Questões de Concurso Público METRÔ-SP 2019 para Agente de Segurança Metroviária
Foram encontradas 50 questões
Ano: 2019
Banca:
FCC
Órgão:
METRÔ-SP
Prova:
FCC - 2019 - METRÔ-SP - Agente de Segurança Metroviária |
Q1041345
Português
Texto associado
Atenção: Para responder a questão, considere o texto abaixo.
Nisto entrou o moleque trazendo o relógio com o vidro novo. Era tempo; já me custava estar ali; dei uma moedinha de prata ao
moleque; disse a Marcela que voltaria noutra ocasião, e saí a passo largo. Para dizer tudo, devo confessar que o coração me batia um
pouco; mas era uma espécie de dobre de finados. O espírito ia travado de impressões opostas. Notem que aquele dia amanhecera
alegre para mim. Meu pai, ao almoço, repetiu-me, por antecipação, o primeiro discurso que eu tinha de proferir na Câmara dos Deputados; rimo-nos muito, e o sol também, que estava brilhante, como nos mais belos dias do mundo; do mesmo modo que Virgília
devia rir, quando eu lhe contasse as nossas fantasias do almoço. Vai senão quando, cai-me o vidro do relógio; entro na primeira loja
que me fica à mão; e eis me surge o passado, ei-lo que me lacera e beija; ei-lo que me interroga, com um rosto cortado de saudades
e bexigas...
Lá o deixei; meti-me às pressas na sege, que me esperava no Largo de S. Francisco de Paula, e ordenei ao boleeiro que
rodasse pelas ruas fora. O boleeiro atiçou as bestas, a sege entrou a sacolejar-me, as molas gemiam, as rodas sulcavam rapidamente
a lama que deixara a chuva recente, e tudo isso me parecia estar parado. Não há, às vezes, um certo vento morno, não forte nem
áspero, mas abafadiço, que nos não leva o chapéu da cabeça, nem rodomoinha nas saias das mulheres, e todavia é ou parece ser
pior do que se fizesse uma e outra coisa, porque abate, afrouxa, e como que dissolve os espíritos? Pois eu tinha esse vento comigo;
e, certo de que ele me soprava por achar-me naquela espécie de garganta entre o passado e o presente, almejava por sair à planície
do futuro. O pior é que a sege não andava.
− João, bradei eu ao boleeiro. Esta sege anda ou não anda?
− Uê! nhonhô! Já estamos parados na porta de sinhô conselheiro.
(Machado de Assis. Memórias póstumas de Brás Cubas. São Paulo: Ateliê Editorial, 2001, p. 135-136)
A forma verbal em negrito deve sua flexão ao termo sublinhado em:
Ano: 2019
Banca:
FCC
Órgão:
METRÔ-SP
Prova:
FCC - 2019 - METRÔ-SP - Agente de Segurança Metroviária |
Q1041346
Português
Texto associado
Atenção: Para responder a questão, considere o texto abaixo.
Nisto entrou o moleque trazendo o relógio com o vidro novo. Era tempo; já me custava estar ali; dei uma moedinha de prata ao
moleque; disse a Marcela que voltaria noutra ocasião, e saí a passo largo. Para dizer tudo, devo confessar que o coração me batia um
pouco; mas era uma espécie de dobre de finados. O espírito ia travado de impressões opostas. Notem que aquele dia amanhecera
alegre para mim. Meu pai, ao almoço, repetiu-me, por antecipação, o primeiro discurso que eu tinha de proferir na Câmara dos Deputados; rimo-nos muito, e o sol também, que estava brilhante, como nos mais belos dias do mundo; do mesmo modo que Virgília
devia rir, quando eu lhe contasse as nossas fantasias do almoço. Vai senão quando, cai-me o vidro do relógio; entro na primeira loja
que me fica à mão; e eis me surge o passado, ei-lo que me lacera e beija; ei-lo que me interroga, com um rosto cortado de saudades
e bexigas...
Lá o deixei; meti-me às pressas na sege, que me esperava no Largo de S. Francisco de Paula, e ordenei ao boleeiro que
rodasse pelas ruas fora. O boleeiro atiçou as bestas, a sege entrou a sacolejar-me, as molas gemiam, as rodas sulcavam rapidamente
a lama que deixara a chuva recente, e tudo isso me parecia estar parado. Não há, às vezes, um certo vento morno, não forte nem
áspero, mas abafadiço, que nos não leva o chapéu da cabeça, nem rodomoinha nas saias das mulheres, e todavia é ou parece ser
pior do que se fizesse uma e outra coisa, porque abate, afrouxa, e como que dissolve os espíritos? Pois eu tinha esse vento comigo;
e, certo de que ele me soprava por achar-me naquela espécie de garganta entre o passado e o presente, almejava por sair à planície
do futuro. O pior é que a sege não andava.
− João, bradei eu ao boleeiro. Esta sege anda ou não anda?
− Uê! nhonhô! Já estamos parados na porta de sinhô conselheiro.
(Machado de Assis. Memórias póstumas de Brás Cubas. São Paulo: Ateliê Editorial, 2001, p. 135-136)
O boleeiro atiçou as bestas (2º parágrafo).
Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a forma verbal resultante será:
Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a forma verbal resultante será:
Ano: 2019
Banca:
FCC
Órgão:
METRÔ-SP
Prova:
FCC - 2019 - METRÔ-SP - Agente de Segurança Metroviária |
Q1041347
Português
Na palavra “amor” I algo tão ambíguo, tão sugestivo, que tanto fala II recordação e III esperança, que mesmo IV
mais fraca inteligência e o mais frio coração percebem algo do cintilar desse termo.
(Adaptado de: Friedrich Nietzsche. 100 aforismos sobre o amor e a morte. Tradução de Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2012, p.23)
Em conformidade com a norma-padrão da língua portuguesa, as lacunas I, II, III e IV do texto devem ser preenchidas, respectivamente, por:
(Adaptado de: Friedrich Nietzsche. 100 aforismos sobre o amor e a morte. Tradução de Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2012, p.23)
Em conformidade com a norma-padrão da língua portuguesa, as lacunas I, II, III e IV do texto devem ser preenchidas, respectivamente, por:
Ano: 2019
Banca:
FCC
Órgão:
METRÔ-SP
Prova:
FCC - 2019 - METRÔ-SP - Agente de Segurança Metroviária |
Q1041348
Português
Texto associado
Atenção: Para responder a questão, considere o texto abaixo.
Quem fala português não se limita a comer, a gente também gosta de falar sobre comida. Sendo duas coisas diferentes, na
verdade são a mesma. A língua portuguesa tem um valor nutritivo que as outras não têm. Creio que é possível engordar a falar de
comida em português. Vai uma linguicinha? E se amanhã fizéssemos um costelão? Boa sorte a traduzir estas perguntas para inglês,
francês ou alemão.
Eles sabem (vagamente) o que é linguiça e costela. Mas nunca hão de saber o que é uma linguicinha e um costelão. Sem
esses nomes, o sabor é diferente. Já tenho tomado refeições com gente que fala outras línguas e nunca vi nada parecido. Numa
mesa de falantes de português, come-se, recordam-se refeições passadas e projetam-se refeições futuras. Falantes de português,
depois de terem comido uma feijoada, recordam uma moqueca capixaba que comeram em 1987 e planejam o acarajé que vão fazer
para o jantar do dia seguinte. A gente ama através da comida — e é um amor bruto, que é o único amor que vale a pena. Dizemos
coisas que, apesar de carinhosas, estão bastante próximas do universo do crime. Por exemplo: “Você não sai daqui sem provar este
vatapá”. Isso é vocabulário de sequestrador. Contudo, é ternura.
(Adaptado de: PEREIRA, Ricardo A. “Uma série de séries”. 08/09/19. Disponível em: www1.folha.uol.com.br)
Atente para as afirmações abaixo.
I. Falantes de línguas estrangeiras prescindem de vocabulário apurado para descrever pratos da cozinha brasileira, como moqueca e vatapá. II. No português, a flexão em grau diminutivo e aumentativo do substantivo, como nos termos linguicinha e costelão, pode expressar afetividade. III. O vocabulário culinário da língua portuguesa, em oposição ao de línguas como o inglês, o francês e o alemão, permite que uma única palavra expresse dois sentidos diversos. IV. O autor ressalta que, mesmo quando à mesa, os falantes do português apreciam falar sobre comida.
Está correto o que se afirma APENAS em
I. Falantes de línguas estrangeiras prescindem de vocabulário apurado para descrever pratos da cozinha brasileira, como moqueca e vatapá. II. No português, a flexão em grau diminutivo e aumentativo do substantivo, como nos termos linguicinha e costelão, pode expressar afetividade. III. O vocabulário culinário da língua portuguesa, em oposição ao de línguas como o inglês, o francês e o alemão, permite que uma única palavra expresse dois sentidos diversos. IV. O autor ressalta que, mesmo quando à mesa, os falantes do português apreciam falar sobre comida.
Está correto o que se afirma APENAS em
Ano: 2019
Banca:
FCC
Órgão:
METRÔ-SP
Prova:
FCC - 2019 - METRÔ-SP - Agente de Segurança Metroviária |
Q1041349
Português
Texto associado
Atenção: Para responder a questão, considere o texto abaixo.
Quem fala português não se limita a comer, a gente também gosta de falar sobre comida. Sendo duas coisas diferentes, na
verdade são a mesma. A língua portuguesa tem um valor nutritivo que as outras não têm. Creio que é possível engordar a falar de
comida em português. Vai uma linguicinha? E se amanhã fizéssemos um costelão? Boa sorte a traduzir estas perguntas para inglês,
francês ou alemão.
Eles sabem (vagamente) o que é linguiça e costela. Mas nunca hão de saber o que é uma linguicinha e um costelão. Sem
esses nomes, o sabor é diferente. Já tenho tomado refeições com gente que fala outras línguas e nunca vi nada parecido. Numa
mesa de falantes de português, come-se, recordam-se refeições passadas e projetam-se refeições futuras. Falantes de português,
depois de terem comido uma feijoada, recordam uma moqueca capixaba que comeram em 1987 e planejam o acarajé que vão fazer
para o jantar do dia seguinte. A gente ama através da comida — e é um amor bruto, que é o único amor que vale a pena. Dizemos
coisas que, apesar de carinhosas, estão bastante próximas do universo do crime. Por exemplo: “Você não sai daqui sem provar este
vatapá”. Isso é vocabulário de sequestrador. Contudo, é ternura.
(Adaptado de: PEREIRA, Ricardo A. “Uma série de séries”. 08/09/19. Disponível em: www1.folha.uol.com.br)
Na frase Sendo duas coisas diferentes, na verdade são a mesma (1º parágrafo), o autor refere-se a