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Jussara nasceu de parto cesáreo, pós-termo, com ingestão de mecônio, sendo necessária lavagem estomacal que resultou na
necessidade de ficar na incubadora por dois dias. Logo após o nascimento já era possível observar alterações físicas significativas.
Foi recomendado o levantamento genético para a análise da existência de alguma síndrome, mas os pais não levaram o
encaminhamento adiante. Com seis anos, Jussara apresentava severa assimetria de face, com implantação mais elevada de orelha,
olho e boca no lado direito do rosto. Na avaliação fonoaudiológica, observou-se tônus diminuído de lábios e língua; deglutição com
interposição de língua; respiração bucal viciosa; inteligibilidade de fala alterada; vocabulário restrito a jargões ininteligíveis e
linguagem apoiada em gestos basicamente indicativos.
O exame genético, realizado tardiamente, quando Jussara tinha 6 anos de idade, apontou a existência da Síndrome de
Goldenhar, que traz deformidades craniofaciais associadas a outras deficiências. A literatura aponta deficiência auditiva,
alterações de tônus da musculatura facial, atraso na aquisição da linguagem, dificuldades respiratórias devido às malformações
e presença de deficiência mental, embora isso não seja consenso entre os estudiosos da síndrome. A partir desta confirmação e
dos achados na avaliação fonoaudiológica, o planejamento do trabalho fonoaudiológico deve conter