Em uma labareda de chamas e fumaça, a SpaceX lançou o maior foguete já construído e enviou a nave
Starship para o espaço – mas depois o veículo acabou destruído. Embora a missão completa não tenha sido
concluída, o lançamento representa um passo importante para o foguete que a Nasa planeja usar para pousar
astronautas na Lua.
Às 7h03, horário local, em Boca Chica, no estado norte-americano do Texas, o enorme propulsor chamado
Super Heavy decolou e se separou com sucesso da espaçonave do estágio superior. Em seguida, o propulsor
explodiu ao cair de volta na Terra, em vez de cair no Golfo do México, como previsto. O estágio superior da
Starship parecia estar a caminho, em segurança, de um voo ao redor da Terra, em direção ao leste, para
circundar o planeta e depois cair no Oceano Pacífico, próximo ao Havaí.
Mas, minutos depois, a comunicação com a Starship foi perdida. Enquanto a nave subia para o espaço,
atingindo 480 mil pés e pouco antes de a SpaceX planejar o desligamento dos motores, o sistema automatizado
de terminação de voo foi acionado e destruiu a Starship sobre o Golfo do México.
“Parabéns às equipes que fizeram progressos no teste de voo de hoje”, disse o administrador da Nasa, Bill
Nelson, no X, antigo Twitter, após o lançamento.
Os lançamentos experimentais da SpaceX geralmente apresentam explosões e contratempos que fazem
as pessoas se perguntarem se o voo de teste falhou. Esse lançamento atingiu seus objetivos principais, como
atestaram os aplausos da equipe da SpaceX em Hawthorne, Califórnia, durante o lançamento desta manhã.
Para que o lançamento de um foguete experimental seja considerado um sucesso, ele deve ter um desempenho
melhor do que o teste anterior – e durante o primeiro voo de teste, o foguete ficou fora de controle depois que
a Starship não conseguiu se separar e, em seguida, se autodestruiu no ar.
No voo de hoje, a SpaceX fez uma alteração na forma como ocorre essa separação crítica da espaçonave
superior. O estágio superior disparou seus motores segundos antes de as seções do foguete se separarem,
um método chamado de “separação de estágio quente” e, notavelmente, funcionou em sua primeira tentativa
no mundo real.
Após essa parte importante do voo, as coisas começaram a desandar. O booster explodiu na descida em
vez de disparar seus motores novamente para dar meia-volta e pousar no Golfo. E o estágio superior se destruiu
automaticamente devido a um problema durante o voo.
É difícil acreditar que um programa de voo espacial humano dependeria da explosão repetida de foguetes
e naves espaciais. Também é difícil imaginar que os órgãos reguladores estaduais e federais permitiriam isso.
Mas essa é a história da SpaceX.
(Disponível em: https://www.nationalgeographicbrasil.com/espaco/2023/11/o-segundo-lancamento-do-mega-foguete-da-spacextermina-com-uma-explosao-o-que-acontecera-agora)