Questões de Concurso Público ESPM 2019 para Vestibular 2020/1 - SP
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Os fenômenos da linguagem examinavam-se outrora apenas à luz da gramática e da lógica, e já era muito se a análise reconhecia como palavras expletivas ou de realce os termos sobejantes¹ unidos à oração ou nela encravados.
Hoje que a ciência da linguagem investiga os fatos sem deixar-se pear² por antigos preconceitos, já não podemos levar essas expressões à conta da superfluidades nem ainda atribuir-lhes papel decorativo, o que seria contrassenso, uma vez que rareiam no discurso eloquente e retórico e se usam a cada instante justamente no falar desataviado de todos os dias.
Uma coisa é dirigirmo-nos à coletividade, a pessoas desconhecidas, de condições diversas, e que nos ouvem caladas; outra coisa é tratar com alguém de perto, falar e ouvir, e ajeitar a cada momento a linguagem em atenção a essa pessoa que está diante de nós, para que fique sempre bem impressionada com as nossas palavras.
(Said Ali, Meios de Expressão e Alterações Semânticas, RJ)
¹sobejantes: demasiados, excessivos, de sobras.
²pear: prender.
Os fenômenos da linguagem examinavam-se outrora apenas à luz da gramática e da lógica, e já era muito se a análise reconhecia como palavras expletivas ou de realce os termos sobejantes¹ unidos à oração ou nela encravados.
Hoje que a ciência da linguagem investiga os fatos sem deixar-se pear² por antigos preconceitos, já não podemos levar essas expressões à conta da superfluidades nem ainda atribuir-lhes papel decorativo, o que seria contrassenso, uma vez que rareiam no discurso eloquente e retórico e se usam a cada instante justamente no falar desataviado de todos os dias.
Uma coisa é dirigirmo-nos à coletividade, a pessoas desconhecidas, de condições diversas, e que nos ouvem caladas; outra coisa é tratar com alguém de perto, falar e ouvir, e ajeitar a cada momento a linguagem em atenção a essa pessoa que está diante de nós, para que fique sempre bem impressionada com as nossas palavras.
(Said Ali, Meios de Expressão e Alterações Semânticas, RJ)
¹sobejantes: demasiados, excessivos, de sobras.
²pear: prender.
Considere o que segue:
Diante de coisa tão doída
conservemo-nos serenos.
Cada minuto de vida
nunca é mais, é sempre menos.
(...)
Desde o instante em que se nasce
já se começa a morrer.
(“Relógio”, de Cassiano Ricardo)
(Marília de Dirceu, Tomás Antônio Gonzaga, Primeira Parte, Lira XIV)
A partir dos excertos e da imagem, verifique as afirmações:
I. Os dois fragmentos de poemas tratam da passagem do tempo e em ambos existe o convite do eu lírico, reportando-se ao tema clássico do “carpe diem”. II. O tom pessimista do poema de Cassiano Ricardo também aparece no de Tomás Antônio Gonzaga, já que este afirma que a estrela (“sorte”) pode mudar, e as glórias tardias chegam sem graça (“vêm frias”). III. A marcação cronológica das horas se esvaindo, observável no quadro de Salvador Dali, encontra ideia análoga no poema de Cassiano Ricardo quanto à inexorabilidade do tempo na existência humana.
É correto o que se afirma em: