Questões de Concurso Público AL-RN 2013 para Técnico Legislativo
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Muito antes de Einstein contestar a ideia de tempo absoluto, muitas culturas do passado intuíam que, nessa matéria, tudo é relativo. A maré segue o relógio da lua. A noite traz o dia, mas depois se seguirá outra noite. Uma estação do ano é substituída por outra. Depois da lua cheia virá a lua nova. Tudo
se renova. Repetidamente.
A ideia de que o tempo tem uma direção, é irreversível, e caminha em linha reta não era uma unanimidade – tampouco uma obviedade. As marés, os solstícios, as estações, a movimentação dos astros no céu e o próprio comportamento biológico (o ciclo menstrual, as etapas de amadurecimento do corpo) fizeram muitos povos da Antiguidade sentir o tempo em termos de ritmos orgânicos, como se sua natureza fosse circular e repetitiva.
Os maias achavam que a história se repetiria a cada 260 anos. Esse período recebia o nome de lamat, após o qual o primeiro dia voltaria a acontecer. Os estoicos achavam que, toda vez que os planetas se alinhassem, retomando a mesma posição que ocupavam no início dos tempos, o Cosmo seria recriado. Não é por acaso que toda a trama de uma típica peça de teatro grego se resolvia num único dia – o tempo representado se fecha sobre si mesmo, ao encerrar um ciclo de representação.
Antes do Cristianismo, só os hebreus e os persas zoroastrianos adotavam a percepção progressiva do tempo. A crença no nascimento, morte e ressurreição de Cristo como fatos únicos, que não se repetiriam, foram se incorporando ao cotidiano ocidental com a popularização da Igreja. Aos poucos,
as culturas que residualmente cultuavam um eterno retorno passaram a considerar que o tempo se movimenta de um passado para um futuro.
Uma outra sensação passava a dominar. A linguagem preservou tais sensações culturais em torno do tempo. Muitas palavras que indicam duração tinham outros sentidos antes do tempo linear ganhar relevância cultural no Ocidente. Mar vem do latim mare ou maris. Vento vem de ventus, respiração dos
mares e de toda a terra. Da costa que banhou o latim e o grego estalaram ondas e ventanias de palavras, ecos da importância do oceano e dos ventos no cotidiano greco-latino. Assim, a palavra oportunidade, variante do latim opportunus, que significava em direção ao porto. São, de fato, oportunos os ventos que nos levam a bom porto. Em latim pré-clássico, essa palavra nomeava os ventos mediterrâneos que enfunavam as velas dos barcos.
(Luiz Costa Pereira Junior. Língua Portuguesa Especial.
Etimologia. São Paulo: Segmento, ano I, janeiro 2006,
p. 38 e 39, com adaptações)
Muito antes de Einstein contestar a ideia de tempo absoluto, muitas culturas do passado intuíam que, nessa matéria, tudo é relativo. A maré segue o relógio da lua. A noite traz o dia, mas depois se seguirá outra noite. Uma estação do ano é substituída por outra. Depois da lua cheia virá a lua nova. Tudo
se renova. Repetidamente.
A ideia de que o tempo tem uma direção, é irreversível, e caminha em linha reta não era uma unanimidade – tampouco uma obviedade. As marés, os solstícios, as estações, a movimentação dos astros no céu e o próprio comportamento biológico (o ciclo menstrual, as etapas de amadurecimento do corpo) fizeram muitos povos da Antiguidade sentir o tempo em termos de ritmos orgânicos, como se sua natureza fosse circular e repetitiva.
Os maias achavam que a história se repetiria a cada 260 anos. Esse período recebia o nome de lamat, após o qual o primeiro dia voltaria a acontecer. Os estoicos achavam que, toda vez que os planetas se alinhassem, retomando a mesma posição que ocupavam no início dos tempos, o Cosmo seria recriado. Não é por acaso que toda a trama de uma típica peça de teatro grego se resolvia num único dia – o tempo representado se fecha sobre si mesmo, ao encerrar um ciclo de representação.
Antes do Cristianismo, só os hebreus e os persas zoroastrianos adotavam a percepção progressiva do tempo. A crença no nascimento, morte e ressurreição de Cristo como fatos únicos, que não se repetiriam, foram se incorporando ao cotidiano ocidental com a popularização da Igreja. Aos poucos,
as culturas que residualmente cultuavam um eterno retorno passaram a considerar que o tempo se movimenta de um passado para um futuro.
Uma outra sensação passava a dominar. A linguagem preservou tais sensações culturais em torno do tempo. Muitas palavras que indicam duração tinham outros sentidos antes do tempo linear ganhar relevância cultural no Ocidente. Mar vem do latim mare ou maris. Vento vem de ventus, respiração dos
mares e de toda a terra. Da costa que banhou o latim e o grego estalaram ondas e ventanias de palavras, ecos da importância do oceano e dos ventos no cotidiano greco-latino. Assim, a palavra oportunidade, variante do latim opportunus, que significava em direção ao porto. São, de fato, oportunos os ventos que nos levam a bom porto. Em latim pré-clássico, essa palavra nomeava os ventos mediterrâneos que enfunavam as velas dos barcos.
(Luiz Costa Pereira Junior. Língua Portuguesa Especial.
Etimologia. São Paulo: Segmento, ano I, janeiro 2006,
p. 38 e 39, com adaptações)
O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo em que se encontra o grifado acima está em:
Muito antes de Einstein contestar a ideia de tempo absoluto, muitas culturas do passado intuíam que, nessa matéria, tudo é relativo. A maré segue o relógio da lua. A noite traz o dia, mas depois se seguirá outra noite. Uma estação do ano é substituída por outra. Depois da lua cheia virá a lua nova. Tudo
se renova. Repetidamente.
A ideia de que o tempo tem uma direção, é irreversível, e caminha em linha reta não era uma unanimidade – tampouco uma obviedade. As marés, os solstícios, as estações, a movimentação dos astros no céu e o próprio comportamento biológico (o ciclo menstrual, as etapas de amadurecimento do corpo) fizeram muitos povos da Antiguidade sentir o tempo em termos de ritmos orgânicos, como se sua natureza fosse circular e repetitiva.
Os maias achavam que a história se repetiria a cada 260 anos. Esse período recebia o nome de lamat, após o qual o primeiro dia voltaria a acontecer. Os estoicos achavam que, toda vez que os planetas se alinhassem, retomando a mesma posição que ocupavam no início dos tempos, o Cosmo seria recriado. Não é por acaso que toda a trama de uma típica peça de teatro grego se resolvia num único dia – o tempo representado se fecha sobre si mesmo, ao encerrar um ciclo de representação.
Antes do Cristianismo, só os hebreus e os persas zoroastrianos adotavam a percepção progressiva do tempo. A crença no nascimento, morte e ressurreição de Cristo como fatos únicos, que não se repetiriam, foram se incorporando ao cotidiano ocidental com a popularização da Igreja. Aos poucos,
as culturas que residualmente cultuavam um eterno retorno passaram a considerar que o tempo se movimenta de um passado para um futuro.
Uma outra sensação passava a dominar. A linguagem preservou tais sensações culturais em torno do tempo. Muitas palavras que indicam duração tinham outros sentidos antes do tempo linear ganhar relevância cultural no Ocidente. Mar vem do latim mare ou maris. Vento vem de ventus, respiração dos
mares e de toda a terra. Da costa que banhou o latim e o grego estalaram ondas e ventanias de palavras, ecos da importância do oceano e dos ventos no cotidiano greco-latino. Assim, a palavra oportunidade, variante do latim opportunus, que significava em direção ao porto. São, de fato, oportunos os ventos que nos levam a bom porto. Em latim pré-clássico, essa palavra nomeava os ventos mediterrâneos que enfunavam as velas dos barcos.
(Luiz Costa Pereira Junior. Língua Portuguesa Especial.
Etimologia. São Paulo: Segmento, ano I, janeiro 2006,
p. 38 e 39, com adaptações)
Com base no comentário transcrito acima e no que consta do texto, o sentido mais adequado para a palavra oportunidade deverá ser:
Muito antes de Einstein contestar a ideia de tempo absoluto, muitas culturas do passado intuíam que, nessa matéria, tudo é relativo. A maré segue o relógio da lua. A noite traz o dia, mas depois se seguirá outra noite. Uma estação do ano é substituída por outra. Depois da lua cheia virá a lua nova. Tudo
se renova. Repetidamente.
A ideia de que o tempo tem uma direção, é irreversível, e caminha em linha reta não era uma unanimidade – tampouco uma obviedade. As marés, os solstícios, as estações, a movimentação dos astros no céu e o próprio comportamento biológico (o ciclo menstrual, as etapas de amadurecimento do corpo) fizeram muitos povos da Antiguidade sentir o tempo em termos de ritmos orgânicos, como se sua natureza fosse circular e repetitiva.
Os maias achavam que a história se repetiria a cada 260 anos. Esse período recebia o nome de lamat, após o qual o primeiro dia voltaria a acontecer. Os estoicos achavam que, toda vez que os planetas se alinhassem, retomando a mesma posição que ocupavam no início dos tempos, o Cosmo seria recriado. Não é por acaso que toda a trama de uma típica peça de teatro grego se resolvia num único dia – o tempo representado se fecha sobre si mesmo, ao encerrar um ciclo de representação.
Antes do Cristianismo, só os hebreus e os persas zoroastrianos adotavam a percepção progressiva do tempo. A crença no nascimento, morte e ressurreição de Cristo como fatos únicos, que não se repetiriam, foram se incorporando ao cotidiano ocidental com a popularização da Igreja. Aos poucos,
as culturas que residualmente cultuavam um eterno retorno passaram a considerar que o tempo se movimenta de um passado para um futuro.
Uma outra sensação passava a dominar. A linguagem preservou tais sensações culturais em torno do tempo. Muitas palavras que indicam duração tinham outros sentidos antes do tempo linear ganhar relevância cultural no Ocidente. Mar vem do latim mare ou maris. Vento vem de ventus, respiração dos
mares e de toda a terra. Da costa que banhou o latim e o grego estalaram ondas e ventanias de palavras, ecos da importância do oceano e dos ventos no cotidiano greco-latino. Assim, a palavra oportunidade, variante do latim opportunus, que significava em direção ao porto. São, de fato, oportunos os ventos que nos levam a bom porto. Em latim pré-clássico, essa palavra nomeava os ventos mediterrâneos que enfunavam as velas dos barcos.
(Luiz Costa Pereira Junior. Língua Portuguesa Especial.
Etimologia. São Paulo: Segmento, ano I, janeiro 2006,
p. 38 e 39, com adaptações)
São abundantes na natureza os exemplos de comportamento altruísta. As células se coordenam para manter sua divisão sob controle, formigas operárias de muitas espécies sacrificam sua fecundidade para servir à rainha e à colônia, leoas de um grupo amamentam os filhotes umas das outras. E os humanos ajudam outros humanos a fazer tudo, desde obter alimentos até encontrar pares e defender território. Mesmo que os auxiliadores não coloquem sua vida em risco, eles podem estar reduzindo seu sucesso reprodutivo em favor de outro indivíduo.
Ao longo de décadas biólogos discutiram a cooperação, esforçando-se para compreendê-la à luz da visão dominante da evolução. Charles Darwin, ao expor sua teoria sobre a evolução pela seleção natural – segundo a qual indivíduos com caracteres desejáveis se reproduzem com mais frequência do que seus pares e assim contribuem mais para a próxima geração – chamou essa competição de “a mais severa luta pela vida". Alçado a sua lógica extrema, o argumento rapidamente leva à conclusão de que não se deve nunca ajudar a um rival e que um indivíduo pode, de fato, fazer bem ao mentir e enganar para vencer uma disputa. Vencer o jogo da vida – por bem ou por mal – é tudo o que importa.
Por que, então, o comportamento altruísta é um fenômeno tão persistente? Nas duas últimas décadas venho usando as ferramentas da teoria dos jogos para estudar esse aparente paradoxo. Meu trabalho indica que, em vez de se opor à competição, a cooperação operou juntamente com ela desde o
início para dar forma à evolução da vida na Terra, desde as primeiras células até o homo sapiens. A vida é, portanto, não apenas uma luta pela sobrevivência - é também, pode-se dizer, uma união pela sobrevivência. Em nenhum outro caso a influência evolutiva do altruísmo foi mais sentida do que entre
os humanos. Minhas descobertas sugerem por que isso acontece e salientam que, assim como ajudar o outro foi fundamental para nosso sucesso no passado, deverá ser vital também para nosso futuro.
Simulações evolucionistas indicam que a cooperação é intrinsecamente instável; períodos de prosperidade cooperativa inevitavelmente dão lugar à deserção destrutiva. Mesmo assim o espírito altruísta parece sempre se reconstituir; nossa bússola moral de alguma forma se reorienta.
(Adaptado de: Martin A. Nowak. Scientific American Brasil.
Antropologia 2, junho/julho de 2013. p. 30-33)
São abundantes na natureza os exemplos de comportamento altruísta. As células se coordenam para manter sua divisão sob controle, formigas operárias de muitas espécies sacrificam sua fecundidade para servir à rainha e à colônia, leoas de um grupo amamentam os filhotes umas das outras. E os humanos ajudam outros humanos a fazer tudo, desde obter alimentos até encontrar pares e defender território. Mesmo que os auxiliadores não coloquem sua vida em risco, eles podem estar reduzindo seu sucesso reprodutivo em favor de outro indivíduo.
Ao longo de décadas biólogos discutiram a cooperação, esforçando-se para compreendê-la à luz da visão dominante da evolução. Charles Darwin, ao expor sua teoria sobre a evolução pela seleção natural – segundo a qual indivíduos com caracteres desejáveis se reproduzem com mais frequência do que seus pares e assim contribuem mais para a próxima geração – chamou essa competição de “a mais severa luta pela vida". Alçado a sua lógica extrema, o argumento rapidamente leva à conclusão de que não se deve nunca ajudar a um rival e que um indivíduo pode, de fato, fazer bem ao mentir e enganar para vencer uma disputa. Vencer o jogo da vida – por bem ou por mal – é tudo o que importa.
Por que, então, o comportamento altruísta é um fenômeno tão persistente? Nas duas últimas décadas venho usando as ferramentas da teoria dos jogos para estudar esse aparente paradoxo. Meu trabalho indica que, em vez de se opor à competição, a cooperação operou juntamente com ela desde o
início para dar forma à evolução da vida na Terra, desde as primeiras células até o homo sapiens. A vida é, portanto, não apenas uma luta pela sobrevivência - é também, pode-se dizer, uma união pela sobrevivência. Em nenhum outro caso a influência evolutiva do altruísmo foi mais sentida do que entre
os humanos. Minhas descobertas sugerem por que isso acontece e salientam que, assim como ajudar o outro foi fundamental para nosso sucesso no passado, deverá ser vital também para nosso futuro.
Simulações evolucionistas indicam que a cooperação é intrinsecamente instável; períodos de prosperidade cooperativa inevitavelmente dão lugar à deserção destrutiva. Mesmo assim o espírito altruísta parece sempre se reconstituir; nossa bússola moral de alguma forma se reorienta.
(Adaptado de: Martin A. Nowak. Scientific American Brasil.
Antropologia 2, junho/julho de 2013. p. 30-33)
O paradoxo a que o autor se refere diz respeito
São abundantes na natureza os exemplos de comportamento altruísta. As células se coordenam para manter sua divisão sob controle, formigas operárias de muitas espécies sacrificam sua fecundidade para servir à rainha e à colônia, leoas de um grupo amamentam os filhotes umas das outras. E os humanos ajudam outros humanos a fazer tudo, desde obter alimentos até encontrar pares e defender território. Mesmo que os auxiliadores não coloquem sua vida em risco, eles podem estar reduzindo seu sucesso reprodutivo em favor de outro indivíduo.
Ao longo de décadas biólogos discutiram a cooperação, esforçando-se para compreendê-la à luz da visão dominante da evolução. Charles Darwin, ao expor sua teoria sobre a evolução pela seleção natural – segundo a qual indivíduos com caracteres desejáveis se reproduzem com mais frequência do que seus pares e assim contribuem mais para a próxima geração – chamou essa competição de “a mais severa luta pela vida". Alçado a sua lógica extrema, o argumento rapidamente leva à conclusão de que não se deve nunca ajudar a um rival e que um indivíduo pode, de fato, fazer bem ao mentir e enganar para vencer uma disputa. Vencer o jogo da vida – por bem ou por mal – é tudo o que importa.
Por que, então, o comportamento altruísta é um fenômeno tão persistente? Nas duas últimas décadas venho usando as ferramentas da teoria dos jogos para estudar esse aparente paradoxo. Meu trabalho indica que, em vez de se opor à competição, a cooperação operou juntamente com ela desde o
início para dar forma à evolução da vida na Terra, desde as primeiras células até o homo sapiens. A vida é, portanto, não apenas uma luta pela sobrevivência - é também, pode-se dizer, uma união pela sobrevivência. Em nenhum outro caso a influência evolutiva do altruísmo foi mais sentida do que entre
os humanos. Minhas descobertas sugerem por que isso acontece e salientam que, assim como ajudar o outro foi fundamental para nosso sucesso no passado, deverá ser vital também para nosso futuro.
Simulações evolucionistas indicam que a cooperação é intrinsecamente instável; períodos de prosperidade cooperativa inevitavelmente dão lugar à deserção destrutiva. Mesmo assim o espírito altruísta parece sempre se reconstituir; nossa bússola moral de alguma forma se reorienta.
(Adaptado de: Martin A. Nowak. Scientific American Brasil.
Antropologia 2, junho/julho de 2013. p. 30-33)
São abundantes na natureza os exemplos de comportamento altruísta. As células se coordenam para manter sua divisão sob controle, formigas operárias de muitas espécies sacrificam sua fecundidade para servir à rainha e à colônia, leoas de um grupo amamentam os filhotes umas das outras. E os humanos ajudam outros humanos a fazer tudo, desde obter alimentos até encontrar pares e defender território. Mesmo que os auxiliadores não coloquem sua vida em risco, eles podem estar reduzindo seu sucesso reprodutivo em favor de outro indivíduo.
Ao longo de décadas biólogos discutiram a cooperação, esforçando-se para compreendê-la à luz da visão dominante da evolução. Charles Darwin, ao expor sua teoria sobre a evolução pela seleção natural – segundo a qual indivíduos com caracteres desejáveis se reproduzem com mais frequência do que seus pares e assim contribuem mais para a próxima geração – chamou essa competição de “a mais severa luta pela vida". Alçado a sua lógica extrema, o argumento rapidamente leva à conclusão de que não se deve nunca ajudar a um rival e que um indivíduo pode, de fato, fazer bem ao mentir e enganar para vencer uma disputa. Vencer o jogo da vida – por bem ou por mal – é tudo o que importa.
Por que, então, o comportamento altruísta é um fenômeno tão persistente? Nas duas últimas décadas venho usando as ferramentas da teoria dos jogos para estudar esse aparente paradoxo. Meu trabalho indica que, em vez de se opor à competição, a cooperação operou juntamente com ela desde o
início para dar forma à evolução da vida na Terra, desde as primeiras células até o homo sapiens. A vida é, portanto, não apenas uma luta pela sobrevivência - é também, pode-se dizer, uma união pela sobrevivência. Em nenhum outro caso a influência evolutiva do altruísmo foi mais sentida do que entre
os humanos. Minhas descobertas sugerem por que isso acontece e salientam que, assim como ajudar o outro foi fundamental para nosso sucesso no passado, deverá ser vital também para nosso futuro.
Simulações evolucionistas indicam que a cooperação é intrinsecamente instável; períodos de prosperidade cooperativa inevitavelmente dão lugar à deserção destrutiva. Mesmo assim o espírito altruísta parece sempre se reconstituir; nossa bússola moral de alguma forma se reorienta.
(Adaptado de: Martin A. Nowak. Scientific American Brasil.
Antropologia 2, junho/julho de 2013. p. 30-33)
O segmento acima, considerando-se seu sentido no texto, estará corretamente reescrito em:
São abundantes na natureza os exemplos de comportamento altruísta. As células se coordenam para manter sua divisão sob controle, formigas operárias de muitas espécies sacrificam sua fecundidade para servir à rainha e à colônia, leoas de um grupo amamentam os filhotes umas das outras. E os humanos ajudam outros humanos a fazer tudo, desde obter alimentos até encontrar pares e defender território. Mesmo que os auxiliadores não coloquem sua vida em risco, eles podem estar reduzindo seu sucesso reprodutivo em favor de outro indivíduo.
Ao longo de décadas biólogos discutiram a cooperação, esforçando-se para compreendê-la à luz da visão dominante da evolução. Charles Darwin, ao expor sua teoria sobre a evolução pela seleção natural – segundo a qual indivíduos com caracteres desejáveis se reproduzem com mais frequência do que seus pares e assim contribuem mais para a próxima geração – chamou essa competição de “a mais severa luta pela vida". Alçado a sua lógica extrema, o argumento rapidamente leva à conclusão de que não se deve nunca ajudar a um rival e que um indivíduo pode, de fato, fazer bem ao mentir e enganar para vencer uma disputa. Vencer o jogo da vida – por bem ou por mal – é tudo o que importa.
Por que, então, o comportamento altruísta é um fenômeno tão persistente? Nas duas últimas décadas venho usando as ferramentas da teoria dos jogos para estudar esse aparente paradoxo. Meu trabalho indica que, em vez de se opor à competição, a cooperação operou juntamente com ela desde o
início para dar forma à evolução da vida na Terra, desde as primeiras células até o homo sapiens. A vida é, portanto, não apenas uma luta pela sobrevivência - é também, pode-se dizer, uma união pela sobrevivência. Em nenhum outro caso a influência evolutiva do altruísmo foi mais sentida do que entre
os humanos. Minhas descobertas sugerem por que isso acontece e salientam que, assim como ajudar o outro foi fundamental para nosso sucesso no passado, deverá ser vital também para nosso futuro.
Simulações evolucionistas indicam que a cooperação é intrinsecamente instável; períodos de prosperidade cooperativa inevitavelmente dão lugar à deserção destrutiva. Mesmo assim o espírito altruísta parece sempre se reconstituir; nossa bússola moral de alguma forma se reorienta.
(Adaptado de: Martin A. Nowak. Scientific American Brasil.
Antropologia 2, junho/julho de 2013. p. 30-33)
O longo segmento contido entre os travessões no 2° parágrafo deve ser entendido como
- 75 usam apenas a marca A;
- 67 usam a marca B, dos quais 45 usam apenas a marca B;
- 18 não usam a marca A, nem usam a marca B.
Sorteando-se ao acaso um dos entrevistados, a probabilidade de que ele tenha respondido na pesquisa que usa ambas as marcas é de
De acordo com as frases é possível concluir que André, Beto e Taís têm, respectivamente, totais de balas iguais a
Por exemplo, fazendo os cálculos verifica-se que em fração irredutível, é igual a 1/3 . De acordo com essa operação que acaba de ser definida, para qualquer número racional positivo representado por x temos que será igual a
- Maria é mãe de Ivan;
- Carmem é irmã de José;
- Carla é sogra de Nestor;
- Maria é filha única de Carla e José.
Nas condições descritas, e considerando as situações usuais de laços familiares, Carmem e Ivan são, respectivamente, de Maria e Nestor