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(...)Esta casa do Engenho Novo, conquanto reproduza a de Mata-cavalos, apenas me lembra aquela, e mais por efeito de comparação e de reflexão que de sentimento. Já disse isto mesmo.
Hão de perguntar-me por que razão,
tendo a própria casa velha, na mesma rua
antiga, não impedi que a demolissem e
vim reproduzi-la nesta. A pergunta devia
ser feita a princípio, mas aqui vai a resposta. A razão é que, logo que minha mãe
morreu, querendo ir para lá, fiz primeiro
uma longa visita de inspeção por alguns
dias, e toda a casa me desconheceu. No
quintal a aroeira e a pitangueira, o poço, a
caçamba velha e o lavadouro, nada sabia
de mim. A casuarina era a mesma que eu
deixara ao fundo, mas o tronco, em vez de
reto, como outrora, tinha agora um ar de
ponto de interrogação; naturalmente pasmava do intruso. (...)
Tudo me era estranho e adverso. Deixei que demolissem a casa, e, mais tarde,
quando vim para o Engenho Novo, lembrou-me fazer esta reprodução por explicações que dei ao arquiteto, segundo contei em tempo.
(Machado de Assis, Dom Casmurro, Capítulo CXLIV)