Questões de Concurso Público SEC-BA 2018 para Professor Padrão P - Arte
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Se considerarmos, a título de recorte temático, a apropriação de objetos do cotidiano um procedimento recorrente na produção da arte do século XX, é possível ordenar uma série de artistas que, por meio deste procedimento, criaram trabalhos relevantes, principalmente para pensarmos as transformações culturais ocorridas a partir da primeira revolução industrial, visto que boa parte destes objetos são industrializados e, em um primeiro momento, não eram associados às técnicas ligadas às artes de modo geral. Um exemplo seria que cunha o termo ready-made para objetos de arte, cuja denominação e conceituação, enquanto arte, pode prescindir do fazer manual. A ideia de um conjunto de objetos que recolhidos passam a abrigar novos significados também está presente na obra de em que uma espécie de inventário do mundo vai sendo organizado, segundo ele próprio, para o dia do Juízo Final, por meio não apenas do recolhimento e apropriação de objetos, mas também pela ordenação das coisas por meio de listas de seus nomes.
Os artistas que correspondem às lacunas I e II são, correta e respectivamente,
É esse o nome que dei às minhas obras desse período pois seu caráter é fundamentalmente orgânico. [...] Cada Bicho é uma entidade orgânica que se revela totalmente dentro de seu tempo interior de expressão. [...] É um organismo vivo, uma obra essencialmente atuante. Entre você e ele se estabelece uma interação total, existencial.
(Excerto de Bichos, texto de Lygia Clark)
Nos Bichos, obra fundante, Clark realiza plenamente o espaço neoconcreto como campo de experiência e da alteridade. A obra espera o Outro. [...] O Bicho é o indeterminado.
(Excerto de Lygia Clark, de Paulo Herkenhoff)
Os dois excertos acima, um da própria artista e outro do crítico de arte Paulo Herkenhoff, possibilitam interpretações de uma
mesma série, “Bichos”. Os dois excertos afirmam e concordam entre si sobre:
Essa artista possui um talento vigoroso, fora do comum. Poucas vezes, através de uma obra torcida em má direção, se notam tantas e tão preciosas qualidades latentes. Percebe-se, de qualquer daqueles quadrinhos, como a sua autora é independente, como é original, como é inventiva, em que alto grau possui umas tantas qualidades inatas, das mais fecundas na construção duma sólida individualidade artística.
Entretanto, seduzida pelas teorias do que ela chama arte moderna, penetrou nos domínios de um impressionismo discutibilíssimo, e pôs todo o seu talento a serviço duma nova espécie de caricatura.
O trecho acima pertence à crítica “Paranóia ou mistificação”, publicada em O Estado de São Paulo em 20/12/1917, escrita por Monteiro Lobato.
A artista autora da exposição à que a crítica se refere é:
E é esse programa inicial que funda o pensamento e a prática das “vanguardas” dos anos 1920: suprimir a arte enquanto atividade separada, devolvê-la ao trabalho, isto é, à vida que elabora seu próprio sentido.
(Adaptado de: RANCIÈRE, Jaques. A partilha do sensível: estética e política)
Considerando o excerto acima, são exemplos de vanguardas dos anos 1920:
O conhecimento dos outros sujeitos do processo, os alunos, não deve se restringir às questões psicológicas. Como indivíduos, eles fazem parte de segmentos culturais diferenciados, com seus códigos e articulações particulares que precisam ser localizados e respeitados. Trabalhar com a alternância de valores culturais e sociais é um exercício salutar e democrático. Aprendemos também com Paulo Freire que a hegemonia cultural é uma arma que deve ser conhecida para ser combatida e desmascarada tanto quanto possível.
(Adaptado de: COUTINHO, Rejane. A formação de Professores de Arte)
O conceito de “hegemonia cultural” a que se refere Coutinho se relaciona com a atuação do professor de artes como um tipo de dominação
A Base Nacional Curricular Comum − BNCC centraliza o componente curricular de artes voltado para o ensino fundamental nas linguagens de artes visuais, dança, teatro e música. Tal documento propõe que a abordagem das quatro linguagens citadas articule de maneira indissociável e simultânea às seguintes dimensões do conhecimento: criação, crítica, estesia, expressão, fruição e reflexão.
Dentro desse contexto é possível compreender a dimensão “expressão” como:
O termo “apreciação” costuma ser utilizado na arte educação como processo ou ato de designar e decodificar a obra de arte. De acordo com a Abordagem triangular de Ana Mae Barbosa, o termo “leitura” de obra de arte seria mais preciso que o anterior evitando, desta maneira, possíveis erros interpretativos.
Ante os argumentos de Barbosa a favor da substituição da nomenclatura “Apreciação” por “Leitura”, é INCORRETO afirmar: