Questões de Concurso Público IFF-RS 2016 para Técnico Laboratório - Edificações

Foram encontradas 50 questões

Q753029 Português

INSTRUÇÃO: A questão deve ser respondida com base no texto 1. Leia-o atentamente, antes de responder a essa questão.

TEXTO 1

Além do clichê

Tamara Santos*

    [1º§] Os meios de comunicação de massa nunca estiveram tão presentes na vida das pessoas, informando a coletividade e interferindo no seu comportamento. Quando a mídia se torna objeto de estudo, é preciso entendê-la com base na compreensão de poder entre o subjetivo e o objetivo, o imparcial e o parcial da mensagem que se quer transmitir. Chauí (2010), conservando a sociologia marxista, diz que a mídia é a detentora da informação e a propagadora de ideologias dominantes. 

    [2º§] Sobre ‘poder’, entende-se que existe uma relação de subordinados e mandatários, o que significa dizer que há influência na relação da mídia com seu público. Relação essa que afeta, de forma sutil, ou mesmo violenta, os conteúdos trabalhados nas diferentes programações televisivas. Sendo assim, é importante compreender o porquê da grande influência ou mesmo da intervenção dos meios de comunicação de massa, sendo que eles exercem um papel fundamental na formação e na propagação de ideologias que afetam a construção opinativa da população alcançada por esse meio.

    [3º§] A mídia é a grande concentração dos veículos de comunicação de massa. Entre eles, está aquele que agrupa um público maior: a televisão. Esta atinge indivíduos que se tornam fieis a uma programação, a um quadro e a um canal, pois a TV é um dos veículos de comunicação mais utilizados e aquele que mais ocupa a atenção dos telespectadores. Bourdieu afirma: “Há uma proporção muito importante de pessoas que não leem nenhum jornal, que estão devotadas de corpo e alma à televisão como fonte única de informações” (BOURDIEU, 1983). A TV não só influencia na construção de opinião como também intervém na mudança de comportamento de quem assiste a seus programas. [...]

    [4º§] A questão da audiência é um fator determinante na definição das programações na “telinha”, pois, observando-a na perspectiva econômica, a televisão se insere na política do mercado e na própria existência do capitalismo. Ou seja, o conteúdo transmitido é baseado na hegemonia de mercado e nas ações monetárias que compram um horário em um programa de televisão, por isso a TV é classificada como a disseminadora de uma ideia dominante, pois quem a domina é quem a compra. Nesse contexto, a TV, além de ser um veículo de comunicação, é também uma empresa com grande valor e com poder financeiro. Segundo Moraes: “Um dos traços distintivos da mídia, como sistema de produção de sentido, é a sua capacidade de processar certas demandas da audiência. Os meios não vivem na estratosfera; pelo contrário, estão entranhados no mercado e dele dependem para suas ambições monopólicas” (MORAES, 2009, p. 2).

    [5º§] Com base nesse fator econômico, muito do que é feito pela TV é baseado em manipulações de “senhorios” e na venda do produto noticioso. Cada programa é patrocinado por uma marca, o que confirma, de forma mais clara, a dominação do capital sobre esse veículo. Sobre o produto-notícia vendido, é necessário destacar a indústria cultural como fruto da determinação econômica que vende a informação.

    [6º§] A credibilidade, a imparcialidade e a ética formam um canal direto da mídia televisa com a população, pois existe a sensação de que os telespectadores se sentem representados com essas características, o que corrobora a construção de uma opinião com base nesse sentimento de representatividade. A cada mensagem apresentada, são absorvidos e fixados conteúdos que, muitas vezes, não são verdadeiros, mas que, apesar disso, não abalam a credibilidade do programa. Bourdieu afirma que a televisão que era para ser um instrumento de registro, torna-se um instrumento de criação da realidade, “cada vez mais rumo a universos em que o mundo social é descrito e prescrito pela TV” (BOURDIEU, 1997).

*Tamara Santos é jornalista.

Fonte: Edição 859 do Observatório da Imprensa, disponível em: http://observatoriodaimprensa.com.br/tv-em-questao/alem-do-cliche, 14/07/2015. Texto adaptado.

O texto 1 tem o objetivo de
Alternativas
Q753030 Português

INSTRUÇÃO: A questão deve ser respondida com base no texto 1. Leia-o atentamente, antes de responder a essa questão.

TEXTO 1

Além do clichê

Tamara Santos*

    [1º§] Os meios de comunicação de massa nunca estiveram tão presentes na vida das pessoas, informando a coletividade e interferindo no seu comportamento. Quando a mídia se torna objeto de estudo, é preciso entendê-la com base na compreensão de poder entre o subjetivo e o objetivo, o imparcial e o parcial da mensagem que se quer transmitir. Chauí (2010), conservando a sociologia marxista, diz que a mídia é a detentora da informação e a propagadora de ideologias dominantes. 

    [2º§] Sobre ‘poder’, entende-se que existe uma relação de subordinados e mandatários, o que significa dizer que há influência na relação da mídia com seu público. Relação essa que afeta, de forma sutil, ou mesmo violenta, os conteúdos trabalhados nas diferentes programações televisivas. Sendo assim, é importante compreender o porquê da grande influência ou mesmo da intervenção dos meios de comunicação de massa, sendo que eles exercem um papel fundamental na formação e na propagação de ideologias que afetam a construção opinativa da população alcançada por esse meio.

    [3º§] A mídia é a grande concentração dos veículos de comunicação de massa. Entre eles, está aquele que agrupa um público maior: a televisão. Esta atinge indivíduos que se tornam fieis a uma programação, a um quadro e a um canal, pois a TV é um dos veículos de comunicação mais utilizados e aquele que mais ocupa a atenção dos telespectadores. Bourdieu afirma: “Há uma proporção muito importante de pessoas que não leem nenhum jornal, que estão devotadas de corpo e alma à televisão como fonte única de informações” (BOURDIEU, 1983). A TV não só influencia na construção de opinião como também intervém na mudança de comportamento de quem assiste a seus programas. [...]

    [4º§] A questão da audiência é um fator determinante na definição das programações na “telinha”, pois, observando-a na perspectiva econômica, a televisão se insere na política do mercado e na própria existência do capitalismo. Ou seja, o conteúdo transmitido é baseado na hegemonia de mercado e nas ações monetárias que compram um horário em um programa de televisão, por isso a TV é classificada como a disseminadora de uma ideia dominante, pois quem a domina é quem a compra. Nesse contexto, a TV, além de ser um veículo de comunicação, é também uma empresa com grande valor e com poder financeiro. Segundo Moraes: “Um dos traços distintivos da mídia, como sistema de produção de sentido, é a sua capacidade de processar certas demandas da audiência. Os meios não vivem na estratosfera; pelo contrário, estão entranhados no mercado e dele dependem para suas ambições monopólicas” (MORAES, 2009, p. 2).

    [5º§] Com base nesse fator econômico, muito do que é feito pela TV é baseado em manipulações de “senhorios” e na venda do produto noticioso. Cada programa é patrocinado por uma marca, o que confirma, de forma mais clara, a dominação do capital sobre esse veículo. Sobre o produto-notícia vendido, é necessário destacar a indústria cultural como fruto da determinação econômica que vende a informação.

    [6º§] A credibilidade, a imparcialidade e a ética formam um canal direto da mídia televisa com a população, pois existe a sensação de que os telespectadores se sentem representados com essas características, o que corrobora a construção de uma opinião com base nesse sentimento de representatividade. A cada mensagem apresentada, são absorvidos e fixados conteúdos que, muitas vezes, não são verdadeiros, mas que, apesar disso, não abalam a credibilidade do programa. Bourdieu afirma que a televisão que era para ser um instrumento de registro, torna-se um instrumento de criação da realidade, “cada vez mais rumo a universos em que o mundo social é descrito e prescrito pela TV” (BOURDIEU, 1997).

*Tamara Santos é jornalista.

Fonte: Edição 859 do Observatório da Imprensa, disponível em: http://observatoriodaimprensa.com.br/tv-em-questao/alem-do-cliche, 14/07/2015. Texto adaptado.

O título “Além do clichê” está explicado na sentença, EXCETO
Alternativas
Q753031 Português

INSTRUÇÃO: A questão deve ser respondida com base no texto 1. Leia-o atentamente, antes de responder a essa questão.

TEXTO 1

Além do clichê

Tamara Santos*

    [1º§] Os meios de comunicação de massa nunca estiveram tão presentes na vida das pessoas, informando a coletividade e interferindo no seu comportamento. Quando a mídia se torna objeto de estudo, é preciso entendê-la com base na compreensão de poder entre o subjetivo e o objetivo, o imparcial e o parcial da mensagem que se quer transmitir. Chauí (2010), conservando a sociologia marxista, diz que a mídia é a detentora da informação e a propagadora de ideologias dominantes. 

    [2º§] Sobre ‘poder’, entende-se que existe uma relação de subordinados e mandatários, o que significa dizer que há influência na relação da mídia com seu público. Relação essa que afeta, de forma sutil, ou mesmo violenta, os conteúdos trabalhados nas diferentes programações televisivas. Sendo assim, é importante compreender o porquê da grande influência ou mesmo da intervenção dos meios de comunicação de massa, sendo que eles exercem um papel fundamental na formação e na propagação de ideologias que afetam a construção opinativa da população alcançada por esse meio.

    [3º§] A mídia é a grande concentração dos veículos de comunicação de massa. Entre eles, está aquele que agrupa um público maior: a televisão. Esta atinge indivíduos que se tornam fieis a uma programação, a um quadro e a um canal, pois a TV é um dos veículos de comunicação mais utilizados e aquele que mais ocupa a atenção dos telespectadores. Bourdieu afirma: “Há uma proporção muito importante de pessoas que não leem nenhum jornal, que estão devotadas de corpo e alma à televisão como fonte única de informações” (BOURDIEU, 1983). A TV não só influencia na construção de opinião como também intervém na mudança de comportamento de quem assiste a seus programas. [...]

    [4º§] A questão da audiência é um fator determinante na definição das programações na “telinha”, pois, observando-a na perspectiva econômica, a televisão se insere na política do mercado e na própria existência do capitalismo. Ou seja, o conteúdo transmitido é baseado na hegemonia de mercado e nas ações monetárias que compram um horário em um programa de televisão, por isso a TV é classificada como a disseminadora de uma ideia dominante, pois quem a domina é quem a compra. Nesse contexto, a TV, além de ser um veículo de comunicação, é também uma empresa com grande valor e com poder financeiro. Segundo Moraes: “Um dos traços distintivos da mídia, como sistema de produção de sentido, é a sua capacidade de processar certas demandas da audiência. Os meios não vivem na estratosfera; pelo contrário, estão entranhados no mercado e dele dependem para suas ambições monopólicas” (MORAES, 2009, p. 2).

    [5º§] Com base nesse fator econômico, muito do que é feito pela TV é baseado em manipulações de “senhorios” e na venda do produto noticioso. Cada programa é patrocinado por uma marca, o que confirma, de forma mais clara, a dominação do capital sobre esse veículo. Sobre o produto-notícia vendido, é necessário destacar a indústria cultural como fruto da determinação econômica que vende a informação.

    [6º§] A credibilidade, a imparcialidade e a ética formam um canal direto da mídia televisa com a população, pois existe a sensação de que os telespectadores se sentem representados com essas características, o que corrobora a construção de uma opinião com base nesse sentimento de representatividade. A cada mensagem apresentada, são absorvidos e fixados conteúdos que, muitas vezes, não são verdadeiros, mas que, apesar disso, não abalam a credibilidade do programa. Bourdieu afirma que a televisão que era para ser um instrumento de registro, torna-se um instrumento de criação da realidade, “cada vez mais rumo a universos em que o mundo social é descrito e prescrito pela TV” (BOURDIEU, 1997).

*Tamara Santos é jornalista.

Fonte: Edição 859 do Observatório da Imprensa, disponível em: http://observatoriodaimprensa.com.br/tv-em-questao/alem-do-cliche, 14/07/2015. Texto adaptado.

São estratégias argumentativas utilizadas no texto 1, EXCETO
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Q753032 Português

INSTRUÇÃO: A questão deve ser respondida com base no texto 1. Leia-o atentamente, antes de responder a essa questão.

TEXTO 1

Além do clichê

Tamara Santos*

    [1º§] Os meios de comunicação de massa nunca estiveram tão presentes na vida das pessoas, informando a coletividade e interferindo no seu comportamento. Quando a mídia se torna objeto de estudo, é preciso entendê-la com base na compreensão de poder entre o subjetivo e o objetivo, o imparcial e o parcial da mensagem que se quer transmitir. Chauí (2010), conservando a sociologia marxista, diz que a mídia é a detentora da informação e a propagadora de ideologias dominantes. 

    [2º§] Sobre ‘poder’, entende-se que existe uma relação de subordinados e mandatários, o que significa dizer que há influência na relação da mídia com seu público. Relação essa que afeta, de forma sutil, ou mesmo violenta, os conteúdos trabalhados nas diferentes programações televisivas. Sendo assim, é importante compreender o porquê da grande influência ou mesmo da intervenção dos meios de comunicação de massa, sendo que eles exercem um papel fundamental na formação e na propagação de ideologias que afetam a construção opinativa da população alcançada por esse meio.

    [3º§] A mídia é a grande concentração dos veículos de comunicação de massa. Entre eles, está aquele que agrupa um público maior: a televisão. Esta atinge indivíduos que se tornam fieis a uma programação, a um quadro e a um canal, pois a TV é um dos veículos de comunicação mais utilizados e aquele que mais ocupa a atenção dos telespectadores. Bourdieu afirma: “Há uma proporção muito importante de pessoas que não leem nenhum jornal, que estão devotadas de corpo e alma à televisão como fonte única de informações” (BOURDIEU, 1983). A TV não só influencia na construção de opinião como também intervém na mudança de comportamento de quem assiste a seus programas. [...]

    [4º§] A questão da audiência é um fator determinante na definição das programações na “telinha”, pois, observando-a na perspectiva econômica, a televisão se insere na política do mercado e na própria existência do capitalismo. Ou seja, o conteúdo transmitido é baseado na hegemonia de mercado e nas ações monetárias que compram um horário em um programa de televisão, por isso a TV é classificada como a disseminadora de uma ideia dominante, pois quem a domina é quem a compra. Nesse contexto, a TV, além de ser um veículo de comunicação, é também uma empresa com grande valor e com poder financeiro. Segundo Moraes: “Um dos traços distintivos da mídia, como sistema de produção de sentido, é a sua capacidade de processar certas demandas da audiência. Os meios não vivem na estratosfera; pelo contrário, estão entranhados no mercado e dele dependem para suas ambições monopólicas” (MORAES, 2009, p. 2).

    [5º§] Com base nesse fator econômico, muito do que é feito pela TV é baseado em manipulações de “senhorios” e na venda do produto noticioso. Cada programa é patrocinado por uma marca, o que confirma, de forma mais clara, a dominação do capital sobre esse veículo. Sobre o produto-notícia vendido, é necessário destacar a indústria cultural como fruto da determinação econômica que vende a informação.

    [6º§] A credibilidade, a imparcialidade e a ética formam um canal direto da mídia televisa com a população, pois existe a sensação de que os telespectadores se sentem representados com essas características, o que corrobora a construção de uma opinião com base nesse sentimento de representatividade. A cada mensagem apresentada, são absorvidos e fixados conteúdos que, muitas vezes, não são verdadeiros, mas que, apesar disso, não abalam a credibilidade do programa. Bourdieu afirma que a televisão que era para ser um instrumento de registro, torna-se um instrumento de criação da realidade, “cada vez mais rumo a universos em que o mundo social é descrito e prescrito pela TV” (BOURDIEU, 1997).

*Tamara Santos é jornalista.

Fonte: Edição 859 do Observatório da Imprensa, disponível em: http://observatoriodaimprensa.com.br/tv-em-questao/alem-do-cliche, 14/07/2015. Texto adaptado.

No trecho: “(...) o conteúdo transmitido é baseado na hegemonia de mercado e nas ações monetárias que compram um horário em um programa de televisão, por isso a TV é classificada como a disseminadora de uma ideia dominante, pois quem a domina é quem a compra.”, o termo em destaque introduz o sentido de
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Q753033 Português

INSTRUÇÃO: A questão deve ser respondida com base no texto 1. Leia-o atentamente, antes de responder a essa questão.

TEXTO 1

Além do clichê

Tamara Santos*

    [1º§] Os meios de comunicação de massa nunca estiveram tão presentes na vida das pessoas, informando a coletividade e interferindo no seu comportamento. Quando a mídia se torna objeto de estudo, é preciso entendê-la com base na compreensão de poder entre o subjetivo e o objetivo, o imparcial e o parcial da mensagem que se quer transmitir. Chauí (2010), conservando a sociologia marxista, diz que a mídia é a detentora da informação e a propagadora de ideologias dominantes. 

    [2º§] Sobre ‘poder’, entende-se que existe uma relação de subordinados e mandatários, o que significa dizer que há influência na relação da mídia com seu público. Relação essa que afeta, de forma sutil, ou mesmo violenta, os conteúdos trabalhados nas diferentes programações televisivas. Sendo assim, é importante compreender o porquê da grande influência ou mesmo da intervenção dos meios de comunicação de massa, sendo que eles exercem um papel fundamental na formação e na propagação de ideologias que afetam a construção opinativa da população alcançada por esse meio.

    [3º§] A mídia é a grande concentração dos veículos de comunicação de massa. Entre eles, está aquele que agrupa um público maior: a televisão. Esta atinge indivíduos que se tornam fieis a uma programação, a um quadro e a um canal, pois a TV é um dos veículos de comunicação mais utilizados e aquele que mais ocupa a atenção dos telespectadores. Bourdieu afirma: “Há uma proporção muito importante de pessoas que não leem nenhum jornal, que estão devotadas de corpo e alma à televisão como fonte única de informações” (BOURDIEU, 1983). A TV não só influencia na construção de opinião como também intervém na mudança de comportamento de quem assiste a seus programas. [...]

    [4º§] A questão da audiência é um fator determinante na definição das programações na “telinha”, pois, observando-a na perspectiva econômica, a televisão se insere na política do mercado e na própria existência do capitalismo. Ou seja, o conteúdo transmitido é baseado na hegemonia de mercado e nas ações monetárias que compram um horário em um programa de televisão, por isso a TV é classificada como a disseminadora de uma ideia dominante, pois quem a domina é quem a compra. Nesse contexto, a TV, além de ser um veículo de comunicação, é também uma empresa com grande valor e com poder financeiro. Segundo Moraes: “Um dos traços distintivos da mídia, como sistema de produção de sentido, é a sua capacidade de processar certas demandas da audiência. Os meios não vivem na estratosfera; pelo contrário, estão entranhados no mercado e dele dependem para suas ambições monopólicas” (MORAES, 2009, p. 2).

    [5º§] Com base nesse fator econômico, muito do que é feito pela TV é baseado em manipulações de “senhorios” e na venda do produto noticioso. Cada programa é patrocinado por uma marca, o que confirma, de forma mais clara, a dominação do capital sobre esse veículo. Sobre o produto-notícia vendido, é necessário destacar a indústria cultural como fruto da determinação econômica que vende a informação.

    [6º§] A credibilidade, a imparcialidade e a ética formam um canal direto da mídia televisa com a população, pois existe a sensação de que os telespectadores se sentem representados com essas características, o que corrobora a construção de uma opinião com base nesse sentimento de representatividade. A cada mensagem apresentada, são absorvidos e fixados conteúdos que, muitas vezes, não são verdadeiros, mas que, apesar disso, não abalam a credibilidade do programa. Bourdieu afirma que a televisão que era para ser um instrumento de registro, torna-se um instrumento de criação da realidade, “cada vez mais rumo a universos em que o mundo social é descrito e prescrito pela TV” (BOURDIEU, 1997).

*Tamara Santos é jornalista.

Fonte: Edição 859 do Observatório da Imprensa, disponível em: http://observatoriodaimprensa.com.br/tv-em-questao/alem-do-cliche, 14/07/2015. Texto adaptado.

A palavra ‘que’, negritada/grifada nas sentenças a seguir, foi utilizada como elemento de retomada em:
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Q753034 Português

INSTRUÇÃO: A questão deve ser respondida com base no texto 2 a seguir. Leia-o atentamente, antes de responder a essa questão.

TEXTO 2

O telejornalismo ainda é jornalismo?

Débora Cristine Rocha**

    [1º§] Ligo a televisão e ouço o apresentador do telejornal matutino, da maior rede de televisão brasileira, dizer: “Vocês vão me ajudando aí nos nomes, que eu vou falando errado.” Ele estava se referindo a nomes de times de futebol. Como assim, vão ajudando em nomes errados? Não era para ele trazer a informação correta? Não era para ter treinado antes a locução desses nomes? Em uma hora e meia de jornal televisivo, há muitos momentos como este. Uma coisa é informalidade, tirar a sisudez da bancada clássica. Outra é trazer informação incompleta, mal apurada, justificar a falta de profissionalismo como leveza na linguagem jornalística.

    [2º§] Depois de uma hora e meia, descubro que vi uma porção de piadinhas, brincadeirinhas de todo tipo, gírias que forçam a intimidade com o telespectador. E estou mal informada. Preciso recorrer a outros meios para ter o que o telejornalismo deveria ter me dado: informação de qualidade. O episódio não é isolado e não se restringe à televisão, embora obviamente nela se torne mais visível. Motivos para esse estado de coisas? [...] O jornalismo agora tem a obrigação de ser entretenimento, pois levar informação de modo sério e compenetrado está fora de moda. Pois é, nos dias de hoje, informar tem a sazonalidade da moda.

    [3º§] Uma vez que é preciso prender a atenção do telespectador a todo custo, dados os índices de audiência, o método jornalístico que nos perdoe, mas precisa ser descaracterizado. Levamos dezenas de anos para construir esse método, que foi testado exaustivamente e aprovado pela imprensa mundial no decorrer do tempo, mas agora ele não nos serve mais porque o público brasileiro não quer saber de informação de qualidade. O público brasileiro quer saber de pautas leves e descompromissadas. Será mesmo? Do meu humilde ponto de vista, é subestimar demais as pessoas.

    [4º§] Enfim, quando um jornalista trata o colega como ‘gatão’ no ar e torna-se rotina enviar o público ao site do programa para obter informações básicas, que deveriam ser dadas na matéria, a gente sabe que algo anda estranho. Afinal, e a confiança que o público depositou naquele veículo para receber a melhor informação? Credibilidade é um dos pilares jornalísticos. Quando este pilar é comprometido, a essência do jornalismo desmorona.

    [5º§] Ah, é a concorrência com os telejornais populares. Não vamos restringir a questão. O dito telejornalismo popular explora, na verdade, algo que vai além do popular, explora o sensacionalismo. E o embate entre jornalismo e sensacionalismo é histórico, fundamental. Uma coisa é jornalismo; outra é sensacionalismo. Acontece que a busca pelo entretenimento escancarou as portas para a entrada do sensacionalismo com toda a força. Cuidado com isso porque o sensacionalismo privilegia o que é de interesse do público e não o que é de interesse público. Há diferença. [...]

    [6º] [...] O jornalismo nasceu para criticar o poder, e não para desviar a atenção do público das artimanhas engendradas pelo poder. E o entretenimento na sociedade de consumo, as ciências sociais nos ensinam, tem justamente a missão de desviar o foco do que realmente interessa para o que não interessa. Em outras palavras, com este jeito despojado em excesso, o jornalismo passa a servir ao poder que ele deveria criticar, levando a sociedade à alienação: a falta de consciência de que nos fala Marx.

***Débora Cristine Rocha é jornalista, professora doutora em Comunicação e Semiótica, docente da Universidade Anhembi Morumbi e membro do grupo de pesquisa Espacc (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo).

Fonte: Edição 884 do Observatório da Imprensa, disponível em: <http://observatoriodaimprensa.com.br/tv-em-questao/o-telejornalismo-ainda-e-jornalismo/>. Acesso em 25/09/2016. Texto adaptado.

No texto 2, a autora tem o objetivo de
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Q753035 Português

INSTRUÇÃO: A questão deve ser respondida com base no texto 2 a seguir. Leia-o atentamente, antes de responder a essa questão.

TEXTO 2

O telejornalismo ainda é jornalismo?

Débora Cristine Rocha**

    [1º§] Ligo a televisão e ouço o apresentador do telejornal matutino, da maior rede de televisão brasileira, dizer: “Vocês vão me ajudando aí nos nomes, que eu vou falando errado.” Ele estava se referindo a nomes de times de futebol. Como assim, vão ajudando em nomes errados? Não era para ele trazer a informação correta? Não era para ter treinado antes a locução desses nomes? Em uma hora e meia de jornal televisivo, há muitos momentos como este. Uma coisa é informalidade, tirar a sisudez da bancada clássica. Outra é trazer informação incompleta, mal apurada, justificar a falta de profissionalismo como leveza na linguagem jornalística.

    [2º§] Depois de uma hora e meia, descubro que vi uma porção de piadinhas, brincadeirinhas de todo tipo, gírias que forçam a intimidade com o telespectador. E estou mal informada. Preciso recorrer a outros meios para ter o que o telejornalismo deveria ter me dado: informação de qualidade. O episódio não é isolado e não se restringe à televisão, embora obviamente nela se torne mais visível. Motivos para esse estado de coisas? [...] O jornalismo agora tem a obrigação de ser entretenimento, pois levar informação de modo sério e compenetrado está fora de moda. Pois é, nos dias de hoje, informar tem a sazonalidade da moda.

    [3º§] Uma vez que é preciso prender a atenção do telespectador a todo custo, dados os índices de audiência, o método jornalístico que nos perdoe, mas precisa ser descaracterizado. Levamos dezenas de anos para construir esse método, que foi testado exaustivamente e aprovado pela imprensa mundial no decorrer do tempo, mas agora ele não nos serve mais porque o público brasileiro não quer saber de informação de qualidade. O público brasileiro quer saber de pautas leves e descompromissadas. Será mesmo? Do meu humilde ponto de vista, é subestimar demais as pessoas.

    [4º§] Enfim, quando um jornalista trata o colega como ‘gatão’ no ar e torna-se rotina enviar o público ao site do programa para obter informações básicas, que deveriam ser dadas na matéria, a gente sabe que algo anda estranho. Afinal, e a confiança que o público depositou naquele veículo para receber a melhor informação? Credibilidade é um dos pilares jornalísticos. Quando este pilar é comprometido, a essência do jornalismo desmorona.

    [5º§] Ah, é a concorrência com os telejornais populares. Não vamos restringir a questão. O dito telejornalismo popular explora, na verdade, algo que vai além do popular, explora o sensacionalismo. E o embate entre jornalismo e sensacionalismo é histórico, fundamental. Uma coisa é jornalismo; outra é sensacionalismo. Acontece que a busca pelo entretenimento escancarou as portas para a entrada do sensacionalismo com toda a força. Cuidado com isso porque o sensacionalismo privilegia o que é de interesse do público e não o que é de interesse público. Há diferença. [...]

    [6º] [...] O jornalismo nasceu para criticar o poder, e não para desviar a atenção do público das artimanhas engendradas pelo poder. E o entretenimento na sociedade de consumo, as ciências sociais nos ensinam, tem justamente a missão de desviar o foco do que realmente interessa para o que não interessa. Em outras palavras, com este jeito despojado em excesso, o jornalismo passa a servir ao poder que ele deveria criticar, levando a sociedade à alienação: a falta de consciência de que nos fala Marx.

***Débora Cristine Rocha é jornalista, professora doutora em Comunicação e Semiótica, docente da Universidade Anhembi Morumbi e membro do grupo de pesquisa Espacc (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo).

Fonte: Edição 884 do Observatório da Imprensa, disponível em: <http://observatoriodaimprensa.com.br/tv-em-questao/o-telejornalismo-ainda-e-jornalismo/>. Acesso em 25/09/2016. Texto adaptado.

No trecho: “Em primeiro lugar, o jornalismo agora tem a obrigação de ser entretenimento, pois levar informação de modo sério e compenetrado está fora de moda. Pois é, nos dias de hoje, informar tem a sazonalidade da moda.”, a palavra negritada/ grifada pode ser substituída, sem perda de sentido, por
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Q753036 Português

INSTRUÇÃO: A questão deve ser respondida com base no texto 2 a seguir. Leia-o atentamente, antes de responder a essa questão.

TEXTO 2

O telejornalismo ainda é jornalismo?

Débora Cristine Rocha**

    [1º§] Ligo a televisão e ouço o apresentador do telejornal matutino, da maior rede de televisão brasileira, dizer: “Vocês vão me ajudando aí nos nomes, que eu vou falando errado.” Ele estava se referindo a nomes de times de futebol. Como assim, vão ajudando em nomes errados? Não era para ele trazer a informação correta? Não era para ter treinado antes a locução desses nomes? Em uma hora e meia de jornal televisivo, há muitos momentos como este. Uma coisa é informalidade, tirar a sisudez da bancada clássica. Outra é trazer informação incompleta, mal apurada, justificar a falta de profissionalismo como leveza na linguagem jornalística.

    [2º§] Depois de uma hora e meia, descubro que vi uma porção de piadinhas, brincadeirinhas de todo tipo, gírias que forçam a intimidade com o telespectador. E estou mal informada. Preciso recorrer a outros meios para ter o que o telejornalismo deveria ter me dado: informação de qualidade. O episódio não é isolado e não se restringe à televisão, embora obviamente nela se torne mais visível. Motivos para esse estado de coisas? [...] O jornalismo agora tem a obrigação de ser entretenimento, pois levar informação de modo sério e compenetrado está fora de moda. Pois é, nos dias de hoje, informar tem a sazonalidade da moda.

    [3º§] Uma vez que é preciso prender a atenção do telespectador a todo custo, dados os índices de audiência, o método jornalístico que nos perdoe, mas precisa ser descaracterizado. Levamos dezenas de anos para construir esse método, que foi testado exaustivamente e aprovado pela imprensa mundial no decorrer do tempo, mas agora ele não nos serve mais porque o público brasileiro não quer saber de informação de qualidade. O público brasileiro quer saber de pautas leves e descompromissadas. Será mesmo? Do meu humilde ponto de vista, é subestimar demais as pessoas.

    [4º§] Enfim, quando um jornalista trata o colega como ‘gatão’ no ar e torna-se rotina enviar o público ao site do programa para obter informações básicas, que deveriam ser dadas na matéria, a gente sabe que algo anda estranho. Afinal, e a confiança que o público depositou naquele veículo para receber a melhor informação? Credibilidade é um dos pilares jornalísticos. Quando este pilar é comprometido, a essência do jornalismo desmorona.

    [5º§] Ah, é a concorrência com os telejornais populares. Não vamos restringir a questão. O dito telejornalismo popular explora, na verdade, algo que vai além do popular, explora o sensacionalismo. E o embate entre jornalismo e sensacionalismo é histórico, fundamental. Uma coisa é jornalismo; outra é sensacionalismo. Acontece que a busca pelo entretenimento escancarou as portas para a entrada do sensacionalismo com toda a força. Cuidado com isso porque o sensacionalismo privilegia o que é de interesse do público e não o que é de interesse público. Há diferença. [...]

    [6º] [...] O jornalismo nasceu para criticar o poder, e não para desviar a atenção do público das artimanhas engendradas pelo poder. E o entretenimento na sociedade de consumo, as ciências sociais nos ensinam, tem justamente a missão de desviar o foco do que realmente interessa para o que não interessa. Em outras palavras, com este jeito despojado em excesso, o jornalismo passa a servir ao poder que ele deveria criticar, levando a sociedade à alienação: a falta de consciência de que nos fala Marx.

***Débora Cristine Rocha é jornalista, professora doutora em Comunicação e Semiótica, docente da Universidade Anhembi Morumbi e membro do grupo de pesquisa Espacc (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo).

Fonte: Edição 884 do Observatório da Imprensa, disponível em: <http://observatoriodaimprensa.com.br/tv-em-questao/o-telejornalismo-ainda-e-jornalismo/>. Acesso em 25/09/2016. Texto adaptado.

De acordo com o ponto de vista defendido no texto 2, é papel do jornalismo
Alternativas
Q753037 Português

INSTRUÇÃO: A questão, a seguir, deve ser respondida com base nos textos 1 e 2. Caso necessário, releia ambos os textos, antes de responder a essa questão.

TEXTO 1

Além do clichê

Tamara Santos*

    [1º§] Os meios de comunicação de massa nunca estiveram tão presentes na vida das pessoas, informando a coletividade e interferindo no seu comportamento. Quando a mídia se torna objeto de estudo, é preciso entendê-la com base na compreensão de poder entre o subjetivo e o objetivo, o imparcial e o parcial da mensagem que se quer transmitir. Chauí (2010), conservando a sociologia marxista, diz que a mídia é a detentora da informação e a propagadora de ideologias dominantes. 

    [2º§] Sobre ‘poder’, entende-se que existe uma relação de subordinados e mandatários, o que significa dizer que há influência na relação da mídia com seu público. Relação essa que afeta, de forma sutil, ou mesmo violenta, os conteúdos trabalhados nas diferentes programações televisivas. Sendo assim, é importante compreender o porquê da grande influência ou mesmo da intervenção dos meios de comunicação de massa, sendo que eles exercem um papel fundamental na formação e na propagação de ideologias que afetam a construção opinativa da população alcançada por esse meio.

    [3º§] A mídia é a grande concentração dos veículos de comunicação de massa. Entre eles, está aquele que agrupa um público maior: a televisão. Esta atinge indivíduos que se tornam fieis a uma programação, a um quadro e a um canal, pois a TV é um dos veículos de comunicação mais utilizados e aquele que mais ocupa a atenção dos telespectadores. Bourdieu afirma: “Há uma proporção muito importante de pessoas que não leem nenhum jornal, que estão devotadas de corpo e alma à televisão como fonte única de informações” (BOURDIEU, 1983). A TV não só influencia na construção de opinião como também intervém na mudança de comportamento de quem assiste a seus programas. [...]

    [4º§] A questão da audiência é um fator determinante na definição das programações na “telinha”, pois, observando-a na perspectiva econômica, a televisão se insere na política do mercado e na própria existência do capitalismo. Ou seja, o conteúdo transmitido é baseado na hegemonia de mercado e nas ações monetárias que compram um horário em um programa de televisão, por isso a TV é classificada como a disseminadora de uma ideia dominante, pois quem a domina é quem a compra. Nesse contexto, a TV, além de ser um veículo de comunicação, é também uma empresa com grande valor e com poder financeiro. Segundo Moraes: “Um dos traços distintivos da mídia, como sistema de produção de sentido, é a sua capacidade de processar certas demandas da audiência. Os meios não vivem na estratosfera; pelo contrário, estão entranhados no mercado e dele dependem para suas ambições monopólicas” (MORAES, 2009, p. 2).

    [5º§] Com base nesse fator econômico, muito do que é feito pela TV é baseado em manipulações de “senhorios” e na venda do produto noticioso. Cada programa é patrocinado por uma marca, o que confirma, de forma mais clara, a dominação do capital sobre esse veículo. Sobre o produto-notícia vendido, é necessário destacar a indústria cultural como fruto da determinação econômica que vende a informação.

    [6º§] A credibilidade, a imparcialidade e a ética formam um canal direto da mídia televisa com a população, pois existe a sensação de que os telespectadores se sentem representados com essas características, o que corrobora a construção de uma opinião com base nesse sentimento de representatividade. A cada mensagem apresentada, são absorvidos e fixados conteúdos que, muitas vezes, não são verdadeiros, mas que, apesar disso, não abalam a credibilidade do programa. Bourdieu afirma que a televisão que era para ser um instrumento de registro, torna-se um instrumento de criação da realidade, “cada vez mais rumo a universos em que o mundo social é descrito e prescrito pela TV” (BOURDIEU, 1997).

*Tamara Santos é jornalista.

Fonte: Edição 859 do Observatório da Imprensa, disponível em: http://observatoriodaimprensa.com.br/tv-em-questao/alem-do-cliche, 14/07/2015. Texto adaptado.


TEXTO 2

O telejornalismo ainda é jornalismo?

Débora Cristine Rocha**

    [1º§] Ligo a televisão e ouço o apresentador do telejornal matutino, da maior rede de televisão brasileira, dizer: “Vocês vão me ajudando aí nos nomes, que eu vou falando errado.” Ele estava se referindo a nomes de times de futebol. Como assim, vão ajudando em nomes errados? Não era para ele trazer a informação correta? Não era para ter treinado antes a locução desses nomes? Em uma hora e meia de jornal televisivo, há muitos momentos como este. Uma coisa é informalidade, tirar a sisudez da bancada clássica. Outra é trazer informação incompleta, mal apurada, justificar a falta de profissionalismo como leveza na linguagem jornalística.

    [2º§] Depois de uma hora e meia, descubro que vi uma porção de piadinhas, brincadeirinhas de todo tipo, gírias que forçam a intimidade com o telespectador. E estou mal informada. Preciso recorrer a outros meios para ter o que o telejornalismo deveria ter me dado: informação de qualidade. O episódio não é isolado e não se restringe à televisão, embora obviamente nela se torne mais visível. Motivos para esse estado de coisas? [...] O jornalismo agora tem a obrigação de ser entretenimento, pois levar informação de modo sério e compenetrado está fora de moda. Pois é, nos dias de hoje, informar tem a sazonalidade da moda.

    [3º§] Uma vez que é preciso prender a atenção do telespectador a todo custo, dados os índices de audiência, o método jornalístico que nos perdoe, mas precisa ser descaracterizado. Levamos dezenas de anos para construir esse método, que foi testado exaustivamente e aprovado pela imprensa mundial no decorrer do tempo, mas agora ele não nos serve mais porque o público brasileiro não quer saber de informação de qualidade. O público brasileiro quer saber de pautas leves e descompromissadas. Será mesmo? Do meu humilde ponto de vista, é subestimar demais as pessoas.

    [4º§] Enfim, quando um jornalista trata o colega como ‘gatão’ no ar e torna-se rotina enviar o público ao site do programa para obter informações básicas, que deveriam ser dadas na matéria, a gente sabe que algo anda estranho. Afinal, e a confiança que o público depositou naquele veículo para receber a melhor informação? Credibilidade é um dos pilares jornalísticos. Quando este pilar é comprometido, a essência do jornalismo desmorona.

    [5º§] Ah, é a concorrência com os telejornais populares. Não vamos restringir a questão. O dito telejornalismo popular explora, na verdade, algo que vai além do popular, explora o sensacionalismo. E o embate entre jornalismo e sensacionalismo é histórico, fundamental. Uma coisa é jornalismo; outra é sensacionalismo. Acontece que a busca pelo entretenimento escancarou as portas para a entrada do sensacionalismo com toda a força. Cuidado com isso porque o sensacionalismo privilegia o que é de interesse do público e não o que é de interesse público. Há diferença. [...]

    [6º] [...] O jornalismo nasceu para criticar o poder, e não para desviar a atenção do público das artimanhas engendradas pelo poder. E o entretenimento na sociedade de consumo, as ciências sociais nos ensinam, tem justamente a missão de desviar o foco do que realmente interessa para o que não interessa. Em outras palavras, com este jeito despojado em excesso, o jornalismo passa a servir ao poder que ele deveria criticar, levando a sociedade à alienação: a falta de consciência de que nos fala Marx.

***Débora Cristine Rocha é jornalista, professora doutora em Comunicação e Semiótica, docente da Universidade Anhembi Morumbi e membro do grupo de pesquisa Espacc (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo).

Fonte: Edição 884 do Observatório da Imprensa, disponível em: <http://observatoriodaimprensa.com.br/tv-em-questao/o-telejornalismo-ainda-e-jornalismo/>. Acesso em 25/09/2016. Texto adaptado.

A partir da relação entre os textos 1 e 2, analise as assertivas a seguir:

I. Ambos os textos apresentam uma estrutura dissertativo-argumentativa.

II. ‘Credibilidade’ é uma característica importante tanto para a programação televisiva, abordada no texto 1, quanto para o telejornalismo, analisado no texto 2.

III. Ambos os textos apresentam uma linguagem impessoal.

IV. Ambos os textos tematizam uma abordagem de interesse público: o primeiro, por apresentar considerações sobre a mídia televisiva; o segundo, por discutir aspectos referentes ao sensacionalismo no telejornal.

Estão corretas apenas as assertivas

Alternativas
Q753038 Português

INSTRUÇÃO: A questão, a seguir, deve ser respondida com base nos textos 1, 2 e 3.

TEXTO 1

Além do clichê

Tamara Santos*

    [1º§] Os meios de comunicação de massa nunca estiveram tão presentes na vida das pessoas, informando a coletividade e interferindo no seu comportamento. Quando a mídia se torna objeto de estudo, é preciso entendê-la com base na compreensão de poder entre o subjetivo e o objetivo, o imparcial e o parcial da mensagem que se quer transmitir. Chauí (2010), conservando a sociologia marxista, diz que a mídia é a detentora da informação e a propagadora de ideologias dominantes. 

    [2º§] Sobre ‘poder’, entende-se que existe uma relação de subordinados e mandatários, o que significa dizer que há influência na relação da mídia com seu público. Relação essa que afeta, de forma sutil, ou mesmo violenta, os conteúdos trabalhados nas diferentes programações televisivas. Sendo assim, é importante compreender o porquê da grande influência ou mesmo da intervenção dos meios de comunicação de massa, sendo que eles exercem um papel fundamental na formação e na propagação de ideologias que afetam a construção opinativa da população alcançada por esse meio.

    [3º§] A mídia é a grande concentração dos veículos de comunicação de massa. Entre eles, está aquele que agrupa um público maior: a televisão. Esta atinge indivíduos que se tornam fieis a uma programação, a um quadro e a um canal, pois a TV é um dos veículos de comunicação mais utilizados e aquele que mais ocupa a atenção dos telespectadores. Bourdieu afirma: “Há uma proporção muito importante de pessoas que não leem nenhum jornal, que estão devotadas de corpo e alma à televisão como fonte única de informações” (BOURDIEU, 1983). A TV não só influencia na construção de opinião como também intervém na mudança de comportamento de quem assiste a seus programas. [...]

    [4º§] A questão da audiência é um fator determinante na definição das programações na “telinha”, pois, observando-a na perspectiva econômica, a televisão se insere na política do mercado e na própria existência do capitalismo. Ou seja, o conteúdo transmitido é baseado na hegemonia de mercado e nas ações monetárias que compram um horário em um programa de televisão, por isso a TV é classificada como a disseminadora de uma ideia dominante, pois quem a domina é quem a compra. Nesse contexto, a TV, além de ser um veículo de comunicação, é também uma empresa com grande valor e com poder financeiro. Segundo Moraes: “Um dos traços distintivos da mídia, como sistema de produção de sentido, é a sua capacidade de processar certas demandas da audiência. Os meios não vivem na estratosfera; pelo contrário, estão entranhados no mercado e dele dependem para suas ambições monopólicas” (MORAES, 2009, p. 2).

    [5º§] Com base nesse fator econômico, muito do que é feito pela TV é baseado em manipulações de “senhorios” e na venda do produto noticioso. Cada programa é patrocinado por uma marca, o que confirma, de forma mais clara, a dominação do capital sobre esse veículo. Sobre o produto-notícia vendido, é necessário destacar a indústria cultural como fruto da determinação econômica que vende a informação.

    [6º§] A credibilidade, a imparcialidade e a ética formam um canal direto da mídia televisa com a população, pois existe a sensação de que os telespectadores se sentem representados com essas características, o que corrobora a construção de uma opinião com base nesse sentimento de representatividade. A cada mensagem apresentada, são absorvidos e fixados conteúdos que, muitas vezes, não são verdadeiros, mas que, apesar disso, não abalam a credibilidade do programa. Bourdieu afirma que a televisão que era para ser um instrumento de registro, torna-se um instrumento de criação da realidade, “cada vez mais rumo a universos em que o mundo social é descrito e prescrito pela TV” (BOURDIEU, 1997).

*Tamara Santos é jornalista.

Fonte: Edição 859 do Observatório da Imprensa, disponível em: http://observatoriodaimprensa.com.br/tv-em-questao/alem-do-cliche, 14/07/2015. Texto adaptado.


TEXTO 2

O telejornalismo ainda é jornalismo?

Débora Cristine Rocha**

    [1º§] Ligo a televisão e ouço o apresentador do telejornal matutino, da maior rede de televisão brasileira, dizer: “Vocês vão me ajudando aí nos nomes, que eu vou falando errado.” Ele estava se referindo a nomes de times de futebol. Como assim, vão ajudando em nomes errados? Não era para ele trazer a informação correta? Não era para ter treinado antes a locução desses nomes? Em uma hora e meia de jornal televisivo, há muitos momentos como este. Uma coisa é informalidade, tirar a sisudez da bancada clássica. Outra é trazer informação incompleta, mal apurada, justificar a falta de profissionalismo como leveza na linguagem jornalística.

    [2º§] Depois de uma hora e meia, descubro que vi uma porção de piadinhas, brincadeirinhas de todo tipo, gírias que forçam a intimidade com o telespectador. E estou mal informada. Preciso recorrer a outros meios para ter o que o telejornalismo deveria ter me dado: informação de qualidade. O episódio não é isolado e não se restringe à televisão, embora obviamente nela se torne mais visível. Motivos para esse estado de coisas? [...] O jornalismo agora tem a obrigação de ser entretenimento, pois levar informação de modo sério e compenetrado está fora de moda. Pois é, nos dias de hoje, informar tem a sazonalidade da moda.

    [3º§] Uma vez que é preciso prender a atenção do telespectador a todo custo, dados os índices de audiência, o método jornalístico que nos perdoe, mas precisa ser descaracterizado. Levamos dezenas de anos para construir esse método, que foi testado exaustivamente e aprovado pela imprensa mundial no decorrer do tempo, mas agora ele não nos serve mais porque o público brasileiro não quer saber de informação de qualidade. O público brasileiro quer saber de pautas leves e descompromissadas. Será mesmo? Do meu humilde ponto de vista, é subestimar demais as pessoas.

    [4º§] Enfim, quando um jornalista trata o colega como ‘gatão’ no ar e torna-se rotina enviar o público ao site do programa para obter informações básicas, que deveriam ser dadas na matéria, a gente sabe que algo anda estranho. Afinal, e a confiança que o público depositou naquele veículo para receber a melhor informação? Credibilidade é um dos pilares jornalísticos. Quando este pilar é comprometido, a essência do jornalismo desmorona.

    [5º§] Ah, é a concorrência com os telejornais populares. Não vamos restringir a questão. O dito telejornalismo popular explora, na verdade, algo que vai além do popular, explora o sensacionalismo. E o embate entre jornalismo e sensacionalismo é histórico, fundamental. Uma coisa é jornalismo; outra é sensacionalismo. Acontece que a busca pelo entretenimento escancarou as portas para a entrada do sensacionalismo com toda a força. Cuidado com isso porque o sensacionalismo privilegia o que é de interesse do público e não o que é de interesse público. Há diferença. [...]

    [6º] [...] O jornalismo nasceu para criticar o poder, e não para desviar a atenção do público das artimanhas engendradas pelo poder. E o entretenimento na sociedade de consumo, as ciências sociais nos ensinam, tem justamente a missão de desviar o foco do que realmente interessa para o que não interessa. Em outras palavras, com este jeito despojado em excesso, o jornalismo passa a servir ao poder que ele deveria criticar, levando a sociedade à alienação: a falta de consciência de que nos fala Marx.

***Débora Cristine Rocha é jornalista, professora doutora em Comunicação e Semiótica, docente da Universidade Anhembi Morumbi e membro do grupo de pesquisa Espacc (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo).

Fonte: Edição 884 do Observatório da Imprensa, disponível em: <http://observatoriodaimprensa.com.br/tv-em-questao/o-telejornalismo-ainda-e-jornalismo/>. Acesso em 25/09/2016. Texto adaptado.


TEXTO 3


CARTUM “Mundo Olho”, de Liberati - disponível em: http://www.liberatinews.blogspot.com, acesso 03/03/2016.

A visão crítica elaborada no cartum endossa a ideia, presente no texto 1 ou 2, de que
Alternativas
Q753039 Direito Administrativo
Ronaldo, servidor público federal, retira da repartição um documento pertencente ao patrimônio público a fim de realizar uma diligência inerente às suas atribuições profissionais. Diante dessa situação, a conduta de Ronaldo é
Alternativas
Q753040 Ética na Administração Pública
Tendo em vista o Decreto n. 1.171/94 (Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal), é vedado ao servidor público: I. Constituir sociedade em uma empresa cuja atividade seja exploração de jogos de azar não autorizados. II. Ordenar a outro servidor, que lhe é subordinado, que execute tarefas de seu interesse particular. III. Posicionar-se politicamente a favor da extrema direita. IV. Prejudicar deliberadamente a reputação de outro servidor por se tratar de um desafeto pessoal. Estão corretas as afirmativas
Alternativas
Q753041 Direito Administrativo
A vacância de um cargo público NÃO decorrerá de
Alternativas
Q753042 Direito Administrativo
O Regime Jurídico dos Servidores Públicos Federais aduz que se recusar a dar fé a um documento público é
Alternativas
Q753043 Direito Constitucional
A condição de idade mínima de trinta e cinco anos para elegibilidade, prevista na Constituição Federal de 1988, aplica-se a
Alternativas
Q753044 Direito Constitucional
Sobre os direitos constitucionais individuais e coletivos,
Alternativas
Q753045 Direito Constitucional
NÃO é um dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil
Alternativas
Q753046 Direito Constitucional
Sobre a Constituição da República de 1988: I. A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito. II. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos da Constituição. III. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações. IV. Conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violação aos seus direitos de elegibilidade. Estão corretas as afirmativas
Alternativas
Q753047 Direito Administrativo
De acordo com a Lei n.º 9.784/1999, que regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal, NÃO é um direito do administrado perante a Administração
Alternativas
Q753048 Direito Administrativo
Na modalidade de licitação pregão eletrônico, regulamentada pelo Decreto Federal n.º 5.450/2005, em seguida ao encerramento da etapa de lances da sessão pública por decisão do pregoeiro,
Alternativas
Respostas
1: B
2: A
3: D
4: A
5: A
6: B
7: B
8: A
9: B
10: C
11: A
12: D
13: A
14: B
15: C
16: C
17: C
18: C
19: D
20: A