Questões de Concurso Público Prefeitura de Macapá - AP 2018 para Sociólogo
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Considere o texto e as proposições abaixo sobre os fluxos migratórios internos mais recentes no Brasil:
Os movimentos migratórios internos no Brasil, dos últimos 60 anos, estão fortemente relacionados aos processos de urbanizaçãoe de redistribuição espacial da população, marcados pela intensa mobilidade populacional, e inseridos nas distintas etapaseconômicas, sociais e políticas experimentadas pelo país ao longo desse período.
(BAENINGER, Rosana. “Rotatividade migratória: um novo olhar para as migrações internas no Brasil”. Revista Interdisciplinar daMobilidade Humana. Brasília, ano XX, n.39, p. 77-100, jul./dez., 2012)
I. Dado o novo contexto socioeconômico e urbano, os processos migratórios diversificam-se, com áreas de retenção depopulação, áreas de perdas migratórias e áreas de rotatividade migratória.
II. A migração rural-urbana permanece como tendência migratória predominante no país, tal como ocorrera nas décadas de1960 e 1970.
III. Ocorre a interiorização das migrações, com trajetórias mais curtas em direção a aglomerações urbanas não-metropolitanas.
IV. Há intensa dispersão de migrantes das metrópoles em direção ao interior, marcada por reversões migratórias decaracterísticas diversas.
V. Configuram-se novos espaços de migração, fortemente relacionados às características de suas regiões e localidades.
Está correto o que se afirma em
O questionário, seja ele concebido num modelo de observação direta ou de questionamento, contém uma lista de perguntas cuja temática corresponde, em princípio, a uma “tradução” das hipóteses de pesquisa sob forma interrogativa. Tal “tradução” deve levar em conta o provável nível de informação dos entrevistados e ser submetida a um rigoroso controle no decorrer da elaboração do questionário para evitar, ou pelo menos avaliar, as distorções que ela introduz.
(THIOLLENT, Michel. Crítica metodológica, investigação social e enquete operária. 5. ed. São Paulo: Polis, 1987. p. 32)
O levantamento de dados numa pesquisa qualitativa deve estar orientado por precauções e procedimentos que minimizem a ocorrência de problemas que invalidem sua utilização criteriosa. O trecho acima diz respeito à “vigilância epistemológica” que o pesquisador deve ter em relação
(…) é uma propriedade qualquer (de qualquer tipo de capital, físico, econômico, cultural, social), percebida pelos agentes sociais cujas categorias de percepção são tais que eles podem entendê-las (percebê-las) e reconhecê-las, atribuindo-lhes valor. (…) é a forma que todo tipo de capital assume quando é percebido através das categorias de percepção, produtos da incorporação das divisões ou das oposições inscritas na estrutura da distribuição desse tipo de capital (como forte/frágil, grande/pequeno, rico/pobre, culto/inculto etc.).
(BOURDIEU, Pierre. Razões práticas: sobre a teoria da ação. 9.ed. Campinas: Papirus, 1996. p. 107)
A definição de Pierre Bourdieu acima corresponde ao conceito de
A primeira regra e a mais fundamental é considerar os fatos sociais como coisas.
(DURKHEIM, Émile. As regras do método sociológico. São Paulo: Martins Fontes, 2003, p. 15)
Esse procedimento primordial do método sociológico desenvolvido por Émile Durkheim consiste em
A pesquisa social é uma forma de conhecimento que se caracteriza pela construção de evidência empírica elaborada a partir da teoria, aplicando regras de procedimento explícitas. Desta definição podemos inferir que em toda pesquisa estão presentes três elementos que se articulam entre si: marco teórico, objetivos e metodologia. Estas etapas se influenciam mutuamente, e na prática de pesquisa se pensam em conjunto.
(SAUTU, Ruth et. al. “La construcción del marco teórico en la investigación social”. In: ____. Manual de metodología: construcción del marco teórico, formulación de los objetivos y elección de la metodología. Colección Campus Virtual. Buenos Aires: CLACSO, 2005. p. 34)
A partir dos elementos essenciais de uma pesquisa social, elencados acima, é correto afirmar:
O processo por meio do qual o indivíduo aprende a ser um membro da sociedade é designado pelo nome de socialização. O mesmo revela uma série de facetas diversas. (…) Vista sob este ângulo, a socialização é a imposição de padrões sociais à conduta individual. Conforme procuramos demonstrar, esses padrões chegam mesmo a interferir nos processos fisiológicos do organismo. Conclui-se que na biografia do indivíduo a socialização, especialmente em sua fase inicial, constitui um fato que se reveste dum tremendo poder de constrição e duma importância extraordinária.
(BERGER, Peter L.; BERGER, Brigitte. “Socialização: como ser um membro da sociedade”. In: FORACCHI, Marialice M.; MARTINS, José de Souza. Sociologia e sociedade: leituras de introdução à sociologia. Rio de Janeiro: LTC, 1977. p. 204).
O conceito de “socialização”, definido acima, atribui um papel destacado ao
(...) as características gerais da sociedade pós-industrial abrem pouco espaço para a organização sindical, embora a extensão desse espaço possa ser diferente quando se avaliam sociedades nacionais específicas.
(RODRIGUES, Leôncio Martins. Destino do Sindicalismo. Rio de Janeiro: Centro Edelstein de Pesquisas Sociais, 2009, p. 298)
A partir da década de 1980 nos países desenvolvidos, e na década seguinte no Brasil, os sindicatos sofreram grave crise, observada até os dias atuais, e que se exprimiu no declínio do número de sindicalizados, assim como na diminuição do poder sindical frente ao das empresas. Dentre os fatores que conduziram a essa situação, encontra-se a
Recebemos uma lista de invenções, instituições e ideias, mas aprendemos pouco ou nada sobre o modo pelo qual o indivíduo vive sob essas instituições, com essas invenções e idéias, assim como não sabemos como suas atividades afetam os grupos culturais dos quais ele participa. As informações sobre esses pontos são extremamente necessárias, pois a dinâmica da vida social só pode ser compreendida com base na reação do indivíduo à cultura na qual vive.
(BOAS, Franz. Alguns problemas de metodologia nas ciências sociais. Rio de Janeiro: Expresso Zahar, 2014)
Franz Boas é considerado um dos fundadores da Antropologia Cultural, e dentre suas teses, destaca-se que
(...) tem-se sempre, de um lado, o saber formulado intelectualmente, e de outro um estado de coisas que deve ser apreendido sob ele, e esse subsumir, esse produzir da relação entre a mera percepção ou constatação do estado de coisas e a estrutura conceitual de nosso saber se chama a sua explicação teórica.
(HORKHEIMER, Max. “Teoria tradicional e teoria crítica”. In: Max Horkheimer - Gesammelte Schriften. Frankfurt am Main: Fischer, 1988 [1937], v. 4, p. 167).
A teoria crítica da sociedade, desenvolvida por Max Horkheimer, Adorno e outros membros da “Escola de Frankfurt”, compreendeu a relação entre sujeito e objeto: