Questões de Concurso Público TRE-MS 2007 para Técnico Judiciário - Área Administrativa

Foram encontradas 15 questões

Q1482 Português
Atenção: As questões de números 1 a 9 baseiam-se no texto
apresentado abaixo.

Brasileiro se realiza em arte menor. Com raras exceções
aqui e ali na literatura, no teatro ou na música erudita, pouco
temos a oferecer ao resto do mundo em matéria de grandes
manifestações artísticas. Em compensação, a caricatura ou a
canção popular, por exemplo, têm sido superlativas aqui, alcançando
uma densidade raramente obtida por nossos melhores
artistas plásticos ou compositores sinfônicos. Outras artes, ditas
"menores", desempenham um papel fundamental na cultura
brasileira. É o caso da crônica e da telenovela. Gêneros inequivocamente
menores e que, no entanto, alcançam níveis de superação
artística nem sempre observada em seus congêneres
de outros quadrantes do planeta.

Mas são menores diante do quê? É óbvio que o critério
de valoração continua sendo a norma européia: a epopéia, o
romance, a sinfonia, as "belas artes" em geral. O movimento é
dialético e não pressupõe maniqueísmo. Pois se aqui não se
geraram obras como as de Cervantes, Wagner ou Picasso, "lá"
também - onde quer que seja esse lugar - nunca floresceu uma
canção popular como a nossa que, sem favor, pode compor um
elenco com o que de melhor já foi feito em matéria de poesia e
de melodia no Brasil.

Machado de Assis, como de costume, intuiu admiravelmente
tudo. No conto "Um homem célebre", ele nos mostra
Pestana, compositor que deseja tornar-se um Mozart mas,
desafortunadamente, consegue apenas criar polcas e maxixes
de imenso apelo popular. Morre consagrado - mas como autor
pop. Aliás, não foi à toa que Caetano Veloso colocou uma frase
desse conto na contracapa de Circuladô (1991). Um de nossos
grandes artistas "menores" por excelência, Caetano sempre
soube refletir a partir das limitações de seu meio, conseguindo
às vezes transcendê-lo em verso e prosa. [...]

O curioso é que o conceito de arte acabou se alastrando
para outros campos (e gramados) da sociedade brasileira. É o
caso da consagração do futebol como esporte nacional, a partir
da década de 30, quando o bate-bola foi adotado pela imprensa
carioca, recebendo status de futebol-arte.

Ainda no terreno das manifestações populares, o ibope
de alguns carnavalescos é bastante sintomático: eles são os
encenadores da mais vista de todas as nossas óperas, o
Carnaval. Quem acompanha a cobertura do evento costuma
ouvir o testemunho deliciado de estrangeiros a respeito das
imensas "qualidades artísticas" dos desfiles nacionais...

Seguindo a fórmula clássica de Antonio Candido em
Formação da literatura brasileira ("Comparada às grandes, a
nossa literatura é pobre e fraca. Mas é ela, e não outra, que nos
exprime."), pode-se arriscar que muito da produção artística
brasileira é tímida se comparada com o que é feito em outras
paragens. Não temos Shakespeare nem Mozart? Mas temos
Nelson Rodrigues, Tom Jobim, Nássara, Cartola - produtores
de "miudezas" da mais alta estatura. Afinal são eles, e não
outros, que expressam o que somos.

(Adaptado de Leandro Sarmatz. Superinteressante, novembro de
2000, p.106, (Idéias que desafiam o senso comum)
Segundo o texto, está correto o que se afirma em:
Alternativas
Q1484 Português
Atenção: As questões de números 1 a 9 baseiam-se no texto
apresentado abaixo.

Brasileiro se realiza em arte menor. Com raras exceções
aqui e ali na literatura, no teatro ou na música erudita, pouco
temos a oferecer ao resto do mundo em matéria de grandes
manifestações artísticas. Em compensação, a caricatura ou a
canção popular, por exemplo, têm sido superlativas aqui, alcançando
uma densidade raramente obtida por nossos melhores
artistas plásticos ou compositores sinfônicos. Outras artes, ditas
"menores", desempenham um papel fundamental na cultura
brasileira. É o caso da crônica e da telenovela. Gêneros inequivocamente
menores e que, no entanto, alcançam níveis de superação
artística nem sempre observada em seus congêneres
de outros quadrantes do planeta.

Mas são menores diante do quê? É óbvio que o critério
de valoração continua sendo a norma européia: a epopéia, o
romance, a sinfonia, as "belas artes" em geral. O movimento é
dialético e não pressupõe maniqueísmo. Pois se aqui não se
geraram obras como as de Cervantes, Wagner ou Picasso, "lá"
também - onde quer que seja esse lugar - nunca floresceu uma
canção popular como a nossa que, sem favor, pode compor um
elenco com o que de melhor já foi feito em matéria de poesia e
de melodia no Brasil.

Machado de Assis, como de costume, intuiu admiravelmente
tudo. No conto "Um homem célebre", ele nos mostra
Pestana, compositor que deseja tornar-se um Mozart mas,
desafortunadamente, consegue apenas criar polcas e maxixes
de imenso apelo popular. Morre consagrado - mas como autor
pop. Aliás, não foi à toa que Caetano Veloso colocou uma frase
desse conto na contracapa de Circuladô (1991). Um de nossos
grandes artistas "menores" por excelência, Caetano sempre
soube refletir a partir das limitações de seu meio, conseguindo
às vezes transcendê-lo em verso e prosa. [...]

O curioso é que o conceito de arte acabou se alastrando
para outros campos (e gramados) da sociedade brasileira. É o
caso da consagração do futebol como esporte nacional, a partir
da década de 30, quando o bate-bola foi adotado pela imprensa
carioca, recebendo status de futebol-arte.

Ainda no terreno das manifestações populares, o ibope
de alguns carnavalescos é bastante sintomático: eles são os
encenadores da mais vista de todas as nossas óperas, o
Carnaval. Quem acompanha a cobertura do evento costuma
ouvir o testemunho deliciado de estrangeiros a respeito das
imensas "qualidades artísticas" dos desfiles nacionais...

Seguindo a fórmula clássica de Antonio Candido em
Formação da literatura brasileira ("Comparada às grandes, a
nossa literatura é pobre e fraca. Mas é ela, e não outra, que nos
exprime."), pode-se arriscar que muito da produção artística
brasileira é tímida se comparada com o que é feito em outras
paragens. Não temos Shakespeare nem Mozart? Mas temos
Nelson Rodrigues, Tom Jobim, Nássara, Cartola - produtores
de "miudezas" da mais alta estatura. Afinal são eles, e não
outros, que expressam o que somos.

(Adaptado de Leandro Sarmatz. Superinteressante, novembro de
2000, p.106, (Idéias que desafiam o senso comum)
Mantém-se o sentido original de um segmento do texto, com outras palavras, em:
Alternativas
Q1485 Português
Atenção: As questões de números 1 a 9 baseiam-se no texto
apresentado abaixo.

Brasileiro se realiza em arte menor. Com raras exceções
aqui e ali na literatura, no teatro ou na música erudita, pouco
temos a oferecer ao resto do mundo em matéria de grandes
manifestações artísticas. Em compensação, a caricatura ou a
canção popular, por exemplo, têm sido superlativas aqui, alcançando
uma densidade raramente obtida por nossos melhores
artistas plásticos ou compositores sinfônicos. Outras artes, ditas
"menores", desempenham um papel fundamental na cultura
brasileira. É o caso da crônica e da telenovela. Gêneros inequivocamente
menores e que, no entanto, alcançam níveis de superação
artística nem sempre observada em seus congêneres
de outros quadrantes do planeta.

Mas são menores diante do quê? É óbvio que o critério
de valoração continua sendo a norma européia: a epopéia, o
romance, a sinfonia, as "belas artes" em geral. O movimento é
dialético e não pressupõe maniqueísmo. Pois se aqui não se
geraram obras como as de Cervantes, Wagner ou Picasso, "lá"
também - onde quer que seja esse lugar - nunca floresceu uma
canção popular como a nossa que, sem favor, pode compor um
elenco com o que de melhor já foi feito em matéria de poesia e
de melodia no Brasil.

Machado de Assis, como de costume, intuiu admiravelmente
tudo. No conto "Um homem célebre", ele nos mostra
Pestana, compositor que deseja tornar-se um Mozart mas,
desafortunadamente, consegue apenas criar polcas e maxixes
de imenso apelo popular. Morre consagrado - mas como autor
pop. Aliás, não foi à toa que Caetano Veloso colocou uma frase
desse conto na contracapa de Circuladô (1991). Um de nossos
grandes artistas "menores" por excelência, Caetano sempre
soube refletir a partir das limitações de seu meio, conseguindo
às vezes transcendê-lo em verso e prosa. [...]

O curioso é que o conceito de arte acabou se alastrando
para outros campos (e gramados) da sociedade brasileira. É o
caso da consagração do futebol como esporte nacional, a partir
da década de 30, quando o bate-bola foi adotado pela imprensa
carioca, recebendo status de futebol-arte.

Ainda no terreno das manifestações populares, o ibope
de alguns carnavalescos é bastante sintomático: eles são os
encenadores da mais vista de todas as nossas óperas, o
Carnaval. Quem acompanha a cobertura do evento costuma
ouvir o testemunho deliciado de estrangeiros a respeito das
imensas "qualidades artísticas" dos desfiles nacionais...

Seguindo a fórmula clássica de Antonio Candido em
Formação da literatura brasileira ("Comparada às grandes, a
nossa literatura é pobre e fraca. Mas é ela, e não outra, que nos
exprime."), pode-se arriscar que muito da produção artística
brasileira é tímida se comparada com o que é feito em outras
paragens. Não temos Shakespeare nem Mozart? Mas temos
Nelson Rodrigues, Tom Jobim, Nássara, Cartola - produtores
de "miudezas" da mais alta estatura. Afinal são eles, e não
outros, que expressam o que somos.

(Adaptado de Leandro Sarmatz. Superinteressante, novembro de
2000, p.106, (Idéias que desafiam o senso comum)
A afirmativa INCORRETA, considerando-se o emprego de sinais de pontuação no texto, é:
Alternativas
Q1486 Português
Atenção: As questões de números 1 a 9 baseiam-se no texto
apresentado abaixo.

Brasileiro se realiza em arte menor. Com raras exceções
aqui e ali na literatura, no teatro ou na música erudita, pouco
temos a oferecer ao resto do mundo em matéria de grandes
manifestações artísticas. Em compensação, a caricatura ou a
canção popular, por exemplo, têm sido superlativas aqui, alcançando
uma densidade raramente obtida por nossos melhores
artistas plásticos ou compositores sinfônicos. Outras artes, ditas
"menores", desempenham um papel fundamental na cultura
brasileira. É o caso da crônica e da telenovela. Gêneros inequivocamente
menores e que, no entanto, alcançam níveis de superação
artística nem sempre observada em seus congêneres
de outros quadrantes do planeta.

Mas são menores diante do quê? É óbvio que o critério
de valoração continua sendo a norma européia: a epopéia, o
romance, a sinfonia, as "belas artes" em geral. O movimento é
dialético e não pressupõe maniqueísmo. Pois se aqui não se
geraram obras como as de Cervantes, Wagner ou Picasso, "lá"
também - onde quer que seja esse lugar - nunca floresceu uma
canção popular como a nossa que, sem favor, pode compor um
elenco com o que de melhor já foi feito em matéria de poesia e
de melodia no Brasil.

Machado de Assis, como de costume, intuiu admiravelmente
tudo. No conto "Um homem célebre", ele nos mostra
Pestana, compositor que deseja tornar-se um Mozart mas,
desafortunadamente, consegue apenas criar polcas e maxixes
de imenso apelo popular. Morre consagrado - mas como autor
pop. Aliás, não foi à toa que Caetano Veloso colocou uma frase
desse conto na contracapa de Circuladô (1991). Um de nossos
grandes artistas "menores" por excelência, Caetano sempre
soube refletir a partir das limitações de seu meio, conseguindo
às vezes transcendê-lo em verso e prosa. [...]

O curioso é que o conceito de arte acabou se alastrando
para outros campos (e gramados) da sociedade brasileira. É o
caso da consagração do futebol como esporte nacional, a partir
da década de 30, quando o bate-bola foi adotado pela imprensa
carioca, recebendo status de futebol-arte.

Ainda no terreno das manifestações populares, o ibope
de alguns carnavalescos é bastante sintomático: eles são os
encenadores da mais vista de todas as nossas óperas, o
Carnaval. Quem acompanha a cobertura do evento costuma
ouvir o testemunho deliciado de estrangeiros a respeito das
imensas "qualidades artísticas" dos desfiles nacionais...

Seguindo a fórmula clássica de Antonio Candido em
Formação da literatura brasileira ("Comparada às grandes, a
nossa literatura é pobre e fraca. Mas é ela, e não outra, que nos
exprime."), pode-se arriscar que muito da produção artística
brasileira é tímida se comparada com o que é feito em outras
paragens. Não temos Shakespeare nem Mozart? Mas temos
Nelson Rodrigues, Tom Jobim, Nássara, Cartola - produtores
de "miudezas" da mais alta estatura. Afinal são eles, e não
outros, que expressam o que somos.

(Adaptado de Leandro Sarmatz. Superinteressante, novembro de
2000, p.106, (Idéias que desafiam o senso comum)
... "lá" também ... (2o parágrafo)

É correto afirmar que "" retoma, considerando-se o contexto, a expressão:
Alternativas
Q1487 Português
Atenção: As questões de números 1 a 9 baseiam-se no texto
apresentado abaixo.

Brasileiro se realiza em arte menor. Com raras exceções
aqui e ali na literatura, no teatro ou na música erudita, pouco
temos a oferecer ao resto do mundo em matéria de grandes
manifestações artísticas. Em compensação, a caricatura ou a
canção popular, por exemplo, têm sido superlativas aqui, alcançando
uma densidade raramente obtida por nossos melhores
artistas plásticos ou compositores sinfônicos. Outras artes, ditas
"menores", desempenham um papel fundamental na cultura
brasileira. É o caso da crônica e da telenovela. Gêneros inequivocamente
menores e que, no entanto, alcançam níveis de superação
artística nem sempre observada em seus congêneres
de outros quadrantes do planeta.

Mas são menores diante do quê? É óbvio que o critério
de valoração continua sendo a norma européia: a epopéia, o
romance, a sinfonia, as "belas artes" em geral. O movimento é
dialético e não pressupõe maniqueísmo. Pois se aqui não se
geraram obras como as de Cervantes, Wagner ou Picasso, "lá"
também - onde quer que seja esse lugar - nunca floresceu uma
canção popular como a nossa que, sem favor, pode compor um
elenco com o que de melhor já foi feito em matéria de poesia e
de melodia no Brasil.

Machado de Assis, como de costume, intuiu admiravelmente
tudo. No conto "Um homem célebre", ele nos mostra
Pestana, compositor que deseja tornar-se um Mozart mas,
desafortunadamente, consegue apenas criar polcas e maxixes
de imenso apelo popular. Morre consagrado - mas como autor
pop. Aliás, não foi à toa que Caetano Veloso colocou uma frase
desse conto na contracapa de Circuladô (1991). Um de nossos
grandes artistas "menores" por excelência, Caetano sempre
soube refletir a partir das limitações de seu meio, conseguindo
às vezes transcendê-lo em verso e prosa. [...]

O curioso é que o conceito de arte acabou se alastrando
para outros campos (e gramados) da sociedade brasileira. É o
caso da consagração do futebol como esporte nacional, a partir
da década de 30, quando o bate-bola foi adotado pela imprensa
carioca, recebendo status de futebol-arte.

Ainda no terreno das manifestações populares, o ibope
de alguns carnavalescos é bastante sintomático: eles são os
encenadores da mais vista de todas as nossas óperas, o
Carnaval. Quem acompanha a cobertura do evento costuma
ouvir o testemunho deliciado de estrangeiros a respeito das
imensas "qualidades artísticas" dos desfiles nacionais...

Seguindo a fórmula clássica de Antonio Candido em
Formação da literatura brasileira ("Comparada às grandes, a
nossa literatura é pobre e fraca. Mas é ela, e não outra, que nos
exprime."), pode-se arriscar que muito da produção artística
brasileira é tímida se comparada com o que é feito em outras
paragens. Não temos Shakespeare nem Mozart? Mas temos
Nelson Rodrigues, Tom Jobim, Nássara, Cartola - produtores
de "miudezas" da mais alta estatura. Afinal são eles, e não
outros, que expressam o que somos.

(Adaptado de Leandro Sarmatz. Superinteressante, novembro de
2000, p.106, (Idéias que desafiam o senso comum)
... desempenham um papel fundamental na cultura brasileira. (1o parágrafo)

O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o do grifado acima está na frase:
Alternativas
Q1488 Português
Atenção: As questões de números 1 a 9 baseiam-se no texto
apresentado abaixo.

Brasileiro se realiza em arte menor. Com raras exceções
aqui e ali na literatura, no teatro ou na música erudita, pouco
temos a oferecer ao resto do mundo em matéria de grandes
manifestações artísticas. Em compensação, a caricatura ou a
canção popular, por exemplo, têm sido superlativas aqui, alcançando
uma densidade raramente obtida por nossos melhores
artistas plásticos ou compositores sinfônicos. Outras artes, ditas
"menores", desempenham um papel fundamental na cultura
brasileira. É o caso da crônica e da telenovela. Gêneros inequivocamente
menores e que, no entanto, alcançam níveis de superação
artística nem sempre observada em seus congêneres
de outros quadrantes do planeta.

Mas são menores diante do quê? É óbvio que o critério
de valoração continua sendo a norma européia: a epopéia, o
romance, a sinfonia, as "belas artes" em geral. O movimento é
dialético e não pressupõe maniqueísmo. Pois se aqui não se
geraram obras como as de Cervantes, Wagner ou Picasso, "lá"
também - onde quer que seja esse lugar - nunca floresceu uma
canção popular como a nossa que, sem favor, pode compor um
elenco com o que de melhor já foi feito em matéria de poesia e
de melodia no Brasil.

Machado de Assis, como de costume, intuiu admiravelmente
tudo. No conto "Um homem célebre", ele nos mostra
Pestana, compositor que deseja tornar-se um Mozart mas,
desafortunadamente, consegue apenas criar polcas e maxixes
de imenso apelo popular. Morre consagrado - mas como autor
pop. Aliás, não foi à toa que Caetano Veloso colocou uma frase
desse conto na contracapa de Circuladô (1991). Um de nossos
grandes artistas "menores" por excelência, Caetano sempre
soube refletir a partir das limitações de seu meio, conseguindo
às vezes transcendê-lo em verso e prosa. [...]

O curioso é que o conceito de arte acabou se alastrando
para outros campos (e gramados) da sociedade brasileira. É o
caso da consagração do futebol como esporte nacional, a partir
da década de 30, quando o bate-bola foi adotado pela imprensa
carioca, recebendo status de futebol-arte.

Ainda no terreno das manifestações populares, o ibope
de alguns carnavalescos é bastante sintomático: eles são os
encenadores da mais vista de todas as nossas óperas, o
Carnaval. Quem acompanha a cobertura do evento costuma
ouvir o testemunho deliciado de estrangeiros a respeito das
imensas "qualidades artísticas" dos desfiles nacionais...

Seguindo a fórmula clássica de Antonio Candido em
Formação da literatura brasileira ("Comparada às grandes, a
nossa literatura é pobre e fraca. Mas é ela, e não outra, que nos
exprime."), pode-se arriscar que muito da produção artística
brasileira é tímida se comparada com o que é feito em outras
paragens. Não temos Shakespeare nem Mozart? Mas temos
Nelson Rodrigues, Tom Jobim, Nássara, Cartola - produtores
de "miudezas" da mais alta estatura. Afinal são eles, e não
outros, que expressam o que somos.

(Adaptado de Leandro Sarmatz. Superinteressante, novembro de
2000, p.106, (Idéias que desafiam o senso comum)
Brasileiro se realiza em arte menor. (1a frase)

O adjetivo flexionado de maneira idêntica ao do grifado acima está na expressão:
Alternativas
Q1489 Português
Atenção: As questões de números 1 a 9 baseiam-se no texto
apresentado abaixo.

Brasileiro se realiza em arte menor. Com raras exceções
aqui e ali na literatura, no teatro ou na música erudita, pouco
temos a oferecer ao resto do mundo em matéria de grandes
manifestações artísticas. Em compensação, a caricatura ou a
canção popular, por exemplo, têm sido superlativas aqui, alcançando
uma densidade raramente obtida por nossos melhores
artistas plásticos ou compositores sinfônicos. Outras artes, ditas
"menores", desempenham um papel fundamental na cultura
brasileira. É o caso da crônica e da telenovela. Gêneros inequivocamente
menores e que, no entanto, alcançam níveis de superação
artística nem sempre observada em seus congêneres
de outros quadrantes do planeta.

Mas são menores diante do quê? É óbvio que o critério
de valoração continua sendo a norma européia: a epopéia, o
romance, a sinfonia, as "belas artes" em geral. O movimento é
dialético e não pressupõe maniqueísmo. Pois se aqui não se
geraram obras como as de Cervantes, Wagner ou Picasso, "lá"
também - onde quer que seja esse lugar - nunca floresceu uma
canção popular como a nossa que, sem favor, pode compor um
elenco com o que de melhor já foi feito em matéria de poesia e
de melodia no Brasil.

Machado de Assis, como de costume, intuiu admiravelmente
tudo. No conto "Um homem célebre", ele nos mostra
Pestana, compositor que deseja tornar-se um Mozart mas,
desafortunadamente, consegue apenas criar polcas e maxixes
de imenso apelo popular. Morre consagrado - mas como autor
pop. Aliás, não foi à toa que Caetano Veloso colocou uma frase
desse conto na contracapa de Circuladô (1991). Um de nossos
grandes artistas "menores" por excelência, Caetano sempre
soube refletir a partir das limitações de seu meio, conseguindo
às vezes transcendê-lo em verso e prosa. [...]

O curioso é que o conceito de arte acabou se alastrando
para outros campos (e gramados) da sociedade brasileira. É o
caso da consagração do futebol como esporte nacional, a partir
da década de 30, quando o bate-bola foi adotado pela imprensa
carioca, recebendo status de futebol-arte.

Ainda no terreno das manifestações populares, o ibope
de alguns carnavalescos é bastante sintomático: eles são os
encenadores da mais vista de todas as nossas óperas, o
Carnaval. Quem acompanha a cobertura do evento costuma
ouvir o testemunho deliciado de estrangeiros a respeito das
imensas "qualidades artísticas" dos desfiles nacionais...

Seguindo a fórmula clássica de Antonio Candido em
Formação da literatura brasileira ("Comparada às grandes, a
nossa literatura é pobre e fraca. Mas é ela, e não outra, que nos
exprime."), pode-se arriscar que muito da produção artística
brasileira é tímida se comparada com o que é feito em outras
paragens. Não temos Shakespeare nem Mozart? Mas temos
Nelson Rodrigues, Tom Jobim, Nássara, Cartola - produtores
de "miudezas" da mais alta estatura. Afinal são eles, e não
outros, que expressam o que somos.

(Adaptado de Leandro Sarmatz. Superinteressante, novembro de
2000, p.106, (Idéias que desafiam o senso comum)
Pois se aqui não se geraram obras... (2o parágrafo)

A forma verbal correta, de sentido idêntico ao da forma grifada acima é:
Alternativas
Q1490 Português
Atenção: As questões de números 10 a 15 baseiam-se no
texto apresentado abaixo.

Um fator até pouco tempo negligenciado deve entrar na
conta do desmatamento da Amazônia dentro de alguns anos.
As chamadas florestas secundárias, produto da regeneração da
mata após a derrubada, devem começar a ser contabilizadas
pelo Programa de Cálculo do Desflorestamento da Amazônia
(Prodes).

O rebrotamento de florestas não reconstitui toda a
biodiversidade, mas pode ser relevante no longo prazo. Sabese,
por exemplo, que florestas secundárias podem reabsorver
até 15% do carbono emitido pela perda da mata primária - o
que ajuda a reduzir o efeito estufa. Só que esse dado não entra
na conta dos milhões de toneladas de carbono que a destruição
da Amazônia lança no ar por ano, porque ainda não se mediu a
capacidade de "ressurreição" da floresta.

Estudos mostram que alguns proprietários de terras
abandonam certas áreas ao longo do tempo e nelas a vegetação
pode começar a regenerar-se. Não se sabe ainda com
que intensidade esse fenômeno acontece na Amazônia.
Entender o que ocorre nas florestas secundárias também é
importante, porque elas podem ser cortadas novamente para
suprir parte da demanda por madeira e voltar a receber pasto.

Os fatores que influenciam o grau de regeneração das
matas, porém, são inúmeros, e não é tão simples prever como
uma área desmatada e depois abandonada se comportará.
Tudo isso depende, por exemplo, do tipo de uso que a terra
teve antes. Um terreno desgastado por pastagens durante muito
tempo pode se recuperar mais lentamente do que outro,
submetido à agricultura com rotação de culturas. A proximidade
do trecho desmatado com áreas de floresta primária também
conta. Terras muito isoladas não estão sujeitas a processos de
polinização e semeadura naturais. "Se houver um banco de
sementes próximo, em uma área florestal ainda grande, com
pássaros, ou algum vetor que possa trazer sementes, ela pode
recuperar parte da biodiversidade", explica um pesquisador do
Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

(Adaptado de Rafael Garcia. Folha de S. Paulo, Mais!, 11 de junho de
2006, p. 10)
O assunto principal do texto está corretamente expresso em:
Alternativas
Q1491 Português
Atenção: As questões de números 10 a 15 baseiam-se no
texto apresentado abaixo.

Um fator até pouco tempo negligenciado deve entrar na
conta do desmatamento da Amazônia dentro de alguns anos.
As chamadas florestas secundárias, produto da regeneração da
mata após a derrubada, devem começar a ser contabilizadas
pelo Programa de Cálculo do Desflorestamento da Amazônia
(Prodes).

O rebrotamento de florestas não reconstitui toda a
biodiversidade, mas pode ser relevante no longo prazo. Sabese,
por exemplo, que florestas secundárias podem reabsorver
até 15% do carbono emitido pela perda da mata primária - o
que ajuda a reduzir o efeito estufa. Só que esse dado não entra
na conta dos milhões de toneladas de carbono que a destruição
da Amazônia lança no ar por ano, porque ainda não se mediu a
capacidade de "ressurreição" da floresta.

Estudos mostram que alguns proprietários de terras
abandonam certas áreas ao longo do tempo e nelas a vegetação
pode começar a regenerar-se. Não se sabe ainda com
que intensidade esse fenômeno acontece na Amazônia.
Entender o que ocorre nas florestas secundárias também é
importante, porque elas podem ser cortadas novamente para
suprir parte da demanda por madeira e voltar a receber pasto.

Os fatores que influenciam o grau de regeneração das
matas, porém, são inúmeros, e não é tão simples prever como
uma área desmatada e depois abandonada se comportará.
Tudo isso depende, por exemplo, do tipo de uso que a terra
teve antes. Um terreno desgastado por pastagens durante muito
tempo pode se recuperar mais lentamente do que outro,
submetido à agricultura com rotação de culturas. A proximidade
do trecho desmatado com áreas de floresta primária também
conta. Terras muito isoladas não estão sujeitas a processos de
polinização e semeadura naturais. "Se houver um banco de
sementes próximo, em uma área florestal ainda grande, com
pássaros, ou algum vetor que possa trazer sementes, ela pode
recuperar parte da biodiversidade", explica um pesquisador do
Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

(Adaptado de Rafael Garcia. Folha de S. Paulo, Mais!, 11 de junho de
2006, p. 10)
A frase que introduz uma ressalva no contexto é:
Alternativas
Q1492 Português
Atenção: As questões de números 10 a 15 baseiam-se no
texto apresentado abaixo.

Um fator até pouco tempo negligenciado deve entrar na
conta do desmatamento da Amazônia dentro de alguns anos.
As chamadas florestas secundárias, produto da regeneração da
mata após a derrubada, devem começar a ser contabilizadas
pelo Programa de Cálculo do Desflorestamento da Amazônia
(Prodes).

O rebrotamento de florestas não reconstitui toda a
biodiversidade, mas pode ser relevante no longo prazo. Sabese,
por exemplo, que florestas secundárias podem reabsorver
até 15% do carbono emitido pela perda da mata primária - o
que ajuda a reduzir o efeito estufa. Só que esse dado não entra
na conta dos milhões de toneladas de carbono que a destruição
da Amazônia lança no ar por ano, porque ainda não se mediu a
capacidade de "ressurreição" da floresta.

Estudos mostram que alguns proprietários de terras
abandonam certas áreas ao longo do tempo e nelas a vegetação
pode começar a regenerar-se. Não se sabe ainda com
que intensidade esse fenômeno acontece na Amazônia.
Entender o que ocorre nas florestas secundárias também é
importante, porque elas podem ser cortadas novamente para
suprir parte da demanda por madeira e voltar a receber pasto.

Os fatores que influenciam o grau de regeneração das
matas, porém, são inúmeros, e não é tão simples prever como
uma área desmatada e depois abandonada se comportará.
Tudo isso depende, por exemplo, do tipo de uso que a terra
teve antes. Um terreno desgastado por pastagens durante muito
tempo pode se recuperar mais lentamente do que outro,
submetido à agricultura com rotação de culturas. A proximidade
do trecho desmatado com áreas de floresta primária também
conta. Terras muito isoladas não estão sujeitas a processos de
polinização e semeadura naturais. "Se houver um banco de
sementes próximo, em uma área florestal ainda grande, com
pássaros, ou algum vetor que possa trazer sementes, ela pode
recuperar parte da biodiversidade", explica um pesquisador do
Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

(Adaptado de Rafael Garcia. Folha de S. Paulo, Mais!, 11 de junho de
2006, p. 10)
Não se sabe ainda com que intensidade esse fenômeno acontece na Amazônia. (3o parágrafo)

A expressão grifada retoma corretamente, considerandose o contexto, a
Alternativas
Q1493 Português
Atenção: As questões de números 10 a 15 baseiam-se no
texto apresentado abaixo.

Um fator até pouco tempo negligenciado deve entrar na
conta do desmatamento da Amazônia dentro de alguns anos.
As chamadas florestas secundárias, produto da regeneração da
mata após a derrubada, devem começar a ser contabilizadas
pelo Programa de Cálculo do Desflorestamento da Amazônia
(Prodes).

O rebrotamento de florestas não reconstitui toda a
biodiversidade, mas pode ser relevante no longo prazo. Sabese,
por exemplo, que florestas secundárias podem reabsorver
até 15% do carbono emitido pela perda da mata primária - o
que ajuda a reduzir o efeito estufa. Só que esse dado não entra
na conta dos milhões de toneladas de carbono que a destruição
da Amazônia lança no ar por ano, porque ainda não se mediu a
capacidade de "ressurreição" da floresta.

Estudos mostram que alguns proprietários de terras
abandonam certas áreas ao longo do tempo e nelas a vegetação
pode começar a regenerar-se. Não se sabe ainda com
que intensidade esse fenômeno acontece na Amazônia.
Entender o que ocorre nas florestas secundárias também é
importante, porque elas podem ser cortadas novamente para
suprir parte da demanda por madeira e voltar a receber pasto.

Os fatores que influenciam o grau de regeneração das
matas, porém, são inúmeros, e não é tão simples prever como
uma área desmatada e depois abandonada se comportará.
Tudo isso depende, por exemplo, do tipo de uso que a terra
teve antes. Um terreno desgastado por pastagens durante muito
tempo pode se recuperar mais lentamente do que outro,
submetido à agricultura com rotação de culturas. A proximidade
do trecho desmatado com áreas de floresta primária também
conta. Terras muito isoladas não estão sujeitas a processos de
polinização e semeadura naturais. "Se houver um banco de
sementes próximo, em uma área florestal ainda grande, com
pássaros, ou algum vetor que possa trazer sementes, ela pode
recuperar parte da biodiversidade", explica um pesquisador do
Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

(Adaptado de Rafael Garcia. Folha de S. Paulo, Mais!, 11 de junho de
2006, p. 10)
A concordância verbo-nominal está inteiramente correta na frase:
Alternativas
Q1494 Português
Atenção: As questões de números 10 a 15 baseiam-se no
texto apresentado abaixo.

Um fator até pouco tempo negligenciado deve entrar na
conta do desmatamento da Amazônia dentro de alguns anos.
As chamadas florestas secundárias, produto da regeneração da
mata após a derrubada, devem começar a ser contabilizadas
pelo Programa de Cálculo do Desflorestamento da Amazônia
(Prodes).

O rebrotamento de florestas não reconstitui toda a
biodiversidade, mas pode ser relevante no longo prazo. Sabese,
por exemplo, que florestas secundárias podem reabsorver
até 15% do carbono emitido pela perda da mata primária - o
que ajuda a reduzir o efeito estufa. Só que esse dado não entra
na conta dos milhões de toneladas de carbono que a destruição
da Amazônia lança no ar por ano, porque ainda não se mediu a
capacidade de "ressurreição" da floresta.

Estudos mostram que alguns proprietários de terras
abandonam certas áreas ao longo do tempo e nelas a vegetação
pode começar a regenerar-se. Não se sabe ainda com
que intensidade esse fenômeno acontece na Amazônia.
Entender o que ocorre nas florestas secundárias também é
importante, porque elas podem ser cortadas novamente para
suprir parte da demanda por madeira e voltar a receber pasto.

Os fatores que influenciam o grau de regeneração das
matas, porém, são inúmeros, e não é tão simples prever como
uma área desmatada e depois abandonada se comportará.
Tudo isso depende, por exemplo, do tipo de uso que a terra
teve antes. Um terreno desgastado por pastagens durante muito
tempo pode se recuperar mais lentamente do que outro,
submetido à agricultura com rotação de culturas. A proximidade
do trecho desmatado com áreas de floresta primária também
conta. Terras muito isoladas não estão sujeitas a processos de
polinização e semeadura naturais. "Se houver um banco de
sementes próximo, em uma área florestal ainda grande, com
pássaros, ou algum vetor que possa trazer sementes, ela pode
recuperar parte da biodiversidade", explica um pesquisador do
Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

(Adaptado de Rafael Garcia. Folha de S. Paulo, Mais!, 11 de junho de
2006, p. 10)
A forma verbal que, além de corretamente flexionada, indica fato passado anterior a outro, também passado, está grifada na frase:
Alternativas
Q1495 Português
Atenção: As questões de números 10 a 15 baseiam-se no
texto apresentado abaixo.

Um fator até pouco tempo negligenciado deve entrar na
conta do desmatamento da Amazônia dentro de alguns anos.
As chamadas florestas secundárias, produto da regeneração da
mata após a derrubada, devem começar a ser contabilizadas
pelo Programa de Cálculo do Desflorestamento da Amazônia
(Prodes).

O rebrotamento de florestas não reconstitui toda a
biodiversidade, mas pode ser relevante no longo prazo. Sabese,
por exemplo, que florestas secundárias podem reabsorver
até 15% do carbono emitido pela perda da mata primária - o
que ajuda a reduzir o efeito estufa. Só que esse dado não entra
na conta dos milhões de toneladas de carbono que a destruição
da Amazônia lança no ar por ano, porque ainda não se mediu a
capacidade de "ressurreição" da floresta.

Estudos mostram que alguns proprietários de terras
abandonam certas áreas ao longo do tempo e nelas a vegetação
pode começar a regenerar-se. Não se sabe ainda com
que intensidade esse fenômeno acontece na Amazônia.
Entender o que ocorre nas florestas secundárias também é
importante, porque elas podem ser cortadas novamente para
suprir parte da demanda por madeira e voltar a receber pasto.

Os fatores que influenciam o grau de regeneração das
matas, porém, são inúmeros, e não é tão simples prever como
uma área desmatada e depois abandonada se comportará.
Tudo isso depende, por exemplo, do tipo de uso que a terra
teve antes. Um terreno desgastado por pastagens durante muito
tempo pode se recuperar mais lentamente do que outro,
submetido à agricultura com rotação de culturas. A proximidade
do trecho desmatado com áreas de floresta primária também
conta. Terras muito isoladas não estão sujeitas a processos de
polinização e semeadura naturais. "Se houver um banco de
sementes próximo, em uma área florestal ainda grande, com
pássaros, ou algum vetor que possa trazer sementes, ela pode
recuperar parte da biodiversidade", explica um pesquisador do
Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

(Adaptado de Rafael Garcia. Folha de S. Paulo, Mais!, 11 de junho de
2006, p. 10)
Proprietários de terras abandonam certas áreas ao longo do tempo.

A vegetação pode regenerar-se nas áreas abandonadas.

A extensão do processo de recuperação depende de vários fatores.

O uso anterior da terra tem influência no processo de recuperação.

As frases acima articulam-se em um único período com clareza, correção e lógica, da seguinte maneira:
Alternativas
Q2252997 Português
   Brasileiro se realiza em arte menor. Com raras exceções aqui e ali na literatura, no teatro ou na música erudita, pouco temos a oferecer ao resto do mundo em matéria de grandes manifestações artísticas. Em compensação, a caricatura ou a canção popular, por exemplo, têm sido superlativas aqui, alcançando uma densidade raramente obtida por nossos melhores artistas plásticos ou compositores sinfônicos. Outras artes, ditas “menores”, desempenham um papel fundamental na cultura brasileira. É o caso da crônica e da telenovela. Gêneros inequivocamente menores e que, no entanto, alcançam níveis de superação artística nem sempre observada em seus congêneres de outros quadrantes do planeta.
   Mas são menores diante do quê? É óbvio que o critério de valoração continua sendo a norma européia: a epopéia, o romance, a sinfonia, as “belas artes” em geral. O movimento é dialético e não pressupõe maniqueísmo. Pois se aqui não se geraram obras como as de Cervantes, Wagner ou Picasso, “lá” também – onde quer que seja esse lugar – nunca floresceu uma canção popular como a nossa que, sem favor, pode compor um elenco com o que de melhor já foi feito em matéria de poesia e de melodia no Brasil.
    Machado de Assis, como de costume, intuiu admiravelmente tudo. No conto “Um homem célebre”, ele nos mostra Pestana, compositor que deseja tornar-se um Mozart mas, desafortunadamente, consegue apenas criar polcas e maxixes de imenso apelo popular. Morre consagrado – mas como autor pop. Aliás, não foi à toa que Caetano Veloso colocou uma frase desse conto na contracapa de Circuladô (1991). Um de nossos grandes artistas “menores” por excelência, Caetano sempre soube refletir a partir das limitações de seu meio, conseguindo às vezes transcendê-lo em verso e prosa. [...]
   O curioso é que o conceito de arte acabou se alastrando para outros campos (e gramados) da sociedade brasileira. É o caso da consagração do futebol como esporte nacional, a partir da década de 30, quando o bate-bola foi adotado pela imprensa carioca, recebendo status de futebol-arte.
  Ainda no terreno das manifestações populares, o ibope de alguns carnavalescos é bastante sintomático: eles são os encenadores da mais vista de todas as nossas óperas, o Carnaval. Quem acompanha a cobertura do evento costuma ouvir o testemunho deliciado de estrangeiros a respeito das imensas “qualidades artísticas” dos desfiles nacionais...
    Seguindo a fórmula clássica de Antonio Candido em Formação da literatura brasileira (“Comparada às grandes, a nossa literatura é pobre e fraca. Mas é ela, e não outra, que nos exprime.”), pode-se arriscar que muito da produção artística brasileira é tímida se comparada com o que é feito em outras paragens. Não temos Shakespeare nem Mozart? Mas temos Nelson Rodrigues, Tom Jobim, Nássara, Cartola – produtores de “miudezas” da mais alta estatura. Afinal são eles, e não outros, que expressam o que somos.

(Adaptado de Leandro Sarmatz. Superinteressante, novembro de 2000, p.106, (Idéias que desafiam o senso comum)
De acordo com o texto,
Alternativas
Q2252999 Português
   Brasileiro se realiza em arte menor. Com raras exceções aqui e ali na literatura, no teatro ou na música erudita, pouco temos a oferecer ao resto do mundo em matéria de grandes manifestações artísticas. Em compensação, a caricatura ou a canção popular, por exemplo, têm sido superlativas aqui, alcançando uma densidade raramente obtida por nossos melhores artistas plásticos ou compositores sinfônicos. Outras artes, ditas “menores”, desempenham um papel fundamental na cultura brasileira. É o caso da crônica e da telenovela. Gêneros inequivocamente menores e que, no entanto, alcançam níveis de superação artística nem sempre observada em seus congêneres de outros quadrantes do planeta.
   Mas são menores diante do quê? É óbvio que o critério de valoração continua sendo a norma européia: a epopéia, o romance, a sinfonia, as “belas artes” em geral. O movimento é dialético e não pressupõe maniqueísmo. Pois se aqui não se geraram obras como as de Cervantes, Wagner ou Picasso, “lá” também – onde quer que seja esse lugar – nunca floresceu uma canção popular como a nossa que, sem favor, pode compor um elenco com o que de melhor já foi feito em matéria de poesia e de melodia no Brasil.
    Machado de Assis, como de costume, intuiu admiravelmente tudo. No conto “Um homem célebre”, ele nos mostra Pestana, compositor que deseja tornar-se um Mozart mas, desafortunadamente, consegue apenas criar polcas e maxixes de imenso apelo popular. Morre consagrado – mas como autor pop. Aliás, não foi à toa que Caetano Veloso colocou uma frase desse conto na contracapa de Circuladô (1991). Um de nossos grandes artistas “menores” por excelência, Caetano sempre soube refletir a partir das limitações de seu meio, conseguindo às vezes transcendê-lo em verso e prosa. [...]
   O curioso é que o conceito de arte acabou se alastrando para outros campos (e gramados) da sociedade brasileira. É o caso da consagração do futebol como esporte nacional, a partir da década de 30, quando o bate-bola foi adotado pela imprensa carioca, recebendo status de futebol-arte.
  Ainda no terreno das manifestações populares, o ibope de alguns carnavalescos é bastante sintomático: eles são os encenadores da mais vista de todas as nossas óperas, o Carnaval. Quem acompanha a cobertura do evento costuma ouvir o testemunho deliciado de estrangeiros a respeito das imensas “qualidades artísticas” dos desfiles nacionais...
    Seguindo a fórmula clássica de Antonio Candido em Formação da literatura brasileira (“Comparada às grandes, a nossa literatura é pobre e fraca. Mas é ela, e não outra, que nos exprime.”), pode-se arriscar que muito da produção artística brasileira é tímida se comparada com o que é feito em outras paragens. Não temos Shakespeare nem Mozart? Mas temos Nelson Rodrigues, Tom Jobim, Nássara, Cartola – produtores de “miudezas” da mais alta estatura. Afinal são eles, e não outros, que expressam o que somos.

(Adaptado de Leandro Sarmatz. Superinteressante, novembro de 2000, p.106, (Idéias que desafiam o senso comum)
Um título adequado ao texto seria:
Alternativas
Respostas
1: B
2: D
3: E
4: C
5: D
6: E
7: B
8: C
9: A
10: B
11: E
12: C
13: A
14: D
15: A