento de fatores de natureza diversa — gramaticais e de posição social dos falantes, pelo menos. Seja pelo cruzamento, seja pela diversidade de fatores, a questão se toma mais complexa. Vale a pena tentar esclarecê-la.

      Vejam o que se pôde ler no sisudo Estadão (25 nov. 1999): “Causou constrangimento entre os parlamentares as perguntas da deputada Maria Laura Carneiro à ex-namorada de Fernandinho Beira-Mar, Alda Inês, na CPI do Narcotráfico”.

      Se essa construção (com concordância verbal “errada”) ocorresse em conversa ou entrevista, por mais formal que fosse, não causaria espanto. Talvez nem fosse percebida. Aparecendo em texto escrito, e no Estadão, um jornal de linguagem conservadora, fornece elementos para reflexões.

      A frase começa com o verbo, eis a questão. Esta estrutura é o fator mais importante para explicar a ausência de concordância (o sujeito é “as perguntas da deputada”). Quem escreveu este texto não escreveria “As perguntas da deputada causou constrangimento”. Mas, invertida a ordem sujeito-verbo, a relação sujeito-predicado se perde para o falante. Para efeito de concordância, importa que não haja nada antes do verbo, ou seja, é como se “causou” fosse um verbo impessoal. Que esteja na dita terceira pessoa do singular não é nem banal nem casual.

      Este fenômeno é, de certa forma, o avesso de outro. Ocorrem cada vez mais construções do tipo “A política dessas duas cidades são melhores do que...”, em que o verbo concorda com o nome que está mais próximo (aqui, “duas cidades") e não com seu sujeito (aqui, "a política”). Esta construção é o avesso da outra porque naquela também o verbo concorda com o que está mais próximo: não concorda com nada, já que antes dele não há nada.

      Alguns poderiam imaginar que assim se produz confusão de “pensamento”. Pode-se ver facilmente que não. O “pensamento” é claro, ninguém deixa de entender a frase. Há casos em que a forma (a sintaxe) não resolve tudo. Se às vezes a sintaxe não é suficiente para a clareza do que se diz, em outras ela não interfere de forma alguma na compreensão do enunciado, que parece funcionar independentemente da sintaxe.

      Talvez o mais importante nessas construções seja a falta de consciência de que se está cometendo um “erro”. É como se esta sintaxe fosse padrão, como se fosse correta, segundo as exigências daquele jornal. Os sociolinguistas ensinam que, quando um “erro” não é mais percebido, então não há mais um “erro”, mas uma nova norma.

      Comento brevemente um segundo caso, colhido em coluna do ótimo Tostão (FSP, 28 nov. 1999): “Se o Atlético-MG se iludir de que tem um excepcional time, por causa da vitória sobre o Cruzeiro, e não ter garra e humildade, dança como o Vasco". Para horror de muitos, Tostão não escreveu “tiver”.

      Definitivamente, cada vez mais há menos pessoas percebendo que certos verbos deveriam ter um futuro do subjuntivo irregular. O que dizer de sua abolição em penas como as de Tostão?  

      Pode ser que seja apenas a língua mudando, sem que os falantes percebam.

(POSSENTI, Sírio. Dois casinhos. In :_______portadas línguas. 2. ed. Curitiba: Criar, 2002. p. 51*53.) 

O excerto transcrito que apresenta, na expressão em destaque, um registro linguístico próprio da modalidade oral da linguagem é:
Alternativas
Q1050433 Português

                                      Dois casinhos


      O tema da variação linguística, especialmente quando não se trata de casos marcados — bons para preconceitos — é ocasião para interessantes reflexões. É que nela há um cruzamento de fatores de natureza diversa — gramaticais e de posição social dos falantes, pelo menos. Seja pelo cruzamento, seja pela diversidade de fatores, a questão se toma mais complexa. Vale a pena tentar esclarecê-la.

      Vejam o que se pôde ler no sisudo Estadão (25 nov. 1999): “Causou constrangimento entre os parlamentares as perguntas da deputada Maria Laura Carneiro à ex-namorada de Fernandinho Beira-Mar, Alda Inês, na CPI do Narcotráfico”.

      Se essa construção (com concordância verbal “errada”) ocorresse em conversa ou entrevista, por mais formal que fosse, não causaria espanto. Talvez nem fosse percebida. Aparecendo em texto escrito, e no Estadão, um jornal de linguagem conservadora, fornece elementos para reflexões.

      A frase começa com o verbo, eis a questão. Esta estrutura é o fator mais importante para explicar a ausência de concordância (o sujeito é “as perguntas da deputada”). Quem escreveu este texto não escreveria “As perguntas da deputada causou constrangimento”. Mas, invertida a ordem sujeito-verbo, a relação sujeito-predicado se perde para o falante. Para efeito de concordância, importa que não haja nada antes do verbo, ou seja, é como se “causou” fosse um verbo impessoal. Que esteja na dita terceira pessoa do singular não é nem banal nem casual.

      Este fenômeno é, de certa forma, o avesso de outro. Ocorrem cada vez mais construções do tipo “A política dessas duas cidades são melhores do que...”, em que o verbo concorda com o nome que está mais próximo (aqui, “duas cidades") e não com seu sujeito (aqui, "a política”). Esta construção é o avesso da outra porque naquela também o verbo concorda com o que está mais próximo: não concorda com nada, já que antes dele não há nada.

      Alguns poderiam imaginar que assim se produz confusão de “pensamento”. Pode-se ver facilmente que não. O “pensamento” é claro, ninguém deixa de entender a frase. Há casos em que a forma (a sintaxe) não resolve tudo. Se às vezes a sintaxe não é suficiente para a clareza do que se diz, em outras ela não interfere de forma alguma na compreensão do enunciado, que parece funcionar independentemente da sintaxe.

      Talvez o mais importante nessas construções seja a falta de consciência de que se está cometendo um “erro”. É como se esta sintaxe fosse padrão, como se fosse correta, segundo as exigências daquele jornal. Os sociolinguistas ensinam que, quando um “erro” não é mais percebido, então não há mais um “erro”, mas uma nova norma.

      Comento brevemente um segundo caso, colhido em coluna do ótimo Tostão (FSP, 28 nov. 1999): “Se o Atlético-MG se iludir de que tem um excepcional time, por causa da vitória sobre o Cruzeiro, e não ter garra e humildade, dança como o Vasco". Para horror de muitos, Tostão não escreveu “tiver”.

      Definitivamente, cada vez mais há menos pessoas percebendo que certos verbos deveriam ter um futuro do subjuntivo irregular. O que dizer de sua abolição em penas como as de Tostão?  

      Pode ser que seja apenas a língua mudando, sem que os falantes percebam.

(POSSENTI, Sírio. Dois casinhos. In :_______portadas línguas. 2. ed. Curitiba: Criar, 2002. p. 51*53.) 

No período “Seja pelo cruzamento, seja pela diversidade de fatores, a questão se toma mais complexa.”, está expressa uma relação de
Alternativas
Q1050434 Português

                                      Dois casinhos


      O tema da variação linguística, especialmente quando não se trata de casos marcados — bons para preconceitos — é ocasião para interessantes reflexões. É que nela há um cruzamento de fatores de natureza diversa — gramaticais e de posição social dos falantes, pelo menos. Seja pelo cruzamento, seja pela diversidade de fatores, a questão se toma mais complexa. Vale a pena tentar esclarecê-la.

      Vejam o que se pôde ler no sisudo Estadão (25 nov. 1999): “Causou constrangimento entre os parlamentares as perguntas da deputada Maria Laura Carneiro à ex-namorada de Fernandinho Beira-Mar, Alda Inês, na CPI do Narcotráfico”.

      Se essa construção (com concordância verbal “errada”) ocorresse em conversa ou entrevista, por mais formal que fosse, não causaria espanto. Talvez nem fosse percebida. Aparecendo em texto escrito, e no Estadão, um jornal de linguagem conservadora, fornece elementos para reflexões.

      A frase começa com o verbo, eis a questão. Esta estrutura é o fator mais importante para explicar a ausência de concordância (o sujeito é “as perguntas da deputada”). Quem escreveu este texto não escreveria “As perguntas da deputada causou constrangimento”. Mas, invertida a ordem sujeito-verbo, a relação sujeito-predicado se perde para o falante. Para efeito de concordância, importa que não haja nada antes do verbo, ou seja, é como se “causou” fosse um verbo impessoal. Que esteja na dita terceira pessoa do singular não é nem banal nem casual.

      Este fenômeno é, de certa forma, o avesso de outro. Ocorrem cada vez mais construções do tipo “A política dessas duas cidades são melhores do que...”, em que o verbo concorda com o nome que está mais próximo (aqui, “duas cidades") e não com seu sujeito (aqui, "a política”). Esta construção é o avesso da outra porque naquela também o verbo concorda com o que está mais próximo: não concorda com nada, já que antes dele não há nada.

      Alguns poderiam imaginar que assim se produz confusão de “pensamento”. Pode-se ver facilmente que não. O “pensamento” é claro, ninguém deixa de entender a frase. Há casos em que a forma (a sintaxe) não resolve tudo. Se às vezes a sintaxe não é suficiente para a clareza do que se diz, em outras ela não interfere de forma alguma na compreensão do enunciado, que parece funcionar independentemente da sintaxe.

      Talvez o mais importante nessas construções seja a falta de consciência de que se está cometendo um “erro”. É como se esta sintaxe fosse padrão, como se fosse correta, segundo as exigências daquele jornal. Os sociolinguistas ensinam que, quando um “erro” não é mais percebido, então não há mais um “erro”, mas uma nova norma.

      Comento brevemente um segundo caso, colhido em coluna do ótimo Tostão (FSP, 28 nov. 1999): “Se o Atlético-MG se iludir de que tem um excepcional time, por causa da vitória sobre o Cruzeiro, e não ter garra e humildade, dança como o Vasco". Para horror de muitos, Tostão não escreveu “tiver”.

      Definitivamente, cada vez mais há menos pessoas percebendo que certos verbos deveriam ter um futuro do subjuntivo irregular. O que dizer de sua abolição em penas como as de Tostão?  

      Pode ser que seja apenas a língua mudando, sem que os falantes percebam.

(POSSENTI, Sírio. Dois casinhos. In :_______portadas línguas. 2. ed. Curitiba: Criar, 2002. p. 51*53.) 

Acerca do trecho “Pode ser que seja apenas a língua mudando, sem que os falantes percebam”, conclui-se que o ensino de língua que confronta essa perspectiva focaliza
Alternativas
Q1050435 Português

                                      Dois casinhos


      O tema da variação linguística, especialmente quando não se trata de casos marcados — bons para preconceitos — é ocasião para interessantes reflexões. É que nela há um cruzamento de fatores de natureza diversa — gramaticais e de posição social dos falantes, pelo menos. Seja pelo cruzamento, seja pela diversidade de fatores, a questão se toma mais complexa. Vale a pena tentar esclarecê-la.

      Vejam o que se pôde ler no sisudo Estadão (25 nov. 1999): “Causou constrangimento entre os parlamentares as perguntas da deputada Maria Laura Carneiro à ex-namorada de Fernandinho Beira-Mar, Alda Inês, na CPI do Narcotráfico”.

      Se essa construção (com concordância verbal “errada”) ocorresse em conversa ou entrevista, por mais formal que fosse, não causaria espanto. Talvez nem fosse percebida. Aparecendo em texto escrito, e no Estadão, um jornal de linguagem conservadora, fornece elementos para reflexões.

      A frase começa com o verbo, eis a questão. Esta estrutura é o fator mais importante para explicar a ausência de concordância (o sujeito é “as perguntas da deputada”). Quem escreveu este texto não escreveria “As perguntas da deputada causou constrangimento”. Mas, invertida a ordem sujeito-verbo, a relação sujeito-predicado se perde para o falante. Para efeito de concordância, importa que não haja nada antes do verbo, ou seja, é como se “causou” fosse um verbo impessoal. Que esteja na dita terceira pessoa do singular não é nem banal nem casual.

      Este fenômeno é, de certa forma, o avesso de outro. Ocorrem cada vez mais construções do tipo “A política dessas duas cidades são melhores do que...”, em que o verbo concorda com o nome que está mais próximo (aqui, “duas cidades") e não com seu sujeito (aqui, "a política”). Esta construção é o avesso da outra porque naquela também o verbo concorda com o que está mais próximo: não concorda com nada, já que antes dele não há nada.

      Alguns poderiam imaginar que assim se produz confusão de “pensamento”. Pode-se ver facilmente que não. O “pensamento” é claro, ninguém deixa de entender a frase. Há casos em que a forma (a sintaxe) não resolve tudo. Se às vezes a sintaxe não é suficiente para a clareza do que se diz, em outras ela não interfere de forma alguma na compreensão do enunciado, que parece funcionar independentemente da sintaxe.

      Talvez o mais importante nessas construções seja a falta de consciência de que se está cometendo um “erro”. É como se esta sintaxe fosse padrão, como se fosse correta, segundo as exigências daquele jornal. Os sociolinguistas ensinam que, quando um “erro” não é mais percebido, então não há mais um “erro”, mas uma nova norma.

      Comento brevemente um segundo caso, colhido em coluna do ótimo Tostão (FSP, 28 nov. 1999): “Se o Atlético-MG se iludir de que tem um excepcional time, por causa da vitória sobre o Cruzeiro, e não ter garra e humildade, dança como o Vasco". Para horror de muitos, Tostão não escreveu “tiver”.

      Definitivamente, cada vez mais há menos pessoas percebendo que certos verbos deveriam ter um futuro do subjuntivo irregular. O que dizer de sua abolição em penas como as de Tostão?  

      Pode ser que seja apenas a língua mudando, sem que os falantes percebam.

(POSSENTI, Sírio. Dois casinhos. In :_______portadas línguas. 2. ed. Curitiba: Criar, 2002. p. 51*53.) 

Em relação à linguagem que predomina no texto, é CORRETO concluir que:
Alternativas
Q1050436 Português

                                      Dois casinhos


      O tema da variação linguística, especialmente quando não se trata de casos marcados — bons para preconceitos — é ocasião para interessantes reflexões. É que nela há um cruzamento de fatores de natureza diversa — gramaticais e de posição social dos falantes, pelo menos. Seja pelo cruzamento, seja pela diversidade de fatores, a questão se toma mais complexa. Vale a pena tentar esclarecê-la.

      Vejam o que se pôde ler no sisudo Estadão (25 nov. 1999): “Causou constrangimento entre os parlamentares as perguntas da deputada Maria Laura Carneiro à ex-namorada de Fernandinho Beira-Mar, Alda Inês, na CPI do Narcotráfico”.

      Se essa construção (com concordância verbal “errada”) ocorresse em conversa ou entrevista, por mais formal que fosse, não causaria espanto. Talvez nem fosse percebida. Aparecendo em texto escrito, e no Estadão, um jornal de linguagem conservadora, fornece elementos para reflexões.

      A frase começa com o verbo, eis a questão. Esta estrutura é o fator mais importante para explicar a ausência de concordância (o sujeito é “as perguntas da deputada”). Quem escreveu este texto não escreveria “As perguntas da deputada causou constrangimento”. Mas, invertida a ordem sujeito-verbo, a relação sujeito-predicado se perde para o falante. Para efeito de concordância, importa que não haja nada antes do verbo, ou seja, é como se “causou” fosse um verbo impessoal. Que esteja na dita terceira pessoa do singular não é nem banal nem casual.

      Este fenômeno é, de certa forma, o avesso de outro. Ocorrem cada vez mais construções do tipo “A política dessas duas cidades são melhores do que...”, em que o verbo concorda com o nome que está mais próximo (aqui, “duas cidades") e não com seu sujeito (aqui, "a política”). Esta construção é o avesso da outra porque naquela também o verbo concorda com o que está mais próximo: não concorda com nada, já que antes dele não há nada.

      Alguns poderiam imaginar que assim se produz confusão de “pensamento”. Pode-se ver facilmente que não. O “pensamento” é claro, ninguém deixa de entender a frase. Há casos em que a forma (a sintaxe) não resolve tudo. Se às vezes a sintaxe não é suficiente para a clareza do que se diz, em outras ela não interfere de forma alguma na compreensão do enunciado, que parece funcionar independentemente da sintaxe.

      Talvez o mais importante nessas construções seja a falta de consciência de que se está cometendo um “erro”. É como se esta sintaxe fosse padrão, como se fosse correta, segundo as exigências daquele jornal. Os sociolinguistas ensinam que, quando um “erro” não é mais percebido, então não há mais um “erro”, mas uma nova norma.

      Comento brevemente um segundo caso, colhido em coluna do ótimo Tostão (FSP, 28 nov. 1999): “Se o Atlético-MG se iludir de que tem um excepcional time, por causa da vitória sobre o Cruzeiro, e não ter garra e humildade, dança como o Vasco". Para horror de muitos, Tostão não escreveu “tiver”.

      Definitivamente, cada vez mais há menos pessoas percebendo que certos verbos deveriam ter um futuro do subjuntivo irregular. O que dizer de sua abolição em penas como as de Tostão?  

      Pode ser que seja apenas a língua mudando, sem que os falantes percebam.

(POSSENTI, Sírio. Dois casinhos. In :_______portadas línguas. 2. ed. Curitiba: Criar, 2002. p. 51*53.) 

No trecho “É que nela há um cruzamento de fatores de natureza diversa [...]”, a palavra em destaque assume o valor semântico de
Alternativas
Q1050437 Português
A respeito das concepções de língua, linguagem e gramática, é CORRETO afirmar que:
Alternativas
Q1050438 Português
Em relação aos fenômenos que constituem características irredutíveis da língua concebida como meio discursivo e social de interação verbal é CORRETO afirmar que:
Alternativas
Respostas
1: A
2: B
3: D
4: B
5: C
6: E
7: E
8: D
9: A
10: B
11: D
12: E
13: C
14: B
15: A
16: B
17: E
18: E
19: D
20: A